Accidentally In Love escrita por MissLerman


Capítulo 21
Capítulo 21 A chave


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde meus amores, aqui estou eu novamente. Aqui na minha cidade tá um frio do cão e chovendo, o que me deixou inspirada para postar, afinal amo frio e tempos nublados. Espero que o capítulo fique bom (:



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Ao chegar em casa, a primeira coisa que fiz foi tentar dormir. Disse bem, tentar dormir. Havia alguma coisa me incomodando. Como se eu tivesse deixado escapar algum detalhe. Me remexia na cama de um lado para outro. Tinha alguma coisa martelando em minha cabeça. Olhei no relógio e vi que mal havia passado das duas da manhã. Deitei novamente em minha cama e fiquei encarando o teto. O que estava faltando?

Pensei no dia que havia passado. Percy e eu tínhamos feito tudo o que estava a nosso alcance. Ele havia me dito, antes de me deixar em casa, que levaria amanhã (ou hoje) sua caixa de ferramentas para tentármos abrir a gaveta trancada do quarto de Thalia.

Percy... Será que ele era o motivo pelo qual eu não conseguia dormir? Pensei nele uma última vez. Seus olhos, sua boca, tudo nele me convidava. Ele ficara visivelmente enciumado quando Will deu em cima de mim. Me perguntei se aquilo era apenas preocupação de amigos ou se, por algum motivo, poderia ser algo mais.

Cobri minha cabeça com a coberta e escutei uma fina chuva começar a cair. Perfeito. O barulho de chuva me acalmava. Me virei de lado e fechei meus olhos. Sonhei novamente com aqueles olhos. E que estava o beijando assim como a última vez. Adormeci com um sorriso nos lábios.


"Perdi o horário" foi o que pensei assim que escutei a campainha de casa tocar. Me levantei num pulo e olhei no relógio. Quinze para as nove, ótimo. Sai correndo pela casa descalça mesmo. Ao chegar perto da porta, me deparei com o bilhete cor-de-rosa. Não poderia deixar Percy, ou seja lá quem estivesse do outro lado da porta, ver aquilo. O peguei rapidamente e o guardei na gaveta. Só então abri a porta. Não me surpreendi ao ver Percy parado com um olhar nada agradável.

– Desculpa. - digo fazendo um sinal para que ele entrasse.

Imediatamente me dei conta do que estava usando. Meu pijama que Percy tanto odiava. Tentei dar uma abaixada no shorts e arrumar a blusinha para que não ficasse tão provocante. Mas Percy já tinha me visto, e estava completamente vermelho e sem graça. Ele tentava não focar os olhos em mim, mas parecia ser uma missão difícil.

– Acho que... é melhor eu ir trocar de roupa. - digo me virando e indo para meu quarto.

Ao chegar, abri o guarda-roupa e peguei a primeira roupa que encontrei. Uma calça jeans, uma blusinha de manga curta que, apesar de destacar meus seios, era minha preferida, e meus tênis inseparáveis. Dei apenas uma arrumada em meu cabelo e fui encontrar Percy. Fui para a sala e não o vi. "Certamente está na cozinha" pensei. E não poderia estar mais certa. Fui até a cozinha e encontrei Percy devorando um pedaço de pizza que já devia ter passado da validade a muito tempo. Ele quase engasgou ao me ver.

– Foi mal, Annie. É que eu não tomei café, então... - ele disse ainda com o pedaço de pizza na mão.

Revirei os olhos e peguei o outro pedaço. Era de mussarela, e realmente, não estava tão ruim assim. Percy e eu terminamos de comer nossas pizzas de semana passada e fomos para seu carro. Dei uma olhava no vidro do carro antes de entrar. Meu cabelo não estava lá aquelas coisas, mas estava aceitável.

Comecei a ficar preocupada comigo mesmo. Me apaixonar por Percy tinha seus sérios efeitos colaterais. Eu estava me arrumando, usei um vestido que jamais em minha vida toda imaginaria usar, comecei a ter sonhos estranhos, não do tipo eróticos, mas estranhos. Estava começando a se tornar normal eu sonhar que estava beijando Percy. E esses tais sonhos faziam com que eu acordasse ofegante e com o coração acelerado. Nunca pensei me sentir assim por causa de alguém.

Ao entrármos no carro, a primeira coisa que disse para Percy foi:

– Trouxe as ferramentas?

