The Soul escrita por Kyra Howe


Capítulo 3
Confortada


Notas iniciais do capítulo

Uma vastidão de silencio consumia aquele lugar. Jeb! Ele deixara que todos fossem capturados? Sem ao menos lutar?
Um grito ecôo pela caverna. Com a intensidade do barulho dei um pulo e senti meu corpo estremecer.
Não senti a mão de ninguém apertar a minha. Não senti nenhum braço apertando minha cintura em um abraço.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/222297/chapter/3

Uma vastidão de silencio consumia aquele lugar. Jeb! Ele deixara que todos fossem capturados? Sem ao menos lutar?

Um grito ecôo pela caverna. Com a intensidade do barulho dei um pulo e senti meu corpo estremecer.

Não senti a mão de ninguém apertar a minha. Não senti nenhum braço apertando minha cintura em um abraço.

Voltei minha atenção para o grito que acabara de escutar. Tentei ouvir algo diante do silencio. Nada. Não ouvi nenhum ruído.

Me virei para o túnel sul e comecei a correr em direção do mesmo. Estava escuro como breu. Avistei a luz que iluminava a horta, mas não lhe dei muita atenção. Se havia alguém ali eu não havia visto. Continuei a correr em direção a outro túnel que dá acesso ao salão de jogos.

Estava a poucos passos da entrada do salão quando achei ter ouvido um “Shh”, mas logo achei que podia ser só meu desespero me pregando pecas. Meu coração estava mais acelerado. Parecia que iria pular de meu peito. Ah, não pode ser! Que falta faz a Mel murmurando em meus pensamentos. Suspirei.

Em alguns segundos eu estava diante da entrada. Não podia ser, mais um passo e eu seria capturada. Tirada do corpo de Pet e sendo substituída por uma Buscadora. Não! Eu não posso deixar que os achem se ainda estiverem vivos. Não posso!

Meu coração disparou novamente. Meu sangue corria rápido em meu corpo. O barulho de minha pulsação em meus ouvidos estava insuportavelmente ensurdecedor. Senti a tensão consumir a minha volta.

Surpresa! – Um monte de vozes estavam gritando a minha volta. Eu só ouvi as vozes. Minha visão estava completamente escura. Não estava enxergando nada. Senti o ar desaparecer de meus pulmões. Toda a minha volta de repente estava girando. Senti as forças de minhas pernas cederem. Eu estava leve como uma pluma. Minha cabeça ficou mais leve e tombou para trás puxando o resto do meu corpo junto. Tudo definitivamente estava escuro. Houve um estrondo. Depois disso não escutei mais nada.

– Eu disse que não era uma boa idéia! Eu disse. – Parecia Sharon gritando com alguém.

Quanto tempo eu permanecera inconsciente? Muito tempo?

– ...ninguém sabia que ele reagiria assim. – Agora fora a voz estridente e irritante de Lacey.

Dei um suspiro para percebessem que eu havia acordado. Abri os olhos olhando a minha volta. Meus olhos pararam em Ian.

Peg! – Ian e Jamie falaram juntos. Os baços de Ian estava em minha volta puxando-me para um abraço. Uma mão cálida e tensa deslizou por meu punho ate alcançar minha mão. Era a mão de Jamie. Meus braços tremiam. Senti que alguém me observava. Não me virei para ver quem seria. Apertei a mão de Jamie. Eu estava com medo. Sua mão apertou a minha também. Enterrei meu rosto no peito de Ian e senti meus olhos ficarem úmidos e arderem. Tentei me afastar para olhá-lo, mas seus braços me apertaram mais contra seu corpo. Um soluço escapou de minha garganta.

Ian se afastou, mas ainda mantendo os seus braços a minha volta. Uma de suas mão seguraram meu queixo fazendo com que meu rosto permanecesse levantado. Manti meus olhos baixos sem olhar a minha volta.

Ah, Peg! – A voz de Ian soou como um sussurro. Sua mão soltou meu queixo e acariciou minha bochecha. Senti meu rosto formigar e ficar quente. – Me... nos desculpe, Peg. Não sabíamos que você reagiria assim. Desculpe... – Sua voz falhou. Ele parecia ainda estar me observando.

Soltei minha mão da de Jamie. Com um salto e um soluço alto meus braços envolveram Ian. Suas mãos deslizaram ate minha cintura acariciando-a.

