[Tom]

Acordei no outro dia cedo, após me arrumar desci para tomar café.

- Onde está Laura? Perguntei para Bill que tinha um copo de suco em mãos.

- Deve estar no quarto. Disse ele após tomar um gole do suco.

Sentei-me em sua frente do outro lado da mesa.

- Você está gostando dela, né Tom? Quase me afoguei enquanto bebia meu café.

- Gostando dela? Ficou maluco Bill. Falei.

- Não precisa mentir para mim Tom, sou seu irmão lembra? Te conheço muito bem.

- Isso é ridículo Bill, sabe que eu não me apaixono.

- Está com medo de assumir esse sentimento e não ser correspondido?

- Não! ... Não sei.. Talvez.. Ah mas que droga Bill por que você tem que ser desse jeito!

- Viu eu sabia, está gostando dela de verdade... Isso é quase inacreditável.. Ele sorria feito um bocó.

- Ta e se eu estiver mesmo qual o problema?

- Problema algum vocês formam um lindo casal.

- Mas ela não gosta de mim. Senti uma tristeza ao falar isso.

- Eu não sei o que você fez com ela, mas você não sabe quantas vezes a peguei chorando pela casa, quantas vezes sem querer ouvia ela desabafar com Kika, durante todo esse tempo ela não foi embora e você ainda diz que ela não gosta de você. Se liga Tom, ela não aguentaria isso se não gostasse de você. Considere-se muito sortudo por ter uma garota como ela e, dê valor a isso antes que acabe perdendo-a.

Fiquei de boca aberta com o discurso de Bill, nada disse, porém, aquilo me fez refletir muito.

Eu realmente estava sendo um idiota com ela, o que eu fiz foi errado, eu a fiz sofrer, não medi as consequências, fui egoísta.

Talvez se eu começasse a agir diferente as coisas possam mudar.

Terminei meu café e subi para ver se Laura já havia acordado, afinal daqui a pouco iríamos para o estúdio.

E também queria falar com ela dar um fim nessa situação e recomeçar tudo novamente e, com o tempo a gente vê no que vai dar.

Bati na porta.

- Entre. Sua voz era abafada.

Abri a porta e vi que ela estava no banheiro.

- Vim ver se quer carona para o estúdio. Falei.

- Ah não vai ser preciso Bill me pediu para ir junto com ele escolher um presente para Kika antes de irmos ao estúdio.

Olhei para sua cama ainda desarrumada e vi o mesmo caderno de ontem junto de um fone. A curiosidade era maior fui até lá e o peguei.

- Tudo bem. Disse.

Abri o caderno e tinha algo escrito que deduzi ser português, meu Deus quantos idiomas essa garota fala? Fiquei pensando enquanto tentava ver se entendia algo, parecia ser uma letra de música. Não obtendo sucesso fui para a próxima página onde tinha uma foto, um homem com aparência de uns 30 anos, Laura quando devia ter uns 10 anos, e uma mulher muito jovem e bonita, deviam ser seus pais.

Na página seguinte havia uma foto de Laura e uma garota muito linda por sinal, em baixo da foto tinha uma legenda em italiano:

 “La mia sorellina di cuore.. ti amo.. Isabella”

(Minha pequena irmã do coração.. te amo.. Isabella)

Do outro lado havia uma foto de Lara com um garoto que aparentava ter a idade de Laura juntamente com uma criança, e em baixo dizia:

“Edoardo el Nicholas mio amores..”

(Edoardo e Nicholas meus amores..)

Será que esse garoto era o tal Nicholas? Aquele que a fez sorrir tão lindamente aquele dia, aquele que ela não podia perder? E essa criança quem seria? Fechei o diário e atirei em cima da cama desistindo de vê-lo tudo era em italiano nada entenderia mesmo.

Antes de sair do quarto vi que uma foto havia caído, abaixei-me e peguei-a. Eram dois bebês, exatamente idênticos, duas menininhas tão lindas. Virei à foto e atrás dizia:

“Luísa el Laura mio amores”

(Luísa e Laura meus amores).

 Peguei o diário para guardar a foto.

Luísa e Laura, só podiam ser os bebês da foto, mas como?  Laura nunca disse nada sobre alguém denominado  Luísa.

- Tom! O que você está fazendo? Laura saiu do banheiro e me olhava séria.

- Ahm Lara.. Eu só estava..

- Mexendo nas minhas coisas. Ela disse furiosa.

- Me desculpe não foi minha intenção.

- Me devolve isso. Ela tirou a foto e o diário de minhas mãos.

- Quem é o outro bebê? Perguntei curioso.

- É.. Não é ninguém, ninguém Tom! Estamos atrasados vamos?

- Sim. Saímos do quarto.

Descemos e Laura não falou mais comigo, logo depois ela e Bill saíram.

Fui até a garagem, entrei em meu carro e segui para o estúdio. Depois de algum tempo Bill e Lara chegaram.

 Ela estava quieta, calada eu não sabia se era impressão ou ela evitava falar comigo. Pouco antes do almoço fui falar com ela.

- Laura? Ela estava pensativa sentada em uma poltrona qualquer de uma das salas do estúdio.

- Sim? Ela me olhou, pude ver tristeza em seus olhos.

- Tudo bem? Olhaa.. Desculpe-me por mais cedo eu não tive intenção mesmo..

- Tudo bem Tom. Ela sorriu.

- Então não está brava comigo?

- Não. - Ela sorriu ainda mais. – Só não mexa mais nas minhas coisas.

- Sabe eu  estava pensando, em tudo o que aconteceu ultimamente...

- Não quero falar sobre isso Tom. Sua feição alegre se desfez.

- Por favor, me escute, eu errei muito e sei que pedir desculpas não será necessário para fazer com que me perdoe por tudo o que eu te fiz passar.

- Sabe Tom suas atitudes me machucaram muito, eu fiquei triste, mas isso passou.

- Então você me perdoa?

- Não há o que ser perdoado Tom. Ela sorriu tão meiga.

- Então.. Vamos começar tudo novamente. – Sorri. – Amigos?

[Lara]

Quando ele disse aquilo senti algo esquisito, Tom querendo ser meu amigo, o que aconteceu com ele? Só pode que bebeu cachaça ou se drogou.

Mas enfim, eu não queria ser sua amiga, meu coração queria algo a mais do que uma simples amizade.

- Você é um dos meus chefes Tom, acho melhor mantermos somente uma relação profissional.

- Lara nós somos namorados. – Olhei espantada para ele com o que havia dito. – Falsos namorados, não há com ter uma relação somente profissional. Ele riu.

Nisso ele tinha razão.

- Ta bom amigos. Sorri.

- Então será que eu posso levar minha linda “namorada” amiga para almoçar? Ele fez aspas com os dedos quando disse “namorada”.

- Pode. Levantei e peguei minha bolsa.

Fomos até o estacionamento entramos no carro e seguimos até um restaurante super famoso de Los Angeles.

Depois de almoçarmos enquanto esperávamos pelo carro fomos fotografados por um paparazzo, o que não acontecia a tempo.

Toda essa história só começou para salvar a reputação de Tom, mas no fim tomou outro rumo e o verdadeiro objetivo foi deixado de lado, mas parece que tudo esta se acertando novamente.

- Já que é para fingir vamos fingir direito. Tom depositou sua mão em minha cintura.

O manobrista chegou com o carro e fomos em direção a ele.

- Lara?

- O que? Virei meu rosto para Tom para poder olhá-lo.

Ele me roubou um selinho e sorriu para o paparazzo.

Fiquei meio sem saber o que fazer apenas sorri...