Lances da Vida escrita por CaahOShea


Capítulo 9
Capítulo 7- Travessuras


Notas iniciais do capítulo

Ooi minhas amoras, tudo bem com vocês? Ai estava morrendo de saudades de vocês flores! * vergonha *
Eu sei, mas uma vez pisei na bola com a demora flor, mas acreditem, eu não demoro por que eu quero flores, infelizmente, vida de ficwriter não é facil, né? Acreditem, se eu pudesse eu postaria um capítulo pro dia, com todo prazer!
Mas além de tudo, dependo também da minha inspiração flor, que as vezes decide fazer uma viagem por conta própria. kk
Bem, agora sem mais falação, mais um capítulo fresquinho de Lances da Vida! Uhuuu!
E tem nova capa, vocês viram que linda! Comentem sobre o que acharam da capa linda!
E vocês nem imaginam como eu estou feliz com cada lindo review de vocês, sério, e o carinho de cada uma e todas que favoritaram a fic! Muito obrigada!
Ah, e uma agradecimento super especial as novas leitoras que comentaram no outro capítulo, sejam bem vindas!
Sem mais, boa leitura, e até lá em baixo!



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POV. Bella Swan:

– Prontinho, senhorita Cullen. Agora procure descansar, em breve deverá ter alta. – Disse a enfermeira, uma senhora baixinha, de pele olivácea e bochechas rechonchudas, depois de refazer os curativos em Alice. Ela saiu fechando a porta atrás de si. Minha amiga assentiu com cara emburrada e eu tive que conter o riso.

Caminhei em direção a minha amiga birrenta, que tocava os curativos com a ponta dos dedos, soltando um longo suspiro em seguida. Fazendo um esforço hercúleo, consegui equilibrar a bandeja do almoço deixada ali alguns minutos antes. Ali continha uma porção de arroz, frango grelhado e uma gelatina verde que pela aparência, poderia apostar que estava sem açúcar.

– Não aguento mais ficar nesse hospital. – Resmungou dando uma garfada insatisfeita na comida. Pelo pouco que eu conhecia Al, ficar naquele lugar devia estar sendo uma tortura para ela. Por isso, eu decidira passar lá para visitá-la assim que sai do Golden Eage. – Eu estou bem, será que ninguém vê isso?

Eu sorri olhando de esguelha para sua aparência. Aos meus olhos parecia que ela estava bem melhor do que a ultima vez que eu tinha visto. Seu rosto estava corado novamente e seus olhos já não tinham aquelas enormes bolsas e estavam livres do choro. Ela me parecia saudável novamente e naquele momento percebi o quanto a fadinha era forte.

– Então, como está indo com o novo hospede? – Ela perguntou risonha me fazendo corar. Assim que eu colocara os pés ali vi o quanto ela estava preocupada com o irmão e com mãe, então, contei tudo a ela, desde o momento em que Ed apareceu em minha casa, claro, omitindo o fato que ele estava embriagado na ocasião. – Ed está dando muito trabalho?

– Não. Ele estava dormindo quando sai. – Falei me lembrando de cena que havia presenciado mais cedo. Edward estava dormindo de bruços no sofá, sem camisa, sendo iluminado pelos raios de sol que adentravam pela janela. Estremeci.

– Humm, e posso saber onde meu querido irmãozinho dormiu? – Perguntou com um sorriso digno de segundas intenções

Rolei os olhos.

– No sofá Al! – Respondi sentindo novamente minhas bochechas esquentarem. – Onde mais ele dormiria?

– Sei lá. – Falou dando de ombros tentando mostrar indiferença, mas seu olhar dizia claramente ‘’ Aposto que não vai demorar até ele deixar o sofá’’.

– Alice, eu e seu irmão somos apenas amigos, ok? – Esclareci antes que ela criasse expectativa por algo que não iria acontecer. – Apenas isso. E fique tranquila, ele ficará bem. Ele pode ficar na minha casa o tempo necessário.

– E quem foi que disse ao contrário, Bella? – Disse sorrindo debochada ao estilo ‘’nesse mato tem coelho ’’.

– Vamos, Al. Experimente a gelatina – Falei mudando de assunto rapidamente.