Ele assenteiu e apontou para uma caixa que estava embaixo de seu banco. Sorri satisfeita e nos encaminhamos para a casa de Zeus. Pela primeira vez naquele dia, reparei que Percy estava usando uma camiseta de gola V. Ela deixava uma pequena parte de seu peito a mostra, o que fez com que uma onda de calor invadisse meu corpo. "Merda!" pensei. E então abri a janela, deixando aquele vento gelado entrar. Estávamos em pleno Outono, minha estação preferida.

Durante todo o caminho, evitei o máximo olhar para Percy. Quando ele falava comigo, eu simplesmente respondia mantendo minha cabeça voltada para a janela o tempo todo.

Chegamos em poucos minutos, hoje o trânsito estava favorável em Nova Iorque. Saímos do carro e logo avistei Zeus e Hera conversando. Caminhamos calmamente até eles. Percy levava sua caixa de ferramentas em uma mão e com a outra mexia no celular. Fiquei tentada a espiar e ver com quem ele estava trocando mensagens, mas me conti. Chegamos perto do casal Olimpius e me adiante:

– Bom dia, Zeus. Bom dia, Hera. Nos desculpem por termos saido sem avisar ontem, é que pensamos, bem... - não consegui terminar. Zeus pareceu entender.

– Tudo bem, Annabeth. Mas, então, por que esta caixa? - ele disse apontando para a caixa nas mãos de Percy.

– Encontramos uma gaveta trancada no quarto de Thalia ontem. Como não consegui abrir com um grampo simples, trouxe minhas ferramentas. Achamos que, para ela estar trancada, é porque algo importante existe lá dentro. O que o senhor acha? - Percy disse.

Zeus assentiu e seguiu para dentro da casa. Depois de uma rápida troca de olhares entre mim e Percy, o seguimos. Hera não disse nada, apenas foi para o jardim e ficou lá sozinha, do mesmo jeito que fizera ontem.

O quarto de Thalia era mantido trancado por segurança. Mas creio que Zeus tinha ciência de que não poderia fazer isso para sempre. Afinal tinham uma série de fatores. Como os mofos e fungos, caso o quarto fiquei fechado por muito tempo. Entramos no quarto e Percy rapidamente colocou as luvas e começou a mexer em suas ferrramentas.

Quando digo que Percy entende de arrombamentos, é porque ele realmente entende de arromabamentos. Tinha várias chaves-mestra, de todos os tipos. Ele pegou uma de quatro segredos, assim como a fechadura pedia, e a encaixou no buraco. Movimentou a chave de uma lado para outro, sempre prestando atenção nos sons. Ele estava muito conscentrado, e ambos estávamos em silêncio. Até que um estralo mais alto nos animou. Parecia que a gaveta havia sido destrancada.

Mas assim que me aproximei para abrí-la, escutamos uma cantada de pneu e uma batida. Olhei surpresa para Percy e vi o pânico em seus olhos. Corri para a janela e, de lá de cima, vi que um Porsche preto havia batido em seu Camaro. Ao ver a cena, Percy ficou horrorizado. Saiu do quarto gritando:

– Eu vou matar o filho da mãe que fez isso!

Corri atrás dele para impedí-lo de fazer alguma besteira. Ele parecia estar soltando fumaça pelos ouvidos.

– Percy, espera! - eu gritava, mas ele não me escutava.

Ao saírmos da casa, avistei Zeus conversando não tão amigavelmente com um moço dentro do Porsche. E este moço eu reconheci imediatamente: Luke Castellan. Mas o que raios ele estava fazendo ali?

Percy, já com os punhos cerrados, se aproximou e, assim que viu quem era o dono do carro, ficou ainda mais raivoso. Ele abriu a porta do Porsche brutalmente e tirou Luke de lá pela gola da camisa. Quando finalmente o alcancei, notei que Luke estava visivelmente bêbado. Ele cantarolava músicas se sentido, e me ollhava de cima àbaixo.

– Quem você pensa que é? Tem noção de quanto vai demorar para arrumarem meu Camaro? Era uma Camaro 78, um 78! Não é fácil encontrar um assim! E agora ele está acabado, graças a você! - Percy gritava para Luke, que parecia nem ligar.

– Annie... Oi... Eu estava mesmo te procurando... - Luke murmurou saindo de perto de Percy e vindo até meu encontro. Mas não conseguiu completar o caminho. Assim que chegou perto, caiu no chão. Parecia estar dormindo.

