Meu pai estava se dando bem com meu noivo. Bem até demais.

Desde que chegamos em Forks meu pai conseguiu passar mais tempo com Damon que eu. Eles sairam na quinta, passaram o dia vendo jogos na sexta e hoje meu pai levou Damon para pescar.

As coisas que encomendei com Ângela ontem chegaram no meio da manhã. Os funcionários me perguntaram como e onde queria que colocasse tudo. Por sorte consegui fazer meu pai e Damon tirar o que eu não queria mais no quarto antes de sairem.

O quarto ficou bem diferente do que era antes. E  aconchegante. Coloquei a roupa de cama nova na lavadora e fui assistir alguma coisa na TV. Isso me lembrou que eu queria uma TV no meu quarto também. Pensei em ir até a cidade comprar uma TV, mas me lembrei que os garotos tinham levado o meu carro. Tinha a minha velha picape, mas não sabia onde meu pai tinha colocado as chaves.

Fiquei por ali mesmo largada no sofá. Acabei dormindo. Quando acordei Damon estava com minhas pernas em seu colo. Ele sorriu e eu apenas bufei contrariada. Levantei e fui pegar os lençóis que tinha colocado na máquina.

– o que foi Isa?

– Nada – respondi frustada.

Damon tirou o lençol que estava na minha mão, fechou a máquina e me sentou nela. Depois olhou seriamente nos meus olhos.

– Isabella, me diga o que está acontecendo.

– Você sabe que isso não funciona comigo.

– Não estou tentando compelir você. Só quero saber o que você tem.

Suspirei irritada comigo mesma por estar agindo assim. E me senti uma boba.

– É só que não tivemos um tempo nosso desde que chegamos.

Damon me abraçou. Depois me ajudou com os lençóis e fomos para o quarto. Damon me pegou distraída num beijo ardente. Nossas mãos se tornaram urgentes em tirar a roupa um do outro.

Caímos na cama e fizemos amor com urgência. Nossas bocas procuravam a do outro com fome. Minhas unhas se afundavam na carne de Damon com fúria. Ele enchia sua mão com meus cabelos.

Foi um sexo intenso e delicioso.

Me esqueci porque estava irritada.

Me esqueci até do meu nome.

– Acho que vou passar mais tempo com seu pai mais vezes...

– não se atreva...

Não conseguimos largar do outro e ficamos ali, deitados nos braços do outro. Damon alisava minhas costas e brincava com meu cabelo. Eu percorria os músculos do seu corpo com meus dedos.

Eu poderia morrer agora que eu não me importaria. De repente Damon me sentou, jogou sua camisa para mim e vestiu sua calça. Olhei confusa para ele tentando entender o que aconteceu quando ouvi a porta da sala bater.

– Seu pai chegou com o jantar.

Passei correndo para o banheiro e Damon ficou no quarto arrumando as coisas. Quando sai do banho ouvi os dois na cozinha pegando pratos no armário.

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POV Damon.

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Charlie era uma pessoa bacana.

Ele me aceitou bem e não escondia sua preferencia por mim. Estava de certa forma aliviado. Nunca tinha conhecido o pai de uma garota nestes termos. E a aprovação dele significava muito para mim. Quando chegamos em casa Isa estava dormindo no sofá.

Charlie disse que iria até o restaurante que ela gostava buscar o jantar. Peguei as pernas dela ecoloquei no meu colo e fiquei olhando minha noiva dormir.

Minha noiva!

Me sentia tão feliz aqui com Isa. Me esquecia de toda a minha vida passada.

Ela começou a acordar e abriu aqueles olhos lindos. Olhei para ela e sorri. Isa bufou meio irritada, levantou meio tonta de sono ainda e foi para a área de serviço.

– o que foi Isa?

– Nada – ela mentiu.

Começou a tirar um lençol da maquina. Eu tirei aquilo das suas mãos, sentei ela no topo da máquina e perguntei preocupado.

– Isabella, me diga o que está acontecendo.

– Você sabe que isso não funciona comigo.

– Não estou tentando compelir você. Só quero saber o que você tem.

Ela suspirou cansada e acabou falando.

– É só que não tivemos um tempo nosso desde que chegamos.

Meu peito se apertou. Ela se sentia sozinha? Tive uma necessidade urgente de ter Isa em meus braços. Ajudei a recolher a roupa de cama e subimos para o quarto.

Peguei-a em um beijo apaixonado. Parecia que cada célula do nosso corpo sentia falta um do outro.

Tinhamos uma necessidade enorme de estar juntos.

Fizemos sexo na cama sem lençol e senti que poderia ficar ali com ela para sempre.

Eu só precisava dela.

Só queria ela.

– Acho que vou passar mais tempo com seu pai mais vezes...

– não se atreva...

Fiquei deitado ouvindo as batidas de seu coração quando ouvi o carro de Charlie parando na garagem. Levantei, joguei minha camiseta para ela e vesti minhas calças. Ela me olhou confusa.

– Seu pai chegou com o jantar.

Ela correu para o banheiro. Eu arrumei a cama rápido, vesti uma camisa e desci para ajudar Charlie.Enquanto ele me contava que o pessoal do restaurante tinha mandado lembranças para Bells eu fiquei imaginado nosso pequeno momento juntos.

– Charlie, tinha algum lugar que Isa gostava de ir quando morava aqui?

– Bem, ela saia para algumas caminhadas na floresta as vezes. Mas acho que ele sempre estava com ela nessas. E tinha a praia, ele nunca ia a praia com ela.

– Entendo – claro que ele não poderia ir a praia, ele brilhava no sol! Tive que reprimir uma risada.

