Tricks of Fate escrita por Sali


Capítulo 38
"Havia se passado duas semanas..."


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeey lindas ♥
Bom, cá estou eu, postando um capítulo novinho em folha simplesmente quatro dias depois do último.
Em resumo, esse capítulo tem ~mil tretas mano~ com a mãe da Maddy, a amada (sqn) Eva Dale. Mas também tem muuuito romance e um flashback um tanto quanto... cute.
Ou seja, dramas familiares e melosidade até matar.
E não se esqueçam de ler as notas finais, por favor. Tenho umas coisinhas interessantes (ou nem tanto assim) pra falar com vocês.
Então...
Enjoy! *-*



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Havia se passado duas semanas desde o acidente, e nesse tempo Madison já melhorara consideravelmente. Os ferimentos mais leves estavam quase curados, e o que a mantinha internada eram apenas as costelas fraturadas. Em uma semana e meia ela já estava num quarto, onde eu passava todo o tempo que podia.

A Sra. Eva continuava mantendo a mesma hostilidade por mim, e, dessa forma, ela só se dirigia a mim em casos de extrema necessidade – quase nunca – e também costumava querer me proibir de ver Madison e Will, mas essas proibições normalmente não eram cumpridas, graças à vontade dos dois.

Além de eu, Robert e a família de Madison, havia mais seis pessoas que também frequentavam o hospital com certa regularidade, alternando a escola com visitas e presentes. Yuri, Tom, Kori, Amber, Louie e Sienna, um grupo de amigos preocupados com o estado de Madison.

– Ela está apresentando melhoras cada vez mais rápidas e significativas, Sra. Dale. Eu estou certo que ela poderá ir para casa ainda nessa semana. – Sentada na sala de espera, observei Eva e o Dr. Marshall andarem pelo corredor, vindo em direção à saleta.

– Isso é ótimo, doutor! – A mãe de Madison exclamou. – Mas se ela tiver alta vai precisar de alguém que cuide dela, não? Alguém responsável. – Ela murmurou, olhando-me de esguelha.

Ignorei.

– Sim. Madison precisará de cuidados, mas ela não mora sozinha. Estou certo de que Victoria pode auxiliá-la, não é mesmo? – Ele se voltou para mim, que levantei os olhos, assentindo debilmente.

Eva balançou a cabeça em reprovação e o som do auto falante ecoou, chamando o Dr. Marshall.

– Com a sua licença...

Eva assentiu e o médico saiu apressadamente pelos corredores do hospital.

Observei a mãe de Madison, que me encarava sem rodeios, visivelmente reprovativa.

– Qual é o problema? – Perguntei em um tom de voz baixo.

Eva continuou olhando para mim.

– Como?

– Qual é o problema? Qual é o seu problema comigo?

– Eu não tenho nenhum problema com você. – Ela respondeu com a voz rígida.

– Então é aversão involuntária?

Eva me encarou em silêncio por alguns segundos.

– Eu não tenho nenhum problema com você. – Repetiu. – Só não gosto do fato de uma skatista sem mãe ou pai morar com a minha filha. E se autodenominar namorada dela.

Eu provavelmente deveria me sentir ofendida com as palavras de Eva, mas não era esse o caso. Eu não me importava.

– Eu não me "autodenomino" namorada da sua filha. É o que eu sou. Madison me ama e eu a amo. Ela me escolheu e vice-versa. Isso existe há quatro anos, quer você queira ou quer não queira.

Vi uma ponta de cólera atravessar o olhar da mulher à minha frente. Ela me encarou por algum tempo, mas não disse nada. Me levantei da cadeira onde eu estava sentada e fui atrás de uma enfermeira que passava ali, perguntando se eu podia ver Madison. A mulher assentiu e pediu que eu lhe acompanhasse, o que eu fiz prontamente, dando as costas à Sra. Dale sem me importar se ela estava com ódio de mim.

Ao entrar no quarto de Maddy, ela sorriu.

– Vick! – Exclamou.

– Hey, Maddy. – Sorri de volta, andando até ela.

Madison esticou o braço e eu peguei a sua mão.

– Você está tremendo, Vick? – Ela perguntou, tombando a cabeça de lado.

– Não. Quero dizer... sim, mas não é nada.

– Nada eu sei que não é. O que foi?

– Nada que seja relevante, não se preocupe, ok?

Ela revirou os olhos.

