E lá estava ambos, ele vestido com um terno verde-serpente sibilando pelo salão com um lampião no centro.

“E agora, você dê-me a mão”, sorriu para ela enquanto recebia a pequenina mão da menina, “e valse comigo por horas e horas até seus pés caírem sobre os meus”. Deleitava-se baixinho enquanto ela obedecia.

“Eu aceito, eu aceito, eu aceito”, riu-se a loira em tom de repetição. Quantas vezes ela já havia dito aquilo¿ Quantas vezes ela diria até tornar-se real¿

“Então, você para”, ordenou gentilmente, ajoelhando-se. “Me olha...”, as grandes safiras se viraram para ele reluzindo em suas pálpebras piscastes e cílios que emolduram. “E casa comigo de uma vez”, enfim soltou o de repente velho Malfoy, como de improviso.

“Eu aceito”, disse ela primeiramente passando a mão nos cabelos dele. “Eu aceito”, levantou-o num segundo e beijou-lhe uma das mãos. “Eu aceito”, encaixou seus lábios nos dele.

Era terno.

Como algo tão venenoso como Draco Malfoy poderia ser tão doce¿ — Suga-me as maldades, Luna

Tão quente... —  Arranca-me de meu pai.

Tão confortável aos braços, uma perfeita moldura. —  Fuja comigo para bem longe de todos, para um lugar bem seu.

E separaram-se.

“Pegue teu vestido tão azul quanto teus olhos e encontre-me aqui numa noite de tempestade”, murmurou apaixonadamente.

“Mas... O casebre desmoronará...!”, respondeu ela, agitando-se.

“Tu me proteges com teus cabelos e eu te protejo com meu corpo”, começou ele. Pareceu-lhe certo, casto. Imaculado talvez, se a Serpente não tivesse enganado Eva.  “Espere o Outono...”.

“Mas espere por mim”, a loira completou-o enfim. Deitaram-se no chão sujo e admiraram as paredes descascadas de madeira velha.