Músicas Para A Vida escrita por Polly S


Capítulo 10
Capítulo 9 - Extraordinary Fights




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- Que negócio de maconha? – a voz de Bella soou de repente fazendo as quatro congelarem.

Rose olhou para as três, desesperada e viu um reflexo do seu olhar no olhar delas.

Estavam ferradas!

As quatro engoliram em seco.

Edward parecia preocupado - preocupado em não demonstrar que queria cair na gargalhada, mas também não o agradava o fato de sua filha estar se envolvendo com maconha.

- O que foi? Krist Jr comeu as línguas de vocês? – Bella questionou – Que negócio de maconha é esse?

Ninguém falou nada. Estavam paralisadas de medo.

- Renesmee Bob Swan. Rosalie Lilian Swan. Carrie Jean Withlock. E Leah Rose Clearwater. – Bella falou pausadamente e com toda fúria possível. – Se vocês não abrirem essas matracas em quinze segundos eu juro como faço os traseiros de vocês ficarem parecidos com quatro cerejas de sorveteria.

Carrie se levantou num salto.

- Er... Pois é meninas. – ela disse as outras três. – Eu tenho horário para chegar em casa, ou então a minha mãe me deixa de castigo e...

- Pode sentar aí que eu não liberei ninguém. – Bella interrompeu duramente a frase da menina que tratou de obedecer – E se sua mãe ligar deixa que eu falo com ela. Ou Edward fala com ela. Mas ninguém sai dessa sala até me contar que história é essa de maconha.

Rosalie respirou fundo e foi com seu melhor sorriso para perto da irmã.

- Sabe o que é maninha... É que a gente assistiu a um filme... Trovão Tropical e surgiu esse assunto...

- Eu poderia até cair nessa Rosalie... Se no filme tivesse maconha em vez de cocaína. Senta e abre o bico ou eu vou fazer você abrir esse bico a força e de um jeito que você vai odiar.

Rosalie arregalou os olhos.

- Não ouse. – a loira disse temerosa.

- Ah eu ouso sim.

- Não. – Rosalie implorou – One Direction não.

Com exceção de Bella todos piscaram confusos ao ouvir a frase da loira.

- Qualquer coisa menos One Direction.

- Eu gosto de One Direction. – Carrie falou.

Leah e Nessie viraram as cabeças para ela.

- Você não é parâmetro musical para nada. – Nessie falou e Leah concordou.

Carrie deu ombros pouco se importando.

- Ok. Não One Direction... – Bella disse – Mas que tal... Justin Bieber? Quer escutar Baby? Porque eu sou super fã dessa música. – Bella disse com sarcasmo e malícia.

Era do conhecimento geral de que ela não tinha paciência para escutar nenhuma música do Justin Bieber assim como qualquer pessoa naquela sala, com exceção de Carrie.

Rose empalideceu.

- Ok. Eu falo. Eu falo. – Rose se rendeu. – Eu dei a elas o brownie.

Os olhos de Bella quase saltaram das órbitas.

- Você deu o que? – ela esganiçou aparentemente histérica.

- O nosso brownie. – Rose disse encolhendo-se para levar um tapa da irmã.

Bella nunca batera em Rose, mas a loira morria de medo que isso acontecesse. Até porque em idade mental Bella era bem mais velha que ela.

Bella respirou fundo e contou até cinqüenta mentalmente.

O rosto da mulher estava vermelho como um tomate maduro.

- Rose... você sabe muito bem que não pode sair fazendo essa porcaria de brownie. Lembra do que aconteceu da última vez? Tivemos que pagar o concerto do telhado da Sra. Stanley e reforma do jardim da Jessica e do Mike e o Ben ainda teve que livrar as três de uma prisão. A nossa sorte é que ele é o xerife da cidade ou estaríamos totalmente ferradas. Você disse que nunca mais daria esses brownie’s para elas.

- Você já deu esses brownie’s pra elas? – Edward perguntou a Bella.

