Rachel Berry tinha um sorriso com todos os dentes amostra. A estrada a minha frente estava vazia e as únicas almas que estavam ali eram as nossas. O sol estava tão forte que queimava os cabelos escuros de Rachel, os fazendo brilhar amarelados na raiz. Ela usava óculos enormes. O mar estava ao nosso lado,azul,brilhante. A areia amarelada e o céu limpo. Um milagre natural em pleno dia 29 de dezembro o clima está assim. Mas estava.

5 dias depois da minha conturbada noite de natal com minha melhor amiga, ela e eu recebemos o convite único de irmos passar o ano novo em uma mansão em Malibu.Claro que topamos, e estávamos a caminho de lá. As 18 horas de direção, em que cantamos loucamente um disco inteiro de Katy Perry, sozinhos, se tornaram 18 horas de diversão. Rachel ria-se da minha voz desafinada. E eu ria do seu jeito engraçado de mexer os ombros. Meu pé estava sob o acelerador.

“YOU MAKE ME FEEL LIKE I’M LIVING A TEENAGE DREAM”

Estávamos indo ao encontro de Quinn, e seu namorado, dono da casa, Sam, para o que prometia ser uma festança. Não tínhamos dinheiro para passagens de avião, então nos arriscamos a dirigir, trocando os prédios frios de nova iorque pelos coqueiros altos da costa.

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A casa era imensa. Sem exageros. Era imensa. Rachel abriu a boca. Era uma quadra inteira. Quinn logo nos recebeu na porta. Era tão estranho, porque era uma garota de cabelos presos e óculos de grau gigantes, que vestia uma calça jeans e uma blusa também gigante,com uma jaqueta de couro, em meio de todas as outras de biquíni.

–SAM!! AS MINHAS VISITAS CHEGARAM!!- Quinn gritou para o primeiro andar abarrotado de gente.

–Rachel, Finn. Graças a Deus que vocês chegaram. Não agüentava mais essas pessoas suadas e sem cultura.

–Relaxe Quinn, tenha um pouco de diversão.

Rachel mandou.

–Joe, leve as malas de Finn e Rachel aos quartos do lado do meu.- Ela ordenou a um empregado de terno magricela e muito alto, com algumas espinhas nas bonhechas.

Logo depois que o empregado entrou na casa, um homem louro e alto sem camisa saiu. Era muito forte, extremamente pálido, com olhos esbugalhados azuis e uma franja loura caindo sobre as sobrancelhas grossas; Rachel suspirou.

–Sam, esse é Finn Hudson.- O homem apertou minha mão.

–E aí brou?

–E aí. Brou. – Respondi assustado.

–E Rachel você já conhece.

Os dois acenaram com as cabeças e Sam beijou a bochecha de Rachel.

– Entrem aí, que a festa já está rolando na cobertura.

Ele saiu e Quinn segurou nossas mãos nos puxando para a entrada principal; A sala era indiscritivel. Vários sofás de veludo estavam espalhados pelo amplo chão que parecia ter sido esfregado milhares de vezes. Em uma ponta, havia uma lareira imensa, cercada por duas paredes de vidro preenchida por troféus; na outra ponta, havia um bar com todos os tipos de bebida que sua cabeça possa imaginar. A nossa frente, haviam duas escadas imensas que se enrolavam, e um elevador ao meio. Eu poderia perder tempo descrevendo todas as portas e quadros mas não irei;

–É um pouco grande demais.- Quinn riu. -Vou levar vocês nos quartos para se trocarem e depois iremos a festa.

E assim foi, pegamos o elevador (notei que a casa tinha 4 andares, além da cobertura), e Quinn me apresentou a minha suíte. Um lugar lindo, com uma varanda ventilada e uma enorme vista para a praia. Abri minha mala, tirei meu calção e meu protetor solar, e me aprontei para uma ótima tarde torrando.

Quinn e Rachel saíram dos seus respectivos quartos. Rachel estava com seus mesmo óculos escuros, havia penteado os cabelos lisos, mas agora vestia um biquíni preto. Quinn que havia mudado, pois soltou os cabelos e tirou os óculos, e agora estava apenas com um biquíni rosa, mas ela estava com um short e uma blusa transparente.

Nós dois subimos pelo elevador rumo a um dia de farra.

Algumas horas depois dali, quando perdi Quinn de vista em meio a tantas pessoas, piscinas e poças de vômito, fui a procurar, preocupado. Rachel já havia ficado completamente bêbada, e eu a levei no ombro até sua suíte, onde a deitei na cama e deixei ela dormindo. Mas agora quem me procupava era Quinn, pois eu não a encontrava de forma nenhuma, e eu já estava ficando maluco, quando vi uma menina encostada em uma coluna perto da maior piscina da casa. Um casal se beijava do lado dela, e ela tinha as pernas encolhidas próximas ao queixo,lá, lia um livro que eu não sabia qual era. A chamei e ela disse que já estava indo dormir.

