A Profecia escrita por Semideusa 4ever


Capítulo 6
A Despedida. (Clarisse)


Notas iniciais do capítulo

Olha a semideusa ai de novo minha gente!



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(Clarisse)

 Eu não estava acreditando no que tinha acabado de fazer. Eu tinha matado alguém. Certo, esse alguém era um monstro que estava querendo comer o meu “amigo”, mas mesmo assim era um ser vivo, mas eu não estou arrependida, afinal, aquela coisa queria comer Sam.

Depois de sairmos da sala de aula, com muito cuidado para termos certeza de que não havia mais monstros, fomos até o banco onde tínhamos deixado nossas mochilas. Eu estava louca para fazer varias perguntas ao Sam, mas ele parecia muito preocupado e eu não queria deixar ele irritado, afinal, ele carregava uma faca na mochila.

Quando terminamos de ajeitar a bagunça que fizemos sentamos no banco e ficamos em silencio pelo o que pareceu ser muito tempo. Sam olhou para mim com certa curiosidade e depois de alguns segundos me encarando deu uma risada.

-O que foi?-perguntei irritada.

-Você está mordendo o seu lábio inferior. Acho que está querendo fazer algumas perguntas.

Certo, isso era constrangedor. Eu nem tinha percebido que estava mordendo o lábio, só fazia isso quando estava muito ansiosa, e esse é o meu caso. Sam Clark aparentava saber de tudo o que se passava comigo e eu mal tinha prestado atenção nele, a única coisa que eu tinha certeza naquele momento e que eu deveria passar a prestar atenção aos detalhes dele.

-Primeiro prometa que não vai esconder nada e muito menos mentir para mim.

Ele levantou a mão e disse:

-Eu juro pelo rio Estige.

-Certo, para começar, as histórias sobre mitologia grega são todas reais? -perguntei.

-Depende, existem a historias que não foram contadas corretamente e também existem versões falsas, mas em geral sim, é tudo verdade. -ele disse tranquilamente.

-O que eu sou?

-Uma semideusa.

-Então quer dizer que eu tenho ou um pai ou uma mãe que é literalmente um deus?

Ele franziu o cenho e disse:

-Exatamente.

-Você é filho de quem?

-Atena, a deusa da sabedoria.

-Você veio dos Estados Unidos para me buscar e levar a um acampamento de preparação para semideuses, certo?

-Isso mesmo.

Eu não sabia o que iria fazer. Acabei de descobrir que sou uma espécie de minideus e que corria grande risco de ser atacada por monstros. E se correr riscos de vida ainda não fosse o suficiente eu ainda por cima teria que ir a um lugar estranho em outro país para ser treinada para matar.

-Eu não posso ir. -falei por fim.

O que eu sentia não era medo por ter que enfrentar o desconhecido, eu só não queria abandonar a minha família e ir embora.

-Você tem que ir. Clarisse, se você não for todos que estão perto de você estarão em perigo.

Aquilo me atingiu como uma facada no peito. Não podia arriscar por a minha família em perigo.

-O que você ganha me levando para esse tal acampamento?

A sua expressão se agravou e seus olhos escureceram.

-Se você não for toda a minha família morre.

Senti o meu peito pesar. Quantas pessoas eu estava colocando em risco?

-Como nós iremos ao acampamento?-perguntei.

Ele deu um sorriso e puxou da mochila um cilindro de metal, uma espécie de apito. Quando Sam assoprou um som estridente e agudo se formou, mas logo desapareceu acompanhando o vento. Alguns segundos mais tarde o cavalo mais incrível que eu já vi na minha vida apareceu entre as nuvens, isso mesmo, o cavalo voava. Seu pelo tinha uma cor linda, perola, suas asas deveriam ser maiores que o corpo. Fiquei encantada, não pensei duas vezes antes de fazer carinho no animal.

-Seu nome é Perola. Ela é um pégaso. -informou Sam.

-Ela é linda. -disse.

Sam colocou a mochila nas costas e montou em Perola, depois estendeu a mão para mim como sinal para que fizesse o mesmo. Quando subi no pégaso uma onda de puro terror me inundou.

-Espera. -gritei.

