76th Hunger Games escrita por Liz Ambrose


Capítulo 43
Estou no Inferno?


Notas iniciais do capítulo

Heeey leitores. Mais um cap fresquinho para vocês ♥ Só não liguei para merda que ele ta. Eu quis escrever rápido, então deve ter ficado um c* :3



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— Cairemos na água — Anuncia Plutarch.

Todos estávamos no refeitório. Onde um pequeno palanque tinha sido contruido para anunciar aquilo. Encaro o rosto de todos os tributos ao meu redor. Todo mundo parece abismado e com medo. Algumas garotas dão gritos, e outros ficam simplesmente em choque.

— Não vão fazer nada para evitar isso!? — Grita Fill, do outro lado do refeitório.

Johanna sobe no pequeno palanque, o rosto franzido. Provavelmente ela tinha percebido a tal petulancia que tinha na voz de Fill.

— Garoto, estamos fazendo o máximo possível. Por isso, temos um plano para nos mantermos vivos.

Foi então que começou toda aquela parte chata. Katniss e Johanna explicaram o que queriam fazer para manter todos vivos.

Dentro do aerodeslizador tinha capsulas para caso de emergência. Elas funcionavam como botes submersos. Tinham alta tecnologia e motores embutidos. Tinham sido feitas no distrito 13, e com isso, deveria ter belas armas também. Annie, que milagrosamente aparece, explica o plano para todos os tributos. Tentando manter todos calmos.

— Antes da hora do impacto na água, quero todos dentro das capsulas. Ficaram lá até o sinal. Então seremos jogados na água antes que a nave exploda. Os simples motores das capsulas suportam pouco, então não velem muitas coisas com vocês. O peso pode atrapalhar.

O refeitório inteiro fica barulhento. Eram tributos andando para seus quartos apressadamente, tributos gritando, tributos falando alto. Era um caos. Eu simplesmente fiquei parada. Encarando o palanque.

— É melhor irmos arrumar as coisas… — Diz uma voz ao meu lado. Quando me viro, me deparo com Math — Olá Rosy.

— Oi Math… Você vai pegar alguma coisa do seu quarto? — Pergunto, encarando aqueles olhos. Ele tinha mudado. Seu cabelo estava mais bagunçado, e o sorriso mais presunçoso. Até suas roupas! Tinha um estilo… Bad boy que não reconhecia.

Ele da de ombros.

— Acho que não. E você?

Penso por um instante. Não tinha nada do que precisava. No máximo iria trocar de roupa, colocar uma de combate ou mais resistente. Tudo que queria estava comigo. O colar da minha mãe. E o papel que tinha pegado de Patch.

— Só vou trocar de roupa. Nunca se sabe o que pode acontecer agora… — Vou em direção ao meu quarto, e Math vai logo atras de mim. Estou andando em passos rapidos, mas mesmo assim ele não me deixa. Fica o tempo todo ao meu lado, até mesmo no meio da multidão no corredor.

— É verdade que você entrou no quarto do distrito 5? — Pergunta Math, com total naturalidade. Merda! Já tinha se espalhado isso?

Paro na porta do meu quarto, e o encaro. Brava.

— Isso não te interessa Math, desculpa — Abro a porta, e sem se importar, ele entra também. Fechando-a antes que eu possa reclamar.

— Poderia ser do meu interesse. — Murmura, se sentando na cama de Jev. Me observando com olhos brincalhões.

— Poderia. Mas não é. — Vou até meu armário, ignorando os comentários seguintes dele. Pego uma blusa resistente e uma jaqueta de couro. O problema era que minhas calças não estavam ali. Só um shorts ridiculamente leve. — Droga.

— É verdade que Jev deu um murro nele? — Continua Math, com suas perguntas que estavam me deixando cada vez mais irritada.

Pego finalmente minhas roupas, incluindo o shorts, e antes de ir para o banheiro paro na porta e o encaro.

— É. Ele quase matou o garoto. — Digo, fechando a porta do banheiro com força — Devia ter matado… — Murmuro para mim mesma lá dentro.

Me troco rapidamente. Coloco a blusa, e a jaqueta que me mantem com a temperatura do corpo constante. Os shorts que simplesmente ficam ridículos demais em mim. Ainda mais com essa estampa militar antiga. E por ultimo, as mesmas botas que usei nos jogos vorazes. Confortáveis e ótimas para correr. Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo alto e perfeito. Não deixando nenhum fio atrapalhar minha visão. Coloco o colar de um modo que possa ficar visível.

