Músicas Para A Vida escrita por Polly S


Capítulo 41
Capítulo 02/19 - Fix a Heart (part II)


Notas iniciais do capítulo

Segundo (e último) capítulo de hoje.



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Carrie tomava respirações profundas e compassadas.

Não olhe pra baixo” ela dizia a si mesma repetidas vezes.

Por fim seu pé bom tocou o chão. O outro engessado foi logo depois.

Ela agachou-se no gramado e engatinhando seguiu até o portão, o qual ela sabia que seria uma dificuldade passar sem chamar a atenção.

Ela então o escalou e em três minutos mancava até a esquina onde Skills a esperava.

Ele abriu a porta para a amiga e comentou:

- Você sabe que sua mãe vai surtar quando descobrir.

Ela respirou fundo e disse:

- Eu sei. Mas eu preciso fazer isso.

Ele assentiu e dirigiu até o aeroporto.

Nenhuma palavra foi dita.

Ela foi o mais rápido permitido por seu pé engessado até o portão de embarque.

Seus olhos se emocionaram ao ver Dannie gordinha e grandinha.

Drew a colocou no chão, ainda de costas para Carrie para procurar algo na mochila dizendo:

- Não se afaste, Dannie.

Dannie a avistou e sorrindo foi até Carrie com passinhos vacilantes.

Carrie se agachou e abriu os braços para recebê-la.

Dannie pulou em seus braços dando uma gostosa e alta gargalhada de bebê.

Carrie se levantou com ela nos braços a tempo de ver Drew olhar para onde tinha deixado a filha e ficar assustado.

- Dannie? – ele chamou, olhando ao redor, então ele a avistou. Seus olhos se arregalaram e seu coração acelerou.

Carrie se aproximou.

- Oi, Drew. – ela disse com um pequeno sorriso.

- Você... você descoloriu o cabelo. – ele disse impressionado.

Carrie sorriu tocando os cachos loiros e disse brincalhona:

- É. Cansei de ser rebelde.

Ela usava suas roupas normais. Uma blusa azul de alças, uma calça jeans colada ao corpo e uma jaqueta preta. Seu tênis All Star estava limpo e parecia nunca ter sido riscado.

Seu cabelo loiro estava curto e cacheado, bem ao natural. Ela usava uma maquiagem leve, o que a deixava parecendo um anjinho.

- Eu vim me despedir. – ela disse com olhos leves. Tão leves como ele nunca havia visto. – E desejar boa sorte pra vocês.

Drew a fitou sem saber o que dizer.

- Eu gostaria de pedir que esperasse por mim. – ele disse por fim. – Mas seria crueldade.

- Não seria não. – ela disse andando junto com a fila e o fazendo se mover. – Seria apenas você admitindo que eu sou alguém importante pra você. Assim como você é pra mim. Eu pediria isso se não soasse meio egoísta, afinal, duas pessoas em lugares diferentes conhecendo novas pessoas e provavelmente se interessando por elas. Não quero te prender a mim, Drew. Isso seria... maldade e um egoísmo ferrado.

Drew de um pequeno e torto sorriso.

- É, mas eu sou egoísta... e malvado o suficiente para querer te prender a mim.

Carrie riu.

- E eu amo você mesmo assim. Eu te pediria pra ficar, mas é seu sonho. Se for pra gente ficar junto, a gente vai ficar junto. Mas não agora, honestamente a estória da Nessie e do Jacob me assusta.

- É. Sei como se sente. Eles resolveram deixar a adolescência e não agüentaram o tranco mais tarde... – ele disse.

- Eu largaria a adolescência, mas no tempo certo. É isso o que nós devemos fazer. Viver um dia de cada vez. Sem pressa.

Ele sorriu e a abraçou com força.

Ela beijou carinhosamente o pescoço dele e o ajudou a seguir até o despacho das malas.

No portão, ela lhe entregou Dannie e com um último beijo eles se despediram.

- Drew... – ela chamou antes que ele passasse pelo detector de metais. – Eu nunca vou te esquecer. – ela prometeu.

- Nem eu vou esquecer de você. – ele disse. – Foi a primeira namorada legal que eu tive.

Ela sorriu e disse:

- Digo o mesmo.

Ele sorriu e passou pelo detector desaparecendo da vista dela.

Ela enxugou uma lágrima teimosa e sorriu.

