Lendas Do Acampamento: O Sacrifício escrita por V i n e


Capítulo 4
O Novo Instrutor de Batalha




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Puxei minha manga esquerda e olhei para meu punho, marcas de dedos haviam deixado um hematoma prestes a arroxear. Não havia fogo, um sonho, uma ilusão. Levantei-me com esforço, minhas juntas exclamaram em um doloroso protesto, mas me obriguei a vagar até o banheiro. Abri a torneira e enfiei o braço debaixo da água fria, eu esperava sentir o efeito anestésico da água curando meus ferimentos, porém tudo que senti foi à frieza da água.

- Mas o quê?

Concentrei-me na água, a matéria envolveu-se em meu braço esquerdo, esperei mais um pouco, mas o hematoma continuava roxo. Fechei a torneira, meu anel se transformou em um canivete suíço, abri minha mão e cortei levemente a palma. O sangue quente jorrou da ferida, pingando no chão. Apertei a mão depois abri a torneira novamente e enfiei a mão debaixo d’água, a sensação anestésica tomou conta do lugar onde o ferimento havia sido feito. O ferimento se fechou muito rapidamente, ergui a mão para analisá-la, o corte estava fechado e não havia resquício de que um dia ele existira. Tentei deixar a água cair no meu hematoma de novo, mas era óbvio que nada aconteceu. Bufei e voltei para cama, esperei que o sono viesse, eu queria saber onde Sophie estava...

Depois de uma hora com os olhos apertados, vi que eu estava com medo de dormir, joguei as cobertas para o lado, coloquei uma bermuda e uma camisa laranja do acampamento. Calcei meu All Star preto rabiscado e saí chalé.

 O céu ainda estava escuro, andei até o bosque, sentei no chão e esperei que a manhã viesse.

Depois de um tempo Annie se sentou ao meu lado.

- São três horas da manhã. O que esta fazendo aqui?

- Pesadelo – contei-lhe meu sonho com Sophie.

- Sophie, Sophia, Sofía, Sabedoria. Faz sentido – seus olhos encontraram os meus. – Você sabe onde eles estão?

Neguei com a cabeça.                   

- Isso dificulta as coisas – sussurrou ela enrolando uma mecha azul no dedo.

- E você, por que esta aqui? – perguntei.

- Fui chalé de Poseidon, você não estava lá. Esse é nosso ponto de encontro lembra? – perguntou ela sorrindo.

Olhei acima de minha cabeça, eu estava encostado num pinheiro alto e inconfundível, era o lugar para onde nós fugíamos quando todos estavam nos irritando.

- Por que foi ao chalé de Poseidon? – perguntei.

- Ah. Isso...

- Não consegue ficar longe do Sr. Irresistível aqui? – eu disse sorrindo.

- Nem se acha – riu ela. – Não. Uma visão. Eu vi você se contorcendo na cama, comecei a ouvir música para tentar espantar as imagens. Até que decidi ir lá, e você tinha sumido, uma poça de sangue no chão do banheiro, corri pra cá e aqui esta você, varando a noite como um morcego.

Mostrei a ela meu braço machucado, seus olhos se fixaram no hematoma.

- A água não curou o ferimento, então cortei minha mão e tentei curá-la. Por incrível que pareça esse hematoma ficou mas o corte se foi – disse.

- Estranho.

- Ah, e você nem sabe da melhor parte! Seu pai me deu um presentinho. – murmurei.

- Sério?

- Sim, vem cá quero te mostrar – eu me levantei e puxei-a junto comigo.

Annie se sentou na minha cama e um enorme bocejo passou-lhe pelos lábios. Abri o cofre e peguei a aljava.

- Uau! Que lindo! – exclamou ela. – Meu pai é demais!

Comecei a gargalhar, contei a ela sobre como Apolo havia me tirado do coma e como ele disse que ela seria importante na minha vida.

- Ui, me sinto importante – riu ela, bocejando novamente.

- Acho que você deveria dormir – comentei.

- Acho que você deveria ficar quieto! Você fala demais! – sorriu ela.