-O que foi?-perguntou Sam.

-Eu não posso ir assim. Temos que passar na minha casa, preciso falar com a minha mãe.

-Tudo bem. -Sam me tranqüilizou. - Vamos garota. -Sam disse fazendo carinho em Perola.

Eu posso ter ficado louca, mas quando Sam falou isso eu posso jurar que ouvi um: “Pode deixar Sam.”. Eu ia perguntar se ele havia ouvido o mesmo que eu, mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa Perola levantou vôo.

Aquela foi uma das sensações mais incríveis da minha vida, voar em um pégaso,apesar do medo que eu estava sentindo,era maravilhoso.

Depois que eu mostrei onde morava pousamos em uma rua deserta que havia poucas construções perto da minha casa. Sam disse a Perola que ficasse por perto por que iríamos precisar dela em breve, ela fez um sinal com a cabeça e desapareceu entre as nuvens.

Enquanto caminhávamos em direção a minha casa Sam me contou como era o acampamento meio-sangue, ele me falou dos seus amigos, dos seus irmãos, de um centauro chamado Quiron, da caça a bandeira e varias outras atividades do acampamento. A cada palavra que ele dizia seus olhos brilhavam, era como se o coração dele estivesse naquele lugar.

Ao chegarmos em frente a minha casa ficamos parados por um tempo tentando formular um plano para conseguir a permissão para eu poder ir para outro país.

-Não posso chegar em casa dizendo:Oi mãe.Adivinha,eu descobri que sou uma semideusa.Ah,já ia me esquecendo,tenho que ir para um acampamento em outro país para ser treinada por um centauro.-disse.

-Certo, eu tenho um plano B.-Sam puxou um pequeno frasco com um liquido amarelo dentro. -Essa é uma poção do convencimento, você coloca umas gotas na bebida da sua mãe e ela vai concordar e aceitar tudo o que você disser a ela dentro de um curto período de tempo.

-Você anda com poções dentro da sua mochila?-perguntei com indignação.

-Eu sou um semideus precavido, e, além disso, é sempre bom você ter esse tipo de poção. Eu ganhei essa poção de um filho de Hécate no dia do meu aniversário. -ele disse sorrindo.

-Eu não vou drogar a minha mãe. -sussurrei.

-Se você não der essa poção a ela na poderá ir ao acampamento, ai você vai estar colocando tudo em risco.-ele respondeu.

Eu tinha que admitir que ele tinha ótimos argumentos.

-Certo, eu vou fazer. Vamos entrar. Eu vou pegar umas coisas, você aproveita para comer alguma coisa.

Ele assentiu e foi comigo até a porta. Quando entrei em casa percebi que ela estava muito quieta.

-Mãe?-chamei enquanto vasculhava a casa. -Ela não está, mas eu acho que ela vai chegar logo, melhor sermos rápidos. -disse.

Fomos até a cozinha e preparamos sanduíches enormes, depois de comermos tudo Sam ficou na sala enquanto eu fui para o meu quarto pegar algumas coisas. Depois que a minha mochila já estava pronta fui até a sala e vi Sam olhando os retratos da minha família.

-Eu já terminei de pegar as minhas coisas. -informei.

Ele pegou um porta-retrato e perguntou:

-Quem são eles?

A foto que ele estava me mostrando era uma das minhas preferidas, eram eu, minha mãe e minha irmã na praia enquanto eu brincava com os meus sobrinhos.

-Essa é a minha irmã. -disse apontando para a mulher de cabelos e olhos negros. –Esses são os meus sobrinhos. –falei apontando para as crianças que estavam brincando comigo na areia. -E essa é a minha mãe. -disse enquanto apontava para uma senhora de cabelos loiros e olhos negros na foto.

Ele franziu o cenho e disse:

-Bela família.

Eu até podia imaginar o que se estava passando na cabeça dele. Nenhuma daquelas pessoas da foto se parece comigo e a minha mãe, já uma senhora, não aparentava ser o tipo de pessoa que se envolve com um deus. Eu pude ver em seus olhos que ele estava tentando entender, claro que eu poderia explicar por que eu era tão diferente daqueles que eu amo, mas eu simplesmente não achava que esse seria o melhor momento.