Ela olhou para o pequeno potinho de plástico sobre a bandeja e fez careta. Por sorte, minha tática funcionou.

– Ah não, não. – Falou rapidamente negando com a cabeça. Eu ri baixinho. Minha amiga parecia uma criança hospitalizada.

Naquele momento, a palavra ‘’ criança’’ fez meu mundo girar 360º graus e o chão sumir dos meus pés. Olhei para o relógio, tomada por desespero, passava do 12h45!

Me despedi rapidamente de Alice, pegando o primeiro ônibus que passou, separando algumas moedas na minha jaqueta, suficientes para pagar a passagem.

Eu tinha esquecido de buscar Jessy na escola e jamais me perdoaria se algo acontecesse a pequena.

POV. Edward Cullen:

Suspirei, pegando na pequena mãozinha da garotinha enquanto atravessávamos a rua.

– Por que a tia Bella não veio me buscar? – Jessy perguntou puxando consigo a mochila de rodinhas das Princesas Disney.

Estávamos a duas quadras do apartamento de Bella, próximo à pequena Escola Infantil onde a pequena estudava. Eu havia acordado com o barulho irritante do telefone tocando, era a diretora da escola de Jessy, Senhora Margareth Johnson, desesperada por que ninguém havia ido buscá-la. Eu podia ouvir o choro assustado dela do outro lado da linha e o numero de Bells era o único que se lembrava.

Conclusão: Fui até a escola e estávamos voltando juntos para o apartamento. E agora eu me encontrava num grande dilema: O que fazer para cuidar de uma criança de cinco anos?

– Bem, acho que a Bella deve ter ficado muito ocupada, por isso não foi te buscar. – Falei tentando amenizar a situação. Mas a verdade era que eu não fazia ideia do por que ela não tinha ido buscar a garotinha e pelo pouco que eu a conhecia, isso não me pareceu algo comum ao jeito meigo e cuidadoso dela – Mas você não gostou que eu tenha te buscado?

♫ Aquarela – Toquinho[vídeo/ letra] ♫

– Claro que sim, seu bobo. – Ela disse sorrindo mostrando sua proeminente janelinha entre os dentes. – As meninas ficaram morrendo de ciúmes por eu ter o tio mais lindão do mundo!

Eu gargalhei indo até ela a abraçando.

– Sinto-me lisonjeado, mademoiselle. – Sussurrei dando-lhe um beijo na testa e ela franziu a testa.

– Tio Ed, por que você está de óculos escuros? – Perguntou curiosa – Nem está sol hoje.

– Bem, eu... – Falei pigarreando. Acho que ‘’ Ah pequena, estou de óculos por que estou com uma dor de cabeça infernal por que bebi demais’’ não seria uma boa resposta.

– Sabe, minha mamãe usa também às vezes. – Ela murmurou com voz baixa– Quando meu papai faz dodói nela.

Minha boca se abriu em um grande ‘’ O’’.

– Seu pai... Já machucou você? – Perguntei hesitante. A cena a seguir foi de cortar o coração. A garotinha parou de andar de repente, olhando pra mim com os olhos marejados e assentiu.

– Ele é mal comigo. – Falou chorosa. – Ele nem se lembrou do meu aniversário o mês passado. Só a mamãe e a tia Bella se lembraram.

Engoli seco.

– Olha o que ele fez com a Léxis - Ela continuou, tirando uma pequena boneca de pano da mochila. A boneca de grandes olhos azuis e boca em forma de coração, estava completamente surrada e rasgada, com pedaços de espuma branca saindo por todos os lados. - Eu acho que ele nem gosta de mim.

Minha mente projetou a imagem daquele homem asqueroso que aparecera no apartamento de Bella, gritando aos quatro cantos que iria levar a filha. Engoli seco pensando no que aquela pequena menininha deveria passar.

– Bem, acho que podemos dar um jeito nisso. – Falei analisando a boneca. Ela deu um sorriso de orelha a orelha, assentindo alegremente.

– E sobre o seu pai Jessy, não ligue pra isso, tá? Você é uma princesinha. – Falei - Às vezes os papais também comentem muitos erros com seus filhos.

– Mesmo?

– Mesmo, os pais nem sempre são super heróis – Disse – Sabe, o meu pai também foi muito mal comigo e com meus irmãos.

