Accidentally In Love escrita por MissLerman


Capítulo 35
Capítulo 35 Hospital


Notas iniciais do capítulo

Boooa tarde leitores. O pessoal ficou realmente puto com o final do capítulo passado. Mas já disse que a fic ta acabando, e, se o Percy e a Annie morressem assim, seria um final triste. Só que não sou tão má. Boa leitura (:



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Assim que escutei o disparo, senti minhas pernas enfraquecerem e caí no chão. Esperei um tempo até a dor vir, mas não sentia nada. Será que minha morte fora tão rápida assim? Eu não sentira nada e não vira nada. Era apenas a escuridão. Mas me senti obrigada à abrir os olhos assim que escutei alguma coisa ser derrubada no chão. 

Assim que os abri, vi que estava deitada no chão ao lado de Percy, ainda desacordado. Me levantei e senti uma leve tontura. Usei a parede para me apoiar e, quando me virei para encarar Luke, dei de cara com outro corpo no chão. Era ele. Era Luke. Um grande possa de sangue havia se formado em torno de sua cabeça. Pude ver que, ele fora atingido por um tiro. Mas este não fora disparado de sua arma, e sim de outra. Meu coração acelerou ao ver que Zeus estava parado bem atrás de Luke com sua arma ainda em mãos.

- Isto foi por Thalia. - ele praticamente sussurrou, e em seguida abaixou a arma.

Eu estava feliz por vê-lo, e ele ficou surpreso ao me ver e ver Percy estirado no chão. Queria correr e abraçá-lo para saber se estava mesmo viva. E provar para mim mesma que aquilo não era uma miragem. Sorri o máximo que pude para Zeus, mas comecei a sentir meus dedos formigarem e um rajada fria atingiu meu corpo. Assim que minha visão começou a escurecer eu já sabia o que havia acontecido. Uma nova queda de pressão.

A última visão que tive foi de Zeus correndo até mim.

Perdi a noção do tempo enquanto estava desacordada. Só voltei  a ter consciencia depois de um bom tempo. Primeira mexi meus dedos, para ter certeza de que estava com todos eles. Senti que meu braço direito estava com um tubo de soro. Eu queria arrancá-lo, nunca gostei de agulhas ou de hospitais. Mexi meus dedos novamente, estava feliz por voltar à sentí-los. Tentei então abrir meus olhos. A primeira tentativa foi em vão, só consegui de fato abrí-los na segunda.

Estava tudo embaçado. Só conseguia enxergar o teto branco. Virei minha cabeça e vi uma figura sentada em uma cadeira um pouco afastada de mim. Mãe. Ela parecia ter adormecido enquanto lia um livro. Olhei para mim mesma e então notei que estava sem minhas roupas. Essa era, para mim, a pior parte de ficar internada. Eu não poderia usar minhas roupas e ainda tinha que ficar de camisola. Queria voltar para casa o mais rápido possível.

Dei uma rápida olhada em volta e vi que estava sozinha no quarto. Eu era a única paciênte. Então me lembrei dele. Não que eu o tivesse esquecido, eu apenas não havia me dado conta de que tudo aquilo já tinha acabado. Eu finalmente acordara do pesadelo. 

Percy. 

Seu nome era a única coisa que se passava por minha cabeça. Queria vê-lo, queria saber como ele estava, abraçá-lo, beijá-lo. Ele estava vivo, eu sabia disso. Eu sentia isso. Já tinha meus olhos repletos de lágrimas assim que sua imagem me veio à cabeça. Não iria perdê-lo.

- Annabeth? - a voz de dona Atena ecoou em minha cabeça.

Virei minha cabeça e vi minha mãe acordada. Ela parecia não dormir há um bom tempo. Sorri forçadamente. Meus lábios pareciam estar petrificados. Estavam secos e rachados. Só então notei o quanto estava com fome e com sede.

- Mãe... - disse. Mas isso me pareceu mais um sussurro.