-Obrigada. -respondi.

Ele tirou a foto do porta-retrato e me entregou.

-Eu acho que você deveria levar, para quando sentir saudades. –disse.

Assenti e disse:

-Como vamos levar tudo isso no pégaso?-falei apontando para a minha mochila e para a caixa de suprimentos que eu havia pegado na geladeira.

Ele abriu a sua mochila, que aparentava estar vazia, e colocou tanto a minha mochila quanto a caixa de suprimentos dentro dela, era como se a mochila dele engolisse a minha. Mesmo depois de ele colocar tudo dentro da sua mochila preta ela ainda aparentava estar vazia e muito leve.

-Pronto. Problema resolvido. -ele disse com um sorriso travesso.

-Como você fez isso?-perguntei perplexa.

-Essa é uma mochila mágica, minha mãe me deu. Você nem faz idéia da quantidade de coisa que tem aqui dentro.

Nesse exato momento nós ouvimos um ruído de chaves vindo da porta. Empurrei Sam para o sofá e fiquei esperando do lado da porta a chagada da minha mãe. Quando ela entrou parecia estar muito cansada, ao me ver ela deu um sorriso enorme,mas quando viu Sam sentado no sofá ela me olhou em desaprovação.

-Quem é o seu amigo?-minha mãe me perguntou.

Certo, ela deveria estar bem chocada em ver Sam aqui em casa, eu nunca trazia ninguém aqui, quanto mais um garoto.

-Mãe, este é o Sam. Ele é um amigo da escola. -tentei falar com entusiasmo.

-Muito prazer Sra. Montenegro. -Sam disse tentando ser educado.

-O Sam veio para fazer um trabalho da escola. -disse. A expressão da minha mãe suavizou de imediato.

-Sendo assim acho que por mim tudo bem. -ela apertou a mão de Sam me deu um beijo no rosto e foi para o quarto.

Peguei Sam pelo braço e o levei até a cozinha.

-O que eu faço agora?-perguntei com um pouco de desespero na voz.

-Calma. Que tal você levar um suco para ela?

Fiz o que ele disse. Coloquei cinco gotas da poção no suco e levei para a minha mãe. Quando eu cheguei ao quarto dela ela estava sentada em sua cadeira de balanço lendo um livro. Fui até ela e ofereci o suco. Ela me deu um sorriso sereno e bebeu um gole. No mesmo momento em que ela bebeu seus olhos brilharam de uma forma estranha. Nesse mesmo instante Sam apareceu do meu lado e disse em um tom doce:

-Sra. Montenegro o meu nome é Sam Clark, eu sou um estudante de uma escola preparatória para jovens talentos nos Estados Unidos. Sua filha, Clarisse, enviou o seu histórico escolar perfeito para a minha escola. O responsável pela adição ao corpo de alunos me convocou para vir até o Brasil e levá-la para ter uma ótima educação em nossa instituição.

Eu fiquei impressionada pela facilidade que Sam tinha para mentir, isso me fez perguntar a mim mesma se poderia existir a possibilidade dele estar mentindo parar mim. Decidi tirar esse pensamento da minha cabeça. Nesse momento eu estava preocupada com a minha mãe que estava com um sorriso bobo no rosto.

Minha mãe franziu o cenho e falou:

-Ah... Acho que estou me lembrando da carta que a sua escola me mandou. -ela falou.

Sam chegou mais perto de mim e sussurrou em meu ouvido:

-É hora de se despedir. Ela ira despertar dentro de poucos minutos, só ira se lembrar de ter deixado você ir para um colégio nos Estados Unidos. Se apresse, não temos muito tempo.

Dei um abraço em minha mãe e ela me deu um beijo na testa dizendo:

-Vá com Deus. Estarei aqui esperando por você.

Depois de sair da minha casa, que por sinal eu tinha a impressão que não iria ver por muito tempo, Sam e eu voltamos ao lugar onde tínhamos pousado. Ele chamou Perola e logo nós estávamos indo para o acampamento meio-sangue. Nesse momento eu tive certeza de que estava indo em busca da minha maior aventura.



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Notas finais do capítulo

Estou esperando reviews!!!



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