– E o que você fez Ed? – Perguntou curiosa chutando uma pedrinha que estava em seu caminho.

– Isso é mais complexo, princesa.

Co’pexo? – Repetiu sem muito sucesso franzindo o cenho.

– Complexo. – Corrigi – Significa que é complicada de entender. Coisas chatas de adulto.

– Ah! – Ela disse fazendo careta. – Adultos são muito complicados, Ed

Eu ri de sua carinha sapeca.

– Sim, gatinha, você tem toda razão. – Falei brincando com os dedinhos pequenos de suas mãozinhas. – Mas agora eu quero que você me prometa uma coisa.

Ela olhou pra mim assentindo, com uma expressão curiosa, ajeitando a pequena tiara dourada no cabelo. Peguei seu rosto fazendo-a olhar para mim.

– O que?

– Prometa que vai me contar caso seu pai faça alguma coisa que você não goste, Jessy. – Falei sério. Eu sabia que ela era apenas uma criança para entender a seriedade da situação, mas aquela era uma situação muito séria, que poderia custar muito caro caso prosseguisse.

– Eu prometo. – Ela disse assentindo, me fazendo suspirar aliviado. – Agora vamos logo Ed, meus pezinhos estão doendo.

O resto do caminho passou rápido, Jessy ficou conversando, cantando, rindo, pulando animada, esquecendo completamente o assunto anterior. E logo chegamos ao apartamento de Bella. Por sorte ela tinha deixado à chave debaixo do tapete felpudo que ficava na porta de entrada.

Ela entrou como um mini furacão assim que eu abri a porta, jogando a mochila de rodinhas de lado e praticamente voando para o sofá.

– Hora do Bob Espoonjaaaa!– Gritou animada ao ver a Esponja Amarela falante aparecer a TV com a sua voz ‘’peculiar’’. – Vem Ed, vem assistir o Bob Esponja!

Devo dizer que não tive escolha? Como diz o ditado, ‘’ se você não pode vencer seus inimigos, junte-se a eles’’. Mas acho que as gargalhadas sorridentes de Jessy valeram a pena o hercúleo esforço para assistir o desenho.

E então fomos interrompidos pelo estomago da pequena, que roncou em alto e bom som. Ela soltou dando uma risadinha levando uma das mãozinhas ao estomago, apertando mais forte minha mão.

– Ed, estou com fominha.

– E o que você quer comer, pequena?

– Macarrão. Eu AMO macarrão e a tia Bella também. Sabia que o nome dela é italiano? - Respondeu com olhinhos brilhantes desatando falar.

– Ei, aonde vamos? – Perguntei quando ela pulou do sofá, me levando junto aos puxões.

– Ao mercado.

Respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

• • •

– Jessy! – Resmunguei baixinho quando a pequena tirou pela enésima vez os produtos que eu havia colocando no carrinho que eu empurrava pelos corredores do pequeno mercado. Havíamos nos aventurado a ir até lá para comprar ingredientes para o almoço. Na verdade, a pequena garotinha de olhos amêndoa era bem convincente ao meu puxar pela mão por um quarteirão até o mercado.

– Esse não, Ed, é muito caro. – Explicou levando a mão a têmpora. Enruguei a testa estranhando o fato, afinal, ela não ainda nem sabia ler, como poderia saber o preço?

Virei à embalagem do macarrão, curioso para olhar a etiqueta do preço. Arregalei os olhos ao ver custava quase dez dólares. Não é que a pequena matreira tinha razão?!

– É, você tem razão. – Disse sorrindo. – Vamos levar outro.

– Eu sempre venho fazer compras com a minha mamãe. – Disse dando de ombros. Ela saltou do carrinho com um equilibrou impecável e caminhou graciosamente até a prateleira, ficando na ponta dos pés para pegar outro pacote de macarrão.

Depois de várias tentativas frustradas de alcançar a prateleira ela virou para mim com uma carinha emburrada, o que me fez jogar a cabeça para traz e rir baixinho, porém achei fofa a sua força de vontade.

– Minha mãe sempre leva essa.

– Eu te ajudo. – Falei piscando.

