16 anos depois...

Azul intenso, essa era a cor que predominava no céu de Leesburg, naquela primavera colorida. O Sol estava radiante, exalando calor e aquecendo os corpos de Marie Lisa e de Richard, que naquele momento não se sentiam importantes imagens daquela cidade, mas sim um simples casal que passeava pela floresta, pelo mesmo local em que caminhavam quando mais jovens.

Marie Lisa levantou seu queixo e olhou para o intenso azul do céu, porém havia alguns galhos de árvores que impediam sua total visão; em seguida se virou para o lado e sorriu ao mirar seus olhos na grama verde escura, que cobria todo o chão e em algumas flores silvestre espalhadas por ali, próximas a arbustos lucilantes. Ela estava muito feliz ao lado de seu marido, Richard que acabava de se aproximar dela e enlaçar seus dedos.

— No que está pensando?

Ela se virou para ele e respondeu:

— Na verdade, eu estava pensando no arbusto. — Sorriu amplamente.

— Ah. — Fez uma falsa expressão de tristeza. — Pensei que era em mim.

Lisa fitou aquele par de orbitas achocolatadas.

— Também. — Admitiu. — Estou imensamente feliz por tudo o que aconteceu nesses últimos anos.

Eles deram inicio a uma caminhada.

— Alice ter se casado e ter nos dado dois lindos netos? — Richard perguntou com um sorriso nos lábios.

Rebeka e David Whitlock possuíam quatro anos de idade e eram gêmeos. Rebeka tinha o gênio da mãe, possuindo fortes características dela, enquanto David puxara mais ao seu pai.

— Por Isabella e Edward também. — Olhou para o marido que a fitava com os olhos carregados de amor e ternura.

***

Durante aqueles anos que se passaram, Alice e Jasper haviam tomado posse do governo de Leesburg, tornando-se Rei e Rainha. Foi uma surpresa para os pais dela, visto que, ela nunca havia dado sinais de que desejava tomar o lugar de Marie Lisa.

Mas eles ficaram muito felizes com a decisão dela, pois tinham certeza de que a filha e o marido seriam tão bons governantes quantos eles, se não melhores. Estavam orgulhosos, como sempre.

Fausto e Sofia haviam se casado, incrível não? Eles haviam se mudado para Portugal e Emmett e Rosalie havia os acompanhado, na verdade eles e os seus filhos: Heinrich — um ano de idade — e Bianca — sete anos de idade — Harvey. Fausto era simplesmente apaixonado por seus netos e admitia que os mimava demais, mas ele não conseguia agir de outra maneira com eles.

***

Faltava poucos minutos para eles saírem da mansão dos Harvey — em Portugal — e irem jantar em um restaurante, estavam aguardando apenas Rosalie e Sofia terminarem de se arrumarem.

— Vovô eu estou com fome. — Queixou-se Bianca sentada ao seu lado, no sofá, vestindo uma meia calça branca, um vestido rodado até os joelhos, cor de rosa com alguns detalhes em preto e calçava uma sapatilha escura.

— Não se sinta mal Bia, você não é a única. — Respondeu Fausto com o cotovelo sobre o braço do sofá e com o a mão sustentando o queixo, sua expressão era infeliz. — Faça-me um favor, anjo. — Ele se virou para ela. — Quando crescer não demore muito para se arrumar como sua mãe e sua tia-avó, tudo bem? — Abriu um pequeno sorriso e Bianca riu, se levantando e se colocando a frente dele.

— Tudo bem vovô, mas só se o senhor me der um — ela olhou para os lados conferindo se alguém estava vindo e ao notar que estavam a sós prosseguiu em um sussurro: — chocolate. — Sorriu travessa.

— Está me chantageando, dona Bia? — A questionou com um sorriso divertido nos lábios.

— Talvez. — O sorriso dela o desarmou.

— Tudo bem. — Disse enquanto retirava do bolso do paletó uma pequena barra de chocolate, dentro de uma embalagem amarela. — Mas você não precisa me chantagear para que eu te dê alguma coisa. — A informou, lhe entregando o chocolate.

— Eu sei, mas é divertido ver sua reação. — Riu enquanto abria a embalagem.

— Reação a que? — Perguntou Emmett adentrando a enorme sala de estar com Heinrich nos braços. Ambos vestiam smoking.

— A nada, papai. — Bianca disse enquanto se virava para ele, ficando de costas para Fausto e o entregando o chocolate, que ele prontamente pegou.

— Eii, você estava dando chocolate para ela? — Emmett perguntou se aproximando deles.

— Não, imagina filho. Eu? — Bufou. — Não mesmo. — Fez uma expressão ingênua.

— Sei. — Emmett semicerrou os olhos e entregou o pequeno Heinrich que balbuciava palavras desconexas a seu pai. — Eu já volto, vou ver se elas já estão prontas. — Ele disse dando um beijo no alto da cabeça de sua filha. — Não coma nada até chegarmos ao restaurante. — A advertiu.

