Branca de Susto e os Quatro Pentelhos escrita por Blue Jay Way


Capítulo 1
Branca de susto e os quatro pentelhos


Notas iniciais do capítulo

É um clichê que todo mundo tem que escrever algum dia :B



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- Severo, meu amigo...existe alguém mais bonita do que eu? – Narcisa perguntou penteando seus cabelos a parede espelhada do Salão Comunal da Sonserina.

Snape gaguejou. Narcisa arregalou os olhos e bateu com força a escova na mesinha de centro.

            - Severo?! – ela chamou esperando logo o seu “não, você é a mais bonita, com certeza”.

            - Na verdade, Narcisa...no que parece...tem a Lílian Evans. – Snape respondeu.

            - Lílian...Evans? A sangue-ruim da Grifinória? – Narcisa repetiu.

            - Sim, ela mesma, já que perguntou. – Snape respondeu dando um discreto passo para trás.

Narcisa se levantou com os punhos fechados, empinou o nariz jogando os cabelos para trás.

            - Ninguém nessa escola pode ser mais bonita do que eu. Muito menos se for uma ruiva cheia de pintas na cara. Chame o Régulo.

Snape se levantou irritado e foi buscar Régulo nos dormitórios.

            - Cissa! – Régulo cumprimentou quando chegou ao Salão.

            - Régulo...conhece alguma Lílian Evans? – ela perguntou se sentando no sofá.

            - Uma ruiva cheia de pintas na cara da casa do Sirius. Tão bonitinha, pena que tem sangue sujo. – Régulo respondeu.

            - Então trate de ir atrás dela e botar umas espinhas semi-permanentes naquela carinha bonita! – Narcisa disse com raiva. – e me traga uma foto pra provar. – ela completou tirando uma máquina fotográfica da mochila.

Régulo riu com a idéia e aceitou a tarefa. Pegou a câmera e foi procurar Lílian.

 

Lílian cantarolava enquanto arrumava sua cama e organizava suas coisas. Tentava usar o mínimo de magia possível. pois descançar sempre faz mais sentido quando se está cansado. Quando terminou sua arrumação, feliz, saiu do Salão da Grifinória em direção aos jardins.

Ela desceu as escadas de pedra e parou para escolher a melhor árvore para se deitar e ler um livro. Escolheu a melhor, mas a errada.

            - Evans. – alguém disse pulando do galho da árvore e caindo bem na frente de Lílian.

            - Ah! –ela gritou de susto.

            - Expelliarmus! – a pessoa gritou. A varinha da garota pulou do bolso para os pés do menino.

            - Régulo! – ela exclamou se levantando.

Ele apontou a varinha para a testa da garota e abriu a boca. Não podia fazer aquilo. Ela era monitora, não podia mesmo fazer aquilo. Sabia que sua ficha era suja demais para se atacar uma monitora. Ainda mais uma da Grifinória. Ele suspirou.

            - Escuta, sua sangue-ruim...corre, corre antes que eu mude de idéia. –ele disse. Lílian saiu correndo de volta para o Salão Comunal da Grifinória.

Régulo se praguejou por não ter humilhado uma sangue-ruim quando teve chance. Pensou em Narcisa o esperando com uma escova de prata na mão, que não seria usada para pentear cabelos se Régulo chegasse de mãos vazias.

            - Ei, Pamela, que tal uma foto?

 

Ela subiu as escadas correndo e forçou a porta do dormitório feminino. Estava trancada, Marlene devia estar tendo outra crise de identidade. Mas era o irmão do Sirius, só eles deveriam se entender. E, como se fosse tudo culpa dele, Lílian foi pisando duro até o dormitório masculino.

Entrou devagar e com os olhos fechados.

            - Tem alguém pelado? – ela perguntou. Ninguém respondeu. Ela abriu os olhos. O dormitório estava vazio. E muito desorganizado. Ela foi andando entre as camas e vendo as coisas penduradas, largadas e amassadas fora do lugar.
            Não conseguiu encarar aquilo por muito tempo e começou a arrumar tudo. Demorou pelo menos quatro horas, mas Lílian não aceitava a idéia de esperar num ambiente naquele estado. Se ela tinha que esperar pela ajuda, seria num lugar decente.

Terminou de dobrar a última camisa e percebeu o quanto estava cansada. Acabou dormindo numa das camas.

            - Aquela foi boa, Pontas...ele ficou com uma cara que merecia uma foto...

            - Você podia ter sido mais...legal com ele.

            - Legal, Aluado? Ele trombou em mim e era da Sonserina. Muito folgado aquele garoto, ele mereceu.

            - Ele era só do terceiro ano...

            - Isso é problema dele, ele aprende com a vida...ah, de volta a casual bagunça! – e a porta do dormitório foi aberta.

Sirius engoliu em seco. As revistas de pornografia e motocicletas trouxas não estavam jogadas na cama...e a cama estava arrumada, que audácia....o malão estava fechado, as camisas não estavam no chão...algo estava errado. Os outros também repararam.

