Dream Or Reality? escrita por Aneliese Fanfictions, Michi S2


Capítulo 26
2 Temporada - Capítulo 11° - Luce Maxwell?


Notas iniciais do capítulo

Bom esse é mais um capítulo de Edward, não sei quantos capítulo ainda terá com ele narrando.
Mas, eu espero que vocês estejam gostando da fic.
Boa Leitura. *_*



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Edward POV

A decisão foi tomada e Alice está muito revoltada. Ela queria ter Zoey, ou melhor, Luce na família logo e me culpa por não permitir que nenhum dos Cullen se aproxime dela. Não nego que eu também desejo isso, mas existem coisas mais importantes que a minha felicidade, como a segurança dela, por exemplo.

Todos os dias, venho travando uma luta interna onde o racional e o irracional tentam dominar minhas decisões. A razão diz que a personalidade dela pode ser completamente diferente da minha Zoey e a emoção, o lado irracional, diz que, por mais que a razão crie obstáculos, meu coração morto sabe que é ela.

Por todos os dias, essa batalha é travada e sempre é a razão que vence. Talvez pelo medo de ela não ser em nada parecida com a minha Zoey, talvez pelo medo de ser rejeitado por essa nova versão dela, talvez pela falta de contato com seu rosto, seu cheiro, seus olhos, limitado somente ao intervalo e à saída do colégio.

A verdade era que eu lutava para não criar esperanças porque eu temia. Temia que elas fossem destruídas e junto com elas, minha estabilidade e sanidade fossem dilaceradas. Eu estava inseguro, como sempre fui com Zoey. Se ela me aceitaria, se ela me amaria, se ela me perdoaria. Eu era um poço de dúvidas e inseguranças.

Monitorei sua vida através dos pensamentos de terceiros. Seus amigos, seus colegas, seus professores e vizinhos. Descobri toda a sua vida pelos olhos de outros. E ela era realmente intrigante. Às vezes, via Zoey nela, principalmente quando tropeçava, escorregava e caía. Queria estar lá para segurá-la, mas não poderia. Eu tomei a minha decisão, a decisão certa. Às vezes, não conseguia reconhecer nada de Zoey nela, principalmente quando estava com os amigos. Ela parecia feliz e satisfeita e eu não estragaria isso.

Contentei-me em ficar protegendo-a de longe, observando-a. Vez ou outra me permitia a visitá-la à noite, velando seu sono. Alice implicava comigo por não permitir sua aproximação, quando nem eu mesmo respeito minha própria decisão ao ir lá.

“Isso não é justo, Edward!” Ela resmungou. Eu estava em meu quarto, era a primeira vez que eu decidi que iria lá. “Eu vi o que você vai fazer. Por que eu não posso me tornar amiga dela?”

“Eu só vou observá-la. Não vou fazer amizade, nem entrar na vida dela.” Respondi indiferente.

“E por que não?” Ela estava irritada.

“Já discutimos sobre isso.” Encerrei a conversa e saí em direção ao meu destino.

Comecei a ir lá quase todas as noites. Só observando.

“O que você tanto faz lá?” Emmett me perguntou durante uma de nossas caçadas.

“Só a observo.” Dei de ombros.

“E o que você está esperando com isso?” Ele tentava me entender. Para Emmett, era complicado entender o motivo de eu só observar, sem nem ao menos tocar nela. Afinal, Emmett e Rosalie mantinham uma relação muito além de ativa.

Dei de ombros de novo. Não queria explicar a ele que esperava que ela dissesse meu nome pelo menos uma vez durante o sono enquanto sinto seu perfume que tanto me fez falta, ele não entenderia que eu me contentaria somente com isso. Mas para minha decepção, ela nunca disse. Ela não dormia como Zoey, ela não se agitava na cama, ela não falava dormindo.

Depois disso, fui novamente ao seu quarto e decidi que não voltaria mais. Ela era tão parecida e ao mesmo tempo diferente da minha Zoey. Seria a minha despedida das noites de velar seu sono.

Seus pais dormiam tranquilamente no quarto que um dia fora de Charlie. Coincidência ou não, a mente do Sr. Maxwell era, tal como a de Charlie, um pouco embaçada para mim. Conseguia captar a essência, mas não conseguia ver com exatidão seus pensamentos, diferente da mãe, que era clara como água.

