Colide escrita por DaSmaalLea
Notas iniciais do capítulo
;)
Let me breath...
Harry suspirou ao entrar nos portões da escola. O dia não tinha começado da melhor forma para o moreno. Tinha encontrado o padrasto bêbado no meio do chão e a sua melhor camisa estava completamente amarrotada ao fundo da gaveta.
Claro que era segunda feira.
O garoto decidiu adotar a mesma estratégia de sempre e ir junto às paredes da escola, na sombra, esperando que fosse daquela vez que ia chegar com o orgulho inteiro à aula.
- Aquele... aquele é o curls?
"Merda. Merda. MERDA!" - pensou Harry fechando os olhos com força. Conseguia reconhecer a voz manhosa e sedutora em qualquer parte da Terra.
- Então amiguinho, que educação é essa? Você chega aqui e nem vem cumprimentar os seus amigos? Esta juventude está perdida, cara.
Louis Tomlinson deu um sorriso torto antes de se levantar do banco e ir com passos largos ter com o outro que se encolheu contra a parede e revirou os olhos. Ouviu Zayn Malik a cuspir estrondasamente para o chão, por pouco não acertando nas sapatilhas gastas de Harry.
Uma pequena multidão espectante formou-se à volta dos dois. As garotas se derretiam perante a visão dois dois. Embora todas xingassem Harry por detrás, pois ele era estranho e demasiado tímido, secretamente todas o achavam lindo de morrer. No caso de Louis nenhuma escondia o quanto aquele rapaz era bonito e sedutor.
Ele deu uma risada irônica e olhou em volta, obrigando o outro a olha-lo com a mão.
- Já viu Harry? Todas estas pessoas. A verem você a ser humilhado... dá-me pena.
Louis aproximou-se perigosamente de Harry e sorriu ainda mais. Conseguia sentir a respiração entrecortada do pobre garoto e as suas bochechas a ficarem vermelhas. Harry prendeu a respiração e se viu perdido no meio dos seus olhos azuis, odiando-se a si mesmo por isso.
Num momento, os olhos dos dois encontraram-se. Verdes e azuis. Harry esqueceu a multidão e concentrou-se apenas na íris do inimigo.
De repente, a mão de Louis empurrou violentamente a cabeça de Harry para trás, que bateu contra a parede com um baque, fazendo o menino cair no chão.
- Aprenda a se defender gay dum raio! - rosnou ele sorrindo, recebendo ovações e choques de punhos do resto do gang Tommo.
A multidão foi rapidamente para as aulas ao toque da campainha e Harry viu-se sozinho de novo. Levantou-se do chão, abanou o cabelo e reprimiu as lágrimas, como sempre.
E maldizendo da sua sorte, forçou um sorriso minimo e entrou nos corredores da escola.
---
As aulas passaram lentamente para o 'curls'. Os Tommo não o chatearam mais o resto do dia, mas mesmo assim Harry podia sentir os seus olhares mal dissimulados e as piadinhas privadas nas suas costas. Quase que já nem se importava... quase.
Harry saiu da escola quase a correr e o primeiro sorriso verdadeiro daquele dia surgiu na sua face. Correu como sempre que corria todas as segundas-feiras ao sair da escola.
A razão?
Ia visitar a mãe.
Anne Styles.
Virou várias esquinas em pura adrenalina e só parou quando viu o edifício branco-sujo da clinica onde a mãe estava.
Harry parou para descansar à porta e então entrou finalmente, sorrindo para todos os lados.
- Querido Harry! - saudou a secretária ao ver o monte de caracois conhecido na receção.
- Oi tia Olinda - o moreno cumprimentou docemente, antes de piscar os olhos e acrescentar - vim visitar a minha mãe.
- Eu sei Harry, mas a Anne acabou de ser transferida para outra ala da clínica.
- N-não? O que se passou? Está bem?
- Calma moleque. - repreendeu a velha senhora com a voz que utilizava para acalmar os pacientes.
Harry corou e olhou para o chão.
- Desculpe...
- A sua mãe está agora no quarto 230, na ala B. Quer que eu te leve lá ou...?
O garoto olhou para o velho que acabava de entrar a pedir comida aos berros e o olhar cansado de Olinda e sorriu.
- Deixe tia eu dou com o lugar.
Olinda acentiu e foi rapidamente agarrar o senhor que gritava cada vez mais.
POV HARRY
Aquele homem era deveras assustador. Pobre Olinda, a lidar com ele todos os dias. Bem sei o que é estar sempre com medo do que a pessoa possa fazer a seguir. A minha mãe dizia que ia cozinhar e encontrávamos ela se atirando da janela... enfim.
...
Começo a achar que talvez devesse ter pedido a outra enfermeira para me ajudar. Não faço a minima ideia onde estou!
Só vejo portas amarelas com números aleatórios escritos nelas!
- Merda...
Continuei a andar e vi no fundo apenas uma porta aberta. Algo de novo chegou aos meus ouvidos. Uma guitarra...
- "... just like the clouds, my eyes will do the same... if you walk away... everyday it will rain... rain... rain... ra-a-ain..."
Parei onde estava e fechei os olhos, sentindo-me relaxar por completo desde a manhã de hoje. A musica passava pelos meus ouvidos e ecoava dentro de mim. Era um menino que estava a cantar naquele quarto, sem dúvida alguma. E tem a voz mais angelical e meiga que eu já ouvi.
Era estranho, apesar de estar feliz havia algo naquela voz que me angustiava. Soava-me familiar. Demasiado familiar.
"- Uuuhh...uuhh...uhhh........uhhh...uhh...uhhh..."
Eu tinha de saber quem estava cantando daquele modo tão vibrante e desesperado. Consegui sentir o medo e a dor na canção... o mesmo que eu sinto cada vez que vejo aquele idiota.
Abri os olhos e ouvi burburinhos do quarto de onde vinha a música. Vou ver quem é? Apenas uma espreitadela não fará mal... ou fará? Engoli a seco e decidi espreitar. Quem quer saber? Posso sempre dizer que me perdi e vinha pedir ajuda.
Até nem era mentir demasiado, né?
Mais um passo, mais um passo... ia a espreitar e conhecer o meu novo idiolo quando duas grandes mãos me param.
- Onde você pensa que vai moleque? O quarto é para ali... eu sabia que devia ter vindo com você!
Olinda me puxou radicalmente para um corredor quando ouvi passos do quarto e uma voz melodiosa a perguntar se estava tudo bem. As mãos fortes de Olinda me impediram de ouvir a voz do garoto a responder e suspirei.
Espera. Eu lembro-me... do numero!
Quarto 101. Quarto 101.
Quarto 101.
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Merece reviews? Alguém adivinha de quem é a voz ;P
Beijos *