- Acidentalmente. Lembra daquele brownie que a Rose e a tia Carmem faziam quando a gente ia pra casa da tia Carmem?

- Aquele brownie ridículo que você dizia que era maneiro que sua mãe dizia que era loucura e que eu achava que eram gostosos demais e nunca entendia o que vocês diziam quando falavam sobre o ‘brownie insano’? – Edward perguntou.

- Esse mesmo.

- Esse brownie é terrível. – Edward disse – grande parte das vezes que eu e sua mãe nos metemos em confusão foi por causa desse brownie.

Os dois olharam para as três adolescentes.

- Carrie pode ir pra casa se quiser.

Carrie levantou-se num salto e saiu correndo gritando um ‘Tchau’.

Leah se levantou e disse:

- Eu poderia imitar a Carrie e sair correndo, mas eu tenho esperança de que os meus pais se divorciem, me emancipem e se esqueçam de mim, por isso eu vou ficar.

Em seguida puxou Nessie apressadamente para o quarto.

- Boa noite. – Rose disse saindo correndo.

- Ah não, queridinha. – Bella puxou a irmã pelo braço – Você e eu temos que ter uma longa conversa.

Bella puxou a loira para o escritório deixando Edward sozinho na sala.

Felizmente, ele já sabia o que fazer.

Subiu as escadas e bateu no quarto da filha.

Leah atendeu ainda escovando os dentes.

- Ela ta escovando os dentes. – Leah avisou.

- Tudo bem eu espero. – avisou entrando no quarto da menina.

O quarto de Nessie não era exatamente o que ele esperava.

Era uma mistura louca dos quartos de adolescente de Alice e Bella.

O quarto tinha um papel de parede florido, mas era cheio de pôsteres de bandas e artistas dos mais diversos. Nirvana, Foo Fighters, System of a Down, Slipknot, Taylor Swift, Sepultura, Dixie Chicks, Kenny Chesney, The Civil Wars, Queen, Bob Dylan, Led Zeppelin e etc  dando um ar meio soturno ao quarto alegre.

Nessie saiu do banheiro e pareceu surpresa ao ver o pai ali sentado em sua cama.

Leah entrou no banheiro e trancou a porta.

- Eu quero conversar com você. – ele disse.

- Eu posso falar primeiro? – ela pediu.

- Claro.

Ela respirou fundo e disse:

- Eu sei que só nos conhecemos há pouco tempo. Alguns dias na verdade... mas eu queria saber se estaria tudo bem pra você se eu te chamasse de ‘pai’. Não sei se um cara de trinta anos ficaria confortável em ter uma adolescente de catorze chamando-o de pai e...

- Eu adoraria. – ele interrompeu a tagarelice nervosa da menina – Eu me sentiria honrado. Até porque, por menos tempo que tenhamos passado juntos... eu sinto um imenso orgulho em ser seu pai.

- Sente mesmo? – ela parecia surpresa.

- Sinto. Fala sério, olhe pra você. É a minha cara! – ele brincou.

Ela riu.

- Mas falando sério. Eu sinto muito orgulho de ter uma filha linda, inteligente e talentosa como filha. Você é o maior orgulho que eu tenho na minha vida. E posso dizer que orgulho eu tenho muito. Pergunte a sua mãe. – eles riram rapidamente – mas você, Nessie... você é minha filha. Eu te conheço há pouco tempo, mas já te amo como se eu tivesse carregado você no colo assim que você saiu da barriga da sua mãe.  Você sabe que a minha gravadora é tudo pra mim, não sabe? – ele perguntou e ela assentiu positivamente – era até semana passada. Depois que eu te encontrei e reencontrei sua mãe... eu descobri o que realmente era importante pra mim: minha família.

Nessie sorriu e pulou nos braços do pai.

- Eu te amo papai. – ela disse sentindo o peito inflar de alegria.