- Eu já volto – eu disse mostrando-lhe a língua. Como uma criança.

Fui até o banheiro e fechei a porta. Ordenei que a água limpasse toda a sujeira levando o sangue para o ralo. Quando abri a porta Annie estava meio deitada meio sentada em minha cama, arrumei-a na cama e a cobri com o edredom. Sentei-me no chão ao seu lado encostei a cabeça no colchão e coloquei os fones de ouvido Astronaut voltou a tocar e acabei adormecendo.

Acordei com os dedos de Annie acariciando minha bochecha.

- Bom dia! – disse ela.

- Bom dia.

Ela havia trocado de roupa e seus cabelos louro-avermelhados caiam até o meio de suas costas.

- Depois que acordei na sua cama – ela parou e riu da situação. – Fui até meu chalé e troquei de roupa. – Levantei-me e arranquei os fones de ouvido.

Annie se jogou na cadeira mais próxima e esperou até que eu trocasse de roupa.

- Você pode me dar licença? – perguntei constrangido.

- Fresco. – murmurou ela, mas não saiu do lugar.

Meio que escondido e tão rápido quando minha lerdeza me permitia arranquei a camiseta e corri para pegar outra na cômoda. Mas é claro que a gaveta tinha que emperrar.

- Uau. Você malha? – perguntou Annie.

Puxei a gaveta com força e ela se abriu com um barulho alto. Peguei uma camiseta laranja do acampamento idêntica a que eu usava antes, já que a outra tinha cheiro de caca de esquilo.

- Para alguém que ficou constrangida quando me viu sem camisa você esta bem assanhadinha não é dona Annie? – perguntei.

- Você me pegou de surpresa. E com um corpo desses, meus deuses, não sei o que você esconde – ela me lançou um sorriso malicioso.

Apenas revirei os olhos e comecei a me preocupar com a bermuda.

- Er... Sabe, eu gostaria de poupá-la do trauma de me ver de cueca então. Com licença? – perguntei ciente de que meu rosto estava muito vermelho.

- Baby, você é tão lerdo que nem se lembrou que existe banheiro – ela sorriu ao apontar a porta do banheiro.

Dei um tapa na testa. A lerdeza pode causar cenas constrangedoras. Entrei no banheiro e tranquei a porta. Coloquei uma bermuda xadrez e sai do banheiro. Annie olhava o quadro com interesse, seus dedos acompanhavam as linhas curvas e perfeitas das ondas marítimas.

- Bonito – murmurei.

- Além do Sol, o mar é a coisa mais linda da Terra – concordou ela.

- Vamos, sua tarada, temos atividades a cumprir!

Annie concluiu que Apolo queria que eu treinasse com o arco, então transformei Metamorfo̱tikí̱s em um arco de bronze celestial, uma aljava repleta de flechas pendia em minhas costas.

- Olhe. Para utilizar um arco você precisa de três coisas – explicou ela. – Eu os chamo de os três “C”. Calma, concentração e confiança. – ela ergueu o arco e puxou uma flecha da aljava. Ela apontou para um ponto indistinto entre as árvores, seus olhos tinham uma expressão calculista e precisa.

- Annie, eu não acho que...

- “C” Número 2. Concentração! – ela puxou a cordão de couro do arco e o soltou, lançando a flecha no ar, passando por entre as árvores e cravando-se em uma maçã. A fruta caiu no chão e Annie correu para pegá-la. Ela olhou para mim e sorriu.

- Viu é fácil!

Puxei uma flecha na aljava, examinei a ponta e o engaste, posicionei no cordão e o puxei até perto do rosto.

- Will – chamou Annie, ela estava parada ao meu lado. Beijou-me na bochecha e sorriu. – Para dar sorte.

A surpresa fez com que eu disparasse a flecha sem ver para onde eu a havia mandado.

- Ai! – berrou um sátiro, a flecha estava fincada bem no seu traseiro.

Annie correu até o garoto-bode e examinou o ferimento.

- É superficial, mas Will belo tiro – riu ela.

