Chovia. Não sei como ele pôde sair numa chuva dessas. Às vezes levava pequenos sustos com alguns trovões, não conseguia conter minhas lágrimas que desciam descontroladamente. A casa estava toda apagada, havia apenas o barulho dos pingos batendo na janela, que estavam me deixando louca, e meus soluços. Provavelmente minha maquiagem estava borrada. As palavras dele tomavam conta de minha mente. “Já basta Catherine, não consigo mais, achei que daríamos certo, mas estava errado, eu achei que você me amava, achei que ‘eu’ te amava.”

Senhor o que eu fiz de errado?

Ouvi o barulho da fechadura, Lou apareceu encharcado, ligou a luz da sala e me viu sentada no sofá, veio em minha direção.

– Me desculpe. Eu fui um idiota. – ele colocou sua mão em meu rosto, limpando minhas lágrimas, que ainda desciam, só que agora lentamente.

– Não, você me perdoe. Lou, eu... – eu buscava palavras para dizer, mas ele me deixava sem fala. – Por favor, volte para casa. – fiz uma breve pausa. - Só me responda uma coisa. – ele assentiu com a cabeça. – O que eu fiz de errado?

– Você não fez nada de errado, eu sou que um ciumento obsessivo, me desculpe. – ele me beijou, a mistura doce de sua boca com o salgado de minhas lágrimas dava uma sensação estranha, mas sentir a boca de Lou na minha, era inexplicável, ele me trazia paz, ele me fazia feliz, sem ele meu mundo ficaria de cabeça para baixo, sem ele eu iria afundar.