- Eu também te amo filha. – ele a abraçou apertado. – Mas eu vim aqui para te avisar que se você ainda quiser gravar pode ter certeza de que eu vou fazer questão de produzir o Cd.

- Sério mesmo? – ela perguntou.

- Claro. Minha filha tem esse talento todo e não quer mostrar ao mundo o quão especial ela é? Eu acho egoísmo ficar com tanta beleza e talento escondidos assim.

Nessie riu e se afastou do pai.

- Bem, agora é melhor eu ir ou sua mãe pode surtar e matar sua tia. –ele disse e ela riu – começamos a gravar semana que vem?

- Amanhã dá pra ser?

- Claro. Eu te pego na escola.

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Jacob estava saindo da educação física, completamente molhado devido a uma guerra de água organizada pelos caras com ‘comportamento suspeito’ do vestiário quando ele viu um Volvo parado ao lado de sua moto.

O dono do volvo era visivelmente mais velho e branco.

O cabelo meio avermelhado lembrava muito o de alguém, mas ele não lembrava quem.

A campa soou e menos de dois minutos o cara sorriu parecendo radiante.

Jacob seguiu o olhar dele e viu para quem ele sorria.

Seu sangue ferveu.

Nessie.

Ele não sabia que ela tinha namorado. Mas também ele nunca falou e ela nunca deu indícios disso.

Ela correu para ele assim como suas amigas.

- Tio! – Carrie sorriu alegre – Que bom que veio. Mamãe disse para eu ir com o senhor a gravadora. Não vai ter ninguém em casa e ela não quer me deixar sozinha com o Chad. E o meu pivetinho vai ficar na casa da vovó.

- Eu vou junto. – Leah declarou levantando a mão como se estivesse votando em algo – Estou esperando meus pais se divorciarem e não volto pra casa antes disso acontecer.

As outras duas rolaram os olhos.

- Vê se pode, pai. – Nesse começou – Duas mulheres desse tamanho pedindo permissão. Entrem logo nesse carro!

Então o cara era o pai dela.

Os olhos de Jacob se arregalaram.

Edward Cullen estava ali. Ele era o pai de Nessie.

Agora ele sabia de onde a garota puxara a beleza simples, natural e não-ignorável dela. Era impossível tirar os olhos dela

Antes que ele pudesse fazer algo notou o olhar do Cullen em sua direção e tratou de desviar os olhos seguindo para sua moto Harley prata, colocar o capacete e sair o mais depressa possível antes que aquele homem poderoso e rico pudesse pensar que ele estava interessado em sua filha de uma maneira romântica.

Claro que ele não estava. Ele só queria fazer Seth ser expulso do time de basquete e só.

Respirou fundo e acelerou em direção a sua casa.

...................................

Edward definitivamente não havia gostado do que vira.

Ele nunca se vira um pai ciumento. Até ter um marmanjo encarando sua filha.

Ele nunca tinha tido ciúmes que não envolviam Bella, sua mãe, Alice e sua coleção dos bonecos e HQs dOs Vingadores. Até descobrir que tinha uma filha de catorze anos muito bonita e que um filhote de gente que achava que era alguém só porque tinha uma Harley ficar encarando sua filha com um olhar que ele definitivamente odiou. Um jogador de basquete a julgar pela aparência.

Ele não sabia que ser pai de uma adolescente seria tão difícil e doloroso... até começar a pensar em sua filha namorando e pior, possivelmente casando.

Ele até podia ver a menina ao seu lado em um vestido branco, com um véu. Um sorriso nervoso no rosto. Ele entregando sua filha para algum filho da puta que iria levar sua menininha para longe dele... sua filha grávida o que seria a comprovação da perda de sua pureza...

Ele forçou seus pensamentos para longe daquele assunto doloroso e focou-se na canção que tocava no rádio.

Sorriu abertamente e puxou o celular quando parou no sinal.

- Alô? – a voz atendeu.

- Olá Haley.

- Oi Edward. Alguma novidade?

- Você está sentada?

- Estou fazendo waffles pro meu gato, por quê?