Após alguns minutos já tínhamos tudo que precisávamos para o nosso ‘’ almoço’’. Coloquei a mão nos bolsos da calça, a mesma que eu saíra de casa ontem, estava completamente seca novamente. E por sorte consegui encontrar vinte dólares nela.

– A Bella vai adorar nosso papa, Ed. – Jessy tagarelou me tirando dos meus devaneios. Aquela altura eu tinha uma garotinha falante em meus braços, enquanto empurrava o carrinho de compras com o outro braço livre. Já estávamos prestes a ir para o caixa pagar as compras.

Eu acabei rindo da minha nova situação. Quem diria que eu, que sempre teve tudo de mão beijada, principalmente altas quantias em dinheiro, agora tinha que economizar. Era irônico pensar, mas ainda sim eu não conseguia me arrepender, o que era bom.

– Espero que sim, pequena. – Respondi sincero. Sorri de sua carinha quando ela bocejou, coçando os olhinhos e depois colocou as mãos no rosto rindo. Era gostoso ouvir aquela risada, e involuntariamente soltei uma risada também.

Em seguida em cochichou um ’ Estamos indo para o caixa errado, Ed’’ me fazendo rolar os olhos quando ela apontou em seguida para letreiro a lado que dizia ‘’ Caixa Preferencial’’

– Bom dia – Cumprimentou uma jovem do outro lado do balcão sorrindo para mim maliciosamente. Ela tinha estatura mediana, dona de um corpo esguio e seios fartos. Mas no fundo eu sabia que aquele sorriso era não era apenas cortesia.

– Bom dia. – Respondi educado.

E então, é novo na cidade? – Perguntou mordendo os lábios tentando puxar conversa. Aquela atitude em Bella parecia soar tão delicada e natural, mas nela estava mais para uma tentativa apelada de soar sexy.

– Me mudei há pouco tempo. – Disse e senti uma dor lancinante na canela, como se alguém tivesse me chutado. E então dei de cara com uma Jessy de carinha amarrada, extremamente enfezada, e braços cruzados. Lancei uma olhar de reprimenda.

– Olá Jessy. – A moça, que eu descobrira se chamar Jennifer, cumprimentou-a fazendo a menina fechar ainda mais a cara. Pelo visto as duas se conheciam. – Não vai me apresentar o seu amigo?

– Não. – Disse apenas, fuzilando-a com o olhar, apertando-se contra o meu corpo. Tive que sufocar o riso.

– Jessy. – Repreendi baixinho, mas ela claramente me ignorou.

– Ed, será que dá pra irmos logo? – Perguntou impaciente. – Preciso ir ao banheiro.

Assenti pagando as compras e antes mesmo que eu piscasse a pequena disparou pelos corredores me fazendo correr com várias sacolas atrás dela.

Só consegui alcançá-la alguns minutos depois, completamente sem folego. Ela estava próxima a uma cortina improvisada de plástico que separava uma ala restrita aos funcionários.

– Ei, por que correu daquele jeito? – Perguntei ofegante, segurando sua mão. Agora ela não me escaparia. Ela rolou os olhos.– Isso não foi legal.

– Não gosto da Jennifer. – Disse emburrada. Prendi o riso. – Minha mamãe a chama de ladra de maridos. O bairro todo chama.

– Ela só estava tentando ser gentil.

– Não estava não. – Reclamou – Ela estava tentando roubar seu coração, Ed.

– Certo, pequena ciumenta. – Brinquei – Vamos embora.

– Será que podemos ir ao banheiro antes? – Perguntou fazendo uma careta engraçada.

– Certo, tudo bem. – Respondi pegando-a no colo. – Mas tem um pequeno detalhe.

–Qual?

– Não posso entrar no banheiro das mulheres. – Expliquei - Então, você terá que vir comigo nos banheiro dos rapazes.

Ela assentiu dando de ombros.

Depois de ajudá-la a usar devidamente o banheiro, que por sorte estava vazio, liguei a torneira para que ela lavasse as pequenas mãozinhas. Agora ela parecia mais tranquila e seu corpinho começava a dar sinais de que estava com baixa reserva de energias.

– Vamos? – Perguntei e ela assentiu piscando sonolenta. Eu ainda não conseguia entender, até aquele momento não havia nenhum sinal de Bella, estava ficando preocupado. Será que tinha a ver com aquela cicatriz?

