Músicas Para A Vida escrita por Polly S


Capítulo 29
Capítulo 02/09 - Tears...


Notas iniciais do capítulo

Perdoem os errinhos e a demora...



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http://s1172.photobucket.com/albums/r573/SwordCastle1180/?action=view&current=tears.jpg

Nessie entrou na gravadora com a cara amarrada.

- Olá, Super Estrela! – Garrett saudou.

- Vamos acabar logo com isso. Eu tenho uma música se você não tiver.

- Eu tenho. – ele sorriu – mas duas músicas serão ótimas.

Nessie bufou.

- Eu tenho que voltar pra casa em três horas, dá pra andar com isso?

- Claro. Vem, vamos.

Eles ensaiaram por uma hora e meia antes de gravar a música.

http://www.youtube.com/watch?v=g8Rm2kuy26c

- Ficou ótimo! Parabéns a nós dois!

Nessie sorriu.

Era impossível não sorrir para aquela música.

- Mas a gente ainda tem que gravar as segundas vozes. Semana que vem, mesmo dia, mesmo horário. Não se atrase.

- Eu nunca me atraso. – ela disse pegando sua bolsa.

- Ah, o demo. Para você ensaiar uma segunda voz. – ele disse estendendo o Cd a ela.

Ela pegou e guardou na bolsa.

- Quer uma carona? Sua casa é longe. – ele disse.

Nessie comprimiu os lábios e abriu a boca para negar.

- Eu juro que não vou dar em cima de você, estou com a melhor das intenções.

Ela ainda estava em dúvida, mas queria chegar em casa rápido e não estava com paciência para pegar ônibus ou táxi, e definitivamente não queria ir a pé.

- Sem segundas intenções. – ela alertou e ele sorriu.

- Vamos nessa Estrela da música eclética. – ele disse com um sorriso metido.

Ela suspirou.

- Não sou uma estrela. – ela disse.

- Bom, você só tem um Cd e muitas músicas soltas... E já tem fãs pelo mundo inteiro que te adoram. Querendo ou não, você é uma estrela.

- Eu sou apenas uma adolescente de quinze anos querendo viver um sonho. E estou vivendo. Apenas isso. Isso não me faz um ídolo ou qualquer coisa do gênero.

Garrett deu um sorriso irônico.

- Procure por você no Google e veja o que você tem ao redor do mundo.

Ela balançou a cabeça em descrença.

- Ok, vamos logo. – ele disse saindo da gravadora com ela em seu encalço.

Eles entraram no carro chique de Garrett e ele comentou:

- Desculpe ter dado em cima de você. A verdade é que eu gosto de você Nessie. Mas eu vou te respeitar. Você é diferente. Pede por respeito, mas também se dá e merece ser respeitada.

Nessie permaneceu calada.

- Aquele ogro do seu marido sabe manter e defender uma mulher. – ele disse.

Nessie sorriu levemente.

- Jake sempre me tratou bem... Ele me escondeu algumas coisas no início do nosso relacionamento, mas foi sincero ao me contar depois que eu descobri. – ela disse.

Garrett assentiu.

- Eu tinha a sua idade quando tive a primeira e única decepção amorosa. – ele disse após um tempo. – Quinze anos. Uma bela idade para uns, para mim foi a pior.

Nessie o olhou surpresa.

- Eu cresci em uma cidade como Forks, só que na Inglaterra ao invés de Estados Unidos... Sevenoaks, Condado de Kent. Tinha essa garota na minha escola, ela era linda. O nome dela era Makenna. E ela era deslumbrante. Absolutamente perfeita. – ele disse como se não visse a estrada a sua frente, mas o seu passado – Perdi minha virgindade com ela.

Nessie fez careta.

- Poupe-me. – ela pediu fazendo-o rir.

- Ok. Dei meu primeiro beijo com ela, ela foi o meu primeiro tudo. A gente namorou por dois meses até eu descobri que ela tava transando com o meu pai.

Nessie arregalou os olhos.

- Com o seu pai? – ela guinchou.