Aproximei-me pela primeira vez do seu rosto. Tão parecido, tão idêntico. Seu sono era tão tranqüilo, muito diferente do de Zoey. Será que ela sonhava? Será que um dia essa pergunta seria respondida?

As faces coradas, a pele de marfim. Seria tão macia e quente quanto a de Zoey? Não poderia tocá-la, não posso acordá-la. A respiração lenta e profunda, a mente fechada para mim.

Suspirei. O que eu estava fazendo, afinal? Nem eu mesmo sabia.

Essa garota pode ter o mesmo rosto, o mesmo cheiro, a mesma mente fechada, mas ela não dormia, não se vestia, não agia como Zoey, embora me surpreendesse e me intrigasse da mesma forma.

Ela era contraditória para mim. Via ela sendo extremamente expansiva com os amigos e as pessoas que ela não conhecia, mas mantinha a postura encolhida. Com os pais e a avó ela parecia estar mais confortável, ser menos expansiva e com a postura era mais ereta. Ela sempre sorria, mas nem sempre o sorriso chegava aos olhos. Ela falava sobre moda com as garotas com a mesma empolgação que falava sobre esportes radicais com os garotos. Ela era uma ótima atleta com as mãos, péssima com os pés. Ela afirmava adorar vôlei ao passo que odiava futebol. Ela comentou adorar velocidade, mas evitava correr com os próprios pés. Zoey não usava máscaras, já essa garota tinha uma coleção delas. Ela era, para mim, um lago profundo, de águas escuras, que esconde vários mistérios e criaturas fantásticas. Ela mantinha a aura de mistério que minha curiosidade insistia em descobrir. Ela me prendia. Mas ela era tão igual e, ao mesmo tempo, tão diferente dela.

Elas podiam ser diferentes, mas despertavam em mim a mesma curiosidade, as mesmas sensações. Ela não é Zoey, mas meus sentimentos por ela eram os mesmos. Embora eu me esforçasse para negar, eu sabia, eu tinha que admitir que ela mexia comigo. E eu ficava cada vez mais frustrado comigo mesmo. Eu amava Zoey, mas ela era tão diferente dela, que sentir o que sinto por essa nova garota, tal como sentia pela minha garota, fazia eu me sentir um traidor, como se eu traísse Zoey e meu amor por ela. Era confuso para mim. Elas eram tão diferentes, mas eu as amava. Como isso podia estar acontecendo?

Talvez eu não devesse me apegar tanto às comparações. Quando cheguei aqui, prometi tentar superar, mas não é tão fácil quanto parece. Seguir em frente requer muito mais força e energia que eu julgo ter, às vezes penso que seria mais fácil desistir, de tudo. Mas o fácil não é o certo e prometi tentar não fazer minha família sofrer mais.

Entretanto, sempre me pego fazendo comparações, sempre me pego tentando enxergar Zoey na garota nova. Pode ser ironia do destino ou mero acaso, o fato é que a ligação entre a minha Zoey e essa Luce não se limitava ao corpo físico ou à mente. Havia uma relação estranha entre seus nomes também, como se não bastasse as semelhanças físicas para eu as enxergar como se fossem apenas uma, como se todo o resto também devesse estar relacionando, forçando-me a perder minha sanidade. Não é algo muito explícito, é preciso muito tempo para pensar ou muita obsessão – no meu caso, a combinação perfeita dos dois – para chegar a fazer a relação que eu fiz.

Zoey, minha Zoey. Lucinda Maxwell, a garota Luce. Eu sei que é obsessivo, mas eu relacionei. Todo cisne nasceu para voar, é o seu destino. Com essa relação, eu conseguia a justificativa que eu precisava para entrar na vida dessa nova garota como entrei na vida de Zoey, mas, dessa vez, sem a culpa de estar cometendo um erro. Como se Zoey fosse um belo cisne branco e, através de Luce, alçasse vôo indo de encontro com seu destino, ficar comigo.

A verdade era que, conscientemente ou não, eu sempre encontrava um jeito de relacionar Luce à Zoey. Eu queria tanto que Zoey vivesse nessa mesma garota, que fazia minha mente trabalhar para que isso acontecesse, mesmo que não fosse de verdade, mesmo que fosse só uma relação.