Será possível que ela finalmente havia encontrado a paz?

.........................................

5 DIAS DEPOIS...

Leah tirou o vestido simples e brilhante da capa e o exibiu a Nessie.

- Um vestido brilhante, uma maquiagem dos céus, o cabelo dançando pra tudo quanto é lado só pode ser sinônimo de Nessie Cullen na área pessoal! – ela brincou.

Nessie sorriu desanimada.

Leah largou o vestido em cima da cama e sentou-se ao lado da amiga.

- Ainda não falou com Jacob?

- Eu to sem coragem. – ela disse. – Não tem como ter coragem depois do que eu disse a ele.

- Amiga... você não falou nenhuma mentira. – Leah disse. – Você e essa sua mania de sempre colocar a culpa em você. Jacob é o culpado. Agora se ele não sabe escutar a verdade o problema é dele. Eu pro exemplo, não tenho nenhum problema com a verdade. Não tenho coragem de olhar na cara do Seth depois que eu o ataquei. E eu não nego pra ninguém que sou uma vadia.

Nessie riu balançando a cabeça.

- Vamos cuidar logo desse rosto que eu estou sendo paga pra levantar todo mundo e não pra arrasar com o ânimo de todo mundo. Aliás... – Nessie tirou da bolsa uma caixa de tamanho médio. – Feliz Aniversário, Rosie.

Leah a olhou surpresa e emocionada.

- Você lembrou.

- Claro que lembrei. Dia sete de janeiro, o aniversário da morena mais estilosa que conheço... depois de tia Alice, é claro.

Leah riu pegando o presente.

- Claro, Alice sempre em primeiro lugar.

Ela abriu a caixa e tinha um porta retrato com uma foto das três melhores amigas, e no topo do quadro estava BFF.

Havia dois envelopes. Leah abriu o envelope simples de Marfim e puxou o conteúdo. Um cheque no valor de 3.000 dólares.

- WOW! – ela exclamou. – O que é isso? Você já me pagou pelo vestido, lembra? E isso é mais do que eu cobro. Muito mais.

- Lembro, esse é o presente de aniversário dos meus pais. – Nessie riu. – Eles mandaram pra você. – ela disse. Edward não foi a Nashville, mas enviou Jane para cuidar das coisas por lá.

Leah guardou o cheque na carteira e puxou o envelope rosa cheio de desenhos, feitos a mão, muito bonitos, e tirou um cartão de dentro. Um cartão de Feliz Aniversário e o rosto dela desenhado com caneta rosa. Cada traço pertencia a Carrie.

Querida Leah, eu adoraria estar aí com vocês e relembrar o VMA onde nós duas convencemos Nessie a jogar aquele horrível poncho no lixo. Infelizmente estou de castigo e com o pé engessado. Mas fique sabendo que eu lhe desejo toda a felicidade do mundo, porque você merece. Nesta data tão especial na sua vida, eu tive uma grande dificuldade em escolher o seu presente. Pensei em lhe dar aquela bolsa Prada que você anda paquerando há meses, ou aquela bota Luis Viutton que ficou linda no seu pé, mas meus pais foram mais rápidos. Então eu pensei bastante e resolvi lhe dar algo feito por mim. Algo que você possa guardar para sempre e que não sairá de moda. Um quadro. Sim, eu pintei um quadro, levei dois dias e três noites exaustivas para pintá-lo, a coisa boa de não sair de casa é que eu não tenho com o que me distrair. Então foi dedicação total. Espero que o aprecie. Beijos, Carrie Jean, a Loirinha.

Leah ergueu os olhos e viu Nessie tirando do fundo de sua mala imensa um quadro. Ele não era tão grande como o quadro que havia na casa dos Cullens, mas era grande o suficiente para ocupar a maior parte da mala de Nessie.

- Agora eu entendo o porque a gente teve que pagar o excesso da sua mala. – ela disse brincando.

Nessie rolou os olhos e se afastou para que Leah o desembrulhasse.

Leah olhou admirada a pintura com o seu rosto. Parecia um espelho, só que maior é claro.

Um sorriso reservado, torto e malicioso predominava no desenho, os olhos sorridentes e marotos, a sobrancelha levemente arqueada como se a pintura fosse lhe pregar uma peça... O cabelo estava perfeitamente liso e parecia sedoso.

- Ai meu Deus! – ela não conseguiu dizer algo mais alto que um sussurro. – É lindo!