- É. Eu perdi minha mãe com cinco anos de idade para um câncer. Cresci só com meu pai. Depois disso, ela me disse que não gostava de mim, que me usou para transar com o meu pai sem suspeitas. Fiquei com ódio. Foi aí que comecei a compor. Fui morar com meus avós em Londres, um produtor me descobriu dois anos depois e aí começou a minha carreira. Quando meu primeiro Cd bateu nas paradas ela foi me procurar. A gente transou e depois eu chutei ela. E tenho feito isso com toda garota que conheço desde então.

Nessie fez uma careta.

- Você não vale nada.

- Eu já vali um dia. Cinco anos atrás. Quando eu tinha quinze.

Nessie balançou a cabeça.

- Este é o seu problema. – ela disse quando ele entrou na rua de sua casa.

- Talvez você possa me ajudar. – ele disse – mas se eu vou querer resolvê-lo aí a coisa é minha. O fato é, quando alguém quebra a minha confiança, dificilmente a tem de volta.

- Não vejo mal nisso. – ela disse – talvez você só precise achar a garota certa...

- Eu já achei. O problema é que ela é casada.

Nessie corou e desviou o olhar.

- Está entregue. – ele disse e ela saiu rapidamente do carro.

- Obrigada. – ela disse antes de fechar a porta e entrar no prédio em que morava.

Garrett suspirou.

Ele não mentira para ela. Nunca. O fato é que se via cada vez mais apaixonado pela moça de personalidade forte e petulante que era Nessie Cullen.

Ele deu partida no carro de volta para a gravadora.

Ele precisava de música para distrair-se.

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Jean tocou a campainha e logo a porta foi atendida.

Jasper.

Ela engoliu em seco.

- Oi Jasper. – ela saudou – a Carrie está?

- Ta sim, está estudando. – ele disse casualmente. – Pode entrar, você sabe onde fica a biblioteca.

Ela assentiu e seguiu para a biblioteca.

A casa estava diferente desde a última vez que ela vira há quinze anos.

Estava mais iluminada, mais aconchegante. Qualquer cômodo ou mobília gritava a palavra “FAMÍLIA”. Fotos de Carrie e do meio irmão de Carrie espalhados por toda casa.

Um quadro enorme da família estava pendurado na sala.

Ela chegou ao escritório e deu de cara com Carrie concentrada estudando.

Na parede atrás dela um quadro em pintura do casamento de Alice e Jasper. Estavam apenas os dois olhando-se nos olhos, apaixonadamente.

Jean sorriu para o quadro.

Ela nunca faria isso com sua casa.

- Olá. – ela disse chamando a atenção da filha.

Carrie ergueu os olhos.

- Ah, oi Jean. – ela saudou. – Como foi seu dia?

- Fui ao médico, vou ter mais oito meses de vida.

- Você já começou a fazer a quimioterapia?

- Não. – ela disse – e não vou fazer. Me recuso a raspar o cabelo. Uma amiga minha fez quimioterapia e ela ficou tão abatida que parecia nem precisar do câncer pra morrer. Não quero aquilo pra mim.

- Você poderá ter mais tempo... – Carrie tentou objetar.

- Não quero, Carrie. Não insista. É uma decisão minha. – Jean disse em um tom que não deixava aberto a discussões.

- Ok.

- Soube que tem um encontro hoje. – Jean comentou – Eu vim aqui te fazer um interrogatório, mas isso só seria preciso se você fosse virgem, o que você não é.

Carrie sorriu envergonhada.

- Então, eu vim te ajudar a se arrumar.

- Não é um encontro. – Carrie discordou – ele tem uma filha e eu vou visitá-la.

Jean rolou os olhos.

- Ok. Uma visita, mas você tem que ir bonita. Sua amiga me disse que o cara é um pedaço de mal caminho.

- Que... – Carrie começou a perguntar, mas parou ao se dar conta – Leah te contou não é?

- Sim, e ela te desejou boa sorte.

Carrie rolou os olhos fechando o caderno.

- Jean, não precisa se preocupar... se ele me beijar, eu te conto.

Jean sorriu marota e piscou um olho.