Suspirei me lembrando da expressão dela ontem à noite, quando eu acabei acidentalmente descobrindo a marca que habitava ser corpo.

‘’Isso é apenas a marca de uma noite que eu quero esquecer. ’’

'’Isso é apenas a marca de uma noite que eu quero esquecer. ’’

‘’Isso é apenas a marca de uma noite que eu quero esquecer. ’’

O que ela queria dizer com isso?

E então de repente, quando estávamos saindo do banheiro, uma voz conhecida atingiu meus ouvidos e me fizeram estancar, protegendo Jessy atrás de mim.

Era inaceitavelmente nojento. O pai de Jessy, o tal James, estava de costas a apenas alguns metros de nós, apertando contra a parede com força o corpo de uma mulher ruiva de longos cabelos cacheados, enquanto distribuía beijos cálidos por todo rosto dela. E com certeza, aquela não era a mãe de Jessy.

–... Então deu tudo certo? - Peguei o fim da pergunta. Engoli seco. – Nada de policia? Sem encrencas?

– Claro que não, gata. – Disse sorrindo, mostrando uma fileira de dentes incrivelmente brancos – Eu disse que daria certo, Victória.

– Eu sei, mas tem que ser cauteloso, James. A corda sempre arrebenta do lado mais fraco. – Revidou – E eu não quero a policia me acordando no meio da noite, procurando por você.

James gargalhou.

– Estamos seguros. Com a quantia que eu recebi poderíamos sumir por um bom tempo. – Disse apertando possesivamente a cintura da amante. - O Senador Cullen sempre honra seus compromissos.

‘’O Senador Cullen sempre honra seus compromissos.‘’ Aquela frase caíra como bomba em minha cabeça. Ri com desgosto. Então era isso, tudo parecia se encaixar perfeitamente como num quebra cabeça montado, assim como dois e dois são quatro, estava tudo claro agora. Meu pai tinha contratado
James para surrar Jasper, o namorado de Alice. Tudo vazia sentido.

– Papai... – Jessy murmurou ao meu lado. – Isso é mentira, esse não é o sobrenome dele!

Fiz sinal para que ela ficasse em silencio, e ela obedeceu prontamente. De forma alguma eles poderiam nos avistar ali.

– Sabe, você deveria tomar cuidado com o perigo, gatinho. – Miou a ruiva. - Pode se queimar.

– Eu não tenho medo do perigo. O meu sobrenome é perigo, querida. – Articulou James, e num piscar de olhos, antes que eu pudesse reagir, ambos tinham desaparecido do corredor como num passe de mágica.

A situação ficava cada vez mais critica. Eu me sentia como numa areia movediça. Quanto mais eu tentava sair, mais profunda e complicada ficava. Por mais que eu soubesse de tudo que Carlisle era capaz de fazer, era duro comprovar por si mesmo que aquele que deveria ser seu herói e protetor era na verdade o grande vilão sem escrúpulos.

– Ed, me leva pra casa da tia Bella. – A voz suplicante de Jessy soou me despertando do transe. A garotinha parecia assustada, os olhos avelã arregalados e marejados, agarrada a minha perna. – Eu quero ir pra casa.

– Sim, vamos embora pequena. – Concordei. Com certeza aquela cena jamais se apagaria da memória de Jessy e da minha também não. Mas eu ainda não sabia o que fazer com aquela valiosa informação.

POV. Bella Swan:

‘’ Um jovem chamado Edward veio buscá-la’’ Disse a professora dela, Joly Martinez, assim que eu cheguei à escolinha, completamente desesperada. Só então eu pude respirar um tanto aliviada por saber que no fim estava tudo bem, mas ainda sim um sentimento de culpa não deixava de queimar em meu peito. E se Ed não tivesse aparecido, o que eu iria fazer? E se algo mais grave tivesse acontecido?

Balancei a cabeça em negação.

Cabeça de vento. Irresponsável. Descuidada.

Minha mente gritava acusatória enquanto eu subia ofegando, os vários lances de escada até o meu apartamento. E por mais que eu tentasse não consegui entender o que tinha dado em mim para eu ter esquecido algo tão importante. Isso nunca tinha acontecido.

