One Clato escrita por Iulia


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira One...



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  A garota das facas estava entediada. Já fazia mais de um dia que os Carreiristas não saíam do seu acampamento na beira do lago. Ela havia sido vencedora na votação que decidiria se o garoto do 3 entraria na aliança ou não.Inesperadamente, ela simpatizou com ele.Ele estava sentado em um dos pontos estratégicos ao redor da pilha de suprimentos. Marvel estava jogado no chão, tão entediado quanto ela, que brincava monotonamente com uma das facas de sua enorme coleção. Apenas o mais forte deles, Cato, parecia estar realmente ocupado com algo.

  Seu semblante estava pensativo enquanto limpava a sua preciosa espada com um pano, presente de um patrocinador rico que confiara que ele tinha grandes chances de vencer. Cato já estava ficando com sede e se encontrava longe das várias garrafas térmicas de água.

 -Você pode pegar uma garrafa de água para mim? –ele perguntou de forma polida e formal para Clove, que, como sempre, estava de cara fechada, como se estivesse com um mau humor permanente. Ele poucas vezes dirigia a palavra à garota. Ela não parecia muito propicia para relacionamentos maiores que a fria aliança que fora estabelecida forçadamente entre eles.

  Ela dirigiu seus olhos mortíferos e esmeraldas para ele e os revirou. Prendeu a faca em seu cinto e se levantou. Não poderia simplesmente não falar nunca com Cato ou desafiá-lo. A essa altura, já era mais que óbvio que ele era o líder da aliança, ainda que não concordasse com a maioria de suas idéias estúpidas e pouco pensadas. Foi até uma caixa que havia sido deixada mais próxima da tenda, e pegou uma garrafa de água.

  Marvel ergueu os olhos quando a viu passar novamente. Ele tinha um certo medo da garota. As únicas vezes que a viu rindo, foi com a perspectiva de matar alguém. Uma vez na arena, e sempre que alguém ia mal no Treinamento pré-Jogos.

  Ela estendeu a garrafa térmica para Cato que já havia perdido as esperanças. Ele imaginou que ela apenas o ignorasse e desse mais um de seus passeios dos quais, tão inesperado para uma garota pequena como ela, sempre voltava. E na maioria das vezes, era seguido de um canhão. Apesar de tudo, ela era uma boa aliada. Era inteligente e uma forte concorrente. Inimigos devem ser mantidos perto.

  -Obrigada. –ele disse para Clove. Era um pouco anormal existir qualquer simpatia nele. Ele fazia o que era necessário e pronto. A única vez que se permitira divertir foi quando percebeu que a bela garota do 1, Glimmer, estava dando em cima dele. Ele se divertiu fingindo gostar dela durante os dois primeiros dias dos Jogos. Mas então as Teleguiadas vieram e ele não se importou com ela. E nem fingiu.A garota morreu acreditando que iria ser salva.

  O silêncio voltara a cair  sobre eles.

 -Você freqüentava o Centro de Treinamento? –Cato tentou puxar assunto com ela, que agora aplicava remédio em  suas queimaduras.

  Erguendo os olhos lentamente para ele, Clove respondeu.

 -Às vezes.Eu não precisava de treino.

 Ela era perfeita para ele: Arrogante e assassina assim como ele. Mas Carreiristas não podem ter sentimentos. Cato apenas percebeu o quão atraente ela era. Naquele dia, seus cabelos negros estavam soltos e ela havia levantado um pouco a manga da blusa para aplicar o remédio, sem sequer se preocupar em olhar realmente para ele.

 -Eu sempre ia lá. Decidi me voluntariar então, quando vi que era o melhor. A honra esse ano vai ser do 2.

  Ela deu um olhar deu um olhar de escárnio acompanhado de um sorriso para ele. O mesmo que usava para os tributos fracos. Ela não acreditava que ele pensava que iria ganhar. Ele tinha apenas músculos, cérebro lhe faltava, era o pensamento que cultivava para Cato. Ela sacudiu a cabeça para deixar claro sua descrença.

  -Você não acredita que eu possa ganhar? –ele perguntou a desafiando, ainda que, para ele, não fosse a hora ideal de matá-la.As pessoas podem se divertir às vezes, afinal, ele justificava mentalmente suas ações.Ela era atraente e ele gostava de impressionar qualquer garota que fosse.