- Feito, mas também tem outra questão... Eu vou precisar voltar para Vancouver.

- O que? Porque? – Carrie indagou confusa.

- O Tric precisa de mim. Eu vou ver se consigo ajeitar as coisas por lá e depois ele é seu. Seu pai vai administrá-lo enquanto você não alcançar os 21 anos, o que é natural. Está no meu testamento, pode perguntar ao meu advogado.

Carrie abriu a boca para protestar, mas pensou melhor.

Não era justo que Jean parasse sua vida por causa dela e do câncer.

- Tudo bem... só... me liga quando sentir que está perto ok?

Jean assentiu. Ela queria que Carrie estivesse com ela quando morresse.

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Nessie chegou afobada ao estúdio com Jacob ao seu encalço.

- Saiu? Ta muito ruim? O que eles disseram?

- Ainda não lemos. – Bella informou. – Estávamos esperando vocês.

A critica do Cd de Nessie finalmente saíra. E para chegar ali vivo, Jacob teve que dirigir argumentando com ela que se passasse dos cinqüenta por hora ele levaria uma multa e eles tinham contas para pagar.

Nessie sentou-se fitando o pai ansiosa.

Edward ergueu os jornais e revistas e leu a primeira:

- “Para uma adolescente de quinze anos, eu esperaria uma música do estilo Call Me Maybe, mas Nessie Cullen foi contra todas as esperanças ao fazer um disco maduro e cheio de emoção com letras magníficas que a classificaram facilmente como uma adulta em corpo de adolescente. Nota: 5” da Allmusic.

Bella deu um gritinho animado e abraçou a filha pelos ombros, cheia de orgulho.

Nessie tinha um sorriso aliviado no rosto que não durou muito por seu pai puxou outra revista.

- Rolling Stones. – Edward avisou – “Nessie Cullen... guardem esse nome. Com apenas quinze anos ela faz uma música memorável, afiando-as em pequenos detalhes: as notas pela metade de uma frase cantarolada, as imagens líricas, que comunicam exatamente como é se sentir desconfortável, desapontada ou feliz” Cinco estrelas.

Jacob apertou a mão da esposa orgulhoso.

- “Em seu melhor, Nessie Cullen capta a doce dor de ter que se tornar um adulto, como só aqueles que ainda estão neste processo podem articular” Elysa Gardner... Mary Lambbermiel disse “Sendo apenas uma adolescente, Nessie Cullen demonstrou ter mais maturidade do que muitos artistas que estão com dez anos de carreira. Um disco cheio de emoção, sentimento e carinho que dificilmente eu acharia em uma adolescente de quinze anos

- Viu? – Jacob disse a esposa – eu disse que eles iriam adorar.

- “Um conjunto mais rico de narrativas e ainda mais canções sobre aquele processo de transformar sua vida em uma narrativa” Dave Heaton do PopMatters. Agora o último... Segurem-se nas cadeiras. Este é de Alec Houdini... “Um Cd eclético, é como posso definir o primeiro disco de Nessie Cullen. Músicas com estilos diferentes, misturados, uma confusão de ritmos adoráveis. Como muitos sabem tenho o costume de criticar sem dor nem piedade, mas desta vez não irei fazer isso. A música da Srta Cullen me tocou de tal maneira que decidi dar quatro de cinco estrelas. Sua música é de um profissionalismo impessoal, que eu não esperaria ver no primeiro álbum de uma adolescente. Suas músicas são verdadeiras, cheias de um sentimento real e verdadeiro que se pode sentir até mesmo em um Cd, de modo que te deixe contagiado e pronto a entrar na emoção que ela passa na música. Parece-me que a Srta Cullen utiliza suas músicas para expor seus sentimentos. Um Cd incrível com confissões que são sofridamente íntimas e verdadeiras. Nessie Cullen é sem sombra de dúvida, a melhor artista juvenil de todos os tempos. E tenho certeza de que se continuar assim teremos um novo Michael Jackson só que usando saia, cabelos ruivo-amarelado, que canta músicas que jamais serão esquecidas. Meus parabéns a jovem Nessie Cullen que além de maturidade e profissionalismo demonstrou ter personalidade forte e caráter admirável tanto no VMA quanto em apresentações em programas de televisão.”

