Ps: I Love You escrita por Ghst


Capítulo 50
Capítulo 49 - Take three cards




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- U-A-U! – Bri disse abismada, encarando Winter com os olhos arregalados e o queixo caído.
- Pois é, U-A-U! – Win repetiu, jogando-se deitada na cama da amiga.
As duas estavam no quatro da loira há várias horas e Winter já havia contado tudo o que havia acontecido nas ultimas semana que elas não tinham se visto.
Kenna e Julia eram ótimas amigas nesses momentos difíceis, mas Bri era, definitivamente, a única pessoa sensata o suficiente para dar um conselho bom, naquele momento. Até porque, Júlia e Kenna tinham seus próprios problemas. Uma havia terminado o namoro com Andrew – ou como a própria Kenna costumava dizer: Fui chutada – e Júlia estava tendo certos problemas de comunicação com Zacky. Mais precisamente, os dois não conseguiam conversar entre si sem gaguejar ou corar.
Isso tudo havia resultado em apenas uma coisa. A turma havia se separado completamente naqueles últimos dias. Ela, Kenna e Júlia tinham se isolado dos outros – e até uma das outras – oficialmente, Jimmy passara os últimos dias trancado em seu quarto, saindo somente para comer, ir ao banheiro, e às vezes sentava-se no quintal, escrevendo alguma coisa em um caderno velho. Zacky havia procurado Johnny para que não precisasse se excluir sozinho, Tony passava todos os dias com Synyster, sempre se lamentando pela forma como havia tratado Kenna – e se sentindo ainda pior quando Synyster concordava – e Matt e Val, por fim, estavam sempre atrás de reuni-los novamente, para novos ensaios da banda, que nunca chegavam realmente a acontecer.
- Então, eu devo supor que vocês estejam juntos? – Bri perguntou, após um longo tempo de silêncio.
- Hã? Nós? – a outra perguntou, avoada.
- É! Você e o Brad.
- Brad? Mas o nome dele é James.
A loira abanou a mão, indiferente.
- Ah, eu sempre confundo.
Winter riu.
- Como você confunde James com Brad?
- Eu confundo Jimmy com Brad... Mas nem vem ao caso... E não mude de assunto, pegou o rapaz ou não?

Winter riu alto e deu um soco fraquinho no ombro da amiga, ficando sentada de índio na cama da amiga.
- Eu não “peguei”, e nem pretendo “pegar”.
- Ué, mas você não disse que acha que ele terminou com o fósforo?
- É... Mas não sei o que fazer... – Win suspirou, enfiando a cara no travesseiro para abafar um grito.
Bri levantou-se da cadeira ao lado da cama e foi até seu armário.
- Você é uma pessoa muito confusa, Win... E aquela história de ser tornar a pop-gostosa como vingança? Desistiu? – a amiga lhe perguntou, ainda de costas, fuçando no armário.
- É... Mais ou menos... Decidi que me arrumar mais faz bem, e não vou voltar a usar aqueles trapinhos não, mas definitivamente não vou trocar minha personalidade por nada e não me importo se aquela gente não gostar.
A loira virou-se para Win, sorrindo, com algo nas mãos.
- Assim que se fala! Eu quero ver você passando por cima de tudo e de todos sendo você mesma.
Winter franziu o cenho, rindo.
- Você me assusta às vezes, sabia? – ela olhou nas mãos da outra, que havia sentado na cama também e reconheceu o objeto. – Como você conseguiu isso?
- Ué, você me deu na biblioteca, lembra? – Bri riu, deixando a caixa de madeira rústica em cima da cama.
- Na verdade, não.
- Você me pediu para guardar... – a loira explicou. – Provavelmente estava preocupada demais pensando no Brad...
- Jimmy!
- Tanto faz... – ela deu os ombros e abriu a caixa.
Dentro tinha dois montinhos de cartas em perfeito estado. Os dois montinhos separados por uma placa de madeira.

