Sakura tirou o celular da bolsa e mandou um torpedo pro Uchiha.

“Olhe 4 mesas à sua direita”

Ele sentiu o celular vibrando no bolso e o tirou, leu a mensagem olhou na direção indicada, viu Hinata encolhida com a cabeça abaixada, e Sakura sorrindo pra eles e acenando moderadamente.

Ele as mostrou a Naruto e ele foi correndo até elas, o Uchiha o seguiu.

–Boa noite, moças. – disse o moreno.

–Sah-chan! Hina-chan! Boa noite!

–Olá, rapazes. – cumprimentou Sakura.

–B-boa noite...

–Só tem esse restaurante nessas redondezas? – perguntou Sasuke – É a segunda vez que a gente se encontra aqui.

–É o mais próximo! – defendeu-se a Haruno – Dos quatro aqui você é o que mora mais longe, lá no centro não tem bons restaurantes não?

–A comida daqui é boa.

–Então pronto!

–Está irritadinha hoje, o que aconteceu? Ainda sonhando com meu sabonete? – sussurrou a ultima frase no ouvido dela.

–Até parece! – berrou corando levemente deixando o Uchiha risonho.

–Sah-chan, tem alguma coisa de errado? – perguntou Naruto.

–Meus pais endoidaram... Eles querem que eu arrume um noivo...

–Eu posso te ajudar! – voluntariou-se Naruto com malicia.

–Eles não chegaram a esse ponto, Naruto. – respondeu a moça.

–Sah-chan! Não fale assim! – reclamou despontado.

–Bem, eu não posso ajudar nem que quisesse, Karin fria um escândalo.

–Vocês não conhecem ninguém que se prestaria a esse papel? Uma coisa só de mentirinha... Só pros meus pais se aquietarem com essa idéia...

–Kiba, Sai e Suigetsu. Eles se prestariam a um papel desses, com certeza, qual dos três você quer?

–Suigetsu não, se nem a Karin, que agüenta você, não o agüentou, imagine eu. Sai também não, se a Ino, que é psicóloga, não descobriu o que aquele maluco pensa não serei eu quem vai descobrir.

–Então nos resta meu cunhado. Quer que eu ligue pra ele agora?

–Não, mais tarde você faz isso. Vamos jantar primeiro. – disse pegando o cardápio.

–Ok... – respondeu aproximando-se de Hinata – E você Hinatinha? O que te deu hoje?

–N-nada... – respondeu sem se mexer, o moreno pegou delicadamente seu queixo para erguer seu rosto.

–Ora... Está envergonhada?

–N-não! – disse dando uma olhada discreta e inconsciente para o loiro ao seu lado.

–Hm... – murmurou pra si mesmo – Que mau gosto você tem... Mas posso te ajuda se quiser. – sussurrou no ouvido dela.

–Ei, afaste-se da Hina, você é uma má companhia para moças puras! - disse a Haruno afastando o moreno da amiga, ele deu uma risada sem humor e trocou de lugar com ela ficando de frente pra Naruto.

–Estão prontos pra pedir? – perguntou o garçom.

–Sim.

...

–Então Tenten, acho que você conheceu o Sai, certo?

–Conheci ontem, ele disse que gosta de pintar nas horas vagas. Eu contei onde estudei e ele disse que a mãe dele foi sua professora na universidade!

–Exatamente. Hoje ela tem um museu de arte e todo ano abre uma exposição pra jovens talentos. Ela esteve aqui em casa hoje à tarde em busca de alguém pra lançar no mercado de arte e eu mostrei algumas obras suas, ela adorou. Disse amanhã mesmo te liga.

–Não acredito! Obrigada, Sasori-sensei!

–Hinata se lançou no momento em que fechou contrato com os Uchiha, só falta você, não perca essa chance.

–Não perderei, de jeito nenhum! Você estará lá também, né?

–Todo ano eu e Deidara expomos algumas obras nossas lá, nos encontraremos esse ano.

–É uma honra pra mim!

–Será em sete dias, esteja preparada.

–Pode deixar, e muito obrigada mais uma vez.

–Não há de que. Até mais.

–Até. – respondeu desligando. Deixou o celular encima da mesa e foi correndo até o quarto de Neji compartilhar sua felicidade, nem pensou em bater na porta ou avisar, já chegou abrindo – Neji, eu...

Sua boca perdeu a capacidade da fala quando viu a imagem lá dentro, ele estava com uma toalha amarrada na cintura, outra nos ombros para secar os longos cabelos molhados, o resto de seu corpo estava desnudo e cheio de gotículas de água, quando ele se virou pra encará-la algumas das gotículas escorregaram pelo seu peito, desenhando os músculos moderadamente definidos.

–Saia, Tenten. – falou calmamente.

–Mas eu...

–Tenten, eu estou praticamente nu. Ninguém morreu, certo?

–Não...

–Então pode esperar. – disse empurrando-a pra fora e fechando a porta.