Olhei para Zeus como se pedisse para ele fazer alguma coisa. Ele apenas pegou Luke e o colocou em seu carro.

– Vou levar o rapaz para um hospital. Quem sabe, tomando um pouco de soro, ele melhore. - Zeus disse o colocando o banco de trás.

Assenti e fui para perto de Percy. Ele estava agaxado perto de seu carro. Realmente, aquela batida havia acabado com o velho Camaro. Se o levasse para alguma oficina, provavelmente ficaria uma fortuna para arrumar tudo. A frente do carro teria que ser inteira refeita. Estava amassado e o vidro do lado do motorista havia sido quebrado. Como o carro de Luke pegou em cheio na porta, esta não poderia mais ser considerada porta.

– Daremos um jeito. - digo para Percy colocando a mão em seu ombro. Ele parecia muito mal. Aquele carro lhe pertencia desde que ele completara 18 anos. Era como um amigo.

– Não acho que seria possível, Annie. Aquele idiota do Castellan acabou com a lataria. - ele disse rancoroso.

Entendia como Percy estava se sentindo. Homem geralmente são muito sentimentais quando se trata de seus carros. Ficamos um tempo observando o que havia restado do velho Camaro preto de Percy e o pouco amassado Porsche também preto de Luke. Só fomos interrompidos quando um guincho chegou. Percy parecia não estar nem um pouco afim de conversar. Decidi então deixá-lo sozinho um pouco. Fui até o homem que estava dirigindo o guincho e lhe dei as informações mais importantes. Ele me explicou que o dono do carro, no caso Percy, deveria ir para a delegacia e fazer um Boletim de Ocorrência. E que ele precisaria guinchar o Porsche.

Agradeci pela informação e fui falar com Percy.

– Percy, o cara do guincho disse que você deveria ir até a delegacia. Ele vai levar o carro de Luke e, como o guincho é por perto, talvez ele te dê uma carona. - eu disse.

– Juro que um dia eu o mato! - ele disse. Então foi até o cara do guincho, um senhor com um bigode engraçado, e lhe disse algo. Depois, entrou no carro e não me dirigiu uma palavra sequer. Me senti um tanto magoada. Estava tentando ajudá-lo, caso não tenha percebido. Um "obrigado" bastava. Mas eu sabia como Percy era esquentadinho. Então me limitei a revirar os olhos e voltar para dentro da residência Olimpius. Hera não havia movido um músculo sequer. Achei estranho, mas então me lembrei de algo ainda mais importante: a gaveta!

Com toda aquela confusão, acabei me esquecendo da gaveta. Corri para o quarto de Thalia e nem sequer me preocupei em prender meu cabelo. Abri a gaveta de sopetão e quase cai de costas ao ver o que nela estava guardado.

Estiquei minhas mãos e vi várias fotografias. Uma das primeiras, me recordei assim que a vi, estávamos eu e Thalia com fantasias de Halloween. Eu era uma mafiosa e Thalia uma zumbi. Tínhamos 14 anos na época. Sorri ao ver aquela foto. A guardei em um saquinho de evidências e continuei vendo as fotografias. Tinham algumas realmente velhas, como a de Thalia ao lado de um menino loiro. Eles estavam abraçados. Na verdade, apenas Thalia estava abrançando-o.

Eram apenas fotos assim. De amigos, família. Havia até uma foto de Zeus. Bem mais novo, claro. Ele carregava um bebê gordinho de cabelos pretos e ondulados no braços. A reconheci imediatamente. Era impossível não reparar naqueles olhos azuis. Thalia era um bebê muito lindo. Zeus exigia a filha com um enorme sorriso no rosto. Estavam em algum lugar cheio de plantas, algo como um jardim. Acho que minha amiga sentia falta daqueles momentos ao lado do pai.

Eram várias fotos, guardei todas no saquinho de evidências, até que encontrei uma que não me agradou nem um pouco. Eu sabia que tinha algo de errado. Peguei a foto e a examinei com cuidado. Parece que alguém havia mentido para mim, e isso eu não tolerava.

– Bingo! - eu disse me levantando num pulo.

Acho que deveria fazer uma visitinha a um amigo. E esta visita, não seria agradável.


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Notas finais do capítulo

Curiosos para saber quem era na foto? Espero que sim. Então, queria saber o que vocês estão achando da fic. É que estou sentindo falta de vários leitores. Só queria saber a opinião de vocês. Até amanhã blueberries NHAC ;3