Estava tão apressada que acabei esbarrando em alguém e me desculpei várias vezes. Era Donna Watson, minha vizinha.

– Tudo bem Bella, foi só um esbarrão – Ela disse tranquilizadora. Donna morava um andar abaixo que o meu, e no inicio, quando cheguei de Forks, ela foi quem me ajudou a me adaptar em Nova Iorque, afinal ela era nascida e criada aqui.

E então senti um gelo percorrer toda minha coluna assim que eu me deparei novamente com aquela mascara negra sobre o rosto de porcelana de Donna. Ela usava aquela mascara usava que quase 60% do seu rosto havia sido queimado, mas não acidentalmente. Nós duas havíamos sido vitimas da mesma situação, mas ela sem duvida estava ainda mais marcada. Eternamente marcada.

Engoli seco sentindo aquelas malditas lembranças aflorarem em minha mente:

O ar parecia rarefeito, eu puxava grandes lufadas tentando encher meus pulmões que protestavam, mas não obtive nenhum sucesso. Eu estava sufocando.

Ou melhor, eu estava sendo sufocada por grandes mãos que apertavam fortemente o meu pescoço, enquanto eu tentava frustrantemente me libertar.

Eu queria gritar, pedir ajuda, mas apenas um som mudo de socorro escapava de meus lábios pálidos e inertes.

Eu não sentia mais meu corpo, tudo parecia estar fora de orbita.

– Adeus Bellinha. - Disse à voz que eu jamais iria esquecer.

E então, tudo se apagou.

– Você está bem? – Ela perguntou me encarando confusa. Eu apenas assenti rapidamente e voltei a subir as escadas correndo. Assim que eu consegui alcançar a porta do meu apartamento, girei maçaneta, ainda com mãos tremulas, e entrei ainda ofegante, sentindo uma enorme sensação se insegurança me corroer por dentro.

Respirei fundo tentando me controlar, tentando não surtar. Há muito tempo eu não tinha uma crise, e eu não iria me entregar novamente agora. Varri a sala com os olhos rapidamente e vi mochila de rodinhas de Jessy jogada num canto e estranhei o fato de casa estar absolutamente silenciosa.

Caminhei devagar com coração ainda palpitante, e estanquei ao ouvir vozes vindas da cozinha e me aproximei para ouvir melhor a conversa.

– A Bella vai me matar. Olha a bagunça que está isso aqui! – A voz de Edward soou preocupada. – Jessy, você não disse que sabia fazer?!

Franzi a testa.

– Falei Ed, mas eu sei fazer só macarrão ist’tlâneo! – A garotinha se defendeu.

– Estou frito, frito, frito e frito!

– E eu ainda estou com fominha! – Ela reclamou me deixando ainda mais curiosa para saber o que aqueles dois estavam aprontando.

Então eu estiquei o pescoço para ver o que estava acontecendo e quase cai pra trás com a cena. A minha cozinha tinha farinha de trigo por todos os cantos possíveis e impossíveis - no armário, no fogão, nas panelas, na mesa e no chão. Edward passava as mãos nos cabelos, nervoso, enquanto Jessy estava sentada sobre a pia, balançando as perninhas pra lá e pra cá. Ambos também estavam complemente brancos de farinha de trigo, até nos últimos fios de cabelo, literalmente.

– Bonito, não é? – Disse chamando a atenção dos dois. Ambos olharam para mim em sincronia com olhos arregalados de surpresa, o que me deu uma imensa vontade de rir. – De quem foi a brilhante ideia?

Edward foi o primeiro a se manifestar, dando um passo a frente em rendição com as mãos para ar. Mas o que ele não esperava, muito menos eu, é que a pequena também imitaria seu gesto.

– Foi tudo minha culpa.

Eles disseram ao mesmo tempo levantando as mãos em rendição. Eles se entreolharam e soltaram um risinho cumplice.

– Nós só queríamos fazer o almoço, tia. – Jessy murmurou.

Sustentei seus olhares, séria por alguns instantes, sem dizer nada também os deixando apreensivos. Eles pareciam crianças arteiras prestes a ficar de castigo.

