[Tom]

Fiquei completamente confuso sem entender o que estava acontecendo, Laura agarrou-se em mim só então compreendi que ela estava passando mal. Sem pensar duas vezes a peguei no colo e levei até o estacionamento onde estava meu carro.

– O que aconteceu com ela? Kika disse desesperada assim que me viu chegar ao estacionamento. Foi sorte encontrá-los ali prestes a ir embora não sabia o que fazer.

– Eu não sei, ela começou a passar mal, vou levá-la ao hospital.

– Não é preciso. Kika disse.

– Como não? Bill perguntou.

– Já sei o que ela teve. Coloque ela no chão Tom. Ela ordenou.

– O que ela tem então? Perguntei um tanto curioso me abaixando pondo Laura sentada no chão com as costas apoiada em mim.

– Teve uma crise de asma. Ela falou revirando sua bolsa.

– Asma? Bill e eu dissemos uníssonos.

– É ela tem asma vai dizer que não sabia. Kika tinha uma bombinha em mãos.

– Como é que você tem uma bombinha Kika? Bill perguntou olhando para a morena.

– Por que eu tenho asma, oras.

– Como é que você nunca disse? Bill olhou surpreso para ela.

– Não achei que fosse necessário. Pronto já está tudo bem, só está dormindo agora.

– Ainda acho melhor levá-la até um hospital. Falei.

– Não é preciso, ela está bem só dorme.

– Como tem tanta certeza? Perguntei.

– Minha mãe é médica, passei minha vida inteira praticamente num hospital e antes de vir para cá eu cursava medicina, portanto eu entendo e muito dessas coisas.

– Medicina? Por que nunca contou isso também? Bill estava indignado por tantas revelações da morena.

– Quer que eu vá junto para tomar conta dela? Ela me perguntou.

– Não é preciso eu faço isso.

– Bom, sendo assim, Bill você leva? Aí já aproveito e te conto minha vida inteira. – Ela riu. – Pode ser?

Bill assentiu e os dois saíram em direção ao carro de Kika.

Fiquei olhando Laura dormir em meus braços. Depois de alguns minutos levantei-me com ela e a levei até o carro.

Não demorou muito e já estávamos em casa. Delicadamente a peguei no colo novamente e levei-a até seu quarto. Coloquei-a na cama e fiquei a admirar-lhe.

Como eu pude ser tão idiota em fazer isso com ela? Tudo por vê-la abraçada ao mesmo garoto da foto, o tal Nicholas. Só não sei por que ela ainda insiste em dizer que ele não é seu namorado. Sabia que eu estava errado, afinal não temos nada, ela tem direito de ficar com quem quiser.

Virei-me para sair do quarto, mas aí algo me veio em mente. Seria muito desconfortável deixá-la dormir com aquele vestido, Kika estava me fazendo falta agora.

Fui até seu armário e procurei algo e achei um vestido ou camisola meio esquisito, mas me parecia confortável e não sabia o que por nela então iria aquilo mesmo. Com cuidado para não acordá-la tirei seu sapato e depois o vestido, pense na tortura que era pra eu fazer aquilo e ela estando seminua em minha frente lógico que eu não pude deixar de reparar em cada centímetro de seu corpo. Ela era perfeita.

Vesti-a e vendo-a dormir tão lindamente roubei-lhe um selinho, ela se mexeu então tratei de sair dali o mais rápido possível.

[Laura]

Acordei com uma leve dor de cabeça, sentei-me na cama e observei ao redor. Estava em meu quarto e com uma roupa ridícula, mas como eu vim parar aqui? A última coisa eu lembro era que estava passando mal. Fui até o banheiro e tive um susto ao me olhar no espelho, meu rosto era uma desgraça, tirei todo o restante de maquiagem e desci sem me importar com o que vestia.

Aquela escada parecia ser tão gigante e os degraus intermináveis, estava com tanta preguiça que me sentei em um dos degraus, quando criasse coragem iria até a cozinha comer algo, afinal estava morrendo de fome.

– Laura ta tudo bem? Kika surgiu do nada e sentou-se ao meu lado.

– Sim. Até de falar eu tinha preguiça.

– Por que está aqui então?

– To com preguiça de descer a escada. Ri.

– Menos mal. – Ela também riu. – Achei que estivesse passando mal novamente.

– Tu não tinhas outra roupa pra colocar em mim não?