A moça ficou com cara de besta, do outro lado da porta, tentando entender a grosseria que ele tinha acabado de fazer com ela, mas sempre foi assim, por que agora ela se sentia incomodada? Só precisava revidar, como sempre, não era? Por que não conseguia? Sempre fora tão fácil... Agora era tão estranho...

...

Logo a noite acabou e já era dia, passava um pouco das onze da manhã quando o Uchiha mais novo acordou, o apartamento estava silencioso como sempre, a porta do quarto enfrente ao seu, o do seu irmão, estava fechada, mas havia uma barulho o incomodando e vinha da cozinha, ao longo do corredor o barulho se intensificava, ao chegar na porta da cozinha percebeu que Itachi estava à beira do fogão preparando algo.

–Que surpresa, há quanto tempo não te vejo fazendo isso?! – comentou o rapaz encostando-se na soleira da porta – Onde achou coisa pra cozinhar? Ontem não tinha nada pra comer aqui.

–Eu comprei algumas coisas antes de ir pra festa ontem, mas quando cheguei em casa você tinha saído.

–Fui comer!

–Eu esqueci completamente das compras do mês...

–A Hana está aqui? A porta do seu quarto tá fechada.

–Está. Ela bebeu um pouco demais na festa então a trouxe pra cá.

–Bebeu? – perguntou assustando-se, ela não estava grávida?

–Por que o espanto? Todo mundo passa da conta às vezes.

–É... Todo mundo... – concordou desconfiado.

–Estou indo ao supermercado comprar as coisas que faltam, está bem? – disse colocando as omeletes em dois pratos diferentes e tirando o avental – Coma o seu e dê o da Hana quando ela acordar. Esse remédio é pra ressaca dela. – disse mostrando-lhe um comprimido. Itachi sempre fora tão bom com as pessoas, tão cuidadoso, por que Hana o trairia? Não se amavam?

–Ok.

–Volto em uma hora. – avisou da porta pegando a chave de seu carro.

–Certo.

O mais novo sentou-se à mesa e começou a comer, cinco minutos depois a mulher apareceu na porta da cozinha, estava pálida, cheia de olheiras, vestida com uma camisa do noivo.

–Bom dia, Sasuke... – gemeu – Onde está Itachi?

–Saiu. Acho que eu e você precisamos ter uma conversinha.

–Sobre o que...? Ai... - gemeu mais uma vez pondo uma mão na barriga e outra na boca, saiu correndo pro banheiro, abaixou-se enfrente ao vaso e vomitou tudo que tivera comido ou bebido noite passada.

–Sobre isso. – respondeu encostado na porta do banheiro.

–Ressaca... – disse com um sorriso amarelo.

–Eu e você sabemos que está mentindo. – disse oferecendo-lhe uma toalha de rosto – Não complique as coisas, sei que está grávida, aliás, ao julgar pela sua barriga, diria que são dois meses.

–Dois meses e meio. – corrigiu com certa raiva – Como descobriu?

–Isso não importa. O que importa é que se não contou a Itachi tem um motivo.

–Quero fazer uma surpresa a ele!

–Mentira! Você não encheria a cara noite passada se quisesse mesmo essa criança! Está tentado abortar e parecer normal, não é? Por que, Hana? De quem é esse filho?

–Dele! De quem mais poderia ser? Não estou tentando abortar!

–Não? Foi beber ontem porque ama seu filho e quer que ele nasça forte e saudável. – ironizou.

–Nunca gostei desse seu jeito desdenhoso de falar com os outros, pirralho!

–E eu nunca gostei dessa sua cara de santa-puta¹! – falou com um olhar cínico – Você e Itachi não transaram, eu conheço meu irmão e tenho certeza que ele é o tipo de homem que não transa antes de casar, ele é respeitador, eu até diria que mais respeitador que eu.

–Tá, vamos dizer que não é dele, mas acha que ele vai acreditar em quem? Em mim ou em você?

–Hana, você está esquecendo de um pequeno detalhe: vocês nunca tiveram relações sexuais! Eu tenho como provar que eu tenho razão e você?

–Ele bebeu no nosso noivado, lembra?

–O que foi bem estranho, porque ele não costuma beber, mas eu o trouxe direto pra casa.

–Mas ele não lembra.

–Meus pais estavam lá! Os amigos de vocês estavam lá, todo mundo viu que eu saí com ele antes!

–O que não impede que eu tivesse vindo aqui depois!

–Você é louca. Se está grávida de dois meses e meio não bate, vocês estão noivos a menos de dois meses.

–Posso adulterar os exames.

–Acha mesmo que eu vou deixar você adulterar algum exame? Acha que alguém nessa família vai deixar outro médico, que não seja eu, acompanhar sua gravidez? Todos estão desconfiados de você, meu bem. A casa caiu. – disse encerrando a discussão - Vê se termina de comer e vai pra casa, acho que você já está bem o suficiente pra caminhar sozinha.