Lendas Do Acampamento: O Sacrifício escrita por V i n e


Capítulo 5
A Proposta


Notas iniciais do capítulo

Quando eu li o capítulo de uma certa gótica eu pensei. NOSSAAAAAAA! Sim foi ótimo. Esse cap ficou pequeno mais perfeito (nem me acho kkk) Juh, pra você! Seu cap foi merecedor de uma homenagem. Dedicando o cap a gótica, cretina, Miss Stress, cachorra da Juh.
PS: Apelidos de autoria da Duda.



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O crepitar das chamas que ardiam na fogueira era o único som que circundava o pavilhão do refeitório, todos olhavam pra Quíron, esperando que ele gritasse “Brincadeirinha!”, mas ele não gritou. O homem, Hércules, sorriu para nós de uma forma amistosa, só que seus olhos tinham um brilho de diversão, reconheci o brilho no olhar. O brilho que eu via no olhar de Brius.

– Isso é impossível! O paradeiro de Hércules é desconhecido! – gritou Lilian, filha de Eólo.

– Nosso herói decidiu sair do exílio para nos ajudar – explicou Quíron.

– Não, Quíron. Na realidade Zeus ordenou que ele viesse. Esse preguiçoso passou éons sem fazer nada, então ele foi convocado no Olimpo para que assumisse o papel de instrutor de batalha – resmungou Sr.D.

– Mas Hércules é romano! Ele pode ser um espião que esta aqui para passar informações para o acampamento romano! – argumentou Charles do chalé 6.

– Na verdade, os deuses não querem uma batalha entre os dois acampamentos, vocês têm que entender que os romanos também são filhos dos deuses. Eles esperam que possamos colocar Lupa de volta ao poder antes que Brius corrompa os semideuses! – disse Hércules.

– Lupa?

– Sim a coordenadora de atividades do Acampamento Júpiter – disse Quíron.

– Isso mesmo. Ela foi aprisionada quando Brius invadiu o Acampamento – murmurou Hércules.

– Como ele e a Kimberly conseguiam, sozinhos, invadir um acampamento repleto de semideuses selvagens e cabeçudos? – perguntou Jake.

– Tivemos a informação de que Brius esta recrutando semideuses, alguns deuses menores já se aliaram a causa e alguns semideuses também. Durante todo o ano enviamos alguns meio-sangues para que investigassem, é com grande pesar que informo que nenhum voltou... – disse Quíron. – Então enviamos nosso instrutor psicológico. Sísifo. Pelo que ele nos conta, todos os que foram se aliaram ao inimigo.

– É a vadia da Kimberly! Aquela bonequinha de porcelana estragada deve estar controlando a mente deles! – vociferou Emma.

– Talvez minha querida, mas semideuses poderosos e até mesmo deuses menores estão lá de livre e espontânea vontade – disse Quíron.

– Mas...

– Quíron! Os deuses ainda não permitiram total revelação dos fatos! – ralhou Sr.D.

– Sim. Hoje não haverá hora da fogueira! Todos precisam estar preparados para o inicio do treinamento. – disse Quíron. – Estão dispensados!

...

Entrei no meu chalé e sentei na cama, uma folha de papel estava dobrada em cima do meu travesseiro.

– Mais um presente? – perguntei.

Peguei o papel e o li.


Encontre - me na praia dos fogos...

– Mais que diabos...

Dobrei a folha com muito cuidado e sai correndo para o chalé 13. Irrompi quarto adentro e chamei por Jake, mas nada.

– Droga! – soquei a parede. Encima da cama havia uma capa preta, uma enorme capa com zíper na parte da frente e capuz. Peguei a capa e corri para os limites de segurança do acampamento. Passei pelo pinheiro e vesti a capa, fechei a capa de cima para baixo até a altura da cintura, transformei Metamorfo̱tikí̱s em uma adaga para o caso de precisar atacar rapidamente.

Andei pela areia branca por um tempo. Sabe quando temos aquela sensação de que alguém se aproxima? Senti isso. Parei e me concentrei no barulho das ondas.

– Você é corajosa vindo até aqui. Ou muito burra – sibilei de costas para quem me prosseguia.

– Eu precisava vir – disse uma voz doce e feminina. Retirei o capuz, me virei e encarei Kimberly. – Vim em missão de paz.

– Como vou saber que você não vai me matar? – perguntei cético.

– Por que eu te amo.

Soltei uma risada fria e cruel.

