Ps: I Love You escrita por Ghst


Capítulo 27
Capítulo 26 - Chorar pode doer




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- Eu... Eu não acredito que foi ele. – ela disse com a voz falha.
- Calma Win – disse Kenna, indo até a amiga e a segurando pelos ombros. – Olha, o Jimmy deve até ter se arrependido. Ele deve ter deixado quieto pra não brigar com você.
Win lançou um olhar ironico a amiga.
- Nem você mesma acredita nisso, Kenna!
A menina não respondeu e depois de um rápido momento de silêncio, os olhos de Win arregalaram-se.
- O que foi? – perguntou Tony. Rezou para que não tivesse passado pela cabeça da menina a mesma coisa que passara pela sua.
- Se ele teve coragem de fazer isso... – não terminou a falar.
Livrou-se dos braços de Kenna e deixou mais algumas lágrimas cairem dos olhos.
- Onde você... A não... Era o que faltava. – lamentou-se Kenna, vendo a amiga correr até o quarto de Jimmy.
A morena abriu a porta do quarto um um violento empurrão. Jimmy, que entes parecia deitado na cama, olhando pro teto, levantou-se assustado, dizendo à Winter algo que ela não deu atenção.
Seus olhos procuraram desesperadamente por alguma coisa no quarto dele.
Ele repetiu alguma coisa, mas ela não ouviu novamente, tomada pela confusão.
Kenna e Tony tinham um olhar severo sobre Jimmy, mas também tentavam procurar algo que pudesse ser do interesse de Winter.
A menina avistou a mochila do rapaz aos pés da cama e, como um furacão, foi até a bolsa, abrindo-a e depois jogando tudo que tinha lá dentro pra fora.
Quando se levantou, tinha nas mãos um pequeno pedaço de papel rasgado.
Seus olhos estavam tristes como nenhum dos três amigos jamais tinham visto.

- Por que? – ela perguntou, com a voz embargada.
- Por que o que? – o rapaz não entendeu.
- Isso é a senha do meu armário, James! – ela disse chorando. – Por que você me odeia tanto? Por que você sente prazer em fazer tudo isso comigo?
Ele se levantou e foi até ela, sem entender nada. Ela não o deixou se aproximar, apenas o empurrou para longe.
- Não se faça de tonto – ela gritou. – Foi você que me derrubou no dia do teatro.
O rapaz ficou pálido e finalmente sem o que dizer.
- Win... Eu... O negocio do teatro... – gaguejou, sentindo os olhos formigarem. Acabara de descobrir que não gostava de ver a menina chorando. – Eu não coloquei o gabarito das provas no seu armario.
- E o que isso mudaria, se realmente não tivesse sido você? – ela perguntou. – Você destriu minha apresentação, não foi?
- A Leana, ela...
- James, não pense que só porque você se acha melhor que os outros, você realmente seja. Você deve ser muito sujo pra ainda jogar a culpa na namorada desse jeito.
- Win... Eu...
- Eu não quero mais te ouvir.
- Mas Win, isso foi antes de... De descobrir o que eu sinto!
- Pára! – ela gritou. – Será que você não tem coração? Será que você simplesmente não sabe lidar com a felicidade dos outros?

- Eu nunca disse nada disso.
- Você nunca precisou! – ela disse, agora completamente aos prantos. – Esteve sempre escrito nos seus olhos, não é? Eu fui tonta. Fui eu... Eu é que devia ter me afastado não?
- Não, eu nunca te pediria para se afastar. – ele disse. Sentiu os olhos marejarem. Doia ver ela chorando. Doia ainda mais saber que era por sua causa.
- Olha, eu nunca pedi pra você gostar de mim, mas será que você não poderia, ao menos, ter somente me tratado mal? Teria doido menos, James... Muito menos.
- Win, olha, eu aceitei fazer aquilo com você porque achei que você tava atrapalhando minha vida, Tinha medo de... Sei lá...
- Meu Deus, que medo seria capaz de te levar a esse ponto? – ela gritou.
- Medo de me apaixonar por você! – ele também gritou.
Ela ficou em silêncio. Amava ele, e saber disso fazia seu coração doer ainda mais.
- Por favor... – ele disse. – Me perdoa, juro que se já me sentisse como me sinto agora, não faria nada pra te machucar.
- PÁRA DE MENTIR! – ela gritou, a voz já estava falhando. – PÁRA DE ME MACHUCAR, POR FAVOR, PÁRA!
Ele se aproximou e, quase que a força, abraçou-a. Os olhos azuis do rapaz também estavam molhados.
Ela se permitiu sentir o calor do corpo dele por alguns instantes, apenas soluçando alto.
Ele pode sentir o coração dela bater acelerado. Não queria mais machucá-la.

- Me solta. – ela pediu rouca.
- Eu...
- Me solta, Jimmy, por favor! – pediu chorosa.
Timidamente, ele atendeu ao pedido da menina.
- Win, por favor.
- Pára de mentir pra mim! – ela chorou.
- Eu não fiz por mal.
- Pára! Sua voz me machuca. Olhar seus olhos quase me mata! – ela implorou. Era impossivel se dizer se ela expressava odio ou magoa. – Por que você teve que estragar tudo justo quando tudo estava se acertando.
Ele não disse nada. Winter deu um passo em direção à porta. Os amigos já não estavam mais lá.
- Por que você fez isso, Jimmy? Por que justo quando eu descobri que te amava? – acamou a voz e tornou a olhar para o moreno. Estava a ponto de sair correndo. – Por que você se tornou tão frio? Alguém que gosta de machucar?
- Eu... Me desculpa, eu te amo. – ele disse, sem reação, vendo a menina se estremecer.
Winter sentiu um frio gelado consumir seu corpo, e saiu correndo dali, querendo afastar a imagem do rapaz
O rapaz desabou na cama, ao ouvir a porta da casa bater no térreo.
Enquanto isso, Win chorou, correndo para onde não pudesse ser achada.
Não se percebeu adentrando o jardim que tanto adorava, simplesmente correu até o centro do lugar, onde, sentada na beira da enorme fonte, estava uma loira. Ela assustou-se ao notar Winter ali, mas assustou-se ainda mais ao ver o estado da morena.

- Win? O que...
Não terminou o que dizia, antes disso sentiu a amiga jogar-se em seu colo, como se pedisse por um abraço. Ela o fez.
- Eu não quero mais vê-lo, Bri, nunca mais. – disse chorosa.
A loira lançou um olhar de pena a amiga, mesmo sem entender o que estava acontecendo.
- Não digo isso, Win, nunca peça por algo que você realmente não quer!
Winter levantou a cabeça, encarando a amiga. Seus olhos castanhos tinham um brilho triste.
- Bri, por que chorar doi tanto?
A loira abriu um meio sorriso, deitando a cabeça de Win no seu colo e começando a fazer um carinho na cabeça da amiga.
- Chorar pode doer, Win. Doi mais quando as lágrimas são pra lavar uma ferida profunda. – disse suavemente. – Não diz mais nada... Quando chorar doi o melhor que a gente pode fazer e ficar quietinho, tudo bem?
A menina balançou a cabeça afirmativamente, e no colo da amiga acabou acalmando-se para, rapidamente, adormecer.


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