Nessie tinha lágrimas nos olhos.

- Você é a primeira a receber uma boa critica desse cara. – Edward disse. – E isso me é surpresa, porque ele me odeia. Elogiar a minha filha é quase um ultraje para ele.

- Eu te falei. – Jacob disse orgulhoso – você tem um puta talento. Até mesmo Alec Houdini tem que reconhecer isso.

- A última pessoa que ele elogiou foi Kurt Cobain... Não Kurt foi o penúltimo. Dave Grohl foi o último... – Bella disse lembrando-se das criticas do homem mais critico da Inglaterra.

- Nessie Cullen, definitivamente entrou para a história. – Jacob comemorou.

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Leah estava se divertindo muito com Felix.

Eles haviam saído para jantar no Barnes&Food. O restaurante Fastfood favorito dela.  Ele havia comprado um sapato para ela e estavam tomando sorvete no parque.

- Quando você soube que vinha para Forks o que você pensou?

- Honestamente? “Que merda eu vou fazer em cidade pequena?” – ele disse fazendo-a rir. – E você? Mora nesse fim de mundo desde quando?

- Desde sempre, na verdade. Eu nasci aqui, cresci aqui e provavelmente vou morrer pelas redondezas.

- Sério?

- Claro.

- Sinto muito por você. Sou um completo Nova-iorquino. Sinto falta da poluição, do fedor de poluição e do barulho constante de milhares de pessoas falando, buzinando e fazendo outras coisas.

- Eu adoro Nova York. – ela disse – Cidades grandes e, se eu não morrer aqui, provavelmente vou morrer em Nova York ou Los Angeles.

- Prefiro San Diego. – ele disse.

- Muito calma para um Nova-iorquino. – ela brincou.

Felix riu.

- E o Seth?

Leah deu ombros.

- Acho que o que aconteceu me serviu de lição. Nunca, jamais namore um cara que goste de outra garota. Ele provavelmente só ficará com você por falta de opção.

- Ou porque ele quer transar livremente com você. – Felix brincou. Leah sorriu. – Me contaram que você já ficou com Jacob.

- Sexo de uma noite. – ela disse – um erro que não cometi duas vezes. Eu tava meio bêbada.

- Ele disse que você não estava.

- Jacob te contou? – ela perguntou.

- Não. Quil. – ele disse fazendo-a rolar os olhos – Jacob contou a ele e ele me contou.

- Eu tinha tomado duas cervejas na festa, estava um pouco alta, com vontade de transar com alguém, ele apareceu e bumba. Eu estava consciente, mas não diga isso a ninguém, qualquer coisa Jacob e eu estávamos de porre ok? Eu tinha acabado de perder a virgindade estava louca por sexo. Não me culpe. Eu fui uma ninfomaníaca.

Felix sorriu como quem sabe de um segredo e se aproximou dela.

- Todos fomos. – ele disse antes de beijá-la.

Leah se arrepiou e o beijou de volta.

Ela não conseguia pensar em nada... Nem no que prometera a si mesma.

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A campainha tocou e Drew foi correndo atender.

Ele passara a tarde inteira arrumando Dannie e passara a ultima hora tentando escolher sua melhor camiseta. Passou ferro em uma bermuda, lavou cada canto de seu corpo e passou seu melhor perfume. Levou horas arrumando sua filha e haviam cinco minutos que ele estava esperando a visita dela.

Ele não sabia o que Carrie havia feito, mas ele estava se sentindo uma garota.

Ele abriu a porta e deu de cara com a loira.

Ela tinha seus cabelos ao natural, exibindo seus belos cachos loiros.

- Oi... – ela saudou.

- Oi. – ele sorriu imensamente feliz por ela ter ido até a casa dos pais dele – por favor, entre.

Carrie entrou tirando a jaqueta.

Drew pegou a jaqueta e a pendurou no cabide.

- Obrigada. – ela agradeceu corando. – E a Dannie?

- Está na cozinha com minha mãe. – ele disse.

