Músicas Para A Vida escrita por Polly S


Capítulo 4
Capítulo 4 - We Are Screwed


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas a minha vida se resume a livros e canetas. O ano escolar está o caos. Segunda eu posto outro.
Beijos



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Cap 3

Alice empalideceu, seus olhos se arregalaram e ele sentiu os pelos da Irmã se eriçarem.

- Desde quando você sabe que ela tinha uma filha? – ele rosnou.

Alice mal conseguia respirar.

- C-Como você...? – ela não terminou a pergunta, seu rosto então foi de pálido a vermelho. – Eu nunca sequer dei um único tapa na Carrie, mas eu juro como hoje ela leva uma surra.

- Vai responder ou não? – ele pressionou.

Alice puxou seu braço da mão dele de forma bruta.

- Desde que Carrie e ela se conheceram.

- Há quanto tempo? – ele perguntou.

- Desde que Carrie começou a estudar. – ela disse – E sabe de uma coisa? Ela é uma pessoa maravilhosa. Mudou muito desde o nascimento da filha. Ela sempre foi mais responsável que você.

Ele suspirou.

- Eu sei. – ele disse.

Alice hesitou.

Ele percebeu.

- O que foi?

- Ela me disse que caso você descobrisse era para pedir a você para não a procurar... Ela ainda guarda mágoa do relacionamento de vocês.

Aquilo doeu.

- Esse é o lógico. – ele murmurou secamente – mas se você falar com ela ainda hoje, diga a ela que não crie muitas esperanças sobre o seu pedido. Ela pode ter ameaçado me castrar, mas eu duvido que consiga chegar a isso. Não se quiser ser presa e dar a guarda da filha para um dos familiares malucos dela.

Alice suspirou parecendo cansada.

- Edward... Já se foram 15 anos. Já está na hora de você seguir em frente. Emocionalmente falando, é claro.

Ele a olhou com uma expressão neutra.

- Não dá Alice. Não dá pra seguir em frente quando temos 15 anos de um assunto mal-acabado.

Ele virou as costas a irmã, deixando-a apreensiva.

No dia seguinte...

Nessie e Leah tinham as bocas escancaradas.

- A sua mãe o que? – Leah ganiu.

- Surtou comigo e disse que eu não tinha que falar nada da vida da Nessie pra ninguém. Ela só faltou me bater. – ela fez uma curta pausa. – Eu fiquei mais assustada do que naquele Halloween em que eu vi o tio Emmett de Marylin Monroe indo de porta em porta pedir doces.

As outras duas estremeceram.

- Foi realmente assustador. – Nessie concordou.

- É. Principalmente a parte em que ele levantou a saia. – Leah disse – Eu não fazia idéia de que ele usava um samba-canção branco com a foto do Joe DaMaggio.

As outras duas rolaram os olhos.

- Era parte da fantasia. Marylin era apaixonada por Joe DaMaggio e sofria porque ele não queria ficar perto de uma “mulher que era uma piada e drogada”. – Nessie explicou calmamente.

Leah deu ombros.

- Tia Rosalie voltou de Ohio. – Nessie disse.

- Sério? Que legal! – Leah se animou – Agora sim eu vou fazer a minha tatuagem. A sua tia tem uma lábia...

Carrie bufou.

- Ainda não me conformo de você ter feito um piercing e eu não. – ela reclamou cruzando os braços e fazendo bico.

As outras duas riram.

- Você não soube explorar a tia Rose. – Nessie disse – Mas dessa vez ela veio pra ficar. Ao que parece ela e o tio Royce se divorciaram.

- Que pena. O Royce era legal. – Carrie disse.

Leah olhou para a amiga contendo um riso debochado.

- Você só gostava dele por que ele te dava de presente roupas de marcas e cadernos de desenhos.

Carrie deu ombros.

- Era bom. Ele me dava presentes e eu dava a ele um afeto.  E vocês sabem que ninguém sabe puxar saco melhor do que eu.

Nessie riu baixinho.

O sinal para o início da aula bateu.

As três suspiraram.

- Facebook. – Leah ordenou – Não, não. MSN. As duas. Eu tenho aula com o velho Sr. Varner.

Nessie rolou os olhos.