- Bom aqui irão duas coisas para você: Um - quero que venha ao estúdio em menos de meia hora. Quero que conheça alguém e dois - tente adivinhar onde estou?

- Em marte?

- Chegou perto, mas errou.

Ele colocou o telefone perto da saída de som.

A música dela. Angel (N/A:: Kate Voegele) tocava na rádio.

Ele colocou de volta no ouvido ao mesmo tempo em que o sinal ficava verde.

- Ouviu? – perguntou.

- Ouvi e estou morrendo de inveja. Aguenta quinze minutos que eu chego ao estúdio.

- Ok.

Ele desligou.

- Estava falando com Haley Osbourne? – Nessie perguntou.

- Estava. Ela mora perto da gravadora e eu produzi os álbuns dela... desde o primeiro.

- A Nessie adora as músicas dela tio. – Carrie disse.

- Tanto quanto ela adorava o Drew. – Leah disse fazendo Nessie corar e se virar dando um tapa na amiga que parou de jogar paciência no Iphone surpresa com o tapa. – Que foi?

- Drew Parkinson é passado. – Nessie disse.

- Não era passado ano passado. – Carrie disse controlando o riso – quando você chorou porque ele preferiu ficar com Kebi, a egípcia sinistra e bonita, do que com Renesmee, a norte-americana talentosa e anti-social que é linda e sensível.

- Eu não sou anti-social. – Nessie protestou. – e nem sensível.

- Ah você é sim, amiga. Sinto muito te falar isso. – Leah apoiou. – Além do mais quem perdeu foi ele. Perdeu você, perdeu a virgindade, perdeu a liberdade e perdeu um montão de dinheiro porque a egípcia ficou grávida e ela não quis dar pra adoção. O que seria bem mais sensato já que ambos tinham 14 anos, tem um monte de programas de adoção por aí que os bebês saem do útero da mulher para o colo de uma nova família.

Nessie rolou os olhos.

- É verdade, mas voltando ao assunto o Drew não tava com essa bola toda.

- “Não tava com essa bola toda”? – Carrie repetiu incrédula.

- Você chorou por uma semana inteira quando soube que ele e a egípcia estavam namorando firme. – Leah falou.

- Vamos mudar de assunto? – Nessie pediu.

- Ok. – Leah concordou – estou pensando em fazer um teste para entrar nas Líderes de Torcida. Apenas para azucrinar com a Lauren.

- Vai fundo. – Nessie disse.

- Você não muda nunca, Leah. – Carrie censurou.

- E você me ama por isso. – Leah sorriu convencida.

Edward estava se divertindo com a conversa delas. Dava pra ver que elas eram muito unidas. Mas doeu saber que sua filha sofreu uma decepção amorosa antes dos trinta.

- Chegamos garotas. – ele falou entrando no estacionamento da gravadora.

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- JACOB! – uma voz grave o tirou de sua concentração. Ele estava tentando lembrar-se das fórmulas de física enquanto jogava basquete e seu pai o atrapalhara.

- Oi. – disse atirando a bola que caiu direto na cesta.              

- Vá tomar um banho, nós vamos sair.

Jacob arqueou uma sobrancelha para o pai.

- Pai... – ele tentou argumentar que teria que estudar.

- Não tente me dissuadir Jacob. – Billy censurou – Nunca deu certo e você sabe disso. Vá tomar um banho e vista uma roupa qualquer. Vamos a um lugar que você vai conhecer uma pessoa que com certeza vai gostar.

Era sempre assim. Se na escola Jacob fazia o que queria, em casa não era bem assim. Se Jacob não fizesse o que Billy quisesse, levava uma surra. A própria mãe de Jacob, Sarah Blank Black, não tinha voz naquela casa. Billy transformara aquela casa em seu governo ditador.

Ele largou a bola na quadra, frustrado e subiu para seu quarto. Cinco minutos depois descia usando calça jeans e blusa preta.