— Pode deixar. — Ela sorriu e ele lhe devolveu o sorriso, depois saiu da sala.

— Pega. — Fausto devolveu o chocolate a ela. — E eu só aceito que você se atrase no dia do seu casamento.

***

Com frequência a família Harvey ia para Leesburg visitar aos Campbell e a San Francisco visitar aos Swan e aos Masen, visitas nas quais ajudavam muito Bianca com seu inglês. Fora as visitas dos Harvey a Leesburg, outra família ia lá com frequência, os Hayer. Carlisle e Esme possuíam duas filhas, a Lanna de dezesseis anos de idade e Clair de três. Ambas se pareciam fisicamente com Carlisle, mas eram tão amorosas e carinhosas quanto os dois.

***

Ao se aproximarem do jardim do Castelo, Marie Lisa e Richard avistaram Clair e David correndo de mãos dadas em direção a eles. Lisa segurou Clair e Richard a David.

— Onde estão seus pais? — Marie Lisa perguntou acariciando o cabelo de Clair.

— Num sei. — Jogou os pequenos ombros para trás e levantou as palmas de suas mãos para cima.

— Eles tão brincando com a flecha. — Respondeu David com sua voz infantil, sorridente.

— Estão brincando com a flecha, é? — Richard perguntou risonho. — Então vamos até lá. — Disse e logo começaram a caminhar em direção aonde Jasper treinava com seu arco e flecha desde que começara a namorar com Alice, há muitos anos atrás.

Carlisle ajudava Rebeka a montar alguns legos, que havia trazido para ela e para seu irmão, um pouco afastado de onde Jasper ensinava Lanna a atirar com um arco e flecha. Sentadas perto de Carlisle e Rebeka estavam Alice e Esme, conversando distraidamente, mas ao avistarem seus filhos cessaram a conversa e sorriram.

— Onde vocês dois estavam, hein? — Questiono Alice se levantando e capturando David dos braços de seu pai.

— Brincando. — Respondeu David arqueando as sobrancelhas, quase inexistentes.

— Brincando, né? — Alice estreitou os olhos e sorriu.

Esme pegou Clair nos braços.

— É dinda. — Respondeu Clair — Alice era sua madrinha — sorridente. — Tavamos catando bichinhos.  

— Catando o que? — Esme perguntou com as sobrancelhas franzidas.

— Insetos. — David respondeu colocando a mão perto da boca de sua mãe.

— Argh! David! — Alice fez uma careta e ele e Clair — assim como Lisa, Richard e Esme — riram felizes.

***

Com o tempo Edward e Sarah foram se acostumando com o fato de que Fausto era o pai deles. Na verdade eles já podiam dizer com todas as palavras que o amavam, assim como amavam a Emmett e seus sobrinhos.

Sarah e Seth haviam se casado e tinham uma filha de treze anos chamada Julia Masen Swan. Ela era tão linda quanto sua mãe, a qual puxara fisicamente desde os fios do cabelo até a pontinha do dedão do pé. Julia era tão bem humorada quanto a seus pais. Eles moravam em San Francisco, Seth havia feito doutorado em Engenharia e Sarah em Publicidade e Propaganda.

***

— “Vocês estão prontas crianças?” “Estamos Capitão!” “Eu não ouvi direito!” “Estamos Capitão!” “Oh! Vive no abacaxi e mora no mar!” “Bob Esponja, calça quadrada!” — A canção da abertura do desenho que Julia assistia — pelo DVD — ecoava pela sala de estar.

— Paiê! Vai começar Bob Esponja! — Gritou, chamando seu pai que logo surgiu na porta da cozinha, acompanhado de Sarah.

— Coloca do começo. — Disse Seth se aproximando dela com seus dedos entrelaçados aos de Sarah.

— Mas por quê? A abertura já está terminando. — Questionou Julia.

Seus pais se sentaram ao lado dela.

— Por isso mesmo, eu quero ouvir a abertura do começo. — Explicou.

Sarah e Julia reviraram os olhos quase que ao mesmo tempo.

— Tudo bem. — Julia disse suspirando e mexendo no controle do DVD, retornando a abertura. — Mas eu serei o Capitão.

— Quem disse? Eu vou ser o Capitão! — Seu pai manifestou-se.

— Eu falei primeiro. — Respondeu fazendo bico.

— Eu nasci primeiro. — Contra atacou com um sorriso vitorioso nos lábios.

— Mãe! — Socorreu-se a sua mãe.

— Se os dois não calarem a boca agora, eu vou tirar esse DVD e colocar Phineas e Ferb! E vocês sabem que eu coloco. — Disse acabando com aquela discussão.

Julia e Seth a olharam com os olhos semicerrados.

— O que? — Ela perguntou com a testa franzida. Seu marido e sua filha se olharam e trocaram um sorriso cúmplice. — Vocês não vão fazer o que eu acho que vocês vão fazer, cer... — Ela não finalizou o que tinha a dizer, pois dois pares de mãos a faziam cócegas. — Ah, qual é? — Disse entre risadas. — Parem vocês dois! — Julia subiu em cima dela e Seth a atacou nos pés, porém sua filha não era páreo para ela e ela conseguiu rolar pelo sofá e se levantar rapidamente, se afastando deles. — Eu não sou a Bella, ok? — Falou enquanto limpava sua calça jeans.