Leah era muito inteligente. Era o tipo de garota que não precisava de duas aulas do assunto. Apenas uma aula já servia para ela se dar bem numa prova sem ter que estudar, enquanto Carrie precisava dar atenção total a todas as aulas, estudar como uma condenada e fazer aulas de reforço; e Nessie vivia com a cara enterrada nos livros. No caso da ruiva era só pelo prazer de estudar e aprender e não por que precisava se matar como Carrie.

- Você sabe que eu não posso. – Carrie observou.

- A Nessie é tutora qualquer coisa é só pedir ajuda dela. – Leah disse como se fosse óbvio. – Vamos logo que eu sinto que temos que conversar e não é pouco não.

As duas rolaram os olhos e se separaram.

Leah foi para matemática, Nessie para biologia e Carrie para literatura.

Nessie sentou-se ao fundo e colocou o celular no silencioso.

Recebi uma proposta pra gravar um CD” ela digitou.

SÓ AGORA QUE VOCÊ FALA SUA RUIVA PIRADA?” essa era Carrie.

Ruiva Pirada é o cacete. Ela é uma vaca mesmo” Leah, sempre gentil.

Ela rolou os olhos.

Eu ainda estou pensando se aceito ou não.”

Querida, não tem o que pensar. É só chegar e dizer sim. Aí vai ser fama, glórias e muito dinheiro pra gastar” Leah.

Deixa de ser superficial, Leah. Se ela quiser, ela vai aceitar se não... bem, eu dou um soco nela

Nessie riu silenciosamente.

Ainda não falei com a minha mãe sobre isso. Tava cansada e meio deprimida ontem...

Tentou a conversa de novo?” Carrie perguntou.

Tentei

E o que ela disse?”

A mesma coisa de sempre... Que o meu pai era um cara imaturo e que não quis saber dela no momento em que ela mais precisou e que ela fugiu dele e que se algum dia ele quiser manter contato comigo ela não vai impedir, mas não vai ficar por perto porque ela simplesmente o odeia.”

Sua mãe nem guarda mágoas né?”

Tia Rose me disse que é porque ele a fez sofrer muito, minha mãe acha que eu não sei, mas ele era um drogado. E tia Rose disse que ela não ficava muito atrás dele não

Tia Bella doidona?”

Essa eu pagava pra ver! Seria ótimo ver a tão centrada e séria Isabella Swan chapada bancando a doidona

Isso não é piada Leah. É coisa séria.”

Se é, minha mãe usou drogas durante os primeiros 3 meses de gestação

Ok. Agora a porra ficou séria

Sem palavrões ok? Continua cerejinha do meu coração

Blá, blá, blá

Nessie ignorou a última mensagem de Leah.

Minha mãe tem problemas de sangue. Ela sofre de uma anemia intensa e vive com as pílulas de ferro. O médico disse para ela tomar três vezes ao dia. Ela tinha que tomar anticoncepcionais para não menstruar e tal, parece que ela esqueceu um dia e bem... O resultado está digitando agora mesmo. Ela também usava maconha quando era da nossa idade

Maconha? Só isso? Ah fala sério, maconha nem vicia! Só deixa a pessoa elétrica e é bem mais saudável que o cigarro. E o cheiro é até melhor

Tanto faz, isso não vem ao caso. E não era só maconha, era algo mais. Ela não quis me dizer o que, mas era algo mais forte

Isso quer dizer que você já nasceu viciada?

Não, até porque minha mãe tem um documento de alta de  uma clínica em Seattle. E é das boas.”

Vamos ir lá qualquer dia desses

Eu ia sugerir isso. Até porque tem coisa sobre o meu pai naquela clínica. Tia Rose quase deixou escapar isso, mas ela se segurou. Se eu não fosse eu, não teria nem percebido

Nessie suspirou lembrando-se da conversa com a tia.

Flashback

- Minha mãe usava maconha? – Nessie perguntou surpresa com olhos arregalados

Rose assentiu rindo violentamente.

- Pois é. Eu te entendo. Também penso se aquela época não foi um pesadelo. Porque, sem dúvida nenhuma. Garota, a sua mãe mudou pra caramba depois que você nasceu. A teoria que mais prevalece na família foi criada pela tia Carmem... Que você veio pra colocar um jeito naquela cabeça de vento.