- Will? Cara você não superou o fato de eu gostar da Sophie e agora me apronta uma dessas? – berrou a voz mais irritante e insuportável do mundo. Mathews, o sátiro atrevido.  

- Não seu idiota! Eu não queria te machucar, apesar de você merecer!

Mathews se apoiou em Annie e em mim, o levamos até a enfermaria onde os filhos de Apolo tentariam ajudar o sátiro.

- Vai querer a flecha de volta? – perguntou Mike rindo.

- Não obrigado! – disse eu.

- Will! Annie! – gritou Brandon do chalé de Hermes, ele vinha correndo carregando um bilhete. – Quíron quer falar com vocês! – ele estendeu o papel e o li.

- Quíron está nos convocando para uma reunião.

Emma, Jake, Quíron e um homem, muito magro, estavam na varanda da casa grande. Sues olhos eram sérios o que me fez pensar no que eles queriam falar comigo.

- Will, temos um problema. – disse Quíron.

- O que foi? – perguntei.

- Ontem à noite Sísifo retornou de uma missão planejada pelos deuses – começou ele. – Caro colega poderia contar a ele o porquê de estar aqui?

- Claro égua preguiçosa! – ladrou o homem. – Primeiramente: Eu sou Sísifo. Zeus avaliou o que fiz com aquela lerda da Perséfone e pensou: Oh. Se aquele bravo, destemido, garanhão, perfeito e lindo homem conseguiu passar a perna na tapada da mulher de meu irmão, por que não tirá-lo do Mundo Inferior? – ele fez uma pausa dramática. – Então ele me colocou para ser instrutor no acampamento. Luta não é meu forte, mas sim a astúcia! Vou lhes ensinar a entender e manipular seu inimigo. O que vocês vão precisar daqui para frente. Não sei se vocês lesados perceberam mais há uma revolução a nossa porta. Vou lhes ensinar a coisa mais importante quando o assunto é derrotar um oponente. Brinque com a mente dele. Sei que tem filhos de Atena que conseguem manipular os movimentos do oponente e até ler seus pensamentos. Bah! Isso é ridículo!

- Humpf! – bufou Emma.

- Eu estou me referindo a fazer seu oponente se mover do jeito que você quer. Fazê-lo ver o que você quer que ele veja. Isso mesmo. Vou treinar, com vocês em especial, a manipulação da mente! Trapaça, mentira, blefe, omissão. Tudo que puder lhes dar uma vantagem mental sobre seu inimigo!- o sorriso de Sísifo era resplandecente e vitorioso.

- Mas o foco não seria a batalha? – perguntou Annie.

- Um instrutor de batalha estará aqui na hora do jantar, ele vai prepará-los para a batalha. É com pesar que informo estamos em guerra contra o Acampamento Júpiter!

- O quê?!

- Sim. Pelo que Sísifo descobriu ontem à noite. Kimberly e Brius dominaram o acampamento romano. E suspeitamos que Sophie esteja sendo mantida refém lá.

- Vamos para lá agora! – gritei.

- Will! Não podemos entrar em guerra sem o consentimento dos deuses! – respondeu Emma.

- Sabemos onde ela está! Eu não preciso de mais nada! – berrei.

- William. Tem certeza que quer levar todos para uma batalha suicida? – perguntou Jake. – Tem certeza de que quer atravessar o país inteiro de novo? Você mal acabou de voltar de São Francisco e já quer voltar pra lá?

- Jacob não interessa! Eu simplesmente não quero saber! Eu vou. Não preciso de você para vir comigo! – sai correndo para a floresta precisando ficar sozinho. Ajoelhei na beirada do lago e afundei a cabeça na água gelada. Gritei em plenos pulmões espantando as dríades que tapavam os ouvidos, berrei deixando as lágrimas misturarem-se com a água do lago. Entrei na água e afundei. Urrei mais uma vez extravasando o ódio, todo o riacho explodiu jogando água para todos os lados. Derrotado, sozinho e deprimido ordenei que as águas me emergissem, arraste-me para a borda do lago e deitei no chão olhando para o céu.

- Nunca vou te abandonar Sophie! Eu vou te salvar, nem que seja a última coisa que eu faça!