- Entra no carro. – Billy ordenou já fazendo o que ordenara ao filho.

Jacob obedeceu.

- Aonde vamos? – perguntou.

- A Seattle. – Billy respondeu – Conversar com Emmett Cullen, seu futuro agente.

Todos podiam pensar que basquete era o sonho de Jacob. Não era. Basquete era o sonho de Billy. Um sonho frustrado pelo qual seu pai tentava vivenciá-lo por meio do filho.

Chegaram a um restaurante onde foram recebidos por Emmett e por uma loira que Jacob não teve a mínima dificuldade de reconhecer na porta do local.

Era a tia de Nessie. A loira maluca com mexas no cabelo e pinta de metaleira.

- Boa tarde. – Emmett sorriu simpático. – Se não se importarem eu gostaria de conversar com vocês em um escritório. Podemos ir ao escritório de meu irmão. Fica ali na esquina.

- Claro. Sem problemas. – Billy respondeu estufando o peito

- Tudo bem pra você, Rose? – perguntou à loira que mexia no Iphone sem ter o mínimo de interesse nos Black’s.

- Perfeito, na verdade. – ela disse sorrindo. Em seguida lançou um olhar severo a Jacob como se pudesse ler a alma dele e o estivesse censurando por algo que ele não sabia que tinha culpa.

- Ótimo. – Emmett sorriu. – Vamos então?

Emmett e Rose foram à frente cochichando e vez por outra Jacob via Emmett olhando para ele.  De primeira foi um olhar confuso, da segunda vez foi um olhar meio acusador e depois suspeito.

Ele não fazia idéia do porque as pessoas o olhavam daquela maneira.

Quando ele se deu conta estava em um estúdio de gravação.

- Emmett! – uma voz soou.

Jacob olhou para o dono da voz e quase tombou para trás.

Era o pai de Nessie.

- Edward. – Emmett saudou – eu vou precisar do seu escritório. A propósito, estes são Billy e...

- Jacob Black. – Edward completou - eu acho que o conheço de vista. Por falar nisso eu gostaria que parasse de encarar minha filha. Me deixa um tanto nervoso. – acrescentou olhando severamente para Jacob, o mesmo sentiu seu rosto esquentar e agradeceu a seus pais por sua cor de pele morena que escondia o seu rubor.

- Sim, senhor. – tratou de dizer ao passo de que Emmett caiu na gargalhada. Rose trocou um olhar cheio de significativos com o cunhado e disse:

- Onde é que ela está? – perguntou.

- As meninas estão tietando minha nova artista do Pop Rock.

- Haley Osbourne? – Rose perguntou casualmente fazendo Jacob arregalar os olhos.

- A própria. – Edward sorriu. – Pode usar o escritório. Eu vou estar ocupado com as meninas.

- Obrigado. – Emmett agradeceu – Senhores, por favor, sigam-me.

Quando os três homens atravessaram a porta Rose disse:

- Essa foi genial. – falou.

Edward sabendo que ela se referia ao pedido que ele havia feito a Jacob concordou.

- Eu sou pai dela. – ele disse – e eu não costumo gostar de rapazes do porte dele...

- Você sabe o que ele fez com a Leah não sabe?

Edward assentiu.

- E com a Carrie. – ele disse – Acho que todo mundo sabe. Menos Jasper, Alice e a Nessie... Ele fez questão de espalhar.

- Esse menino não vale nada. – Rose disse com desprezo.

- Por isso eu não o quero perto dela. – disse ele.

Rose o olhou e escorou-se na parede de carpete.

- Você já a ama loucamente não é? – perguntou com um sorriso mínimo.

Ele assentiu positivamente.

- Quando se conhece a Nessie, quando você passa a ter um convívio diário com ela... é inevitável se apaixonar. Você se apaixona por ela se tiver no mínimo 0,1% de acesso a personalidade dela.

Edward sorriu passando as mãos pelos cabelos.