– Já que você diz...

Sorri.

– Acabei de ouvir o Dr. Marshall falando com a sua mãe. Ele disse que você pode sair daqui ainda essa semana. – Sorri novamente, acariciando a sua mão.

– Que bom! – Ela sorriu em resposta. – Eu já estou com saudades de casa.

– E eu estou com saudades de você lá. Sem você a nossa casa fica fria, pequena.

Ela sorriu, fazendo um carinho delicado na minha mão. Ouvimos leves batidas na porta e Maddy respondeu com um "entre".

– Bom dia, Madison. – A enfermeira loira adentrou o quarto e foi recebida por acenos simpáticos de cabeça. – Precisamos trocar seus curativos.

Maddy assentiu e olhou para mim discretamente, como sempre fazia quando eu estava com ela e alguma enfermeira ou médico entrava no quarto. Ela não queria que eu ficasse preocupada com os seus ferimentos.

– Eu posso ficar? – Perguntei à enfermeira, por cima do olhar da minha namorada.

– Se ela quiser, isso seria bom. Afinal, logo ela terá alta, e é bom ter alguém que saiba fazer isso. Vocês moram juntas, não é?

Eu e Maddy assentimos. Me sentei na cadeira ao lado da cama e observei enquanto a enfermeira ajudava Maddy a se sentar ereta. O avental de hospital foi aberto, desnudando suas costas e uma parte do ombro esquerdo, onde haviam curativos de gaze e esparadrapo. Observei enquanto estes eram retirados, exibindo alguns cortes pequenos e quase curados. A enfermeira colocou curativos novos no lugar e fechou o avental.

– Pronto. Terminamos. – Ela sorriu. – Com licença.

Maddy deu um novo aceno de cabeça e um sorriso leve, e a mulher saiu do quarto.

– Isso é tão chato! – A garota de olhos cinza reclamou, fazendo-me rir. – Eu quero ir para casa.

Acariciei o seu cabelo.

– Relaxa, pequena. Logo você vai estar em casa, assistindo filmes românticos e desenhos animados comigo. – Brinquei e ela riu.

– Mal posso esperar.

Tirei a mão do seu cabelo e deslizei a ponta dos dedos pelos contornos delicados do seu rosto enquanto Madison fechava os olhos e abria um sorriso. Ao tocar seus lábios, ela deu um beijo delicado nos meus dedos. Coloquei a mão na sua bochecha e me aproximei lentamente do seu rosto, tocando nossos narizes. Sua mão foi até o meu rosto e eu me aproximei ainda mãos, roçando nossos lábios. Ela sorriu e começou um beijo lento, que eu correspondi sem pressa. Na minha cabeça, lembrei-me do primeiro beijo que trocáramos.

Aos quatorze anos, sob uma árvore da praça do skate. "Eu gosto de você" ela dissera. "Eu também gosto de você, Madison" respondi com um sorriso, mas ela olhou para baixo. "O que foi?" perguntei preocupada. "E-eu não sei. Eu... estou gostando de você de outro jeito" Ela estava quase chorando, mas eu fiquei confusa. "Como assim?" perguntei. Ela levantou os olhos e eu percebi que nossos rostos estavam incrivelmente perto um do outro. Madison colocou as mãos no meu rosto e tocou seus lábios nos meus, em um gesto que me fez arregalar os olhos e recuar automaticamente. Olhei para ela, que tinha os olhos abaixados. Lágrimas corriam pelas suas bochechas. Segurei o seu rosto com as duas mãos e levantei-o, encarando seus olhos cinzentos e avermelhados graças ao choro. "Eu também gosto de você de outro jeito" respondi, fechando os olhos e me aproximando dela, roçando nossos lábios com inexperiência. Ela colocou as mãos em meus ombros e me beijou, selando naquele instante um amor que não acabaria depois de pouco tempo.

– Eu te amo, Vick. – Maddy sorriu, deslizando um dedo pela minha bochecha.

– Eu te amo muito, Maddy. – Respondi, segurando a sua mão.

Ela segurou a minha nuca e deu dois beijos rápidos sobre os meus lábios.

– Eu estou com saudade de você. – Sussurrou.

Eu sabia que aquela frase não significava apenas que ela estava com saudades de mim. Havia outros significados ali. Sorri com isso.

– Eu também estou com saudades de você.

Ela sorriu.

– Quero te beijar de novo. – Sussurrou.