- Vamos com você Cara de Sardinha – disse Jake atrás de mim. Levantei-me e olhei para ele.

- Por que somos seus amigos. Hoje, amanhã e sempre! – disse Annie.

- E por que nós te amamos – completou Emma.

Senti como se o buraco no meu peito não fosse mais tão escuro. Eu poderia procurar Sophie no buraco, com a ajuda dos meus amigos.

- Vocês são uma parte de mim. Ninguém vai mudar isso. Ninguém pode arrancá-los de mim! – respondi. – Mas vocês têm certeza de que é isso que vocês querem?

- Com certeza. Garanto que você faria o mesmo por qualquer um de nós! – disse Emma. – Como diz a letra da música. You are not alone.

- Nunca. Eu nunca estive sozinho... Vocês sempre estiveram comigo.

Quíron chamou todos os campistas para nos apresentar Sísifo, o velho fez um discurso meio narcisista e vulgar. Sr.D estava parado lendo um exemplar sobre diferentes tipos de vinho. 

- Heróis! Eu gostaria de lembrar a vocês que o jogo da Captura da Bandeira irá acontecer normalmente! – todos ergueram as espadas e gritaram comemorando. – Ótimo. E mais uma coisa... Hoje após uma missão de nosso novo instrutor descobrimos que o acampamento Júpiter esta abrigando Brius e Kimberly. No verão passado William, Emma e Sophie salvaram o mundo, eles impediram que Urano voltasse à ativa e destruísse o mundo. Porém o filho de Atlas, Brius, se provou mais astuto que Urano e o próprio pai.

- Atlas não tem mais filhos! – gritou Charles, o Cara de Enciclopédia. Ele se acha mais inteligente que os outros, um Mané!

- Brius esteve escondido esse tempo todo, ele ganhou a imortalidade do pai enquanto se provasse fiel. Quando Altas o enganou Brius, o semititã quebrou o tratado de fidelidade. Isso nos da uma vantagem, podemos matá-lo ele é um ótimo espadachim, mas ainda é mortal. E temos Kimberly, no verão passado ela me colocou em coma com uma única palavra, e ela é parte de nosso problema. Brius e Kimberly, juntos são um grupo e tanto – comentei –, sem ignorar o fato de eles podem usar... a... Sophie.

- O que houve com ela? – perguntou Stacy do chalé de Deméter.

A pergunta me pegou de surpresa, senti um aperto terrível no peito e tive dificuldade para respirar.

- Brius a sequestrou – disse Quíron -, ele a mantém como refém e é possível que a use para nos chantagear.

- Bem, se fomos usar a lógica. É melhor sacrificar um, ao entrar numa batalha suicida – murmurou Max.

O sangue borbulhou dentro de mim, me afastei discretamente por trás de Quíron e me aproximei de Max. A raiva tomou conta de meus movimentos, e o ódio tomou conta da minha razão. Acertei um soco no queixo de Max, o filho de Ares caiu no chão.

- Will! Pare! – berraram Quíron e Emma.

- Você é filho de Ares seu idiota! Não sabe nem o significado da palavra “lógica”! – berrei. – Se você da valor a sua vidinha miserável nunca mais fale da Sophie!

- Cara de Baiacu! Eu vou te matar! – urrou Max.

- Já chega! William volte aqui! Max nunca deixaremos um campista de lado! – disse Quíron. Parei do lado de Jake, e fuzilei o horizonte. – Hoje à noite teremos um novo instrutor de batalha. Sísifo vai lhes ensinar a parte psicológica e o novo instrutor irá treiná-los como lutadores. Agora podem voltar a suas atividades.

 Quíron pediu para que Jake, Emma, Annie e eu esperássemos na Casa Grande.

- Sinceramente Will, sua atitude foi muito infantil! – ralhou Quíron. – Eu esperava mais de você!