- Então, você já tem foto de cabeceira, um quadro, três mil dólares e... – ela tirou de dentro três sacolas. – Sue, Alice e Jasper mandaram.

O vestido era preto, lindo, curto e colado, era a cara dela. E ainda vinha com uma jaquetinha que deixava o look comportado. As botas que ela havia paquerado durante meses e a bolsa... aquela divindade maravilhosa e perfeita que assolava seus sonhos consumistas...

- Esse é o melhor aniversário que eu já tive. – Leah disse.

Alguém bateu na porta e após um ‘entre’ de Nessie Jon colocou a cabeça pra dentro e disse:

- Gatinhas, alguém deixou um pacote no meu quarto. Ta endereçado pra você, Leah.

Ele estendeu o pacote e Leah agradeceu e deu um beijo estalado na bochecha do menino.

Se Jon não fosse louco por sua namorada ela poderia casar com ele. Mas ele tinha dezoito anos e andava por aí como se tivesse vinte e um e fosse casado com Norah.

Curiosa, ela abriu o pacote e seu coração caiu.

Era um bolo e havia escrito:

Parabéns, Leah

Havia um gravador na tampa da caixa do bolo.

Curiosa, Nessie deu o play.

- Ei Leah. – era Marvin. – Feliz aniversário. Não ligue eu pedi pra deixarem o bolo aí. Sei como você gosta de bolo de abacaxi então pedi um. Aliás, todos nós pedimos. Esse é um presente meu, de Skills, Rachel, Quil, Jacob, Embry, Lauren – não fique surpresa, e Seth.

- Feliz aniversário, Rosie. – a voz de Seth soou animada e contida ao mesmo tempo.

- Volte logo precisamos treinar para as Regionais. – Lauren disse.

- Não pense que vai escapar da Ovada de aniversário. – Skills disse.

- Me traga um chapéu de Cowboy. – essa era Rachel. Leah rolou os olhos.

- Aproveito Nashville e feliz aniversário. – esse era Jacob. Leah olhou para Nessie e a viu engolindo seco.

- FELIZ ANIVERSÁRIO. – todos gritaram.

- É. Esse é o melhor aniversário que já tive. – Leah disse.

Nessie sorriu.

- No meu aniversário Jacob viu as minhas tatuagens. – ela disse. – ele estava me dando uma carona e ele viu.

- E vocês se pegaram no carro? – Leah perguntou enfiando o dedo no glacê do bolo.

- Claro que não. – Nessie respondeu indignada.

- Que pena. Seria uma estória interessante se isso ocorresse. – disse decepcionada fazendo a amiga rir.

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A bola quicou duas vezes no chão antes de ser arremessada.

- JACOB! – Sarah gritou furiosa aparecendo na porta da cozinha. – O que você pensa que está fazendo? O médico disse “sem excessos”, basquete apenas se ele estiver presente. Vamos, entre.

Jacob suspirou e entrou.

Estava frustrado. Frustrado consigo mesmo e com sua vida.

Morrer seria tão mais fácil, mas ele não era egoísta o suficiente para dar cabo a própria vida. Fora que, se morresse agora deixaria Nessie viúva pra qualquer outro marmanjo, e ele não queria ninguém perto de sua ruiva com segundas intenções.

Ele sentou-se na mesa e furiosamente montou seu sanduíche.

Sarah encarou o filho intrigada e comentou:

- Nós temos um jatinho, querido.

Jacob a olhou confuso.

- O quê que tem o jatinho?

Sarah suspirou pesadamente e disse:

- Vamos colocar os pingos nos “i”s ok? Você e Nessie brigaram e você se sente frustrado. Vá atrás dela, peça desculpas e voltem a morar juntos pelo amor que vocês tem pelas mães de vocês porque eu não agüento mais tanta cara chorosa. O que vocês tem? Merda na cabeça? Voltem de uma vez e acabem com essa Novela Mexicana que eu já estou ficando com raiva dessa Maria do Bairro, ou Usurpadora ou sei lá o que vocês parecem. Só, por favor, pare de chorar a noite porque o seu quarto fica do lado do meu e eu preciso dormir. Estou cansada, estressada e quero dormir. Por favor, pegue o jatinho e VÁ ATRÁS DELA. E não me venha com um “não foi minha culpa, ela está errada”. Mulheres sempre estão certas, mesmo quando estão erradas. Só por favor, vá atrás dela ou eu te compro um diário e te mando pro psicólogo.