– Você mocinha, vai já para o banho. Depois conversamos – Falei apontando para Jessy, que prontamente obedeceu. – E você fica Cullen, depois que eu voltar, vai me ajudar a limpar toda essa bagunça.

– Sim, senhora. – Ed disse sorrindo aliviado, batendo continência. Eu não havia ficado realmente brava com eles, apenas surpresa. Depois do susto que havia tomado, eu não poderia tomar outra decisão a não essa, ser razoável.

No banheiro, eu ajudei a pimentinha a tomar banho, tirando sua roupinha suja, que por sorte, não era o uniforme escolar. Ajudei a passar a camisetinha pela cabeça e ela correu peladinha para o chuveiro. Demorou um tempo até conseguimos tirar toda aquela farinha, principalmente dos seus cabelos cacheados, mas no fim, ela estava limpa e cheirando a creme de morangos.

Peguei uma toalha felpuda para secá-la e um pente para desembaraçar seus cabelos, que estava cheios de pequenos nós.

– Seu banheiro é cheiroso, tia. – Comentou de repente enquanto eu ajudava a vestir um vestido leve de estampa floral. – Sabia que o banheiro dos meninos fede?

Meu queixo caiu no mesmo instante de surpresa, mas nada disso pareceu alertar a pequena. Seus olhos refletiam a pura inocência.

– E eles são porquinhos, eu vi um moço não lavar as mãos quando saiu de lá. Éca! – Disse fazendo cara de nojo - Eu fui hoje ao banheiro dos meninos hoje, no mercado com o Ed.

Eu ri. Sabia que essa fase de ‘’ meninos fedem’’ passaria em alguns anos.

– Pelo visto os dois se divertiram bastante sem a minha presença, não é? – Falei divertida guardando a escova no armário do banheiro.

– Segredo – Falou sorrindo matreira, colocando o dedo indicador sobre os lábios. - Não posso contar.

– Prontinho, está cheirosa agora senhorita. – Falei sorrindo dando-lhe um beijo estalado na bochecha. Ela riu virando-se pra mim sorridente e me abraçando e claro, eu aproveitei para me desculpar por não ter ido buscá-la e claro, fui perdoada e comtemplada com vários beijos no rosto.

Depois de me fazer prometer que leria o livro predileto dela, O Pequeno Príncipe, o sono acabou vencendo a batalha, e a pequena acabou dormindo profundamente no sofá com os lábios levemente abertos, abraçada a sua boneca de pano. Eu ri me lembrando da carinha assustada deles quando me viram, era como se eu fosse a próprio bicho papão.

– Bella? – Ouvi a voz de Edward me chamar me tirando dos meus devaneios. – Está tudo bem?

Um anjo. Essa foi à primeira coisa que pensei ao chegar ao me virar para ele e me deparar com a imagem de Edward encostado na soleira da porta da cozinha segurando um pano de prato florido. Ofeguei ao descer ao olhar e notar que ele estava com os botões da camisa abertos, deixando seu abdômen exposto.

Pisquei algumas vezes tentando acordar do devaneio, mas aquela era uma imagem bonita e simplesmente não conseguia tirar os olhos. Oh, oh!

– E-ss-tá – Respondi gaguejando. Ele assentiu respirando fundo passando a mãos nos cabelos, deixando-os ainda mais desgrenhados.

– Desculpa pela bagunça na cozinha. – Pediu sincero – Ela estava com fome e então eu resolvi que ajudaria se eu... Tentasse fazer algo... Apresentável.

Eu assenti dando de ombros.

– Está perdoado. – Falei sorrindo socando de leve o seu ombro. – Só tome cuidado da próxima vez.

–Cuidado?

– Uhum, não caia em tudo que a pequena matreira ali fala. – Falei rindo e um lindo sorriso torto cresceu em seus lábios. Espera, eu disse... Lindo?!

– Acho que aprendi a lição. – Falou rindo baixinho.

– Parece que se divertiram bastante no mercado. – Brinquei e ele assentiu. – E ela disse que o banheiro dos meninos fede. Foram palavras dela.

Ele olhou para com uma expressão incrédula, mas ao mesmo tempo cômica. - Ela disse isso?

– Sim, ela disse. – Falei desviando o olhar. – Ed, obrigada por ter cuidado dela. Eu fui visitar sua irmã e acabei de me esquecendo que prometi busca-la.