- Eu percebi. E é por isso que eu o quero longe dela. – ele disse nervoso – Pode ser preconceito da minha parte, mas eu não quero gente da laia dele como genro. Aliás, não quero genro nenhum. Por mim Nessie viraria freira.

Rose riu.

- Deixa ela te escutar falando isso. – bagunçou. – Vem, vamos atrás da nossa estrela.

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- Nossa, sua música é excelente. – Nessie disse impressionada para Haley.

- Obrigada. – Haley agradeceu sorrindo simpática. – Edward me falou que você também faz músicas incríveis.

Nessie rolou os olhos.

- Conversa de pai. – disse em tom de brincadeira.

- Acho que não. – Haley discordou – Edward pode ser seu pai, mas ele ainda tem bons ouvidos.

Ambas riram.

- Queria que você me mostrasse uma música sua. – Haley pediu – Seu pai bajulou tanto você quando te ouviu cantar que eu fiquei seriamente curiosa.

A cor fugiu do rosto de Nessie.

- Ah, sabe que não é uma boa idéia... – disse em tom de sugestão – Eu... Eu... Minhas músicas não são muito boas... quer dizer aos pés da sua música a minha é quase o lixão.

Haley sorriu gentil.

- Para qualquer artista sua música é um lixão comparado a outros. Mas isso é apenas o começo. Depois você começa a aperfeiçoar as músicas e a perceber a melhora que há entre as suas primeiras composições. – Haley estendeu o violão para ela – Vá em frente.

Nessie pegou o violão e sentou-se para tocar.

http://www.youtube.com/watch?v=HEHf43n1Sd0

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Jacob assustou-se ao sair do escritório e escutar uma voz.

A voz era suave, porém firme e bela. Diferente da forte e gemida voz de Haley Osbourne.

Curioso foi em direção a ela.

Seus pés travaram ao ver Nessie cantando maravilhosamente, o botão do auto-falante havia sido ligado e a voz dela era o único som no recinto lotado de gente. Carrie, Leah, Edward, Rose, Emmett, Billy e ele próprio estavam vidrados nela.

Era como um magnetismo. Alguma coisa nela impedia os olhos de serem afastados de sua silhueta pequena e delicada.

Ela terminou a música e Jacob percebeu que vira uma parte dela que ela escondia. Seu talento era a música. Sua paixão era a música. E como disse na música. Ela era extraordinária.

Então ele percebeu: Estava apaixonado.

Apaixonado por uma garota nerd que possuía um horrível gosto para roupas. Uma garota que desprezava seu mundo de popularidade e futilidade. Uma garota impopular, nerd, e que o desprezava.

E o pior de tudo era que ele sabia que não era digno dela.

Sentiu-se ser puxado e quando viu estava no estacionamento da gravadora com uma Rosalie nada amigável lhe encarando-o como se o achasse a coisa mais nojenta do mundo.

Ela disse apenas três palavras que o atormentaram imediatamente:

- Fique longe dela.

Ele encarou a mulher a sua frente.

- Ahn... dona Rosalie... – ele começou.

- ‘Dona’ o escambau. – ela protestou interrompendo-o  – eu sou senhorita e vou te explicar garanhão do colegial, deturpador de imagens, aproveitador de garotas puras ou seja lá que nome eles te dão: Fique longe da minha sobrinha. Você não vai fazer com ela o que fez com Leah e Carrie. E se ao menos tentar, eu juro por tudo o que é mais sagrado, juro pela minha mãe e por tudo o que ainda há de bom nesse mundo que arranco os seus testículos com uma pinça de unha.

Ele engoliu seco.

- Fui clara, pupilo? – ela disse com escárnio.

- Senhorita Rosalie... – ele começou – seu discurso é desnecessário... Sua sobrinha não faz parte do mundo em que vivo... não é boa o suficiente para ele.