- Mas mãe... – ele começou.

- Não comece. – ela disse com os olhos arregalados de fúria e saiu pisando duro como uma adolescente. – ARGH! EU VOU LIGAR PRO PILOTO!!!!!!!!

Jacob fitou o local por onde sua mãe se fora e disse consigo mesmo:

- É. Mamãe pirou.

Sua mãe fora ligar pro piloto da garagem, onde não tinha sinal de telefone. Definitivamente o estresse a estava deixando louca.

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Quando Alice chegou ao quarto de Carrie e não a encontrou soltou um grito de frustração.

Ela não poderia ter fugido de novo!

- JASPER! – ela gritou e ouviu gargalhadas vindas da varanda.

Ela subiu a escada e viu pai e filha enchendo balões d’água e atirando nos pedestres que passavam por ali.

- O que é isso? – ela perguntou colocando as mãos na cintura.

Os dois pararam de rir e se entreolharam sérios.

- Estamos... ahn... ficando alegres. – Jasper disse desconcertado.

- Só que legalmente, sem bebidas, drogas ou qualquer substância ilícita. – Carrie disse divertida.

- Atirar balões d’água nas pessoas é ficar alegre? – Alice questionou.

Carrie e Jasper se entreolharam mais uma vez.

- Levanta o astral. – Jasper disse.

- Nessie, Leah e eu fazemos isso o tempo inteiro. – Carrie disse. – Quando estamos tristes nós atiramos balões d’água nas pessoas pelo telhado do Sue’s e a gente se alegra. É bem legal.

- É legal molhar as pessoas? – Alice questionou.

- Veja por si mesma. – Jasper estendeu um balão d’água para ela.

Carrie deu uma espiada e sorriu diabólica.

- Vamos, mamãe... Espera um pouco... – ela disse enquanto Alice se aproximava da laje. – Joga!

Alice soltou o balão e foi puxada ao chão por Carrie e Jasper.

Ela se pôs de pé apenas para ver Billy Black a olhando de cara-feia.

Ela voltou a se esconder rindo.

- Realmente... É muito divertido. – ela disse.

- E mais saudável também. – Jasper disse.

- Eu vim chamar vocês para assistir o CMA, mas vocês parecem estar se divertindo tanto...

- Os balões podem esperar. – os dois disseram em uníssono.

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Seth sentou-se ao lado de Quil com a pipoca para ver o CMA.

- Olha, eu odeio essas premiações musicais. – Quil resmungou.

- Então porque está aqui? – Embry perguntou.

- A Sue vai fazer torta. Só estou aqui pela torta. – Quil respondeu como se fosse óbvio.

Nessie ganhou dois prêmios, um como álbum do ano e o outro como artista revelação.

- OMG! – ela disse ao microfone. – Eu juro que não estava esperando, eu nem preparei um discurso. Então eu vou só sorrir e acenar. – ela brincou. – To brincando. Eu queria agradecer a minha mãe que está em casa e provavelmente assistindo enquanto tenta fazer meu irmãozinho dormir. Mãe, obrigada pela força e por me colocar no mundo. Ao meu pai pelo apoio incondicional. As minhas amigas Leah e Carrie que estão na minha vida há dez anos e que me apóiam em qualquer decisão, mesmo quando eu faço besteira e elas têm que puxar a minha orelha depois. A minha banda, eu quero que vocês subam ao palco porque essa conquista não é só minha é de vocês também. Subam aqui Jayden, Louisa, Jon, Pan, Max, Grant e Jackson, suba aqui também, Jane. E eu gostaria de agradecer ao meu marido, Jake, eu te amo e obrigada por estar sempre ao meu lado, querido. E obrigada a todos aqueles que votaram em mim para ganhar este prêmio.

A banda e Jane subiram ao palco eles abraçaram Nessie e a turma toda pulou feito um bando de adolescentes ao redor dela.

Após a premiação, em um enorme e gigantesco auditório foi a vez do show.

Era em um estádio de futebol e havia milhares de pessoas ali.

http://www.youtube.com/watch?v=eFRYAkwucng

- Pra quem é essa música? – Quil perguntou.

- Pra bunda da tua mãe. – Embry se irritou.

- EI! – ele reclamou.

Seth suspirou pacientemente.