- Eu não consigo imaginar a minha mãe usando maconha. – Nessie disse ainda atônita.

- Você imagina sua mãe assim? – Rosalie estendeu uma foto antiga de Bella, onde a mesma fazia o símbolo do Rock, com a língua para fora exibindo um piercing na língua. Ela usava uma munhequeira de couro preto com dachinhas prateadas. O cabelo era a coisa mais doida que ela já vira na vida. Em vez do castanho lindo, macio e ondulado que ela estava acostumada a ver em sua mãe. Ela viu um cabelo bagunçado, emaranhado, parecia não ter sido escovado e nem lavado fazia dias. E tinha uma penca de mechas roxas no cabelo. – Porque eu a prefiro agora. Sua mãe foi a ovelha negra da família Swan.

- Ela conheceu meu pai desse jeito? – Nessie perguntou.

- Conheceu antes. Eles tinham um jeito estranhamente doce de demonstrar o amor que um sentia para o outro. Você j á viu aquele anel que a sua mãe nunca tira do dedo? – Rose perguntou e Nessie assentiu – Seu pai de pra ela. Os dois anéis, quando começaram a namorar. Ela nunca conseguiu se desfazer deles. Por mais que ele a tenha magoado.

- Ela só suava maconha né?

Rose riu sarcástica.

- Você ta me zoando? Sua mãe usou de quase tudo. Coisa pesada mesmo. Claro que, graças a Deus ela nunca chegou perto de Heroína. Sua mãe era uma irresponsável inteligente. Também não chegou perto de Crack, mas o resto pode apostar que sim. Ela foi pra reabilitação quando descobriu que estava grávida de você... E você já estava instalada lá havia três meses. Ela se desintoxicou de uma vez. Foi um tratamento de três meses até ela se sentir livre das drogas. Era pra ela ter saído antes, mas ela insistiu em ficar até se sentir limpa. Seu pai não teve a mesma sorte. Usou heroína e foi pra reabilitação...

- A mesma clínica?

- Claro que... – Rosalie se parou e disse: - Isso não vem ao caso. Sua mãe não me quer falando dele. Ela ainda não se sente totalmente segura pra ter uma conversa séria com você sobre ela, ele, o passado deles e o porquê de ela ter fugido dele. E vai por mim minha ferrugenzinha... Quando ela te contar você vai sentir pena dela.

- Você sente?

Rosalie suspirou e olhou séria como nunca pra parede.

- Sua mãe não merecia criar você sozinha. É claro que eu sinto pena dela, Nessie. Nunca vi ninguém sofrer como a sua mãe. Tudo o que ela já fez na vida, fez por você. Ela te ama, e eu não desejaria que ninguém passasse pelo o que ela passou. Nem o meu pior inimigo. Você não faz a mínima idéia do que é criar uma criança completamente sozinha. Sem ajuda de canto nenhum. Tendo que trabalhar, estudar e te criar. Ela queria terminar a faculdade para te dar uma vida melhor. Quando ela se formou em Stanford, ela arrumou um emprego de administradora em Nova York, você lembra?

Nessie assentiu.

- Ela me deixava em uma escola integral. Ela parecia sempre cansada.

- Ela fazia a faculdade dos sonhos dela. Juilliard. Eu a visitei algumas vezes e ela... Bem, sua mãe sempre teve alguns problemas emocionais... Se ela ainda está viva hoje... É unicamente por você.

Nessie ficou em silêncio pensando no que sua tia dissera.

- Eu vou comer, porque eu vivo pra comer. Comer é a melhor coisa do mundo. É a única coisa que vale realmente a pena nesse mundo. Aliás, as únicas coisas que valem a pena nesse mundo são: Comida, música, artes e a sua mãe.

Rose ia saindo quando parou e disse:

- Mas quanto ao seu pai... Ele não valia nada.

Fim do flashback

Sinto cheiro de aventura *cantarolando super animada*”

E eu de confusão! Nessie não é melhor você insistir isso com a sua mãe?”

Eu insisti. A minha vida inteira. Qual é o ditado favorito dela? ‘Se a montanha não vem até Maomé, Maomé vai até a montanha’ e eu só quero fazer isso. Ter as respostas que ela me nega a dar

Já que você está tão decidida quem sou eu pra contrariar?