– Suas palavras não tem significado para mim. São vazias e pútridas, assim como você! – cuspi. Kimberly prendeu a franja atrás da orelha, seus cabelos caiam como uma cascata negra sobre os ombros, ela vestia um casaco rosa fosforescente e um lenço púrpura no pescoço.

– Sei que te decepcionei, mas eu fiz tudo isso por nós! Brius se tornando soberano no mundo, nós dois juntos pela eternidade! Lembra quando nos beijamos e eu disse que seriamos imperadores? – ela esperou que eu respondesse, mas mantive inalterado. – Eu não estava brincando!

– E você em sua mente doentia pensou que eu concordaria com uma coisa dessas? – gritei.

– Eu faria você se adaptar! Você acabaria aceitando! Mas aí chegou aquela imbecil da Sophie! Ela estragou... – interrompi sua fala colocando a adaga em seu pescoço, seus olhos se arregalaram. –O quê?

– Não se atreva a pronunciar o nome de Sophie! Sua vadia! – urrei. Ela deu um passo para trás.

– Você acha mesmo que eu viria despreparada? – perguntou ela puxando uma adaga um pouco maior que a minha. Eu a reconheci era a adaga de Sophie.

– Como ousa? – sussurrei, com tanta raiva que não consegui gritar.

– Quer conversar como uma pessoa civilizada ou vou ter que partir para a selvageria? – sibilou ela.

Abaixei a arma e me afastei.

– Diga o que quer.

– Brius esta lhe dando uma chance: Junte-se a nós – recitou ela.

– Nunca! Sinceramente você acha que eu... Que eu me mancomunaria com a sua laia? – vociferei.

– Não. Eu disse que era inútil, mas ele insistiu. Então eu vim com uma nova sugestão. Fuja comigo. Brius não é nada sem mim. Eu mantenho os semideuses romanos sob controle, recrutamos os gregos e isso é perigoso. Romanos e gregos juntos podem estourar a 3ª Guerra Mundial! E eu os mantenho sob controle.

– Eu e você? Juntos? Faça-me rir! – desdenhei.

– Lamento que tenha que ser assim – Kimberly me chutou, fui pego de surpresa. Cai de costas na areia, Kimberly com o pé no meu peito, impedindo-me de respirar. Puxei Metamorfo̱tikí̱s e a empurrei para longe. Kimberly cambaleou, olhou para mim e sorriu. Levantei com um salto e ataquei. Girei 360º graus e cortei o ar. Kimberly havia se agachado e preparado um golpe conta meus pés. Saltei e cai sob sua mão.

– Ai!

Pus o pé em seu ombro e a empurrei para o chão. Segurei a adaga bem perto de seu rosto. Ela rolou para o lado e chutou a adaga de minha mão, a arma voou e caiu no chão, cerrei o punho e dei um soco no ar, Kimberly desviou e me rodopiou no chão passando-me uma rasteira. Minha visão ficou cheia de pontinhos pretos, levantei-me devagar a adaga veio voando até minha mão.

– Odeio essa espada – murmurou ela.

– Odeio você, fica de boa aí!

Ela contra-atacou,

– Você fica tão sexy quando tenta ser um assassino – flertou ela. – No fim você não é tão diferente de mim e Brius.

Fiz a pior coisa que se pode demonstrar ao inimigo. Fraqueza. Meus braços tremeram e relutantemente abaixei a adaga.

– E então cavaleiro das trevas? - disse ela se levantando e segurando a capa. – Dá mais valor a sua honra, admiro isso.

– Eu não quero me tornar o que você se tornou Kimberly – sussurrei derrotado.

– Esse é o seu defeito fatal Will. Superioridade – murmurou ela soltando a capa. – A guerra nos endurece, se você quer realmente vencer, deve cortar os laços. Desistir dos amigos. Quando você corta esses laços você se torna mais forte, veja o que eu me tornei. A fraca e burra Kimberly se tornou uma guerreira! Eu nunca conseguiria fazer o que fiz agora com você – ela ergueu os braços até a altura dos ombros e os manteve esticados. – Sou a chave para o sucesso de Brius!

– Mais um motivo para que eu te mate agora... Mas eu não posso. Como você disse, meu senso de superioridade diz que eu sou melhor que isso – murmurei.

– Eu sei. Sabe ao vir aqui, eu sabia que corria o risco de ter que tentar te matar. E sabia dos riscos de você me matar. O defeito fatal de um filho de Afrodite é a autoconfiança. Por isso mesmo que eu não seja capaz de acabar com você... Você não sairá vivo daqui Will – ela sorriu de forma amistosa. – Tyler!