- Pra ninguém, eu acho, ela consegue escrever músicas sobre filmes como se ela tivesse vivenciando tudo o que acontece ali. Ela escreveu uma música sobre Romeu e Julieta e sobre o Superman, porque não escrever uma música sobre uma foto sendo queimada ou, sei lá, um bode tendo filho?

Os meninos gargalharam.

- Seth seu burro! – Quil disse. – Bode não pode parir filhote nenhum, Cabra é quem faz isso.

- Pô, Seth, até o Quil sabe dessa. E olha que é o Quil! – Embry debochou.

Seth respirou fundo impaciente e rolou os olhos.

- MENINOS! A TORTA ESTÁ PRONTA! – Sue gritou da cozinha.

- Aleluia, Deus é Pai e me ama. – Quil disse se levantando rapidamente

.......................................

Nessie estava pensativa durante a viagem de volta. Leah notou que fora desde quando saíram de Forks e ela mandara uma mensagem suspeita para seu pai.

Ao pousar no aeroporto de Houston, Texas o jato da Red Room abriu para a entrada de alguém.

Nessie e Leah se entreolharam confusas.

Quando Jacob apareceu elas arregalaram o olho.

- Eu acho que cheguei um pouco tarde para o VMA. – ele disse corando.

- O certo é CMA, o VMA foi ano passado. – Leah corrigiu. – Ok, vocês dois conversem, eu vou ali bater um papo com o comissário de bordo gay. JERRY! MELHOR COMISSÁRIO DO MUNDO, ONDE ESTÃO AS SUAS REVISTAS COSMOPOLITAN? – ela gritou indo em direção ao fundo do avião.

Mesmo mancando levemente, Jacob parecia bem. Ele foi até o lado da esposa e sentou-se no lugar que Leah ocupava.

- Pensei que estivesse com raiva de mim. – ela disse.

- Não consigo fazer isso, a lógica seria você não querer ver a minha cara, mas como eu sou cara de pau eu vim. Mesmo tendo uma porcentagem de 80% de chances de você me atirar do avião ou me castrar ou me deixar tetraplégico, eu resolvi arriscar.

- Eu nunca faria uma coisa dessas, Jake. Talvez em sonho, mas nunca em mundo real. – ela admitiu o fazendo rir.

- Me desculpa. – ele pediu. – Sei que dar um tempo não era o que você queria e eu vou admitir que eu não pensei na hora, estava com raiva e de cabeça quente. Não pensei em nada, como você disse. Me desculpe por fazer você sofrer e por não ser o cara que você esperava. Eu não faço o tipo, Príncipe no Cavalo Branco.

- Eu nunca esperei que você fosse o Príncipe do Cavalo Branco, Jake. Isso é sonho de garotinhas de doze anos. Não existe ninguém perfeito. Eu não queria que você fosse perfeito, nunca quis. E você é o cara que eu esperei a minha vida inteira. Não um cara perfeito, mas perfeito pra mim. Com suas falhas e defeitos. Você é humano e aprende com os erros. A gente não ama uma pessoa apenas pelas qualidades e acertos, amar assim é fácil demais, a gente ama uma pessoa pelos erros e defeitos. Como quando você acorda de manhã com um mau-humor que é difícil manter a calma e não gritar com você ou quando eu estou em TPM e eu fico choramingando estressada para todos os lados e você respira fundo antes de dizer algo.

Ele apertou mais a mão dela.

- Honestamente eu fico me perguntando se eu sou o cara certo pra você. – ele disse. – Você... Eu não te mereço.

- Mas eu sei que eu sou a garota certa pra você, Jake. E você me merece sim. Quem mais agüentaria te beijar quando você sai fedendo e suado feito um gambá do treino?

Ele a olhou completamente indignado e ela riu.

- Nós dois erramos. – ela disse.

- Sabe, Ness... – ele começou – Eu odeio ver essa dor nos seus olhos. Porque eu sei que fui eu quem causou isso. Esse é o tipo de cara que eu não quero ser e nem vou. O tipo de cara que deixa te machuca e assiste o mundo te machucar e não faz nada. Eu te amo e mesmo que eu te faça chorar mais uma vez, fique sabendo que eu não vou ficar sem fazer nada. Eu vou lutar pra ver um sorriso no seu rosto, um brilho nos seus olhos, um grito de alegria, uma gargalhada alegre e exagerada. Eu prometo, a partir de agora que eu vou ser esse cara*. O cara que te faz feliz.

Nessie piscou sentindo as lágrimas invadirem seus olhos.

- Você não é um cara, Jake... você é um homem. – ela disse.

- AWWWWWWW. Que fofo! – eles ouviram e viraram-se a tempo de ver Leah e o comissário de bordo gay se esconderem atrás da cortina.

- Acho melhor terminarmos essa conversa em casa. – ela disse divertida.

- Também acho. – ele concordou.

- Ok, Leah pode parar de ouvir escondida.

Leah saiu rindo, na maior cara de pau.

- Vocês são tão fofos que da vontade de transformar os dois no Gungun.

- Gungun? – ele perguntou.

- O brinquedo favorito da Leah, quando ela era um bebê. – Nessie explicou rapidamente.

- Ele era de veludo, fofo, chique e rosa. – Leah disse sonhadora sentando-se de frente para eles.

Nessie rolou os olhos e Jacob gargalhou.

.......................................................

Assim que o avião pousou, Leah disse:

- Ok, vocês dois. São um casal e eu não vou agüentar mais uma hora e quinze minutos de melação e “eu te amo muito, nós erramos” então eu vou na limusine e vocês de táxi. Tchau.

Ela saiu antes que qualquer um dos dois pudessem abrir a boca.

- Nós não falamos quase nada. – Jacob reclamou.

- Ela quer ir na limusine sozinha pra beber champanhe e vinho até ficar bêbada. – Nessie disse divertida. – Ela não vai conseguir ficar bêbada. O champanhe que tem lá é de frutas e sem álcool. Eu mesma encomendei. E não tem vinho.

Jacob gargalhou.

............................................

1H15MIN DEPOIS.

Leah saiu da limusine e deu uma gorjeta para o motorista.

Ela bateu na porta da casa e logo Sue apareceu.

- Oi, Sue. – ela abraçou a mulher que estava pálida, porém com um pequeno sorriso nos lábios.

- Oi. Acabou de chegar?

- Sim, resolvi vir aqui ver como é que você estava.

- Estou bem. Na verdade eu resolvi seguir com a minha vida. – Sue disse enquanto Leah entrava tirando o casaco. – Estou me mudando para a Flórida.

- Sério? Nossa! Que... mudança radical.

- Seth não vai comigo. Ele prefere continuar em Forks e terminar o ensino médio com os amigos.

Leah engoliu em seco fechando a porta.

- Eu fiz chocolate quente você quer? Tem torta de limão e de frango.

- Hmmmm. – ela fez fingindo animação. – Vamos a melhor torta da cidade.

Sue riu.

- Obrigada. Como foi de viagem?

- Foi bom e tranqüilo, Jacob invadiu o nosso avião em Houston e ele e Nessie meio que se acertaram. Não sei muito bem. Eu só acho que não terei mais minha melhor amiga dividindo o mesmo teto que eu esta noite.

Sue assentiu.

- Eles são casados, Leah seja mais compreensiva.

- Eu estou sendo compreensiva. Só estou triste porque acho que não terei mais Nessie dividindo o apartamento comigo. Mas essa é a vida. As pessoas, vem e vão, marcam nossas vidas e então abrem as asas e voam...

- Se não voassem eu me preocuparia. – Sue disse. – Porque esse negócio de abrir as asas e não voar é coisa de galinha.

Leah jogou a cabeça para trás e gargalhou.

- Você é a melhor Sue. – ela disse enfiando um pedaço da torta que Sue acabara de colocar em sua frente, em sua boca.

Ela gemeu de prazer.

- Sue... sua torta é mais gostosa do que sexo. – disse brincando.

Sue arqueou uma sobrancelha.

- Foi o melhor elogio que já recebi. – disse sorrindo.

A porta se abriu.

- Mãe. Cheguei. – era Seth quem chegava. – Ah, oi Leah.

Era palpável o ar desconfortável que tomara a sala assim que ele saudou a menina.

Sue limpou a garganta e disse:

- Ahn, vocês estão tensos e nervosos. Eu vou ao mercado e vocês conversem, ok?

Leah pensou em protestar, mas ela percebeu que não poderia adiar essa conversa.

Sue saiu em menos de um minuto e Leah logo disse:

- Me desculpe por ter te atacado outro dia. Foi... Impensado.