Suspiro. Encaro-me no espelho.

— Você vai ficar bem. Seus amigos vão ficar bem. Todos vão ficar bem. — Repito três vezes diante do espelho. Não deixando de notar o quanto soa idiota.

Saio do banheiro. Ignorando Math que permanece sentado na cama de Jev.

— Bela roupa — Elogia ele, com um sorriso sarcástico.

Dou de ombros, sem falar nada. Era bem capaz de eu explodir naquele exato momento de tanta raiva que estava dele. Alias, porque ele continuava ali? Que saco!

Estou prestes a manda-lo embora, quando a nave parece bater em alguma coisa. Sou empurrada para frente com tanta força, que acabo batendo com tudo em Math.

— Ai… — Ele murmura.

Estou tonta, mas consigo me levantar. Abro a porta do quarto rapidamente, e vejo todos os tributos correndo pelo corredor. Muitos desesperados.

— Temos que ir para a sala das capsulas rápido, alguma coisa deve ter saido errado. Ainta faltam três horas para o impacto com a água… — Diz Math ao meu lado, pegando minha mão e me guiando entre todos aqueles tributos desesperados.

Corremos e seguimos as luzes de emergência que se acendiam. O aerodeslizador estava sem iluminação. Era praticamente um sufoco não ter luz e esbarrar em alguns tributos desesperados. Tinha levado empurrões e pisões no pé umas milhares de vezes.

O que me deixava mais agoniada não era a falta de luz. Mas sim, a falta de Jev. Não tinha visto ele desde a hora que tínhamos saído do quarto. Eu estava morrendo de preocupação. Math aperta minha mão.

Quando percebo, estamos bem na ala das capsulas. É um grande salão extenso. Vejo todas as capsulas enfileiradas. Vejo todos os tributos entrando desesperadas nas suas. Alguns ficam apreensivos e outros agoniados ao ver o quão minuscula era ela.

A capsula tinha o tamanho de uma pessoa de 1.90 no máximo. E a largura era de pelo menos 1,20. Realmente minuscula. Era inteira de vidro e alguns painéis estranhos. Podia ver, uma parte pequena do motor que Annie tinha falado.

— Vamos entrar em alguma rápido… — Grita Math, elevando sua voz por causa do barulho constante de gritos e do aerodeslizador que parecia ranger cada vez mais alto.

— Pode ir, vou procurar o Jev. — Sem saber o que ele iria insinuar, solto sua mão e saio correndo pela multidão.

Olho todas as capsulas. Vejo Meeh em uma delas. Peter também. Fico aliviada quando percebo que ambos estão bem. Mas meu desespero aumenta quando não encontro Jev.

Vejo Deluvius em uma capsula também. Ao seu lado Annie, e depois Plutarch. Eles pareciam tensos com tudo aquilo acontecendo.

— Tivemos uma falha no sistema. Isso quer dizer que nossas cinco horas restantes… Estão acabadas. — Ouço a voz de Johanna se elevar — Todos nas capsulas agora! Rápido! Todo mundo.

Eu observo ela e Katniss entrando nas suas. Não tenho tempo de procurar Jev. Procuro alguma que esteja vazia. Mas é difícil. Todas estão ocupadas. Alguns tributos também estão procurando outras.

Estou no final do corredor das capsulas, quando vejo Jev. Ele já esta dentro de uma. Seus olhos parecem procurar alguém entre a multidão. Até pararem em mim. Sua primeira expressão é de alivio, mas depois fica horrorizado.

— Jev! — Grito. Mas o que acontece a seguir é rápido demais.

Primeiro vejo o aviso das capsulas. Elas iriam ser jogadas na água. Mas tinha alguma coisa errada. Tinha alguns tributos que não estavam nas suas. Isso incluía a mim. Me viro a tempo de ver Patch. Ele tem uma mão numa alavanca grossa, e quando a puxa é tarde demais para fazer alguma coisa.

As capsulas caem. Observo todas elas serem despachadas levemente no céu. Vejo os olhos de Jev se arregalar ao perceber que eu iria morrer.

Pelo menos vinte tributos tinham se salvado. O resto estava ali comigo. Para morrer em um grande choque na água. Tudo por causa de Patch.