Ele fez que sim olhando para mim como se quisesse preguntar algo.

– E, como está Alice?

– Está muito bem. Se recuperando – Falei sincera. – Louca para sair daquele Hospital. Você sabia que ela vai morar com Jasper quando sair de lá? Ele ofegou passando as mãos no rosto.

– Uau, isso realmente é uma surpresa. – Disse torcendo os lábios. Era impressão minha ou ele estava com ciúmes da irmã caçula?! – Mas o importante é que ela seja feliz, não é?

Respondi apenas com um aceno com cabeça e sorrindo singelamente.

– Bem, acho que eu preciso de um banho. – Falou ao olhar o próprio estado me fazendo acompanhar sua risada. Um silêncio constrangedor pairou no ar.

– Antes eu preciso contar uma coisa. Algo que eu descobri hoje de manhã, sobre o que aconteceu ao namorado da Al. – Ele disse hesitante olhando para olhando para uma Jessy ressonando no sofá. Ele pareceu ficar tenso na hora e algo na sua expressão não me agradou.

Ele abriu a boca como se quisesse falar várias vezes, mas as palavras pareciam estar presas, reclusas em sua garganta. Então naquele instante ele foi interrompido por batidas fortes na porta, fazendo-o resmungar ao inaudível.

Franzi a testa.

– Eu atendo. – Disse correndo até a porta.

E então, tudo aconteceu rápido demais, ele atendeu a porta e no segundo seguinte estava entrando com uma mulher desacordada nos braços e com uma expressão de puro pânico. Ela estava muito ferida, seus cabelos estavam manchados de sangue, a maçã esquerda do rosto estava ligeiramente inchada e o lábio inferior estava cortado. Ela estava quase irreconhecível, mas ao tirar uma mecha de cabelo que caia sobre seu rosto, dei um passo para trás assombrada pela realidade.

– Oh meu Deus, o que aconteceu? - Praticamente gritei – Ela... Ela está bem?

– Eu não sei, Bella. Ela... Ela estava desmaiada na porta. – Falou esbaforido - Você a conhece?

– Sim, ela é... – Falei, mas fui interrompida pelo grito que Jessy que devido a toda confusão estava acordada agora, com uma expressão de horror e os olhos cheios de lágrimas.

– Mamãe! – A pequena gritou correndo em nossa direção. Edward arregalou os olhos. – Tia, minha mamãe!

– Eu sei amorzinho. Eu sei. – Falei abraçando seu corpinho que tremia. – Ela vai ficar bem, nós vamos levar ela para o médico cuidar do dodói dela, está bem?

Suspirei devagar. Não precisava ser um gênio para saber o que tinha acontecido com Wendy, eu sabia sem sombra de duvidas que o culpado de tudo isso tinha nome e sobrenome. James.

Senti um bolo se formar em minha garganta, pobre Wendy! James tinha indo longe demais. E eu prometi a mim mesmo que nem que tivesse que ir até o fim do mundo, ele não sairia impune dessa vez. E ao olhar a expressão de Ed, ele estava pensando o mesmo que eu.

– Eu conheço alguém que pode ajudar. – Edward disse de repente, pegando Jessy no colo embalando seu frágil corpinho.

–Quem?

Rosalie Halle.

Continua...

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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram do capítulo? ^^ Espero que sim!
Bem, espero que tenham gostado de ter um pouco mais da nossa fofa Jessy e suas travessuras nesse capítulo. hehe
Também tivemos alguns detalhes a mais sobre a cicatriz de Bella e aos poucos nos capítulos eu irie adicionando novas infomações.
E quem ficou com MUITA raiva do James levanta mão! * eu eu!* Esse não tem escrupulos realmente. Mas agora o Ed sabe que ele participou em surrar o Jasper, o que será que ele vai fazer? =O Tudo isso no próximo capítulo!
O príximo capitulo promete, teremos a aparecimento da Rosalie, a Bella vai conhecer a Tânya, o Carlisle vai dar o ar de sua graça novamente, e a Al vai sair do hospital finalmente! Há, e uma surpresinha Beward pra vocês. hehe. Então, não percam okay?
Beijos da Caah!