E não importa quantas vezes eu me repreendesse, eu sempre acabava comparando e relacionando, não conseguia evitar. Eu queria ter Bella de volta para mim, mas também queria descobrir os segredos dessa nova garota, havia um conflito constante no meu interior e, dessa vez, não havia mais o monstro da sede para interceder. Esse monstro, que há anos quase me dominou naquela pequena sala de aula, já não existia mais porque, depois daquelas imagens – o rosto pálido e sem vida de Zoey – e depois de sentir na pele quão grande é a dor de perdê-la, ele não ousou se reerguer.

Vê-la morta novamente, seria como a maior e mais abominável das torturas. Não agüentaria, não mais uma vez. E esse era mais um dos motivos para que eu tomasse minha decisão. Sua felicidade e sua segurança estão em primeiro lugar. Não me sinto no direito de tirar isso dela. Estar junto a ela deixou de ser uma prioridade para mim. Desde o dia em que descobri como é viver num mundo sem Zoey e o dia em que descobri que poderia ter sua presença de volta à minha existência, a prioridade se tornou sua segurança, a preservação da sua vida, para que eu possa, pelo menos, desfrutar da imagem do brilho dos seus olhos, do corar de seu rosto, do cheiro do seu perfume e das batidas do seu coração, mesmo que, para isso, eu tenha que abdicar da sua companhia.

Talvez num futuro, próximo ou não, talvez quando eu pudesse ter certeza de que eu poderei protegê-la de qualquer perigo que meu mundo possa representar, talvez se ela se lembrar, eu possa, enfim, velar seu sono e estar em seus sonhos, não como um mero estranho, mas sim como seu grande amor. Era nisso que eu queria acreditar.

Até lá, teria de me contentar em apenas poder observá-la e protegê-la de longe. Ela ainda não estava segura e eu não podia baixar a guarda. Victoria ainda estava à solta, não podia deixá-la saber da existência dessa nova garota, tão parecida com Zoey. E o pior de tudo era que eu não tinha idéia do que ela estava planejando, mas, fosse o que fosse, não me parecia ser boa coisa.

Com todos esses pensamentos e todas as circunstâncias, afastei-me de seu tranqüilo corpo. Ainda dormia profundamente, parecendo um anjo. Percebi que se eu quisesse protegê-la de mim, não poderia mais visitá-la. A vontade de tê-la em meus braços era gigantesca e o controle, a cada dia, pendia para a irracionalidade, trazendo-me mais próximo à sua presença, contaminando sua vida.

Eu tinha que ir. Eu devia. Se eu ficasse, destruiria a sua vida. A dor de vê-la amar outro, embora viesse a ser extrema, seria infinitas vezes menor que a dor de vê-la pálida e imóvel por minha, exclusivamente minha, causa. Eu precisava deixá-la, antes mesmo de ficar com ela. Seria melhor para ela, ela não sofreria. E continuaria viva. Era tudo o que eu queria.

Dando as costas para a cama, caminhei rapidamente em direção à janela. Se demorasse, toda a determinação ruiria em pó e não seria capaz de salvá-la. Era preciso, era necessário. Apressei-me enquanto ouvia seu coração batendo mais forte, como numa despedida indesejada.

Lembrei-me dos momentos felizes com Zoey, suas reações, seus olhares, seu riso, o rubor em suas faces. Voei pela janela, correndo em direção à floresta, permitindo toda a angústia se aflorar.

“Não... vá...” Pensei ter ouvido num suspiro. Estava ficando louco. Como queria que fosse ela me dizendo isso. Meu coração morto tinha tanta necessidade de ficar com ela que podia jurar que minha mente criava armadilhas, prendendo-me àquela bela figura adormecida.

Eu queria ficar, mas eu não podia.

Fugindo de mim mesmo, de todas as dúvidas e confusões, permiti-me correr, o mais rápido que podia, deixando para trás todos os problemas que me atormentavam. A chuva voltava a cair, encobrindo-me, separando-me do mundo, lavando, por um breve instante, os pensamentos de mim. E como um presente dos céus, consegui não pensar em mais nada, mergulhando num silêncio tão incomum para mim. Apenas sentia a velocidade, a água escorrendo pelo corpo, os pés mal tocando o chão.

As sensações se afloraram. Eu apenas sentia. Não havia dúvidas, não havia questionamentos, não havia preocupações. Naquele instante, só havia sentimentos. E dentre todos, o maior deles remexeu-se lá no fundo, subindo, se libertando de uma prisão antiga, emergindo em mim. Todo meu amor por Zoey veio à tona. Eu amava Zoey e eu amava essa nova garota.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Por Favor comentem.
Até o próximo.
Bjuxx *_*



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