Minha mãe se levantou da cadeira e veio até minha cama. Ela tinha algumas lágrimas nos olhos. Me mexi e tentei me sentar. Meus corpo parecia ter esquecido como se mexia. Tudo parecia doer.

- Filha, não sabe o quanto fiquei preocupada! - minha mãe disse me ajudando a sentar.

Ela então tocou minha testa e a beijou. Me senti mal por ter desejado morrer. Eu nunca mais a veria, e certamente enterrar a única filha não é algo muito legal. Eu fui egoísta e só pensei em mim mesma. Mas sou uma pessoa um tanto independente demais. A ideia de viver presa à Luke para sempre me assustava. Eu era como um pássaro que nunc avira uma gaiola. Preciso de bastante espaço para poder bater minhas asas.

- Desculpa, mãe. Foi irresponsável, eu sei. Eu provavelmente estaria morta se não fosse por... Percy. - assim que disse isso, o nome de Percy soou diferente pela primeira vez. Eu não falara seu nome apenas por falar, tinha algo a mais. E eu sabia o que era.

Minha mãe sorriu e arrumou minha franja. Ela me conhecia melhor do que ninguém, acho que sabia o que acontecia entre mim e Percy bem antes de nós mesmos saber disso.

- Parece que devo uma a Percy. - ela disse com um belo sorriso.

- E.. Como ele está? - não exitei em lhe perguntar.

Dona Atena tentou disfarçar a cara de desapontamento, mas não conseguiu. Meus olhos lacrimejaram novamente. Não era verdade. Percy estava bem, eu sentia isso. Mordi o lábio inferior na esperança de conseguir reprimir meu choro. Infelizmente fora uma tentativa falha.

- Filha, a bala se alojou muito próxima ao coração. Percy passou por uma cirurgia delicada ontem, e ainda não acordou. Os médicos falaram que seu estado não era grave, mas ele pode demorar um pouco para acordar. Parece que perdeu muito sangue... - ela disse.

Senti uma pequena lágrima cair, não a impedi. Odiava chorar perto de minha mãe. Ela era muito sensível, e chorava quase tanto quanto eu. Tentei engolir o choro. Consegui em partes. 

- Posso vê-lo? - perguntei.

Minha mãe ficou pensativa. Acho que ela não sabia ao certo se devia me deixar sair daquela cama, afinal eu acabara de acordar. E pelo que notei, dormi um dia todo. Mas eu precisava vê-lo precisava ver se estava tudo bem.

- Por favor. - digo suplicantemente.

Dona Atena finalmente se deu por vencida e foi chamar uma enfermeira. Eu não precisava de enfermeira. Dei uma pequena movimentada nas pernas e me sentei na beirada da cama. Tentei dar meu primeiro passo, mas me desiquilibrei. Me apoiei na cama e continuei andando. Tirei o esparadrapo e o cano de soro de meu braço e caminhei corredor à fora. Se minha mãe visse, ficaria louca.

Contiuei andando. E isso estava ficando realmente difícil, já que minhas pernas pareciam estar congeladas e eu não estava usando minhas roupas íntimas. Procurei por todo o primeiro andar até ver um rosto conhecido. 

Um homem de meia-idade com cabelos pretos e olhos verdes muito familiar. Reconheci Poseidon de longe. Desajeitadamente, fui até ele. E este, ficou surpreso ao me ver.

- Poseidon. - o chamei.

Ele arregalou os olhos. Estava em frente à uma máquina de café. Pegou seu copo e se voltou para mim.

- Annabeth! Quanto tempo eu não te vejo! Parece bem melhor. - ele disse dando um gole.

Sorri apenas. Mal estava aguentando meu próprio corpo.

- O senhor poderia me mostrar o quarto de Percy? - perguntei.

Poseidon assentiu e me ajudou a andar até um quarto próximo dali. A porta branca estava fechada. Minhas pernas pareciam estar voltando aos poucos à normalidade. Já me sentia segura o suficiente para andar sozinha.