Ele foi com ela até a cozinha onde se desanimou ao ver Dannie brincando feliz e sorridente com a massa de bolo de sua mãe, suja dos pés a cabeça.

- Mãe! – ele reclamou. – Ela me deu um trabalhão hoje!

- Você sabe que ela manda em mim, Drew. – a Sra. Parkinson disse sorrindo – Olá, Carrie, senti sua falta.

- Também senti a sua, Sra. Parkinson. – Carrie disse educadamente.

Dannie se agitou mais ao ouvir a voz de Carrie.

- Oi princesa! – Carrie disse com voz alegre e dengosa para a menina indo até a mesma e pegando-a no colo não se importando com a sujeira da menina. Nem ligando que sua blusa preta estava toda suja de massa de bolo.

Dannie riu.

- Também estava com saudades lindinha. – Carrie riu para a menina.

 Jenna Parkinson olhou sugestivamente para o filho que fingiu não ter visto o olhar da mãe.

- Dannie... – a senhora fingiu bronquear. – Não suje a moça. Oh mil perdões, Carrie.

- Tudo bem, Sra. Parkinson. – Carrie disse sorrindo abertamente – eu posso lavar depois, mas ter um tempo com essa coisa linda eu não abro mão.

Drew sorriu.

Carrie realmente gostava de sua filha.

- Vem com o papai, Dannie, vamos tomar outro banho. – ele disse.

- Eu posso ir junto? – Carrie perguntou.

- Claro. – ele sorriu.

- Fique para a ceia, querida. – Jenna convidou – teremos muffins e chá de gengibre.

- Fico sim, Sra. Parkinson. – Carrie disse – segunda-feira eu posso chegar depois da meia noite.

Jenna riu com a brincadeira.

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Nessie saiu do banheiro com um coque no alto da cabeça, vestida com uma calça de flanela e uma camisa de alças.

Jacob lia uma revista esportiva.

- Michael Jordan disse que quer se aposentar. – ele disse.

- É, eu ouvi algo sobre isso hoje na escola. – ela disse pensativa enquanto se deitava ao lado do marido.

Ele a olhou intrigado.

- O que a está incomodando?

Ela se sentou na cama e fitou o marido com um olhar maroto.

- Como sabe que estou incomodada com algo?

- Porque eu te conheço Nessie Black. Sei quando está pensando em algo. O que é?

Ela suspirou.

- São duas coisas... a primeira é que eu estou me sentindo meio de fora da vida das meninas... pensei em fazer o teste para líder de torcida. Assim passo mais tempo com ela e tenho uma razão para assistir aos seus jogos.

Jacob sorriu.

- Parece decidida com isso.

- Pensei nisso agora a pouco. – ela admitiu.

- E a outra coisa?

Ela suspirou.

- Estou pensando em aceitar uma proposta que Garrett me fez... sobre cantar na turnê dele...

Jacob sentou-se.

- Isso serão seis meses longe, Nessie... – ele disse.

- Eu sei, mas será uma grande oportunidade para a minha carreira. – ela disse.

- Você não precisa do Keller. – ele disse frustrado – Você ouviu as críticas! Você é talentosa e pelo visto está conhecida mundialmente. Não precisa dele.

- Jake... pensa comigo, amor... vai ser uma parceria lucrativa, tanto em economia, quanto trabalhista, vai abrir portas para outras parcerias. Katy Perry, B.O.B., e outros artistas. Será ótimo pra minha carreira.

- E quanto a mim? – ele perguntou. – Você sabe que eu não vou poder te acompanhar em todos os shows. Só vou poder assistir a duas performances aqui em no Oregon que dá pra ir de carro. Quem sabe até no Maine, mas eu não vou poder ir com você durante seis meses. Eu sou estudante e minhas médias são péssimas comparadas as suas.

- Você ta dizendo que...?

- Não quero que você vá com o Keller... Não pense que não confio em você, porque eu confio... É no Keller que não.

- O que ele pode tentar fazer? – ela perguntou frustrada.

- Se eu falar você vai me bater. – ele disse irritado. – Eu não gostaria que você fosse Nessie, porque é difícil manter um relacionamento à distância. E com o Keller no meio fica quase impossível.