— Não, mas corre tão pouco quanto ela. — Seth respondeu enquanto ele e sua filha corriam na direção dela.

***

No aniversário de 18 anos de Isabella ela e sua família, juntamente com os Masen, foram para Cozumel, México, comemorarem o seu aniversário. Foi uma viagem inesquecível, pois foi naquele fim de semana que Edward a pediu em namoro.

Ele e Sarah se mudaram para a casa em que a ruiva morava na época em que se tornou amiga de Bella. E Edward com ajuda de Charlie conseguiu se tornar depois de alguns meses policial, porém atualmente ele não era apenas um policial, não, ele era o chefe do FBI. Bella estava muito orgulhosa dele, assim como Sarah.

Na época natalina de 2012, quando Bella tinha 18 anos de idade e havia ingressado em sua faculdade de medicina — hoje ela era uma das mais renomadas pediatras de San Francisco — ela descobriu estar grávida. Foi uma surpresa para todos, todavia uma benção. Após a gestação e o nascimento da pequena Renesmee, Edward pediu Isabella em casamento, embora eles tenham ficado noivos durante quase dois anos antes de se casarem. A cerimônia foi incrível, na qual estavam presentes sua família biológica e sua família de criação.

A lua de mel deles não poderia ter sido em um lugar mais magnífico: Cozumel! A partir daquela época os dois faziam constantes viagens para lá, mas depois que Renesmee — hoje com 15 anos de idade — crescera eles passaram a viajar juntos.

***

Isabella caminhava pela areia morna da praia. Ela vestia um biquíni azul escuro e uma canga branca amarrada ao redor de sua cintura. A brisa fresca soprava em seu rosto e fazia seus cabelos voarem para trás. Era gostosa a sensação dos raios solares contra sua pele e o vento contra seu corpo. A maré subiu e molhou seus pés. Ela sorriu, mas não pelo mar e sim pelo o homem que vinha ao seu encontro.

Cabelo bronze ligeiramente molhado e bagunçado, os olhos esmeraldas penetrantes, o nariz feito em linhas retas e perfeitas, a boca carnuda e convidativa com um sorriso torto, que fazia o seu coração martelar. Seu queixo quadrado e liso, depois de alguns anos com aquele cavanhaque ele decidiu o retirar, Bella gostava mais assim, sem mencionar o fato de que sem barba ele ficava mais juvenil. Ele estava sem blusa deixando seus ombros, braços, tórax e abdômen amostra. Bella se perdeu naquele mundo de pele descoberta. Ela continuou o estudando e mirou seus olhos para suas pernas desnudas, ele vestia apenas uma bermuda até o meio de seus joelhos. Sua panturrilha era bem malhada e Bella até conseguia enxergar suas coxas grossas através daquele pano, ela continuaria o obsevando se ele não tivesse a alcançado e enlaçado sua cintura, a puxando para um beijo lascivo.

Ela passou as palmas de suas mãos pelos ombros dele e ele passou as suas pelas costas dela e brincou com o nó do biquíni. Bella entreabriu seus lábios dando passagem para a língua de Edward explorar sua boca avidamente.  Seus gostos se mesclaram e seus corpos logo reagiram a aquele beijo tão significativo. Ela moldou mais seu corpo ao dele e conseguiu sentir nitidamente em sua barriga a excitação dele.

— Já está animado. — Ela comentou após separar suas bocas e circular a cintura dele com seus braços.

— Pra você? Sempre. — Disse a fitando.

— É bom mesmo. — Brincou com uma sobrancelha arqueada.

— Eu te amo muito, sua rebelde chata e irritante. — Ele disse de repente e com um pequeno sorriso nos lábios.

— Eu também te amo muito, seu selvagem presunçoso e sarcástico. — Respondeu devolvendo o sorrindo.

Edward se inclinou e afundou seu nariz no pescoço dela, inalando seu cheiro delicioso e logo em seguida sussurrou em seu ouvido roucamente, fazendo todos os pelos do corpo dela se arrepiarem:

— Você vai ver o selvagem daqui a pouquinho.

***

Eu andei refletindo sobre como finalizar essa história. Sim, assim como eu também andei refletindo sobre como começá-la.

Não sei se vocês se lembram, mas eu havia pensado em começá-la com um típico “Olá, meu nome é...”, porém eu quis permanecer com o mistério de quem sou eu e por fim eu decidir iniciar com um famoso “Era uma vez...”. Mas assim como no inicio dessa história eu estava em duvida de como começa-la, eu também estou em duvida de como finalizá-la. Eu pensei em dois modos, primeiro dizendo: Olá, meu nome é Renesmee Swan Masen. Mas então eu achei o segundo modo mais apropriado a nossa história:

E eles viveram felizes para sempre!

Fim!