– Acho que eu estive tomando muito o tempo de vocês juntos rapaz. Amanhã vou pescar com os rapazes da delegacia, faça alguma coisa só vocês dois.

– Obrigada Charlie!

Ouvi Isa abrir a porta do banheiro e comecei a pegar os pratos no armário. Em alguns momentos ela desceu. Achei engraçado porque ela usava moletons velhos e largos. E o cabelo preso num rabo bagunçado. Mesmo assim ela estava linda.

– Senti falta desses – ela disse apontando para o que vestia.

– Bells, pensei que tivesse se livrado deles – seu pai disse meio divertido e chocado.

– Você fica linda com qualquer coisa – disse enquanto dava um selinho nela.

Sentamos para comer. Charlie disse que gostou do que ela tinha feito no seu quarto. Ela prometeu dar uma redecorada no resto da casa depois.

– isso que dizer que você vai ficar por aqui por um tempo Bells? - Charlie parecia esperançoso.

Isa me olhou. Parecia pedir minha opinião.

– Se você não se cansar de nós Charlie, acho que poderíamos passar mais uma semana com você. E depois Isa, acho que deveriamos ver sua mãe. Ela pode ficar sentida.

– Acho que já temos tudo combinado então – Charlie disse.

Isa apenas revirou os olhos e se serviu de mais salada.

– Sabe Damon, estive pensando. Já que vocês estão noivos, por que não ligamos para Renee e convidamos ela para um almoço ou jantar de noivado? Já que bela esta redecorando a casa pode reformar o pequeno escritório em um quarto de hospedes para a mãe e o marido.

Isa pareceu engasgar. Estendi o copo com água para ela.

– Pai! Que ideia é essa?

– Isa eu gostei.

– Bells, não vamos convidar a cidade inteira. Só uma reunião em família.

Ela pareceu refletir e cedeu. O pai disse que no próximo fim de semana seria perfeito e saiu para pegar o telefone e ligar para Renee.

– Você dois passam o tempo juntos bolando planos para me colocar em encrenca?

– Isa! Isa! Isa! Porque você acha que vamos colocar você em uma encrenca?

– Porque minha mãe vai surtar e ficar magoada por eu não ter contado a ela antes.

– Bells, sua mãe quer falar com você!

– Eu não disse! - ela me olhou meio irritada e levantou para pegar o telefone e foi para a sala.Fui atras dela.

– Mãe...

– Bella! Como estou feliz! Seu pai me contou que ficou noiva hoje! - parece que Charlie tinha mudado um pouco a história para salvar Isa.

– é... - ela disse confusa e agradecida olhando para o pai.

– Oh querida! Isso é ótimo! Estou ansiosa para o final de semana. Chego em Forks na sexta! Ah são tantas coisas para planejar!

– Ok mãe apenas se acalme tá!

– Eu te amo querida! Te vejo na sexta!

Isa olhava pasma para o telefone mudo em sua mão. Peguei o telefone e puxei ela para meu colo. Aninhei ela em meus braços e fiquei correndo os dedos por seu cabelo.

– Acho que preciso de uma bebida – ela se levantou, foi até o armário da cozinha, encheu uma caneca com wisk e subiu para o quarto.

– Boa noite garotos!

Ela não respondeu o pai. Dei boa noite para Charlie e subi atras de Isa.

– Amor? O que aconteceu?

Ela apenas tomava sua bebida num gole longo olhando pela janela. Pareceu não notar que eu tinha entrado. Caminhei até ela e segurei seus ombros.

– Isabella, me diga o que é.

– É só que é meio louca essa reação dos meus pais.

– Nós não precisamos nos casar agora se você não quiser, se é isso que te assusta.

– Não! Nunca tive dúvidas em aceitar viver minha vida com você.

Ela ainda parecia duvidosa, insegura, tinha mais coisa perturbando-a.

– E o que mais te perturba?

– O tempo. Você está parado nele. Pode passar dois anos ou um século. Você sempre será assim. A cada minuto eu fico mais velha. Eu sou fraca, frágil.

Ela se virou, andou até a escrivaninha, pegou um estilete, puxou minha mão e fez um corte. Ele começou a sangrar quase ao mesmo instante em que começou a fechar.

Ela se virou para devolver o estilete a mesa, quando se virou me mostrou sua mão, ela a tinha cortado também.

– Eu nunca vou ser capaz de fazer isso – ela me mostrou o corte que sangrava muito.

Não acreditei que ela havia se cortado só para me mostrar seu ponto. Fiquei em choque e mordi meu pulso desesperadamente e a fiz beber meu sangue. Depois fui até o banheiro e trouxe a caixa de curativos. Sentei ela na cama e comecei a fazer um curativo.

– Você é maluca Isa? Porque precisou se cortar?

Ela não respondeu, apenas se contraiu enquanto eu limpava o corte e enfaixava a sua mão.

– Damon, mesmo tendo alguns poderes eu ainda sou uma humana frágil. Quebrável. Eu nãoposso ficar simplesmente bebendo seu sangue a cada vez que algo me acontecer. Nem sempre isso pode funcionar.

Entendi o ponto dela. E sabia que ela tinha razão. Eu queria viver com Isa pela eternidade. E ela era uma humana sujeita a tudo – acidentes, doenças e a morte inesperada. Mesmo com meu sangue eu poderia falhar em algum momento.

Mesmo Stefan já tinha se questionado sobre isso vivendo com Elena. A própria Elena já havia se questionado isso. E agora eu me perguntava o mesmo que Stefan.

Eu teria coragem de transformar Isabella em vampira para poder viver com ela pela eternidade?