Nessie o olhou quase assustada.

- Está me dizendo que se eu for com o Garrett a gente acaba?

- Não disse isso. – ele negou.

- Mas é o que ta parecendo. – ele disse.

Ele se sentou na cama e passou a mão pelo cabelo.

- Você ta me fazendo parecer um vilão da Disney. – ele disse exasperado – Não disse isso, Nessie... mas sabe como seis meses podem afetar uma relação? Eu já vi isso acontecer.

Ela suspirou sentindo vontade de chorar.

- Ah, não! – Jacob lamentou vendo sua esposa chorar. – Nessie, por favor não chore. – ele implorou.

Ela se levantou da cama furiosa.

- VOCÊ NUNCA TENTA VER O MEU LADO! SEMPRE É COM VOCÊ! – ela gritou.

Jacob ficou de pé, igualmente irritado.

- Comigo? – ele guinchou – Tudo o que eu faço é por você, Nessie! Eu me preocupo com você, eu te protejo. E a última coisa que eu quero é te faze chorar, mas eu sei que se você for, Keller não vai perder uma chance e vai te afastar de mim. Não me faça te dar um ultimato, Nessie.

- UM ULTIMATO? VOCÊ É QUEM O MEU PAI?

- Se eu fosse você levaria uns bons tapas no traseiro por gritar comigo. – ele disse irritado – E já que você perguntou, sim, eu vou te dar um se preciso. Não quero brigar com você, mas você parece afim de uma briga.

Nessie respirou fundo, enxugou as lágrimas.

Jacob suspirou pesadamente e a abraçou.

- Não gosto de te ver chorar, ruivinha. Principalmente por minha causa. Não quero ser grosso com você, porque você merece mais.

Nessie fungou com o rosto enterrado na camiseta dele.

- Me desculpa? – ela perguntou.

- Sempre. Me desculpa pela grosseria ok? – ele pediu.

- Sempre.

Ele sorriu e afastou o rosto dele.

- Para sempre e eternamente, ta lembrada?

Ela assentiu.

- Para sempre e eternamente. – ela repetiu.

......................................................................

- Ela é um anjo... – Carrie disse a Drew após colocar Dannie em seu berço.

- É. – ele disse – Posso te fazer uma pergunta?

- O que?

- Se eu te beijasse agora, você iria me bater?

Carrie deu um meio sorriso.

- Provavelmente não. – ela disse.

Drew sorriu e beijou-a. Apenas um leve encostar de lábios, Carrie sorriu e Drew também.

Então eles se beijaram pra valer. Línguas duelando, mãos desesperadas, respirações arfantes e corações martelando no peito.

O momento foi quebrado pela risada de Dannie.

Carrie olhou para a menina e viu que ela olhava diretamente para eles e juntou-se a ela na risada, as duas foram seguidas por Drew.

- DREW! CARRIE! VENHAM COMER! – a voz de Jenna soou.

- ESTAMOS INDO MAMÃE. – Drew respondeu sorrindo.

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NO DIA SEGUINTE...

Leah acordou sentindo-se confusa.

O que aconteceu depois que ela beijou Felix na noite passada? Ela não conseguia lembrar de nada.

Escutou um movimento na piscina.

- Que diabos é isso? – ela perguntou sentindo sua cabeça latejar. – Cacete! – xingou.

Ela saiu da cama sentindo sua cabeça pesar e seu corpo completamente ardido.

- Que merda é essa? – ela perguntou-se mais uma vez.

Ela foi até a piscina e constatou que Felix nadava na piscina, com um detalhe de máxima importância: estava nadando nu.

- O que? Que diabos você está fazendo aqui? Felix, sem querer sem mal educada, mas já sendo... cai... cai fora daqui. – ela gaguejou gesticulando com os dois braços para ele sair dali.

Felix saiu da piscina e vestiu um calção, sorrindo abertamente.

- Bela maneira de encerrar nossa noite. UAU! Você é selvagem...

- O que? – ela guinchou.

