Nessie correu desesperada atrás de Jacob saindo do hospital para a rua.

E, para a surpresa de ninguém, chovia.

Ela tocou o braço dele puxando com força para que ele parasse de andar.

Ele parou e a fitou. O olhar dele não dizia nada.

- Jake... – ela começou.

- Por favor, Nessie. – ele pediu – Estou tentando me controlar para não entrar lá dentro e quebrar a cara daquele filho de uma puta, mas está realmente difícil. Não fala nada.

Nessie engoliu em seco e disse:

- Pode entrar.

Foi só o que bastou ela dizer para que Jacob entrasse com tudo no hospital, molhando o saguão e indo em direção ao quarto de Bella e Ronan. Garrett estava sentado em uma das cadeiras do corredor, ainda segurando o meio de suas pernas e praguejando de dor, sem ver os Blacks se aproximando.

Jacob o socou imediatamente.

- QUE PORRA É ESSA? – Garrett gritou. – BLACK?

- FICA LONGE DA MINHA MULHER! – Jacob berrou. Os olhos vermelhos e inchados em fúria.

Nessie nunca o havia visto tão furioso... e nem tão sexy!

Jacob puxou Garrett pela gola e o jogou contra a parede dando socos e chutes tão fortes que Nessie quase ficou com pena do cantor.

Ela se limitava a fazer caretas quando achava que algum lugar havia doído demais.

- CHEGA! – Edward gritou e só então Nessie notou o circo em que estava. Todos tinham os olhos horrorizados. Alguns visitantes tinham celulares filmando tudo.

Jacob parou e ainda furioso disse para Garrett:

- Se chegar perto da minha mulher de novo eu juro, por tudo o que é mais sagrado... que eu te deixo mais castrado que o seu cachorro.

Garrett que tinha cortes na sobrancelha e no rosto engoliu em seco.

Jacob virou-se e saiu puxando Nessie pela mão.

Eles não voltaram à escola, pelo contrário. Jacob rumou para casa.

O silêncio estava matando Nessie por dentro.

Ele estacionou sua caminhonete na garagem do prédio e suspirou passando a mão pelo cabelo.

- Jake...

- Eu não sei como fazer isso, Ness. – ele disse rendido.

- Isso o que? – ela perguntou temerosa. Seu tom de voz era baixo e hesitante.

- Isso. – ele sinalizou para os dois – No caminho pra cá eu percebi uma coisa... Estamos casados, Nessie. Temos quinze e dezesseis anos e estamos casados.

Nessie franziu a testa pensando em como dizer “Eu sei disso, querido” sem que soasse tão sarcástico quanto ela pensou.

- Era para estarmos na escola. Você treinando com as meninas e eu jogando basquete. Era para você estar morando com seus pais e ajudando sua mãe com seu irmão mais novo. Era para eu estar pensando no que vou fazer na faculdade! Era para nossa única preocupação ser a escola e não: Será que a conta de luz foi paga? Era para estarmos brigando pela surra que eu dei no Cantorzinho de Bar porque ele estava olhando para suas pernas expostas pelo uniforme das Líderes de Torcida e não porque ele beijou a minha esposa. Era para nos encontrarmos todos os dias na escola, irmos tomar um café no Sue’s, passear pela cidade. Ir a La Push quando estivesse quente e quando ficasse de noite eu te levaria para casa. Seu pai me daria aquele olhar mortal e sua mãe faria alguma piada sobre “duas crianças nadando nuas numa piscina”. Então eu voltaria para casa, brigaria com o Billy, seria consolado pela minha mãe e te ligaria e então ficaríamos os dois até as duas da manhã falando melosidades e qual será a próxima prova no colégio.

- Jake... Eu não sabia que sentia falta disso. – Nessie comentou.

- Não sinto. Mas deveria ser desse modo. – ele disse – Você já se deu conta de que tudo conosco foi rápido demais? De casados temos quatro meses. De namoro temos seis. Por Deus, nos casamos após dois meses de namoro!

- E isso é mau porque...? – Nessie ainda estava em dúvida.

- Estamos perdendo nossa adolescência Nessie. Fomos muito rápidos e não aproveitamos tudo o que tínhamos que aproveitar. – ele suspirou jogando a cabeça para trás. – Eu acho que precisamos de um tempo.

Os olhos de Nessie se arregalaram.

- COMO É QUE É? – ela gritou assustada. – Como assim “Precisamos de um tempo”?

- Nessie, tudo o que eu quero pra você é que você seja uma adolescente normal. Eu quero ser um adolescente normal. E não somos normais sendo casados.

- Existem milhares de casais de adolescentes. Casados.