Um dragão um pouco maior que Peleu planou até chegar a nós.

Um garoto saltou do dragão, ele vestia armadura, uma camisa roxa por baixo. Uma bermuda jeans e tênis Nike azul. Seus olhos eram de um verde intenso, como os meus e em suas mãos um tridente.

– Will, esse é Tyler filho de Netuno. Digamos que seu irmão – apresentou Kimberly com um imenso sorriso.

– O quê? – gritei.

– Olá, irmãozinho! – Tyler atacou. Ele brandia o tridente com elegância, desviei do golpe, mas ele previu minha estocada e saltou para trás. Uma onda imensa explodiu em cima de mim, contornei a água e a fiz se voltar contra Tyler. O tridente literalmente rasgou a onda ao meio.

– Perfeito! – gritou Kimberly.

Dei uma cambalhota para o lado e transformei Metamorfo̱tikí̱s em um tridente.

– Que tal lutarmos de igual para igual? – perguntei.

– Arma interessante, é uma pena que depois que eu pendurar sua cabeça na minha lareira, ela vai ser minha! – sorriu Tyler.

– Vai sonhando Cabeça de Camarão! – joguei o tridente em sua direção, ele se abaixou e Kimberly rolou para o lado. – De volta! – o tridente parou no ar e se virou para as costas de Tyler.

– Cuidado! – berrou Kimberly.

O filho de Netuno rolou para o lado, estiquei a mão e Metamorfo̱tikí̱s voou até ela. O tridente se transformou em um arco e a aljava se prendeu em meu ombro, puxei uma flecha e a disparei, o sangue jorrou do braço de Tyler. Eu errei, mas consegui fazer um corte fundo em seu bíceps.

– Maldito!

– Esqueça! Você ainda não esta pronto para lutar com ele! – berrou Kimberly. – Tyler! Vamos!

– Não! – urrou ele.

– Tyler! Vamos! – a voz de Kimberly estava diferente, autoritária. Tyler ficou paralisado seu ultimo ataque mirava o meu coração, mas com o arco eu não podia me defender...



O tridente voou de sua mão e se fincou na areia.

– Como? – perguntou Kim.

– O cavaleiro das trevas pegou a capa emprestada com o Jake. É uma armadura – sorri.

– Tyler! Volte! – gritou Kimberly de novo.

Tyler pulou em cima do dragão e esticou a mão para Kimberly. Corri até eles com uma espada em punho, Kimberly se voltou para mim e seus olhos se encheram de lágrimas.

– Parado! – ordenou ela. E foi isso que eu fiz. Kimberly se aproximou de mim, e me beijou, seus lábios moveram-se solitários contras os meus paralisados. – Eu te amo...

O mundo desabava devagar, mas pude ver Kimberly e Tyler voando e se afastando do Estreito de Long Island, depois o mundo desabou de vez e tudo escureceu...


– Will?! – chamou uma voz distante. – Ele esta aqui!

– O que ele esta fazendo aqui fora? E com minha capa!

– Me ajude aqui Jake!

– Thiago, chame Quíron!

– Ok.

No meu sonho eu estava preso, amarrado a um tronco de madeira, Annie, Sophie e Kimberly estavam paradas em lugares diferentes, foi então que percebi que elas formavam um triângulo em torno de mim. Eu podia sentir tudo de uma vez: Annie, emanando alegria e luminosidade! Sophie, emanando sabedoria e amor! E Kimberly, ódio, raiva, frieza e o desejo. Embora isso fosse estranho, todas causavam o mesmo sentimento em mim, confusão, raiva e elas mexiam comigo de uma forma diferente. Eu tinha raiva de Annie por que ela mexia comigo de uma forma intensa, insensata. Eu tinha raiva de Sophie por que ela havia me abandonado e tinha raiva de Kimberly por que ela me manipular. Eu nunca a amei, era tudo uma farsa! Eu a odeio. Ela desperta os instintos mais selvagens em mim, a fúria, o ódio. Esse é o jeito dela mexer comigo, mas não de uma forma boa, ela tenta me tornar o mostro que ela se tornou. Todas olhavam para mim de uma forma estranha, como se me chama-se.

– Uma hora você vai ter que escolher Will... – sussurrou Annie, sua voz estava duas oitavas mais baixas.

– Não pode ter tudo... – murmurou Sophie.

– E tudo estará acabado... – completou Kimberly.

– Will! Acorde por favor! – sussurrou Annie, tirando-me do meu sonho. – Não nos deixe! Não me deixe...



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Notas finais do capítulo

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