- Agora entendo porque todo mundo quer te pegar naquela escola. – ele disse.

Leah estava horrorizada.

- Ah, meu Deus! – ela murmurou chocada consigo mesma. – Espera um instante, se a gente transou, porque eu não me lembro de nada?

- Uma pequena substância química. Você realmente não achou que eu tenho encontros pela metade não é? O nosso, por exemplo, mega completo.

- O que você colocou na minha bebida? – ela murmurou assustada

Felix sorriu.

- Descubra sozinha. – ele disse – estou seguindo seu conselho e caindo fora. Bom dia Leah Clearwater.

Leah sentiu as lágrimas invadindo-lhe os olhos.

Então era isso... todos pensavam que ela era uma prostituta?

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MAIS TARDE...

- Olá. – Lauren cumprimentou Nessie após o teste da mesma. – Bem vinda a equipe. Jogo amanhã, coreografia até as dez e meia de hoje. Não se esqueça. Após a aula, ginásio. Apenas eu e você.

Nessie assentiu.

Ela secou os cabelos e viu Carrie se aproximando.

- Meus parabéns, soube que entrou para a equipe. A treinadora, Tess, me pediu para te entregar o uniforme e a jaqueta. Agora você é oficialmente uma Líder de Torcida dos Ravens.

Nessie assentiu.

- O que foi?

- Jacob! – Nessie disse – Ele não quer deixar eu ir com o Garrett na turnê. E eu não tenho coragem de contar a ele que estou gravando uma música com ele.

- Espera um instante! – Carrie pediu – Você está gravando com o Keller?

- To... mas... eu não sei o que fazer! Jake tem que entender o meu lado. – Nessie disse.

Carrie achou melhor mudar de assunto.

- Eu e Drew nos beijamos. – disse a loira.

- O que? Como? Quando?

Sorrindo, Carrie contou o ocorrido.

- Awwww. Carrie que fofo! – Nessie sorriu.

- Ele é... vem, vamos procurar a Leah, eu quero saber como foi o primeiro encontro dela sem sexo.

Nessie riu, colocou a jaqueta e seguiu a amiga para fora do vestiário.

..........................................................

- Felix! Felix! FELIX! – Leah gritou tentando correr com o salto alto na direção do moreno. – Felix! – ela exclamou agarrando-lhe o braço. – Que merda, você colocou na minha bebida?

- Um porquinho de ecstase, algumas gotas de absinto e você mega bêbada transando comigo... Nada demais.

- Nada demais? – ela guinchou furiosa. – Você me drogou pra poder transar comigo. Isso é quase um estupro sabia?

- Você ia transar comigo de qualquer jeito eu só fiz apressar as coisas. Você não é virgem e nem santa, Leah, não tente agir como uma. – ele disse deixando-a estupefata e virando-se para ir embora.

- Oi Leah! – era o simpático Marvin. – Bom dia pra você.

- BOM DIA O CACETE! – ela gritou indo apressada para o ginásio.

Largou seus livros na arquibancada, sentou-se, colocou as mãos no rosto e chorou.

.................................................

Carrie achou Leah na arquibancada chorando horrores.

- Leah? Ohmeudeus, o que aconteceu? – perguntou indo até a amiga.

Com soluços que dificultavam a compreensão, Leah contou a ela o que Felix fizera.

- Canalha! – Carrie exclamou ultrajada. – Você precisa delatá-lo a polícia.

- E aí o que? Ele vai dizer que eu tava bêbada e drogada e que ele não teve nada a ver com isso. Ou que eu fiz sexo consciente. E daí ele vai se safar porque com a minha fama de vadia em quem vão acreditar?

Carrie afagou as costas da amiga.

- Nessie entrou pra equipe de torcida. – disse mudando de assunto.

Leah tentou sorrir, mas o que conseguiu foi uma careta.

- Eu sou muito burra mesmo. – ela disse.

- Não, Leah. – Carrie disse suavemente – você é uma pessoa linda. É companheira, amiga, é uma pessoa forte que encara tudo de cabeça em pé e sempre que cai encontra um jeito maravilhoso de se levantar. Tudo bem que você não é altruísta... mas Felix cometeu um grande erro ao não dar valor a uma pessoa tão incrível quanto você.