– Hã? Mas eu não coloquei roupa nenhuma em você. Aliás, que coisa mais ridícula é essa?

– Cala boca, esse vestido é da minha avó.

– Quê? Da tua avó? – Ela gargalhou. – E o que o vestido da tua avó tava fazendo no teu armário?

– Ah... Sei lá, eu guardo de recordação dela, mas se não foi você quem que colocou isso em mim?

– Depois que tua crise passou lá na festa, Bill me levou para casa e aí nós estendemos a noite sabe. – Ela riu envergonhada. – Tom que trouxe e cuidou de ti.

– Quê? O Tom me vestiu.

– Qual o problema?

– Talvez por ser homem e ter me visto seminua? Disse indignada.

– E daí, aposto que ele deve ter adorado o que viu. Ela disse maliciosamente.

– Cala boca Kika. Dei-lhe um tapa no braço.

– Ah qual é Laura, vamos combinar que você tem um corpo bem bonito, imagino o esforço que Tom teve pra se controlar. Ela ria.

– Ta, mas igual homem nenhum me viu assim.

– Sempre tem a primeira vez. – Ela se levantou. – Vem, vamos ver se Bill já terminou o almoço. Ela me puxou escada abaixo.

– Tentando por fogo na cozinha Bill. Disse assim que entrei.

Ele se virou e me olhou dos pés a cabeça.

– Adorei seu vestido. Riu.

Mostrei a língua pra ele e me sentei ao lado de Kika.

– Ah Laura já ia esquecendo, sabe aquela banda que quer fazer uma música com o Bill?

– Sim, Far sei lá o que, o que tem ela?

– Eles vão dar uma festa hoje à noite e convidaram a gente.

– Outra festa? Que ótimo. Revirei os olhos.

Ficamos conversando por mais algum tempo enquanto Bill preparava nosso almoço, que pra mim seria café da manhã.

Eu não iria perguntar onde estava Tom, mas seu sumiço me intrigava, porque há essa hora eu tinha certeza que ele não dormia mais. Mas não demorou muito para ele aparecer com uma cara de sono praticamente sussurrando um “bom dia” me olhou rapidamente e sentou-se do lado oposto ao meu.

– Sabe Tom Laura adorou a roupa que escolheu para ela. Eu queria matar Kika pelo comentário insano. Fuzilei a morena e logo em seguida olhei para Tom que ria discretamente de cabeça baixa, talvez um tanto constrangido.

– Já chega de implicar com minha roupa. Levantei-me e corri até meu quarto.

Tomei um rápido banho, coloquei uma roupa descente, sequei o cabelo e fiz um coque. Desci e vi que discutiam algo sobre a comida que Bill tinha preparado.

– Hahaha eu é que não vou comer isso. Tom gargalhava.

– Deixa de ser idiota Tom. Bill disse.

– Eu ainda prefiro a ideia de almoçarmos fora. Kika disse.

– Do que estão discutindo? Entrei na cozinha.

– Quem vai ser o primeiro a experimentar minha comida. Bill falou.

– Qual é gente nem ta com uma cara tão ruim assim. - Disse olhando para aquela espécie de... De massa? – Eu experimento Bill sem problema algum. A fome era maior que a aparência da comida nem importava.

– Viram Laura sim é uma pessoa corajosa e não tem medo de morrer, ta aí tu és minha ídola agora e a propósito foi muito bom te conhecer. Kika disse me dando um rápido abraço.

Fiquei boiando no seu comentário, mas enfim, peguei o prato com a “massa” e experimentei. Aquilo era horrível saí correndo até chegar à lixeira mais próxima e cuspir aquela coisa fora.

– Quantos quilos de sal você usou pra fazer isso? Perguntei já recuperada.

– Restaurante? Kika perguntou pra Tom e depois me olhou.

– Ótima ideia. Tom e eu dissemos juntos. Saímos todos praticamente fugindo da cozinha e Bill vinha atrás com a panela em mãos.

– Qual é gente da pra comer.

Depois de alguns minutos Bill apareceu na garagem e entrou no carro furioso com todos nós.

– Desculpa Bill, mas não tinha condições de comer. Ele me fuzilou pelo retrovisor.

Tom deu partida e então seguimos a um restaurante próximo. O almoço foi divertido, Tom, Kika e eu ficamos o tempo todo incomodando Bill por seus dotes culinários, depois que todos terminamos fomos para casa, a tarde seria longa e a noite teria outra maldita festa.