Estou em completo choque, que não percebo quando o aerodeslizador começa a ir mais rápido. Com se a força do vento o estivesse empurrando. Olho pela fresta de onde as capsulas tinham sido jogadas para serem salvas, que da uma visão perfeita de baixo. E percebo que em vez do mar que tinha antes, tinha verde. Florestas.

Ouço uma garota gritar, e então ser puxada pelo vento. Ela cai pela fresta das capsulas, sumindo instantaneamente. Agora estavamos caindo. Na selva.

Quando menos espero, o impacto me atinge. E perco a noção do que pode ser chão, e o que pode ser o teto do aerodeslizador.


* * *


Devo estar morta. Não me lembro de como ter caído. Só lembro da dor. Acho que estou no céu. Sinto meu corpo balançar constantemente. Mas… Porque estão sinto tanta dor no braço? O céu não deveria ser assim.

— Ambrose? — Escuto uma voz viajar pela minha cabeça, até me atingir com tudo e me trazer para a realidade.

Abro os olhos, e encaro o rosto ensanguentado de Patch. Percebo então, que o garoto me carrega no colo. Mesmo sangrando, ele não me solta.

— Me larga! — Consigo dizer. Me debato em seus braços e ele me solta. Caio no chão em um baque abafado e doloroso. Meu braço esta totalmente queimado. E isso me enjoa ao ver a carne ainda queimando.

— De nada por ter te salvado do completo acidente. — Ele diz, revirando os olhos.

— Você provocou aquilo! Soltou as capsulas antes do comando programado do aerodeslizador… — Digo, antes de vomitar sangue. Urgh, que horror.

Ele da de ombros.

— Tenho meus motivos.

Quando consigo me sentar, é que vejo onde estou. É realmente uma mata fechada, com cipós e árvores com muito musgo. Era quase igual as florestas do 4. Olho para o céu e consigo ver, entre as folhas e galhos de arvores, um azul cristalino misturado á muita fumaça. Será que já tínhamos chegado ao Brasil?

Estou prestes a perguntar a Patch onde estávamos. Quando algumas folhas grandes começam a se mexer. Como se algum animal grande estivesse ali espreitando.

Arrumo forças o suficiente e me levanto. Patch fica ao meu lado, de uma maneira protetora que me faz ficar desconfiada. O garoto tinha tentado me matar, me seduzir, e agora queria ficar amiguinho? Mas que diabos ele queria fazer?!

Do nada, em vez de sair um animal do meio das folhas. Sai um cara. Deveria ter uns vinte e poucos anos. Mas… Era bonito demais para ser um nativo daquela ilha. Poderia também ser um garoto da Panem. Tinha olhos azuis, e cabelo castanho jogado um pouco para os lados. O rosto perfeito, sem nenhuma marca. Uma roupa meio rasgada e suja, e uma expressão confusa.

Ele olha para mim, e depois para Patch. E parece realmente surpreso.

— Patch? É você mesmo — Pergunta. Sua voz rouca e seu sotaque é uma coisa realmente estranha para mim.

Patch da um passo a frente, com um sorriso vitorioso. Estranho.

— Marcos… Quanto tempo. — Os dois trocam um aperto de mãos.

Estou tão confusa, que minhas palavras saem sem qualquer comando meu.

— Quem é ele?

Patch se vira me olhando. Entediado por ter que explicar as coisas.

— Esse é Marcos Tonks. — Diz, piscando para mim — Um velho amigo.

Ainda estou confusa, pois não consigo entender muita coisa. Atras de Marcos, as folhas de se mexem mais uma vez. E quem sai de lá, faz minha boca ficar entre aberta de tanto espanto.

O homem é um pouco velho. Tem uma barba mal feita, e cortes por todo o rosto. Quase irreconhecível. Se não fosse pelos olhos tão familiares.

— Marcos, seu grande saco de merda, me espere. Temos que ver de onde vem aquela fumaça. Mas você anda rapido demais, você sabe que estou velho e… — Seus olhos finalmente encontram os meus. Com espanto, e então um pavor antigo. — Rosy? Filha…?



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Notas finais do capítulo

Marcos Tonks. Isso lembra alguma coisa? hmmmm
Mereço reviews por esse cap tão chato? kkkkk Recomendações? Espero realmente que tenham gostado.
Se quiserem ver os personagens do Brasil, é só voltar no capitulo da pagina de personagens, e is lá ver :3
Obrigada leitores ♥