- Eram os dois pra uma pessoa só, mas como somos duas, você escolhe um monte e eu o outro.
- O que você quer fazer com isso?
- Te ajudar. – Bri fingiu-se de ofendida. – Não lembra do que a moça estranha das cartas disse? “Essa caixa possui algumas cartas, completamente diferente dessas que vocês tiraram. Quero que a leve com vocês e a abram quando estiverem em apuros e precisarem de conselhos”.
- Foi assim que ela disse?
- Não sei, mas se não foi, foi algo parecido... Agora vai... – ela virou a caixa para a amiga. – Pega três cartas e não olha ainda.
Win obedeceu.
Pegou o monte e o embaralhou. Pegou a primeira carta de baixo para cima, a primeira de cima para baixo e depois uma do meio. Depois voltou o monte para a caixa.
- Pronto...
- Ótimo! – disse Bri, escolhendo então o monte da direita.
Ela fez o mesmo processo de Winter e depois voltou o monte à caixa, fechando-a em seguida.
- Certo... – ela olhou para Win. – Sua primeira carta é?
Win virou a primeira e crispou a boca.
- O Recomeço.
Bri abriu um sorriso.
- Acha que se refere ao Brad?

- Não... Sei... – ela completou, observando a carta. Havia o desenho de uma linha que na primeira metade era cinza e torta e na segunda era azul clara e totalmente reta. – Não tem muito porque se referir ao Jimmy, já que nós não tínhamos começado nada, pra depois recomeçar.
- Isso depende dos olhos de que vê... No seu aniversário, por exemplo, você me disse que se beijaram naquele dia... Não acha que pode ter sido um começo?
A outra deu os ombros.
- Tanto faz... Qual é a sua primeira?
Bri puxou a primeira carta das que tinha separado e fez cara de tédio.
- Sabedoria. – disse displicente. – Provavelmente quer se referir a outro curso idiota que eu vou ter que fazer... Tira a sua segunda.
Win bufou e tirou a segunda carta entre as que tinha selecionado.
- Música... – ela disse. – Parece bom, né?
- Pra mim ta ótimo – Bri sorriu. – Digo, o seu.
- Calma, tira mais uma.
A loira o fez.
- AH-NÃO! – ela exclamou entediada, jogando-se na cama. – O trabalho! Fala sério, será que a minha vida nunca vai ser algo mais do que estudar, estudar e estudar?
Winter não conseguiu conter a risada.
- Calma, criatura. A minha não é só estudar, e eu não to realmente feliz por isso.
A loira levantou-se novamente, ficando sentada de índio na cama, igual Winter.
- Vai, quero ver sua terceira. Eu vou alimentar minha necessidade de aventuras com a sua vida.
- Ah, que bom. – a outra riu, virando a última das três cartas.

Um sorriso surgiu quase automaticamente nos lábios da menina.
Bri abanou as mãos, ansiosa.
- Você ta rindo! Me diz, o que é?
Winter levantou os olhos para a amiga.
- Vira a sua terceira primeiro.
- Mas...
- Vai, vira!
Bri deu os ombro, virando-a.
- O Laço do Destino... – ela mostrou a carta a outra. Tinha uma espécie de aurora desenhada em cima de uma fita verde, que flutuava graciosamente, cruzando-se em vários pontos. – Credo, que coisa mais “novela mexicana”. Mostra a sua, a-go-ra!
- Primeiramente: viu como a sua vida não é só estudar? Essa carta pode significar muita coisa boa, ué. – a outra revirou os olhos. – Mas enfim, a minha carta é...
Ela virou a carta.
Nela havia uma linda estátua de mulher, que empunhava uma rosa branca.
A mulher sorria.
- A Felicidade... – Win disse por fim.
As duas sorriram silenciosas por um rápido instante, e depois Bri pulou em cima da amiga, gritando animada algo como “Win-e-Brad! Win-e-Brad! Win-e-Brad!”.


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