O uniforme de quadribol de Tiago não estava espalhado como de costume (explicação do porque ele nunca encontrava alguma joelheira, cotoveleira ou e coisas afim), estava arrumado e encostando do lado de sua cama (também arrumada). Eles também notaram que as migalhas de doces (ou doces inteiros e esmagados) que cobriam o chão também haviam sumido.

            - Cadê as minhas revistas?!

            - E as minhas camisas?

            - E o tapete de bolinhos?

            - E os livros do Remo que eu usava como de capacho de banheiro?

            - Quê?

Eles começaram a procurar as coisas, como se sem a bagunça, ficassem perdidos. Até que ouviram alguém bocejando.

Viraram-se para a cama de onde vinha o bocejo. Lílian se levantava devagar.

            - Lílian! – eles exclamaram.

            - Black! – ela exclamou se dirigindo logo ao garoto - seu irmão, ele pegou a minha varinha, é bom você ir atrás dele! – ela já começou.

            - Certo, certo, que seja. Você está na minha cama, então eu dou as ordens aqui. Onde você escondeu as minhas revistas?

Lílian fechou a cara e pulou para a cama do lado.

            - Aquelas revistas são nojentas. Não vou te dizer onde estão até você me ajudar.

Sirius bufou.

            - Ah, Evans, acho que a Narcisa Black tá brava com você por algum motivo. Acho que ela está te procurando. – Remo disse.

            - E eu não vou atrás dela sem a minha varinha.

            - Vai morar aqui, então, porque eu não vou buscar. – disse Sirius emburrado se deitando em sua cama, empurrando Lílian para o lado com o ombro. A garota se levantou nervosa.

            - Certo. Vou morar aqui. Aceite como forma de protesto, até você me ajudar, vou ficar aqui e dividir a cama com... – ela tentou fazer uma escolha sensata. – vou dormir do lado da sua cama, Black. E tratar de roncar muito.

            - Mais do que eu, não vai conseguir. Mas faça como quiser. – disse Sirius – quando eu tiver ânimo, vou procurar aquele sacana.

 

Os dois dias se passaram e Lílian dormia num monte de cobertores, do lado da cama de Sirius. Eles estavam até se acostumando com ela e com a arrumação. Talvez estivesse chegando o dia de ajudar ela...

 

            - Severo...e então, e agora, existe alguém mais bonita do que eu? – Narcisa perguntou, já sabendo a resposta.

            - Na verdade, Narcisa...ainda é a Lílian Evans. Ela está bem, mais bonita do que nunca. Parece que as espinhas não funcionaram. – Snape respondeu.

            - O quê?! – Narcisa surtou. – mas eu vi a foto e...e...eu não acredito que aquela peste me enganou! Ah, o Régulo vai se ver comigo! Se quiser uma coisa bem feita, tem que fazer sozinha, de novo... – e Narcisa saiu do Salão comunal gritando com todo mundo.

Foi até as masmorras, se esgueirou para dentro da sala do professor de poções. Lá estava, o caldeirão fedido de poção polissuco...sem que o professor, que cochilava numa poltrona, percebesse, Narcisa encheu um frasco com a poção e outro frasco com um veneno que fazia dormir por horas, dias ou até semanas. Esgueirou-se para fora da sala e foi para o banheiro da murta, que como sempre, estava vazio.

            - Essa Evans vai ter o que merece...quero ver como vai estar a cara dela quando acordar...cheia de olheiras, remela, cabelo amassado, cara babada...vamos ver quem acaba a mais bonita por aqui... – ela falava. Tirou uma barra de chocolate enorme do bolso, abriu cuidadosamente e envenenou a barra com o veneno sem cheiro, cor ou gosto. Selou a embalagem novamente e foi em busca de Marlene McKinnon, ou melhor, um fio de cabelo dela.

 

Alguém bateu na porta, Lílian abriu.

            - Marlene?

            - Olá, Lílian. – e “Marlene” entrou no dormitório, vendo que não tinha nenhum garoto ali.

            - Lily, me disseram que você estava morando aqui... – ela começou simpática. – eu trouxe isso pra te ajudar na sobrevivência. – ela completou sorrindo, oferecendo o chocolate para a garota. Lílian aceitou contente.

            - Uau, olha só as horas, tenho que ir, gente. – disse Marlene se levantando. Ela saiu da área grifinória e riu escandalosamente.

 

Lílian abriu a embalagem e deu uma mordida no chocolate. Imediatamente, caiu dormindo no chão.

 

            - Perceberam que a Evans não veio para a aula hoje? – disse Pedro no meio da aula.

            - É mesmo. Mas eu não ligo. – respondeu Sirius.

            - E perceberam que a Narcisa está feliz demais? – acrescentou Remo.

            - É, tava rindo a toa no corredor. – lembrou Pedro.

Tiago assimilou os dois fatos.

            - Ai caramba! –ele disse se levantando.

            - Sr. Potter! – Minerva censurou.

            - Com licença, Professora... – ele disse tentando sair correndo.

            - Sente-se, Potter!

            - Ai, meleca. – Tiago disse se sentando novamente.