– Ah Ian, eu... – Um soluço fez com que minha voz falhasse. – eu achei que tinha te perdido. Que tinha perdido todos vocês. – Ainda nos braços de Ian, virei meu rosto olhando todos a minha volta. Mais lagrimas escorreram por meu rosto. – Os meus amigos.

– Calma garota, você não vai perder ninguém. - A mão de Jeb acariciou meu ombro enquanto ele falava. – Digamos que voe reage muito bem a surpresas. – Ele riu baixo.

– Tente se controlar, Peg. – Melanie disse com um tom de humor. – É seu aniversario. Ou já se esqueceu? – Ela riu.

– Ah! – Um nó em minha garganta impedia que eu conseguisse dizer algo. – Olhei para Ian. Ele sorriu.

– Vamos lá, Peg. – Kyle disse dando tapinhas em meu ombro. – Não tem senso de humor? – Ele estava rindo agora. Soltei-me de Ian e encarei Kyle.

– Sim eu tenho. Mas eu me assustei. – Eu lhe disse fazendo uma carranca. Todos que estavam envolta riram.

– Não ligue para ele Peg, ele só diz besteira. – Ian riu e envolveu seus braços em minha volta.

– Não vamos desperdiçar isso tudo, não é? – Jamie disse apontando para a mesa onde havia um bolo muito grande e vários petiscos. – Demoramos muito para conseguir isso. Vamos lá, eu estou faminto.

– Jamie, você sempre está faminto. – Jared disse em meio aos seus risos.

Ian pegou minha mão e me puxou em direção da mesa.

– Vamos. Parece tudo delicioso. – Ele sorriu. Seus olhos brilhavam.

– Eu não... não estou com fome.

– Eu sei que está. Pare com isso. Vamos, hoje você não está autorizada a dizer não para mim. – Ele me puxou novamente.

– Ian! – Eu estava choramingando agora.

– Peg! – Ele imitou o mesmo tom da minha voz. Ele riu.

– Está bem. Vou comer só um pedaço minúsculo de bolo. Ok? – Suspirei.

– Não, não. Hoje eu quem dou as ordens. – Ian se inclinou e me pegou no colo. Passei um de meus braços em volta de seu pescoço.

Estávamos em frente a mesa. Realmente o bolo parecia estar ótimo. Peguei um prato e coloquei um pedaço. Fui até um canto iluminado do salão e me sentei no chão. Ian veio logo atrás de mim.

– Vamos lá Peg. Deixe de frescura.

– Ok, ok. – Peguei a colher e fisguei um pedaço enorme do bolo e coloquei em minha boca. O gosto era bom. Tinha sabor de chocolate com alguns pedaços de morango. – É, isso daqui está muito bom. Acho que vou querer mais um pedaço. – Ian riu.

– Eu disse. Só não vá comer até seu estomago doer. Acho que Jamie já tem essa função. – Ele olhou para Jamie que vinha em nossa direção e deu uma gargalhada ao ver três pedaços incrivelmente grande em seu prato. – Está vendo. Eu disse.

– Não me surpreende ver ele comer tanto. – Eu ri. – Jamie, você vai ter dor no estomago. Não coma tanto.

– Mas Peg, eu estou morto de fome.

– É, dá para ver. – Ian riu outra vez.

– Não exagere, está bem?

– Sim mamãe. – Jamie respondeu dando uma gargalhada.


Passamos a tarde toda na sala de jogos. O dia tinha sido cheio. Eu estava exausta, eu sempre estava. Suspirei. Eu sou tão insignificante, tão fraca. Isso me torna vulnerável a certas coisas. Infelizmente.

Ian estendeu sua mão para mim. A peguei e ele me puxou fazendo que eu me levantasse. Com passos largos ele começou a andar.

– Vamos. Você precisa descansar um pouco depois desse susto. – Ele estava sorrindo mas seus olhos pareciam um poucos vagos.

– É, eu... – suspirei – Eu estava desesperada. Me desculpe por te preocupar, Ian... – ele colocou um de seus dedos em meus lábios interrompendo minha fala.

– Não, Peg. Não se desculpe, não precisa. – Ele sorriu e deu um beijo carinhoso e macio em minha testa. – Eu te amo minha Peg. E não será nenhum... parasita que será capaz de me separar de você. – Ele suspirou – Por você eu seria capaz de morrer.