Vendo isso, tranquei-me no meu quarto, mergulhei na cama, caindo no sono.

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Esfreguei meus olhos pela terceira vez naquela manhã de 31 de dezembro. A minha frente, havia uma mesa enorme rodeada por pessoas de óculos escuros, das quais só reconheci quatro: Rachel Berry, Quinn Fabray, um cara que havia me oferecido uma cerveja e uma menina que vomitou nos meus sapatos. Sentei-me do lado de Rachel e comecei a me servir dos inúmeros tipos de pão e bolo, enquanto a música eletrônica ainda soava nossos ouvidos das pessoas que haviam passado direto desde o dia anterior.

–Bom dia Finn.

Rachel disse.

–Bom dia Rach.

Subimos até cobertura onde algumas pessoas ainda estavam na piscina se embebedando. Alguma não, muitas, mas metade das da noite anterior. Rachel e eu começamos a brincar na piscina enquanto Quinn tomava um coquetel enquanto se bronzeava.

A noite chegou em um instante. Abri a porta do quarto e abri a suíte que faberry se arrumava. Logo vi Quinn, que estava saindo do banheiro. Ela estava realmente linda, havia tirado os óculos enormes e posto um pouco de maquiagem nos olhos e na boca (http://photos-2.posh24.com/p/1084429/l/dianna_agron/dianna_agron_prettiest_at_her_premiere.jpg )

–Oi Finn. Rachel que me arrumou.

De dentro do quarto, veio uma baixinha também linda. (https://lh5.google.com/--c3XeNHYR0E/T2DiBJogZvI/AAAAAAAAAPg/eoUJqNPvvQQ/s2000/lea-michele-christian-louboutin-06.jpg)

–Finn!

Ela me deu um abraço caloroso e um beijo na bochecha.

–Feliz ano novo.

–Eu vou andando gente.- Quinn disse, e saiu do quarto fechando a porta.

–Quinn está de olho em Sam. Você sabe: um homem lindo e forte não pode ficar sozinho por aí.

Eu senti um pouco de ciúmes, mas logo esqueci. Eu e Rachel andamos pelo corredor a caminho da cobertura, onde todos já estavam com roupas brancas. Era estranho, porque aquelas pessoas passavam o dia inteiro ali e eu não sabia quando elas trocavam de roupa.

Logo encontramos Quinn Fabray e começamos a andar pelo local, pegando bebidas e comidas. Até que, por um instante, vi um vulto louro passar em minha frente em disparada.

–Ah não.-Rachel sussurrou.

Era Sam Evans. Estava sentado em um banco segurando uma morena no seu colo, os dois se beijavam de forma perdida. Quinn contorceu as sombrancelhas e uma lágrima lhe desceu o rosto. Ela andou até o banco, e o casal a encarou. Quinn não disse nada, apenas deu um tapa na cara de Sam que deve ter lhe doído na alma. Ela saiu chorando pela casa e Sam foi atrás dela. Eu e Rachel fomos logo atrás. Fabray, que guiava entrou no seu carro vermelho e Sam entrou atrás, ainda suplicando que tu havia sido um mal entendido. Por sorte, Joe estava por perto e eu pedi para ele dirigir o carro, para evitar um acidente. Os três saíram, e o casal continuava a brigar. Eu e Rachel ficamos sozinhos no estacionamento. Ela tinha os dedos nos lábios.

–Bom, isso não pode estragar nosso ano novo.

Subimos novamente e continuamos a conversar com um grupo de nova iorquinos que Rachel conhecia, depois nos separamos. Passamos algumas horas longe um do outro, até que ia dar meia noite, e eu dei por falta de Rachel. Comecei a procura-la mas não a encontrei de forma nenhuma, até que vi por uma das imensas janelas uma menia sentada em um tronco na praia, olhando fixadamente para o mar. Corri até lá.

Encontrei Rachel séria.

–Rachel, o ano já vai acabar.

–Ela está morta- Rachel me interrompeu.

–Morta? Quem está morta Rachel?

–Shelby. Shelby está morta.

Ela me falou isso balançando a cabeça enquanto suas feições se contorciam. Rachel colocou a cabeça sob meu ombro e uma tempestade começou a cair. Do nada, todos gritaram e os fogos explodiram.

–Feliz ano novo Finn.

Eu não falei nada, e Rachel me beijou. O beijo mais desesperado que eu já havia dado.