            - Tá com medo de perder aula, Pontas? – Sirius disse rindo.

            - Se eu sair de novo, eu repito. – Tiago explicou.

            - Hah, então deixa que eu saio, olha aqui como faz, seu frouxo. – Sirius se levantou, foi até a porta sem a menor sutileza, abriu, esticou um pé para fora...

BAM.

A porta se fechou novamente e tudo que Black pode fazer é dar um pulo para trás.

            - Para onde o senhor pensa que vai, Sr.Black?

            - Eh...

            - Sente-se. Seja lá o que for, pode esperar. – e a professora continuou sua explicação sobre o funcionamento dos NOM’s.

            - Então tá então. – disse Remo. Ele se levantou, entregou um pergaminho para Minerva e saiu da sala.

            - Quê? – disse Tiago confuso.

            - Direitos de nerds, acho... – respondeu Sirius.

 

Remo foi até o dormitório e bateu na porta.

            - Evans? – ninguém respondeu. Ele abriu a porta. Lílian estava caída no chão, dormindo com uma barra de chocolate na mão.

            - Que garota sem jeito... – Remo resmungou arrastando a garota para o bolinho de cobertores.

Sentou-se na cama ao lado da garota e ficou pensando no que fazer. Foram pelo menos seis tentativas.

 

A sineta tocou e Sirius e Tiago puderam finalmente sair da sala.

            - Lílian! – Tiago entrou no quarto. Lílian estava no montinho de cobertores (que eu e a minha avó preferimos chamar de cama de gato, se quiser saber) e Remo sentado ao seu lado.

            - Nem colocou ela numa cama? – disse Tiago desapontado.

            - Ela é gorda. Eu não aguentei. - Tiago deu um soco no ombro de Remo.

            - Que macho esse garoto... – disse Sirius.

Tiago suspirou, puxou sua varinha e balançou no nariz de Remo.

            - Você é um bruxo ou o quê?

            - Ah, é...

Tiago levitou Lílian para uma cama.

            - Ela morreu? – perguntou Sirius muito discreto. Tiago soltou um gemido.

            - No que parece, ela tá dormindo... – respondeu Remo.

            - E porquê é... – Tiago começou.

            - ...e ela não acorda. – Remo falou antes. – já tentei de tudo.

            - Ah...

            - A bagunça vai voltar a reinar por aqui... – disse Sirius descontraído, levando um soco de Tiago.

            - Porque não levamos pra enfermaria? – sugeriu Remo.

Tiago não respondeu, mas na verdade ele queria dizer “porque eu não quero”.

            - Porque eu não quero. – Sirius respondeu por Tiago. – o que você tentou até agora?

            - Tudo que eu tento com você nas segundas-feiras.

            - Até o...

            - Não, aquilo não.

            - Ah, e porque você só faz comigo? O Pedro dorme bem mais que eu e eu nunca ouvi ele reclamar dos seus métodos de acordação...

            - Ele não dorme mais que você, você parece um vampiro quando acorda, só aquilo funciona...

Sirius e Remo começaram a discutir enquanto Tiago pensava. Ele tinha uma idéia de como acordar Lílian, era uma idéia bem improvável, mas ele não queria descartar. Enquanto os dois discutiam, Tiago se aproximou da garota na cama. Verificou se Sirius e Remo não estavam mesmo olhando. Antes que os dois percebessem, Tiago se debruçou sobre Lílian e...

            - Tiago? – chamou Remo.

            - Caramba! – disse Sirius.

Mas Tiago não parou. E Lílian acordou.

            - Mmmm...mnn....Potter?!

Tiago se afastou da garota.

            - O que você tem na cabeça?! Porque vocês dois não impediram?! – Lílian exclamou se levantando.

            - Evans, é...sabe, foi só...

            - Nem quero saber! E se você voltar a fazer alguma coisa parecida, você vai voar sem vassoura, ouviu bem?! – Lílian continuou.

Tiago gaguejou.

            - E vocês não vão comentar isso com ninguém, entenderam? – Lílian terminou apontando para Sirius e Remo.

            - Não, nós já esquecemos. – os dois responderam assustados.

            - Eu devia ter me virado sozinha, nunca mais venho procurar ajuda com o Black... – e Lílian saiu do dormitório resmungando sozinha.

Tiago se virou para os dois amigos.

            - Eu acabei de salvar a vida dela! – ele exclamou indignado.

            - Que garota sem jeito... – Sirius disse. Remo concordou. – Cadê o Pedro?

            - Não sei, achei que estava com a gente esse tempo todo... – respondeu Remo.

Nesse mesmo instante, Pedro chegou correndo no dormitório.

            - Acabei de ver a Evans, ela parece estar bem! – ele disse. Fez uma pausa e olhou para o chão. – Olha só, chocolate!

Ele pegou a barra quase completa e deu uma mordida.

Pof.

Sirius encarou Pedro caído no chão.

            - E agora, quem vai?

 

 


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Notas finais do capítulo

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E, plz, sugiram mais contos!! D: