A Batalha Por Uma Vida escrita por zaraki901


Capítulo 2
Capítulo 2 - Seon


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo postado aqui pessoal, se gostar ou não comenta ai, valeu.



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-Capítulo II-

Seon

                Já podia escutar novamente, então tentou abrir os olhos, e o que viu lhe impressionou. Arion estava deitado sobre uma cama de pedra polida, e feno, á sua frente estava um homem alto e forte, um homem tão grande como jamais vira, tinha aparentemente dois metros, seus músculos eram enormes, e trajava roupas rústicas com um sobretudo cinza manchado de vermelho e verde. Os cabelos eram negros e longos, quase tocava o fim de suas largas costas, e a barba estava por fazer. Arion percebeu que agora tinha outras roupas, parecidas com a daquele homem que observava a rua, era de algum tipo de couro de animal, cheirava a sangue e algum outro odor desconhecido.

                Arion pode notar que agora não estava mais em um lugar sozinho e poucos ruídos como antes, agora estava em algum tipo de cidade, o barulho era de muitas vozes. Já onde se encontrava, era algum tipo de barraca apoiada por madeiras e coberta por um pano longo azul, ali só havia a cama onde repousava uma cadeira de madeira, e algum tipo de baú. O chão estava cheio de panos, havia em um canto  várias toras pequenas de madeira, ainda haviam vidros com algumas substancias coloridas de tom pastoso no interior. Ao tentar se levantar, Arion foi interrompido pelo homem:

                - Calma. – Ele chegou perto e fez Arion voltar para a posição inicial – Ainda está fraco, você acabou de ressurgir e não recuperou totalmente sua força. Deve ficar deitado por pelo menos mais um dia.

                - O que? Mas onde estou? Eu deveria estar em algum hospital. Você é algum tipo de médico? Acho que um médico seria de mais ajuda.

                - Um médico? Aqui não tem médicos, Ressurgido.

                - Por que me chama de Ressurgido? Meu nome é Arion, sou um jornalista.

                - Arion, o jornalista. – Falou com tom de sarcasmo – Aqui não temos médicos ou jornalistas, apenas sobrevivemos da maneira que conseguimos, aqui é cada um por si, Senhor Jornalista.

                - O que? Mas onde nós estamos afinal?

                - Não há palavras para descrever onde você está Arion, aqui é algum lugar muito ao norte, onde o calor predomina, e só os fortes sobrevivem.

                - O que você quer dizer com isso? Quem é você?

                - Arion, meu nome é Seon, o Bárbaro, vivo aqui desde que ressurgi como você. Uma vez um homem me ajudou também, e agora me vi mesma posição deste homem, então resolvi te salvar. Você não duraria muito mais sozinho, iria se tornar um Caído antes mesmo de ressurgir completamente.

                - Que papo é esse? Eu já viajei muito para cobrir reportagens, e nunca ouvi falar de um lugar como este.

                - É claro que não ouviu, você nunca tinha ultrapassado as barreiras da morte Arion, você não está mais na Terra, está em um mundo tão destruído e desprezível que não merece ser nomeado, aqui é o lugar para onde sua alma vem após a morte, e você teve o azar de ressurgir muito ao norte, pois sua alma poderia ressurgir em qualquer outro lugar, mas ela acabou parando aqui, onde a água e comida é escassa, e seu espírito fraquejaria e morreria rapidamente.

                - Cara, você é maluco com certeza. Mas devo-lhe meus agradecimentos por ter me curado, esta sua conversa não é pra mim, quanto te devo? Acho que deveria pagar pelas roupas também não é?

                - Você não me pagaria mesmo se pudesse, ninguém pode me retribuir, o que eu quero é um preço muito alto, e se você não quer acreditar na minha história, não posso fazer mais nada por você, já lhe ajudei demais.

                - Seon, não é? Eu gostaria de saber onde está minha namorada a Lucia, ela estava no carro comigo, mas não a encontrei mais depois que eu, como você diz, morri.

                - Como saberia? Como sua alma ressurgiu aqui a dela pode ressurgir em qualquer outro lugar. E este mundo não é pequeno Arion, e nem confiável. As pessoas daqui não perdem a chance de roubar alguém desprevenido, e sempre tiram proveito das situações.

                - Gostaria de poder procurá-la.

                - Você não irá agora, descanse, amanhã decida o que fazer, já estará totalmente bom. – Seon se afastou da cama novamente, e voltou a observar a rua, enquanto Arion escutava os sons indistinguíveis que ali chegava de várias direções. Arion fechou os olhos tentando buscar Lucia, então dormiu esperando acordar daquele tormento.

                Acordou com o som do crepitar do fogo, dormira até a noite, e percebeu que uma tocha estava acesa para iluminar o local, Seon continuava na porta, olhando fixamente para um ponto longínquo da rua. A vontade de Arion era se levantar e correr, percebeu que nunca tinha passado tanto tempo deitado, ainda mais em uma cama de feno e pedra.