Isso mesmo! Vamos nessa! Dá pra gente ir semana que vem?

Por quê?

Eu me lembrei de um desafio da Lauren. Ela me desafiou a dançar melhor do que ela e eu vou dançar.

Eu sei que você dança melhor que ela. Quem mais bancou a bêbada só com o refrigerante no aniversário da Carrie de desceu até o chão?

ABAFA O CASO SUA RUIVA DESGRAÇADA

KKKKKKKKK. Eu vou pegar a filmagem daqui há duas semanas. To louca pra ver tudo

Tu ta louca é pra morrer se mostrar isso pra alguém

Tenho que ir, o Sr Brown ta me olhando. Tchau

Tchau

Vai pro inferno

Ela desligou o celular e o guardou resolvendo prestar a atenção na aula.

Era o horário do almoço.

- Você deveria ter visto a cara da Amber quando eu disse que o nariz dela parecia o de um porco com Aids. – Leah riu enfiando uma fatia de tomate na boca.

Carrie balançou a cabeça mastigando o seu pedaço de pizza e Nessie ficou séria.

- Você não deveria ter falado isso. – a ruiva disse em tom de repreensão – ela realmente tem Aids.

- O que? – Carrie e Leah perguntaram escancarando as bocas cheias de comida.

- Que nojento! Fechem as bocas! – Nessie ralhou.

- Ta, mas... Como você sabe que a Vaca Mór é soropositiva?

Nessie suspirou.

- Eu estava no vestiário me preparando para sair quando ela esbarrou em mim, semana passada. Caiu um papel, ela não viu, me xingou e saiu correndo. Eu ia devolver, mas fiquei curiosa. Olhei e vi o resultado do teste. Devolvi pra ela no dia seguinte e ela ficou muito, mais muito ‘P’ da vida comigo. Por isso ela tem pegado no meu pé.

Leah sorriu malvada e se virou na cadeira. Olhou para Amber, que a olhou de volta arqueando uma sobrancelha castanha arrogantemente.

Leah sorriu mais abertamente deu um ‘tchauzinho’ com a mão e soltou um beijo antes de se virar para as amigas.

- Mesmo com Aids ela ainda continua sendo uma vaca. – Leah disse.

Carrie bufou.

- Você, ás vezes parece que não tem sentimentos. – a loira disse irritada.

- Ta azeda por quê? – Leah provocou.

Carrie suspirou e tirou o Iphone da bolsa.

- Da uma olhada na mensagem que me mandaram... É da minha mãe.

CARRIE! Notícias, eu não consegui esperar para te dizer... VOCÊ VAI GANHAR UMA IRMÃZINHA. Fui ao médico hoje e ele disse que existem 99,9% de chances de ser uma menina. Seu pai ta soltando fogos de artifícios no quintal. Chad está louquinho de felicidade. P.S. Você pode escolher o nome. XO da mamãe

Leah e Nessie encararam a loira, exasperadas.

- Você está bolada por que sua madrasta ta grávida? – Leah perguntou. – Você já passou dessa fase com o Chad, por favor, Carrie.

- Não. – Nessie cortou. – Ela está bolada porque vai perder o posto de ‘garotinha do papai’. Como o Chad é um menino ela não perdeu o posto de garotinha. Ainda.

- Eu sou a filha dele! – Carrie esganiçou parecendo à beira do choro – E deveria ser a única.

- Ah, por favor, não é o fim do mundo, deixar de ser a ‘filhinha do papai’! – Nessie protestou.

- Você fala isso porque nunca foi a ‘garotinha do papai’. Não sabe como é. – Carrie atirou na lata, sentindo a irritação tomar conta de seu corpo.

Nessie calou-se, claramente magoada.

- Ai já não foi legal, Carrie. – Leah disse seriamente.

Carrie pareceu se dar conta do que disse, porque sua expressão caiu e parecia quase desesperada.

- Ness... Eu juro como não queria dizer isso! Me desculpa!

- Você queria sim! – Nessie cortou – É na hora da raiva que a gente fala o que quer. Mas tudo bem, você está certa. Eu nunca fui a ‘garotinha do papai’ porque eu nunca tive um pai. Mas tudo bem, porque diferentemente da sua mãe a minha não me abandonou.

Os olhos de Carrie marejaram.