- Todos esperam muito de mim! Só que eu não sei se vocês perceberam mas eu sou apenas um garoto! Não posso abraçar o mundo! – gritei. – Uma guerra esta prestes a acontecer e você fica falando de paciência! Pelo amor dos deuses! Se esses traidores se aliaram a Brius e Kimberly o problema é deles! Vão ser esmagados como insetos! – abaixei minha voz, porém a fúria que escapava com as palavras era cortante e ofensiva. – Eu vou destroçá-los. Um por um. Até que não reste um traidor.

- Will. Você esta descontrolado, acalme-se! – pediu Jake.

- Como Jake? Minha namorada esta prestes a ser... – parei de falar.

- Ser o que? – perguntou Emma.

- Eu não sei. Esqueci... – alguma coisa muito estranha aconteceu com minha memória, era como se ela tivesse sido apagada. Eu me lembrava de ter sonhado, mas não me lembrava do que! – Annie lembra que eu te contei um sonho ontem?

- Sim, mas não me lembro o que era... Estranho parece que isso foi apagado de minha memória – disse ela.

- Você sonhou com Sophie e não me conta? – perguntou Emma.

- Eu sonhei sim. Lembro-me de ter ido até a floresta e ficado sozinho com Annie. Voltei para o chalé e dormi, agora não me lembro meu sonho!

- Muito estranho.

Então me lembrei dos hematomas no meu braço. Estiquei o antebraço e olhei para mancha roxa.

- Como conseguiu isso? Parecem dedos! – disse Emma.

- No sonho... Eu me lembro do meu braço pegando fogo! Aí as manchas brotaram.

- Braço em chamas, isso não ajuda muito – murmurou Jake.

- Crianças. Sei que estão afobadas, mas voltem para suas atividades. Vemos-nos a noite... – disse Quíron se virando e entrando na Casa Grande.

Annie e eu continuamos praticando com o arco, porém eu não estava prestando atenção, minha mente vagava tentando se recordar do sonho que eu tivera algumas horas atrás.

- Will o “C” da Concentração esta faltando em você – murmurou ela. – Sei que esta preocupado com tudo isso, sou nova aqui. Nunca convivi com Sophie, meu pai só me reconheceu agora e ainda estou um pouco magoada com ele. Mesmo assim eu consigo seguir em frente. Tenho dezesseis anos e nunca vi meu pai, ele é a única família que eu tenho. Você não me vê chorar por que ele não liga para mim.

- Você ama o seu pai de uma forma diferente, você o ama por que ele é seu pai, mas o odeia por nunca ter o interesse de te conhecer. Já senti isso. Agora. Eu amo a Sophie como minha vida, eu nunca a odiei. Nós brigávamos muito, até que um dia eu percebi que a amava. Tudo ficou perfeito. Esse é um tipo de amor que eu nunca vou sentir por mais ninguém.

- Você não pode ficar preso ao passado Will, e não diga que nunca mais vai amar alguém. Anos atrás eu tinha um namorado perfeito, ele era muito fofo, não tanto quanto você, mas era perfeito. E do nada ele terminou comigo, eu prometi que nunca mais me apaixonaria por ninguém, e agora... – ela parou e olhou para baixo. – Agora eu me arrependo de ter dito aquilo, por que não pude cumprir a promessa. Eu acabei me apaixonando.

- Por quem? – perguntei muito curioso.

- Não te... – respondeu ela.

- Não te?

- Não te interessa! – riu ela.

- Boa – ri.

- Vamos. Está quase na hora do jantar.

Todos estavam sentados no pavilhão do refeitório, levantei-me e joguei metade da minha pizza na fogueira e pedia a meu pai que ele me ajudasse a salvar Sophie. Depois me sentei e comecei a comer em silêncio. Quíron bateu com o garfo no cálice de vinho que ele bebia. Os olhos de Sr. D estavam vidrados no cálice. Sísifo comia sua pizza com as mãos e ao seu lado havia um homem alto e muito musculoso. Seus olhos eram duros mas seu sorriso era extrovertido.

- Guerreiros! Eu gostaria de fazer um comunicado, eu gostaria de apresentar o novo instrutor de batalha. – o homem grandalhão se levantou e sorriu para nós - Hércules, filho de Zeus!


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