- Prometo que não demoro. - digo abrindo a porta.

O ver naquela cama foi a coisa mais dolorosa que já me aconteceu. Fechei a porta e caminhei até ele com dificuldade. Havia uma cadeira ali perto. A puxei e me sentei ao seu lado. Percy estava ainda mais branco do que normalmente. Seus lábios não transmitiam cor alguma. Segurei sua mão e o fiquei encarando.

Não sabia ao certo se queria dizer algo porque tudo o que eu queria dizer eu disse hoje. Ou melhor, ontem, eu acho. Fiquei apenas assim, segurando sua mão e o olhando dormir. Ele usava uma camisola azul clara, parecida com a minha. Mas aquela era, com certeza, o modelo masculino. 

Me perdi nas horas. Eu não sabia que horas eu havia acordado e nem quanto tempo passei segurando a mão de Percy. Mas senti que esta, estava começando a esquentar. Devo ter cochilado por alguns minutos, pois notei que a boca de Percy já não estava tão sem cor. Fiquei feliz por ver que ele estava reagindo à alguma coisa.

- Percy, eu te amo. - disse em seu ouvido.

Aquilo pareceu a gota d'água. Seu corpo instataneamente começou a reagir. Sua respiração acelerou, assim como seu coração. Sim, ele estava acordando! Não consegui me mexer, continuei apenas apertando sua mão. 

Percy então abriu os olhos. Parecia tão desnorteado quanto eu quando acordei. Mas, ao me ver, ele sorriu. Tive certeza de que estava feliz por me ver ao seu lado. E eu nunca sairia dali. Não importando o que aconteça. Primeiro, eu amo Percy como meu amigo, e depois o amo como meu namorado. Assim que ele sorriu, foi inevitável não sorrir de volta. Acaricei seu rosto levemente com a ponta dos dedos. Ele pareceu gostar daquele toque.

- Já disse que você é louco? - perguntei rindo.

Percy riu e continuou olhando em meus olhos.

- Não fui quem foi para a casa de um psicopata sozinho! - ele rebateu.

Revirei os olhos. Aquela atitude fora realmente muito idiota. Onde eu estava com a cabeça? Estava pensando que Luke confessaria tudo e depois se entregaria para a polícia? Nunca. Sim, eu era uma idiota. E por uma idiotisse dessa, quase perdi o homem que estava bem em minha frente.

- Desculpa. Foi minha culpa, quase perdi você. - digo segurando sua mão ainda mais forte.

- Não foi perda total. Se você não tivesse feito isso, eu não teria ido atrás de você assim que li o que o bilhete queria dizer, não teria me declarado, não teria tido a melhor tarde de todas ao seu lado, e, consequentemente, nao teria você. - Percy disse tocando meu rosto.

Sorri como uma boba ao me lembrar disso tudo.

- Mas, Annie, o Luke... O que aconteceu com ele? - Percy perguntou, ele parecia confuso.

Contei então a ele o que tinha acontecido. Sobre como Luke tentou me levar com ele, sobre toda minha dor quando escutei isso, e sobre como pedi para que ele me matasse. Percy ficou um tanto furioso ao saber disso, mas assim que contei que Zeus chegara no momento certo, ele pareceu feliz. 

Zeus. Ainda não havia tido a oportunidade de agradecê-lo. Ele salvara minha vida e a de Percy também. Luke certamente estava morto. Eu me lembro bem do sangue em volta de seu corpo. E Zeus fizera aquilo por Thalia. Palavras dele mesmo. Foi a última coisa que escutei antes de apagar de vez.

- Ele está morto... Um grande alívio que Zeus tenha feito, porque se tivesse deixado para mim... Eu certamente o mataria do modo mais doloroso - Percy disse.