- Você pegou pesado agora, Nessie.

- Só devolvi o que ela me deu. – a ruiva disse se levantando, claramente com raiva e muito magoada.

Ela pegou sua mochila e sua lata de coca-cola e saiu do refeitório pisando duro.

Carrie se afundou na cadeira, com os cabelos loiros caindo sobre a face escondendo as lágrimas que caíam.

Leah balançou a cabeça.

- Eu bem que tento, mas nunca da certo. – a morena murmurou para si mesma. – Se quiser ficar sozinha é só dizer. Só apareça amanhã no ginásio pra ver a Lauren levar uma surra em danças, ok?

- Pode contar comigo. – Carrie sussurrou com a voz embargada.

Leah a abraçou pelos ombros.

- Não fica assim, não. Ela não falou por mal. Na verdade falou sim. Mas foi você quem começou.

- Eu sei. – Carrie murmurou enxugando as lágrimas. – Pode pedir pro Seth ir falar com ela?

- Vou eu falar com ela. O Seth vai ficar aqui com você e...

A fala dela foi interrompida por um coro de ‘Briga, Briga, Briga, Briga’ vindo do estacionamento.

As duas se entreolharam e saíram correndo.

- Eu só espero que a Nessie não tenha dado um tapa na Lauren! – Carrie disse temerosa.

A roda estava formada.

Não era Nessie quem estava na roda.

Era Seth. Brigando com Jacob Black.

Nessie berrava para eles pararem.

- Odeio briga de meios-irmãos. Sempre são as piores. – Leah disse – Porque a tia Sue não podia ficar na dela, com as pernas fechadas?

- Porque o Billy era bonito e garanhão? – Carrie sugeriu.

- Ele era um filho da puta desde sempre.  – Leah disse. – Olha ali a nossa ruiva desistindo e vindo até nós com uma cara muito fula.

De fato, Nessie parecia prestes a matar um.

- Se eu ficar mais uma hora nesse hospício eu juro como vou matar alguém. E aí eu irei pra cadeia e minha mãe vai ficar fula da vida comigo. A tia Rose vai dizer que minha mãe nunca conseguiu fazer isso e o tio Sam vai me dar um sermão. Vovô vai me dar um presente de consolação e a tia Ângela vai gritar até os meus tímpanos estourarem. E eu vou ficar definitivamente, fuferrada.

Leah e Carrie deram de ombros.

- E me desculpe pelo que disse Carrie.

- Tudo bem, era verdade. – Carrie sorriu – Desculpa também Ness.

Leah sorriu.

- É assim que eu gosto das coisas. – Leah disse abraçando as duas pelos ombros. – Tudo bem e feliz... – ela pareceu pensar um pouco e sorriu marota. – Que tal a gente visitar aquela rehab agora?

As outras duas olharam para ela surpresas.

- Comoéquié? – Carrie guinchou.

- Comassim? – Nessie disse num tom agudo e arrastado.

- Simples. Vocês estão muito tensas. Vamos lá. Eu já tenho um plano em mente. É só a gente tirar o Seth daqui pra ele ir com a gente.

Carrie tinha a expressão apreensiva.

- Eu não quero matar aula. Isso é contra as regras!

- Regras suas ou das autoridades? – Leah desafiou arqueando uma sobrancelha.

- Regras da família. – Carrie disse – Nunca nenhum dos Withlock ou Cullen jamais matou aula. Nem mesmo o tio Edward que era a ovelha negra da família ou o tio Emmett que sempre foi o pegador.

- Eu também nunca matei aula. Nem sei como faz isso! – Nessie disse.

- É bem simples. É só pular o portão, pegar um carro qualquer da loja do meu pai e ir até Seattle arrumar confusão em uma clínica de reabilitação. – Leah explicou. As duas amigas olharam para ela de boca aberta. – Eu já fiz isso pra mais de mil vezes ta?

- Ok. – Nessie disse – Eu vou. Mas você tem carteira de motorista não é?

- Falsificada. Mas já passou por blitz.

- Já levou multa?

- Nenhumazinha! – Leah garantiu – Posso ser uma badgirl, mas sou honesta.

- Posso ver a sua honestidade! – Carrie disse sarcástica.

- Vamos logo tirar o Seth dessa confusão estressante.

Leah sorriu.