- Ou você que não é bom o suficiente para fazer parte do mundo dela!? – a voz de Edward soou. – Escute aqui, Black... eu conheço minha filha há menos de uma semana e se você pensar em encostas um único dedo nem que seja em um único fio de cabelo ruivo eu juro como te mando para o inferno. Tente machucá-la, e não vai haver papai no mundo que conseguirá te salvar.

- Ela tem... – Rosalie parou e pensou – dez tios cuja palavra sanidade não faz parte do vocabulário, mãe, pai, duas avós barra pesada e dois avôs que não pensariam duas vezes em te matar e vender seus órgãos no mercado negro e doar todo o dinheiro para a caridade. Então se pensar em ao menos machucá-la ou fazer o que fez com Carrie e Leah, saiba que estará correndo um sério risco de vida.

Jacob assentiu.

Ambos se entreolharam parecendo entrar em um acordo mútuo e entraram.

Jacob respirou fundo.

Ele sabia que não poderia ter nada com ela. Nem que quisesse. E ele queria. Mas ela não queria. Ele queria que ela tivesse uma boa impressão dele, queria ao menos tentar ser amigo dela. Estar perto como amigo seria melhor do que nada.

Resignado e não satisfeito ele entrou na gravadora na mesma hora em que uma mulher jovem, sorridente que trazia quatro sacolas da Starbucks entrava.

- Olá, boa noite. – a mulher disse animada. – Oi bebê. – disse para Nessie que se limitou a rolar os olhos.

- Boa noite mamãe. – a garota disse.

- Oi amor. – ela disse dando um rápido beijo em Edward. – Aqui, café expresso, sem leite com quatro colheres de açúcar e donuts polvilhado.

Edward pegou a sua sacola com um sorriso bobo na face.

Dava pra ver que eles eram super apaixonados.

- Carrie. – a mulher estendeu uma sacola a ela – Leite quente, com adoçante e dois mini croissants com recheio de Romeu e Julieta.

- Ui. – Carrie se animou puxando o pacote. – Adoro a senhora tia Bella.

- Também amo você. – Bella sorriu – Nessie, cappuccino com três chocolates e leite duplo e um brownie de baunilha sem maconha. – ela brincou – também tem pão de queijo se quiser.

- Obrigado. – Nesse cantarolou puxando sua sacola.

- E querida Leah, eu fui a sua casa hoje buscar suas roupas, você vai ficar lá em casa. Sua mãe me ligou exigindo não ver mais a sua cara. Café expresso, leite triplo, pão com queijo e presunto na chapa e bolinho de chocolate com baunilha.

- Você é dez, tia. Fiquei mais animada depois da notícia feliz. Olha só, Nessie vamos ser irmãs!

Nessie rolou os olhos, que só agora Jacob notara que eram lindos. Os castanhos mais meigos e inocentes e maravilhosos que ele já vira.

- Bem. – seu pai que conversava com Emmett disse – foi muito bom falar com você, Emmett. Vamos Jake.

Jacob teve vontade de dizer: Vá sozinho, mas sabia que Edward não o deixaria ficar.

Ele conseguira entender o porquê de Nesse ser tão carinhosa e severa, de ser quem era.

Ela fora criada com carinho e amor. Fora mimada, mas crescera sabendo quais eram suas responsabilidades.

Ela tivera uma família que a amava, talvez pais separados, pelo que Edward deu a entender, mas ela fora amada, quase adorada. Ela teve tudo o que ele não teve. E talvez até mais do que ele teve em toda a sua vida. E mesmo assim ela era dócil, meiga, severa, mas divertida pelo o que ele vinha observando.

Ela não era perfeita, ninguém é. Ela se irritava fácil, costumava falar mais do que a boca permitia, às vezes ofendia e logo em seguida pedia desculpas. Era tímida, porém muito orgulhosa, não levava desaforo pra casa, era brigona, mas incrivelmente aquilo era, na opinião de Jacob apaixonante.

Sorriu consigo mesmo.

A primeira vez que se apaixonava era por uma garota que merecia um príncipe num cavalo branco e não um playboy em uma motocicleta Harley.