  -Não. Você acredita que possa? –ela respondeu veementemente, encarando ele agora.

  -Claro. Eu treinei para isso. Sou o tributo perfeito, porque você acha que eu não conseguiria?

  Ela foi sincera.

  -Porque eu estou aqui. E eu sou melhor do que você.

  -Você acha? E por quê?

  -Não que isso seja da sua conta, e eu nem sei por que estou falando com você, mas...

  -Por que nós somos aliados. –ele a interrompeu com um sorriso de formando em seus lábios. Era interessante irritá-la.

  Ela se mostrou visivelmente aborrecida e, sem vontade continuar falar, se levantou para tentar acertas facas em algumas árvores.

  -Tome cuidado. –alertou o garoto do 3 ao ver que ela iria passar pela armadilha explosiva.

  -O.k. – ela disse. Já havia decorado onde podia ou não pisar e tinha certeza que acabaria voltando para o acampamento.

  Ela se pôs a caminhar para algum lugar na floresta, algum lugar ideal para jogar suas facas. Estava certa de que ninguém a atacaria. Ela sabia todas as técnicas de matar possíveis e nem uma pessoa de um distrito pobre ousaria atacar uma Carreirista. Após andar um pouco, ela escutou passos rápidos e pesados em sua direção.

  Armou todas as mãos com facas e revisou em sua mente todas as formas de assassinato possíveis. Se preparou para o ferimento inicial, uma faca jogada, até que quando viu quem era, desistiu.

  -O que você está fazendo aqui? –ela perguntou para Cato.

  -Eu não tinha nada pata fazer e você não respondeu a minha pergunta.

  -Nós não viramos amigos. –ela deixou claro para ele.

  -Não? –ele deu um sorriso. –O que você quer ser então?

  Ela revirou os olhos e se virou para andar.

  -Você nunca responde as minhas perguntas. –Reclamou ele a seguindo pela trilha escura.

  -Porque são idiotas. Eu não quero ser nada sua, a não ser aliada.

  -E porque você se acha melhor?

  -Porque eu penso.

  Ele estava  disposto a fazer de tudo para irritá-la,  a fim de ver até onde ia seu autocontrole.

 -Em mim? Mas você sabe, eu estava com a Glimmer e não podia estar com as duas ao mesmo tempo. Mas se você quiser, eu também posso passar a pensar em você. Então você não é mais a  melhor por pensar em mim.

  -Porque você não  cala a boca e volta para o acampamento?  Nem sei o que está fazendo aqui. Nós não temos nenhuma relação.

  -Até agora. –ele puxou o braço dela e a jogou contra ele.

  Clove nem por um segundo deixou de encará-lo enquanto ele a analisava atentamente, os pulsos dela presos, para evitar que saísse.

  Ela era pequena, seus cabelos eram negros e seus olhos esmeralda sempre faiscavam. Ele não podia entender como alguém aparentemente tão fraca matava tanto e chegara tão longe. Nunca ouvira falar nela até a Colheita, quando soube que ela tinha 16.

  -Acabou? –ela perguntou claramente gozando dele.

   Ele não respondeu e a soltou. Suas táticas de conquista testadas por Glimmer não a faziam cair à seus pés.

  -Sabia que eu acho você é mais atraente que a Glimmer? –Cato tentou enquanto andava, sem saber para onde.

  - Sabia que eu sou assassina e posso te matar agora?

  Aquilo bastou para ele. Se ela tinha controle, isso ia acabar agora. Ele puxou a cintura de Clove para uma árvore e aproximou seu rosto do dela. Ela tinha que beijá-lo. Certamente não esperava que acontecesse o contrário e  ele acabasse beijando ela.

  O beijo de Clove era doce e amargo ao mesmo tempo, ela lutava para se soltar dos braços dele. Ela era inteligente e sabia que se envolvendo na arena, era morte certa.

  Ela de um chute em Cato e ele se afastou. Tirando uma faca do cinto, ela voltou para o acampamento, sem sequer olhar para  o rosto dele. Cato havia aprendido agora que ela tinha muito controle e ele não. Mas sem saber que beijando aquela garota, ele assinava sua morte. E sem saber  que tinha se apaixonado pela Garota das Facas.


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Notas finais do capítulo

Me deem um desconto é a primeira...Me digam o que acharam nos Reviews, sim?