- Deixa comigo. – a morena garantiu. Ela estalou os dedos e gritou com sua voz potente. – O  DIRETOR CHAMOU A POLÍCIA!

Em questão de segundos só restava Seth, seu olho roxo e seu nariz sangrando.

- Pelo amor de Deus, Leah essa é mais velha que a minha avó! – o garoto respondeu.

- Sua avó não tem nem sessenta anos gênio. – Leah atirou.

Seth suspirou.

- Vai querer matar aula de novo?

- Sim, mas dessa vez é por uma causa nobre. – Leah garantiu. Então puxou Nessie pelos ombros e disse – Nós vamos ajudar a Nessie a achar o pai perdido dela.

Seth franziu a testa.

- Sério mesmo?

Nessie assentiu.

- Bom, que fique claro que eu não quero matar aula, mas se é pra Nessie eu faço isso! – Carrie disse.

Seth suspirou.

- Vamos logo antes que fechem os portões.

Edward andava de um lado para o outro no escritório de seu estúdio de gravações.

Sua cabeça estava a mil. Tinha trabalho para fazer, uma garota para convencer a iniciar uma carreira, uma ex-namorada para confrontar e ainda tinha sua mãe que não parava de perguntar por que ele terminara com sua mais recente ex-namorada. Ele não quis dizer o motivo, mas Esme sabia muito bem: O simples fato de Maggie não ser Isabella Swan.

Ele suspirou. Olhou para o telefone em sua mesa ansioso.

Na manhã anterior a primeira coisa que fez ao acordar fora contratar o detetive da família para achar o paradeiro de sua ex-namorada que ainda mexia com seus nervos e sentimentos. Ele não conseguia pensar em mais nada.

O telefone então tocou.

- Alô?

- Sr. Cullen, boas notícias. Como o senhor me pediu eu tenho tudo em mãos. Endereço, ocupação, quais faculdades estudou, seus méritos. Inclusive da filha da moça. Quer que eu vá até seu escritório ou prefere encontrar-se em algum lugar?

Seu celular vibrou. Era um SMS de Alice:

“Notícias! Vou ser mamãe de novo. Tem 99,9% de chances de ser uma garota. P.S. Estamos indo pra aí comemorar com sucos e pudim. Carrie vai chegar com os amigos depois da aula. Beijos sua Irma. P.S.2: Limpa esse escritório pelo amor de Deus”

Ele rolou os olhos.

- Pode ser no meu estúdio mesmo. Obrigado.

- De nada Sr. Cullen. – o homem agradeceu e desligou.

Estava a poucas horas de saber tudo o que ela fizera naqueles anos todos. E mal podia esperar para vê-la. Saber como estava, como ela ficou após o término deles dois e o mais importante... Quem era o pai de sua filha? Quem foi o filho da puta que deixou nela a sua semente? Quem foi o viado que deixou sua marca na vida dela? Que a amou de um modo que apenas ele poderia amar?

Eram perguntas que não queria calar.

Ele logo saberia.

Sentou-se em sua cadeira de couro e respirou fundo cantando mentalmente uma de suas músicas favoritas: Rope do Foo Fighters.

O sonho da vida dele, como produtor musical, era produzir um dos CDs do Foo Fighters e tietar Dave Grohl.

Como um grande fã de Nirvana e Foo Fighters, Edward provavelmente iria fazer uma brincadeira envolvendo o comentário sem-noção de Courtney Love, viúva de Kurt Cobain sobre ele ter uma queda por seu baterista Taylor Hawkins por ele ser “parecido com Kurt”. Lembrar o fato o fez sorrir. Courtney Love era louca!

Suspirou. Pensar em Rock sempre o distraía de seus pensamentos traiçoeiros.

Rock era bom. E o ajudava.

É. Rock era bom.

Carrie pensava se não tinha alguém mais engenhoso, teatral, com uma mente maligna e traquina do que sua melhor amiga Leah.

- Vocês entenderam? – ela perguntou para os amigos.

Seth assentiu confirmando.

- Porque eu que tenho que ser a isca? – Nessie estava indignada.