– Não. Não repita isso nunca. Não seja capaz de dar sua vida pela minha que é tão insignificante. Por favor Ian, não faça isso. Jamais.

– Ei, ei, calma. Sua vida não é insignificante. Se não fosse você, hoje estaríamos com fome, ou ate com mais alguém doente ou m... – Sua voz falhou – morto. Não que você sirva só para isso. Mas você é como um anjo, Peg.

Antes que pudesse responder, não deixei de observar que entravamos no corredor que dava acesso a horta.

– Anjo. – Sussurrei para mim mesma. Mas foi alto o bastante para Ian escutar.

– Sim, o anjo que protege a todos nós. Obrigado, Peg. Por nos ajudar tanto.

– É o que posso fazer para agradecer por tudo eu vocês fizeram por mim também.

– O meu anjo da guarda. – Ele sorriu.

– Ian...

– Sim?

– Eu... – minha voz estava rouca e falhando – Eu te amo, Ian. Com toda minha alma. – Eu ri.

– Eu te amo também. Com o resto de alma humana que ainda resta em mim.

Não disse mais nada. Ficamos em silencio até chegarmos no quarto. Ian soltou minha cintura para que eu pudesse me deitar. Deitei-me na cama, encolhida. Esse corpo, o meu corpo é pequeno, não ocupei muito espaço na cama. Por um longo tempo fiquei observando o céu. Havia algumas estrelas. Algumas mais brilhante que as outras. Eram bonitas. Eu sorri ao observá-las.

Senti Ian se locomover ao meu lado. Ele devia estar se deitando, mas não o olhei.

– Toc, Toc! – Jamie estava na porta com um sorriso largo no rosto. Embaixo de seu braço havia um colchonete enrolado e um travesseiro em seu outro braço. – Ian, Peg, vocês não se importam de eu dormir aqui hoje, não é?

– Claro que não garoto. Deite-se aqui. – Ian levantou-se e apontou para seu lugar ao meu lado.

– Sério? Ah! Vou dormir ao seu lado outra vez, Peg. – Ele atirou-se na cama e sorriu para mim quando me virei para o olhar.

– Ian, onde você irá dormir? - O perguntei preocupada.

Ele pegou o colchonete que Jamie deixara cair no chão e o estendeu no chão ao lado de onde eu estava deitada.

– Aqui! – Ele sorriu ao se deitar.

– Não, deite-se aqui. – Me levantei, mas Jamie não deixou com que eu saísse da cama.

– Não! Você vai dormir aqui. Senhorinha Peregrina. – Eu estremeci ao ouvir meu nome. Peregrina.

– Peg, não se preocupe, estou bem, não tem problema eu deitar aqui. – ele se espreguiçou.

– Ah! Está bem. – Bocejei e virei de bruços. – Boa noite!

– Boa noite, Peg! – Jamie disse me dando um beijo no rosto.

– Boa noite, meu amor. – Ian disse de olhos fechados.


A luz da lua iluminada boa parte do cômodo. Fiquei de olhos fechados sem dormir por uma boa parte da noite. No silencio dava para ouvir a respiração calma de Ian e o ronco fraco e baixo de Jamie. Eu queria rir, mas fiquei com medo de acordá-los. Fechei os olhos novamente tentando dormir como na noite passada.

Estava tudo calmo. Eu estava calma. Tudo que acontecera hoje considerarei com apenas um pesadelo. Um pesadelo horrível, que eu gostaria de esquecer.

Olhei para Ian. Seu rosto estava sereno. O observei por algum tempo. Sorri. Antes de me virar para o outro lado tive uma sensação estranha em meu estomago. Parecia que vários pássaros voavam dentro dela. Fazia cócegas. Foi uma sensação boa. O que seria isso? Eu passei a sentir isso desde quando acordei nesse corpo. O que era isso? Eu sabia o que era, mas não queria pensar, não queria...

Eu estava apaixonada por Ian!



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Demorei um tempinho pra postar >< esse capítulo estava no meu caderno, por isso não o postei ontem. Fiz de tudo para deixa-lo interessante. Mas é isso ai, espero que gostem. Desculpem pelos erros de português se tiver, mas fiz de tudo para postar hoje :s



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Soul" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.