- Eu notei. – ele disse. – Mas não se desculpe, Leah. Eu gostei.

Leah corou e disse constrangida.

- É. Eu também.

- Leah será que...

- Não. – ela disse já sabendo a pergunta que ele faria. – Durante todo o tempo em que nós namoramos, eu me senti inferior a você. Você era o primeiro cara legal que eu namorava e eu pensei que seria diferente. Mas você foi igual aos outros caras. Mentiu e me traiu. Eu te adoro, Seth, como pessoa, como amigo, mas como namorado você é péssimo. Eu te amo, mas eu tenho que ser honesta comigo mesma e admitir que por mais que eu te ame, você não é o cara certo pra mim e nem eu sou a garota certa pra você. Você me fez sentir coisas que eu nunca havia sentido, coisas boas e coisas más também. Eu sabia que você era problema, mas eu decidi ignorar isso porque você é meu melhor amigo. E eu não quero estragar nossa amizade quebrando seu coração ou vice-versa como você fez. Eu não sou de ferro, Seth. Eu posso ter te perdoado, mas eu não esqueci o que aconteceu. Você ama a Carrie, eu consigo ver só no modo como você olha pra ela. E, pra dizer a verdade isso dói. Mas é algo que não posso mudar.

- Eu não queria te machucar, Leah.

- Eu sei que não, querido. – ela disse suavemente de um modo carinhoso. – Mas você machucou. O tempo é uma das três coisas que não voltam.

- Sei disso. – ele disse lembrando que ela dissera uma vez: “Há apenas três coisas que não voltam, o tempo, uma palavra dita, e as coisas que eu empresto, inclua o dinheiro nisso”.

Ela se aproximou dele e o abraçou dando um suave beijo na bochecha dele.

- Algum dia, Leah Rose – ele começou – você ainda vai mudar o mundo. E com isso ainda vai achar um cara que lute por você e te mereça.

Leah sorriu.

- É acreditando nisso que estou te dando um fora, amigão.

- Amigos? – ele perguntou.

- Amigos. – ela concordou.

Ela se afastou dele e pegou seu casaco dando indo embora.

.............................................

- Já chegamos? – Jacob perguntou com os olhos vendados sendo guiado pela mão da esposa.

- Quase. Ok, estamos subindo escadas. – ela avisou e ele subiu com cuidado para não cair.

Assim que eles subiram a escada, Nessie o guiou por mais alguns passos e parou.

Ela soltou a mão dele e disse:

- Pode tirar a venda.

Assim que ele tirou se deparou com um quarto. A única coisa que havia no quarto era uma cama.

- Papai nos deu de presente de casamento. – ela disse. – Ele me avisou alguns dias atrás porque ainda estavam terminando a construção e pediu pra eu escolher a decoração, mas eu queria escolher com você. Ganhamos uma casa em River Valley.

Jacob arregalou os olhos.

River Valley era nada menos que o bairro onde sua mãe, os Cullens e outros ricos moravam.

Nessie sentou-se na beira da cama.

- Nessie... – ele disse. – Eu não sei o que dizer eu... Caramba! Eu acho que preciso ir ali e imitar seu pai no dia em que Ronan nasceu. – ele disse virando-se e fazendo menção de descer as escadas.

Nessie riu.

Jacob queria desmaiar?

- Espera, antes de ir. – ela chamou e ele se virou lentamente – Eu acho que é uma boa hora para a gente terminar aquela conversa. Essa coisa toda com o Keith e a escola me fez perceber uma coisa. Que a gente não tem todo o tempo do mundo pra ficar gastando com brigas e ressentimentos. Eu quero voltar com você, isso é, se você ainda quiser...

Ele sorriu e foi até ela abraçando-a e beijando cada parte de seu rosto.

-É o que eu mais quero no mundo.

- E o que eu mais queria no mundo, você já fez: Lutou por mim. – ela disse com um leve sorriso.

Ele a abraçou apertado.

- Nunca mais eu vou te deixar longe de mim. Isso eu posso te prometer com toda a certeza que tem em mim. Eu nunca vou te deixar e nunca vou deixar você me deixar.

Ela sorriu satisfeita e ergueu o rosto.

- Eu posso viver com isso. – ela disse marota e o beijou.


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Notas finais do capítulo

Final da Season 2.
Season 3 (e última) - quando der.
Bjus minhas amoras.