- Porque foi a sua mãe que veio pra cá, seu pai veio pra cá, você quer saber quem é o cara e estamos aqui por você. Se não quiser ajudar a gente vai embora e você vai contratar um detetive pra achar seu pai e sua mãe vai saber se sumirem quinhentos dólares da sua poupança no banco. Alguma idéia melhor? – Leah despejou tudo de uma vez, sem respirar nem um segundo.

Nessie negou com a cabeça.

- Ótimo. – Leah disse – Vamos lá.

Carrie suspirou e soltou o sinto.

- Só espero que a porca não torça o rabo. – a loira rezou.

....

As três amigas irromperam a sala do hospital com Nessie encurvada.

Carrie parecia à beira de um ataque e Leah tinha a expressão meio preocupada e meio aterrorizada.

- Alguém ajuda, por favor! – Carrie falou alto – Ela está grávida e ta sentindo muitas dores!

Como não havia nenhuma enfermeira a vista, as moças da recepção logo se adiantaram para acudir a moça que chorava de dor, com o rosto desolado e aflito.

- Por favor, não me façam perder o meu bebê! – ela sussurrou em um gemido.

Seth, vendo a distração dar certo, esgueirou-se discretamente até o computador.

Conectou seu pen-drive na entrada e burlou as senhas com seus conhecimentos em informática.

Abriu a pasta que dizia: “ALA DE REABILITAÇÃO”.

Sorriu satisfeito, vendo que a encenação de Nessie tinha dado certo, baixou todos os arquivos referentes ao ano de nascimento de sua amiga e dele próprio.

Tudo levou cerca de quase um minuto.

Ele retirou seu pen-drive da entrada e saiu da mesa.

Assoviou e Leah assentiu discretamente.

- Já está passando. – Nessie disse.

Seth tinha que admitir... Sua amiga era uma excelente atriz!

- Temos que fazer uma ultrassonografia. – a mulher disse – venha minha jovem. Gostaria que avisássemos sua mãe...

- Grace. Grace Steele. – Nessie inventou o nome. – E não. Não vale a pena incomodar os mortos não é?

Seth achou muito sinistra a fala da amiga, mas não comentou nada.

Ela se levantou e voltou dez minutos mais tarde chorando como uma condenada.

- Me leva pra casa, Louisa. – Nessie disse para Leah.

Assim que entraram no carro desataram a gargalhar.

- Amiga, o Oscar é seu. – Carrie disse sorridente. – Depois dessa eu vou passar a adorar matar aula.

- Vamos ao Starbucks. – Leah declarou ligando o motor do carro.

No Starbucks, todos pediram chocolate quente. Apenas Carrie pediu um expresso sem açúcar e bem concentrado.

Seth ligou seu computador.

- Bem, aqui estamos. – ele disse – Sua mãe entrou em março, olha o nome dela aqui.

Ele apontou para o nome: “ISABELLA MARIE SWAN – GESTANTE HÁ 3 MESES.”

- OK. Tia Rose não deixou claro, mas acho que ela visitou o meu pai no mês em que eu nasci.

- Setembro. – Leah disse. – Você consegue baixar a lista dos visitantes?

- Claro. – ele disse e concentradamente mexeu nas teclas. – Ahn... Carrie... Porque a tia da Nessie visitaria o seu tio?

Ele virou a tela e as palavras apareceram:

ROSALIE SWAN, VISITANTE. – EDWARD ANTONY CULLEN, PACIENTE ESTADO INTENSIVO.

- Carrie Jean Withlock o que você está fazendo fora da escola?

Carrie gelou na hora. O sangue fugiu de seu rosto e ela se virou para fitar a face irritada de sua mãe.

Os adolescentes engoliram em seco, claramente estavam encrencados. E muito encrencados

...

Bella havia terminado de se maquiar quando a campainha de sua casa tocou.

Rose deve ter esquecido as chaves de novo” ela pensou.

Calçou o salto alto e desceu. A campainha tocou de novo.

- Estou indo. – ela gritou descendo as escadas.

Abriu a porta já falando:

- Rose eu vou deixar bem claro que... – ela parou ao perceber quem era. Seu sangue gelou na veia, seu rosto empalideceu, seu coração apertou e milhares de memórias vieram com tudo sobre ela, como um soco. Ela se apoiou na porta. – Você não é a Rose. – disse estupidamente.

Edward sorriu debochado.

- Claramente não sou sua irmã.


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Notas finais do capítulo

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