– Eu também. – Respondi.

Aproximamos novamente nossos rostos e voltamos a trocar um beijo lento, que foi inoportunamente interrompido por uma exclamação.

– Madison!

Era Eva que adentrava o quarto. Nos seus olhos eu vi uma raiva ainda maior do que a que ela demonstrara após a nossa "conversa", pouco tempo antes. Maddy segurou a minha mão com força e nos mantivemos em silêncio enquanto Eva nos encarava com seu olhar raivoso e Madison retribuía o olhar com firmeza.

– Madison... – A mãe repetiu, dessa vez em um tom calmo e assustador.

– Sim? – A garota ao meu lado respondeu em um tom frio e levemente cínico.

– O que foi isso que eu vi?

– Um beijo? – Madison arqueou as sobrancelhas, fingindo-se de desentendida e fazendo o rosto da mãe adquirir um tom avermelhado.

– Eu sei que foi um beijo. Quero saber por que você estava beijando essa garota. – Sua última palavra tinha um tom de... asco?

– Ora, mãe. Eu estava beijando a Vick porque ela é a minha namorada. E é isso que namoradas fazem.

Madison queria infartar Eva, só podia ser. As caretas que a mulher de cabelos claros fazia eram tão cômicas que eu tinha que me esforçar para segurar o riso.

– Você tem dezessete anos, Madison. Não pode decidir que tem uma namorada agora.

–Então quer dizer que se eu decidisse ser heterossexual e ter um namorado aos quatorze anos isso seria normal, mas namorar uma menina aos dezessete não?

– Madison, eu não vou discutir com você. Você está em recuperação de um acidente. Depois nós falamos disso. E a sós, de preferência.

– Não, mãe. Eu estou suficiente bem para conversar sobre isso. Eu amo você, você é a minha mãe. Mas eu também amo Victoria e não me importo de discutir isso na frente dela. Eu só queria dizer que não me importa o que você pense. Eu realmente fico triste em saber que você não aceita a pessoa incrível que ela é, mas não vai ser isso que vai me impedir de continuar namorando e morando com ela.

Eu fiquei sem palavras diante do discurso de Madison e, ao que parecia, Eva também. Depois de alguns momentos de silêncio, ela se manifestou.

– Bom. Tudo bem. Se essa é a sua decisão final, eu não tenho o que fazer. Com licença.

Dito isso, a mãe de Madison saiu do quarto, deixando um silêncio estranho pairar no ar. Mordi o lábio inferior e olhei para Maddy, que se mantinha rígida. No seu rosto não haviam sinais de choro ou tristeza.

– Maddy... me desculpa. Eu não queria causar isso.

Ela se virou para mim e colocou uma mão no meu rosto.

– Você não causou nada, Vick.

– Mas... você acabou de brigar com a sua mãe.

Ela sorriu, um sorriso meio triste.

– Isso não foi bem uma briga, Vick. Essa é a minha escolha, não importa. Ela não pode ficar com raiva disso para sempre.

Sorri.

– Isso te estressou. É melhor descansar. Você ainda está em recuperação, e é bom que melhore logo. Tem uma cama e filmes românticos te esperando. E seis pessoas preocupadas. E um irmão doido para passear conosco na praça de skate.

Ela deu uma risada.

– Você vai embora?

– Quer que eu vá?

Ela negou com a cabeça.

– Tudo bem, eu vou ficar aqui. Mas descanse, ok?

– Ok. – Ela sorriu.

Ajudei-a a se deitar na cama e acariciei os seus cabelos, dando um beijo leve na sua testa e outro em seus lábios.

– Eu te amo, Vick.

​– Eu também te amo, Maddy.


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Notas finais do capítulo

Então. Como vocês devem ter percebido, eu mudei o meu nome ~de novo~. De Sali para Sali T.
Outra coisa que eu mudei foi o meu About, então se vocês tiverem a curiosidade, vão lá dar uma lidinha ~mas só depois de mandar review em u_u
Bom... aqui vão as lindas que comentaram no último cap e... é isso!
Au revoir!
» Dark
» Baunilha (já comentei que eu amei essa tua foto de perfil?)
» Amanda Melquiades
» Baka Senpai (vou chamar o IBAMA u_u)
» Samyni
» Saah
E... só.
Não vou reclamar pq eu demorei super pouco pra postar, mas... enfim.
Adioos, girls.
Sali T.