- Sim, mas eles têm um bebê pra criar. – Jacob disse – e nós não temos... – então ele olhou nervosamente para Nessie – Ou será que temos?

- Não. – Nessie disse com a garganta embargada. – Jacob eu não quero ser normal.

- Nessie...

- Não. Para. Eu já te escutei, agora é a sua vez de me escutar. Eu não quero ser normal, Jake. Não com você. Eu nunca fui normal na minha vida e não quero ser normal agora. O que eu sinto por você não é normal. Jake eu te amo. Te amo mais que a minha própria vida.

- Acredito nisso, Nessie... mas somos adolescentes tudo o que sentimos é multiplicado. Puberdade é isso. Não estou insinuando ou dizendo que o que sente por mim é passageiro porque eu sei que não é. Eu também te amo mais que a minha própria vida. Mas... é como você disse... você nunca foi normal, não sabe como ser normal. Você cresceu seu o seu pai e se casou comigo antes de saber como é realmente ter uma família. Com pai, mãe e irmãos... Eu quero isso pra você. Quero que você tenha uma vida normal mesmo que por pouco tempo. Por isso eu quero um tempo.

- Quando dizem “Quero um tempo” é um chute que estão dando na sua bunda. – Nessie resmungou.

- Não estou pedindo divórcio ou terminando com você. Nunca seria capaz disso. Estou dizendo que seria melhor. A gente sempre vê as coisas em um ângulo melhor quando se está de fora.

Nessie engoliu em seco e disse:

- E se eu concordar. Como fica?

- Eu volto pra casa da minha mãe por alguns dias ou semanas... e você pode morar com sua mãe ou continuar em casa.

Nessie suspirou.

- Nessas semanas você vai ver que o que está propondo é loucura. Você vai ver eu tenho certeza.

Jacob quase sorriu.

- Eu sei. Mas não custa tentar.

- Custa sim! – Nessie replicou de imediato – Custa sim e você sabe disso. Não me venha com “Não custa nada, vai valer a pena” porque nós dois sabemos que isso não. Vai. Dar. Certo!

Jacob suspirou.

- Sim, nós sabemos. Mas precisamos desse tempo Nessie. Não estou dizendo para darmos um tempo geral, mas para tentarmos viver como namorados. Cada um na sua casa. Ainda juntos.

- Mas separados.

Jacob sorriu arteiro e disse:

- Ao menos ninguém vai poder falar nada quando um de nós dormir fora de casa.

Nessie emburrou mais ainda.

- Isso não tem graça, Jacob. Mas eu entendo seu ponto de vista. Agora entendo. – ela suspirou e disse – Mas se eu te pegar olhando pra bunda de qualquer vagabunda eu chuto o teu traseiro na hora.

Jacob sorriu.

- Sei que sim.

Nessie o puxou pela nuca para beijá-lo.

Foi um beijo simples e sem as mãos desesperadas. Apenas um beijo. Um acordo sendo selado.

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Leah estava realmente chateada! Ela estava morando com Carrie, mas era como se não existisse.

- Fique calma, Leah. – Sue aconselhou limpando as mãos. O carteiro entrou no restaurante e entregou a ela uma caixa pesada.

- Calma o caramba. – Leah guinchou enquanto Sue assinava o papel que o entregador lhe estendera. – Estou a ponto de sair dali. Jasper e Alice estão ocupados com a Chelsea. Disso eu entendo, ela é um bebê. Mas a Carrie me trocou pelo Drew. Qual é a dela? Eu sou amiga dela antes dele ser namorado.

Sue apenas deu um sorriso sem graça a ela enquanto abria o pacote.

Ela travou.

- Ela conseguiu! – Sue comemorou encarando o CD em suas mãos.

- Quem conseguiu o que? – Leah perguntou.

Mas Sue estava eufórica demais para falar. Ela apenas correu até a cozinha, sendo seguida por Leah e colocou o CD no enorme CD Player de Seth.

http://www.youtube.com/watch?v=Fan4KcXJQPE

- Essa aí é a Nessie! – Leah guinchou.

- É. – Sue disse sorridente – É perfeita!

Leah arregalou os olhos para Sue.

- Oh, não! – ela lamentou – Sue, você não está pensando em...

- Oh, sim. – Sue disse – Eu vou lutar pelo meu homem!

Leah não conseguia falar. Parecia que todas as suas palavras tinham sumido de repente.

- Você definitivamente precisa de ajuda. – Leah finalmente disse. Tudo bem que ela adorava um barraco, uma discussão e tudo o mais, mas interromper um casamento? Ok, ela tinha que admitir, parecia ser legal.

- Se quiser pode ir dormir lá em casa hoje. Vou precisar de uma ajudinha sua. – Sue disse arteira.

Leah estava com medo. Muito medo!