Balançou a cabeça negativamente.

Ele tinha que parar de pensar nela daquele jeito, ou nunca conseguiria ser apenas amigo dela.

.......................................

- Haley definitivamente te adorou. – Carrie disse aquela noite quando as três foram dormir na casa de Nessie.

- Espero que tenha.

- Vocês não acham que ela estava com um cheiro meio estranho? – Leah perguntou saindo do banheiro esquentado a cera fria e aplicando no buço.

- Não. – Nessie disse – Não era um dos perfumes estranhos e de marca que tem um cheiro estranho?

- Pra mim parecia... sexo. – Carrie disse.

Nessie olhou-a espantada.

- O que? Tenta chegar perto da sua mãe de madrugada. – Carrie inventou fazendo a amiga corar.

- Cara, eu me lembro da minha primeira vez nessa ca.... – ela parou, mas a frase interrompida chamou a atenção de Nessie.

- Nessa ca...? – Nessie repetiu e então um horror se passou por sua cabeça. – Leah... me diz, por favor que você não perdeu sua virgindade na minha cama.

- Eu, ahn... eu... – Leah gaguejou fazendo Nessie ficar com a boca escancarada em horror ao se dar conta do desaforo da amiga – Eu sinto muito?

- Duas coisas: 1 – pensasse nesse sinto muito antes de fazer e 2 – você fez sexo na minha cama! Isso não se faz com as amigas. Esse tipo de vagabundagem não se faz.

Leah girou o pescoço, irritada.

- Mentir também não se faz com as amigas. – alfinetou.

Nessie transformou os olhos em fendas.

- Mentir? – Carrie estava perdida – quem mentiu? Que mentira?

- Nada. – Nessie disse.

- Nessie mentiu. – Leah disse.

- Sobre o que? – Carrie indagou em um tom esganiçado.

- Sobre nada. – Nessie gritou ficando vermelha como um tomate.

- Nessie mentiu para mim, para você e para Seth sobre dar uma de tutora para cima de Jacob Black.

Carrie se levantou horrorizada.

Nessie não podia cometer os mesmos erros que ela! Não podia. Ela era a parte mais frágil e inocente que havia em sua vida. Ela não podia deixar que a amiga ficasse com uma sombra escura em seu coração como ela mesma estava.

- Olha aqui existe uma grande diferença entre mentir e omitir. – Nessie disse gesticulando exageradamente.

- Você mentiu para a Carrie. – Leah acusou.

- Vamos parar!? – Carrie gritou. – Nessie eu não consigo acreditar que você mentiu pra gente. Nós somos suas amigas e Leah... você transou na cama dela! Isso é nojento.

- Demais! – Nessie apoiou.

- Falou a ex-virgem. – Leah acusou Carrie.

- Como assim ex-virgem? – Nessie se virou para Carrie.

- Você jurou que não iria contar! – Carrie berrou furiosa.

- Vaca! – Leah xingou.

- Puta! – Carrie devolveu.

Leah ia xingar Carrie, mas se virou para Nessie com o dedo apontado e xingou:

- Mentirosa.

Ofendida Nessie arrancou a cera fria sem dó nem piedade e sem avisar do buço de Leah que urrou de dor xingando um palavrão atrás do outro.

- O que está acontecendo aqui? – Bella, Edward, Rosalie, Tanya e Royce entravam no quarto.

- Cera fria. – Carrie disse rapidamente – Foi rápido demais no buço.

Nessie empurrou todos para fora desejando boa-noite e virou-se furiosamente para as amigas.

- Esses assuntos não saem daqui, ok?

- Ok. – as duas concordaram.

As três se entreolharam sentindo que algo mudara seriamente na relação delas. Só não sabiam o que, exatamente.


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Notas finais do capítulo

Bem... aqui estamos, mais um capítulo!
Eu estou muito feliz em postar esse cap meninas... É muito gratificante voltar a postar um capitulo depois do início de férias que eu tive.