Não vi outra escolha a não ser rir da cara dele. Percy era muito vingativo quando queria. O acalmei com um beijo leve em seus lábios. Mas, como sempre, ele queria mais. Puxou-me pela nuca e tentou aprofundar o beijo. Não durou muito, foi até Percy gemer de dor e ver que era melhor parar. Ele tocou seu lado esquerdo e vi, pelo pano de sua camisola, que havia um enorme curativo ali. Pensei na quantidade de pontos, não queria que nenhum deles de soltassem.

- Annie, e quanto... à nós dois? - Percy perguntou timidamente.

Senti meu rosto corar assim que ela perguntou isso. Eu já o considerava como namorado. Mas não sabia se ele pensava da mesma forma. Mordi o lábio inferior enquanto pensava em uma resposta.

Nada me vinha á cabeça. O que eu diria? "Quer namorar comigo?". Poderia soar clichê de minha parte, mas eu queria que Percy desse o primeiro passo. Fiquei imóvel, apenas o encarando. Seria muito egoísmo esperar que ele fizesse o pedido? Sim, seria. E seria machismo de minha parte. Não ao certo se isso existe, mas seria. Eu não ficaria esperando aquele Cabeça de Alga se tocar que quero algo sério com ele. Já sabia o que iria dizer. Por mais que isso soasse estranho, de ambos os lados.

- Perseu Jackson, não sei ao certo como lhe dizer isso, mas... Aceita namorar comigo? - pergunto sentindo que meu rosto estava quase pegando fogo.

Percy riu e tentou se sentar. O ajudei e sentei-me em sua frente, na cama. Ele tocou meu rosto de leve com as duas mãos e massageou meus cabelos. Eu amava aquilo. Sorri enquanto aproveitava aquele carinho. Percy então me puxou para mais perto e me beijou. O beijo foi calmo, e cheio de saudade. Parece que seus pontos já não doíam tanto como alguns minutos atrás. 

Ao interromper o beijo, manteu meu rosto próximo do seu.

- Annie, acho que era eu quem devia ter feito esse pedido. É assim que normalmente acontece. - Percy disse rindo.

Ri também e tive que me controlar para não lhe bater. Ele era um homem frágil agora, eu tinha que ter cuidado.

- Esqueceu que não somos um casal normal? - pergunto.

Percy ri de verdade pela primeira vez naquele dia. Fiquei feliz por ver aquele sorriso de volta. 

- É claro que eu aceito, Sabidinha. - ele respondeu me beijando novamente.

Me perdi novamente em seus lábios. Eram os mais doces que eu já havia provado. E, certamente, não iria desgrudá-los não cedo. Eu amava Percy. E tinha certeza de que esse meu amor era verdadeiro. Não era apenas algo passageiro, era real. Eu nunca o deixaria. Seria sempre ele, sempre.

Só depois de muito tempo, saí de seu quarto, dando de cara um uma Atena muito irritada por eu ter saído sem que a enfermeira fosse me ajudar. Mas completamente feliz por saber que Percy e eu estávamos juntos. 

Percy saiu do hospital cinco dias depois. Fomos pessoalmente agradecer Zeus, e ele pareceu ficar emocionado com isso. Ele vingara a morte da filha e ganhara dois grandes amigos. Não sabia ao certo se estava feliz pela morte de Luke. Afinal. aquilo fora muito fácil. Morrer é fácil, viver é que é difícil. Mas, viver pode se tornar fácil se encontrármos uma pessoa a qual torne nossos dias mais belos. E eu havia encontrado o meu.

Tem dias que nos parecem ser péssimos. Tem dias que nos parecem ser o mais belo. Mas não é o dia que é diferente, e sim alguém que o torna diferente. Daquele dia em diante, tinha a plena certeza de que, Percy e eu viveríamos todos os dias da melhor forma possível.


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Notas finais do capítulo

É, está acabando. Amanhã posto o epílogo. E, para quem ficar interessado, também começarei outra fic. Desta vez será Original, ficarei feliz se dessem uma passada lá amanhã. Então, nos vemos amanhã NHAC ;3