Leah fungou.

- Você te razão. Eu sou demais. Não vou ficar chorando por um cavalo ridículo que nem ele. Ele que fique me assistindo. Porque em mim, ele não passa mais a mão.

Carrie sorriu satisfeita.

...........................................................

Quando Bella acordou encontrou-se sendo abraçada por Edward.

- Cinco dias! – ele disse ao notar que ela estava acordada.

Bella sorriu.

Cinco dias até ela ser oficialmente, Isabella Cullen. Ela mal podia esperar.

- Estou ansiosa. – ela disse.

- Não fique, faz mal para o bebê.

Bella rolou os olhos.

- Você me entendeu, Cullen. – ela fingiu brigar.

Edward riu e beijou a testa dela.

Foi então que Bella sentiu algo. Algo que a fez ficar tensa...

- ELE MEXEU! – ela gritou se afastando de Edward e fitando a barriga de quatro meses. – É quase impossível, mas ele mexeu.

Edward tocou na barriga da mulher e ficou desapontado ao não sentir nada.

- Temos que escolher um nome. – ela disse feliz.

- Que tal Dylan?

- Nenhum filho meu tem nome Dylan. – ela negou fazendo careta. – Robert?

- Ele é um bebê. Robert me lembra um adulto. – ele negou.

- Já sei! – ela disse – Você vai concordar comigo, tenho certeza... Ronan. (n/a::*_* Música da Taylor Swift – Ronan. PER-FEI-TA).

Edward pensou.

- Gostei.

Bella sorriu e se aconchegou mais ao noivo. Feliz, Edward a abraçou e beijou a bochecha da noiva.

.....................................................

- Aquela mulher é uma piranha! – Sue dizia entre rosnados furiosos a Sarah, Alice e Rosalie.

- Você nem conhece a mulher direito. – Alice argumentou.

- Nem preciso! – Sue resmungou. – “Prazer em conhecê-la, Sue. Keith me falou muito sobre você” – ela disse remendando Jenna. – Eu quero que ela vá pra ponte que caiu!

Rose gargalhou.

- Fala logo o que você quer falar! – Rose disse – Mamãe sempre disse que guardar ou segurar coisas era símbolo de morte.

- Eu quero que ela vá pra puta que a paril e suma dessa cidade. Vaca dos Infernos. Vadia trolladora.

- Mas você nem está com o Keith. – Sarah argumentou divertida.

- Não importa! – Alice disse – mexeu com o homem dela, mexeu com ela. E Sue é tão durona e valentona quanto o Rocky Balboa.

Todas, com exceção de Sue gargalharam.

- Vocês, hein? Quem precisa de inimigas com vocês por perto?

- Você. – Sarah disse – isso é pra você aprender a cair de cara em um cara quando gostar dele. Principalmente quando o cara gostar de você.

- Ele não gosta de mim.

- Ele sempre gostou. – Rose disse.

- Ele assumiu o Seth como filho, quando o próprio irmão dele não o fez. E fez isso por você. – Alice disse – Isso é um homem de verdade.

Sue calou-se.

No fundo ela sabia que era verdade, mas tinha dificuldade em admitir.

- Tem completa razão. – Sarah disse.

- Grávidas sempre tem razão. – Alice se gabou.

As mulheres riram e Sue deu um pequeno sorriso.

Ela tinha que achar um jeito de fazer com que Keith desistisse daquele casamento. E não seria trollando a noiva ou sabotando-a, mesmo que vontade não faltasse!

...............................................

O telefone dela tocou quando ela estava no banheiro.

- Alô? – ela atendeu.

- Leah? – era a voz que ela menos esperava ouvir.

- Pai?


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Notas finais do capítulo

Bem... cá estamos...
Pessoalmente amei escrever esse capítulo. Acho que pelo fato de ter demorado a escrever eu pude colocar todas as minhas idéias a bordo...
Se gostara, se odiaram, se querem criticar ou elogiar... mandem reviews. Boa semana para todas!