                Seon entrou rapidamente e olhou para Arion que não entendia nada daquilo que acontecia, até que Seon abriu um alçapão escondido pelas pequenas toras de madeira e de lá puxou uma pequena espada de prata, afiada o bastante para perfurar até mesmo metal. Entregou-a para Arion, que a ergueu sem dificuldade, Seon apenas pediu para Arion que se afastasse da cama, e ele logo se levantou, cambaleou um pouco, mas logo as pernas ficaram firmes. Seon estava empurrando a cama, fazendo aparecer uma longa e grossa, porém afiada, espada, esta por sua vez mediria um pouco mais de um metro de lâmina, e seu cabo era adornado com ouro e prata, e símbolos que não faziam sentido para Arion.

                - Alguns caídos nos acharam, eles vão atacar a cidade em breve, sabe manusear uma espada? – Perguntou Seon.

                - Nunca toquei em uma, mas posso tentar se minha vida depender disto.

                - Que bom, fique atrás de mim e corra ao meu sinal. Não sairemos agora, pois ficaremos em campo aberto fora deste acampamento, e eles nos caçarão e matarão facilmente, iremos abrir caminho durante a invasão, onde poucos estarão lá fora montando cerco e conseguiremos passar furtivamente, iremos lutar só em casos extremos, está certo?

                - Bom, acho que sim. – Dito  isso um, os dois escutaram um som de centenas de passos em marcha. Eram os Caídos, que vinham rapidamente para destruir aquele pequeno acampamento.

                - Vamos Arion! As forças defensivas os atrasarão um pouco, estamos bem no meio, iremos sair pelo leste, pelo som eles vem do norte e uma pequena parte monta o primeiro cerco ao sul. Corra agora!

                Arion correu atrás de Seon, mas aquele acampamento, que Arion avistara apenas agora era enorme, e ia até o alcance da vista. Arion via o enorme Seon correndo muito rápido e quase não o alcançara, fazendo Seon parar e o esperar, Arion notou que todos estavam assustados, mas poucos fugiam, talvez com medo ou esperança de que a defesa aguentasse.

                Seon fez sinal para parar, e Arion percebeu o porquê logo. Algumas criaturas, de pele negra e traços cinzentos, com cabelos ruivos e olhos totalmente brancos conversam em alguma língua diferente, mas Arion percebeu que Seon sabia o que eles estavam conversando, e não quis atrapalhar a concentração de seu protetor.

                - Eles invadiram muito fácil como previ, se nós dobrarmos na próxima entrada, estaremos de frente com a ala leste e sairemos sem dificuldades, mas eles atacarão com tudo e estaremos perdidos. A única alternativa será lutar, e tem que ser agora, pois estão chegando reforços. Você fica longe e espera uma chance de acertá-los, eu irei para o combate franco.

                Arion apenas assentiu com a cabeça, e não sabia por que aceitou aquele plano, nunca tinha manuseado uma arma, morreria rapidamente. Mas algo o fazia acreditar e confiar naquele homem, ele não sabia por quê.

                Seon respirou fundo, e entregou a sua mochila à Arion, apertou bem sua espada com sua mão direita, e correu para a peleja. Arion foi logo atrás, escondido pelo tamanho do brutamonte carregando a mochila e a espada. Ficou para trás esperando o momento certo e observando a luta.

                Seon lutava formidavelmente, mas três inimigos era uma vantagem numérica que fazia grande diferença. Ao aproximar-se um deles alertou o grupo para o ataque, porém um ainda foi acertado no braço quando o primeiro golpe de Seon o acertou. Um Outro deu um salto para trás sacando uma espada, e o terceiro já de espada na mão atacou sem pensar, fazendo Seon recuar um passo. O que se feriu agora levantava-se enquanto o que pulou investiu contra Seon, que simplesmente aparou o golpe com a espada e jogando o corpo magro do adversário longe, mas bem perto de Arion, que desferiu um golpe certeiro na garganta do inimigo, fazendo jorrar sangue em sua roupa, e inundar o chão com aquele líquido verde.

                Agora Seon lutava contra apenas dois, e um já machucado não iria usar seu braço direito. Seon ficou em guarda e esperou o próximo ataque, que não demorou a vir. Quem veio desta vez foi o que estava machucado, ele correu e atacou com um golpe alto, mas Seon o parou com uma manobra de espada, assim o Caído deixo espaço para outro ataque, que veio rapidamente pela direita, subindo, e rasgando-o em vertical, fazendo mais sangue jorrar, acompanhado desta vez por órgãos.

                O terceiro estava posicionado para mais um ataque, e antes que o corpo de seu amigo tombasse ao chão, ele já saltara para o confronto, mas Seon em reflexo desviou para o lado, fazendo o Caído ir de encontro ao chão. Ele não pensou demais e atacou mesmo pelas costas, fazendo a espada encravar pela medula espinhal, e um som de ossos se partindo fez-se ouvir no local.

                A luta acabara, e a saída já podia ser vista, então Seon falou:

                - Bom golpe Arion. Vamos, outros deles estão chegando, e vem rápido.

                Arion não sabia como criara coragem para aquilo, ou como o fizera, mas tinha matado aquela besta de alguma forma. Chegou até saída, e com muita precaução saíram por ali e começaram a correr até a imensidão do deserto que se seguia por muitos quilômetros.


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Notas finais do capítulo

Este foi o Segundo Capítulo, espero que tenham gostado.



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