Quando Dionísio foi em bora, apenas fiquei parada na área comum feito um poste, pensando na estranha conversa que acabaradeter como deus. Tudo na minha cabeça estava muito confuso,tinha certeza absoluta de que precisava encontrar urgentemente meu amigo Renato.Pois como Dionísio falara, tinha certeza de que ele poderia me ajudar. E mesmo ele sendo um filho de Ares, em certos momentos ele sabia me dar conselhos muito bons.

– Malu... Ei Malu, sua surda! - escutei aluguém me chamar, e logo reconhecia a voz da pessoa que estava me chamando, pois ele vivia me perturbando.

– Ah oi Renato, fala o que foi? - perguntei enquanto me virava para olhar para ele.

– Ei não é nada, será que eu não posso querer conversar com uma amiga? - falou ele com uma cara, que de inocente não tinha nada.

– Em geral você só me procura quando tem algo errado, ou quer encher meu saco mesmo. - falei enquanto dava de ombros.

– E você faz a mesma coisa comigo mocinha - falou ele e eu dei um pequeno sorriso.

– É porque quando EU faço é legal. - falei voltando a andar agora com o meu amigo ao meu lado.

– Tá bom então Corujinha. - falou ele.

– Do que você me chamou? - perguntei extremamente calma parando de andar para olhar para ele com uma sobrancelha erguida.

– De Corujinha. O que você vai fazer, vai me bater é? - falou ele com uma expressão um pouquinho presunçosa no rosto.

– Não, mas essa é uma boa ideia, Javali Júnior. - falei enquanto voltada a andar com ele ao meu lado e quando olhei novamente para ele o vi revirar os olhos.

– Então Corujinha... Acho que agora seria um bom momento para me falar o que quiz dizer aquilo que o seu pai falou. - disse o Renato.

– Bem... é complicado. - falei fazendo uma careta.

– Acho que eu posso entender. - disse ele.

Não podia esconder mais nada dele então com um suspiro, contei a ele os sonhos que estava tendo antes de ir para o acampamento, o que havia acontecido depois da última vez que eu e meus amigos havíamos nos reunido na lanchonete e o que aconteceu depois, quando cheguei em casa. Falei para ele como havia chegado no acampamento e tudo o que me tinha acontecido nesses três últimos dias, contei a ele sobre meu último sonho, minha estranha conversa com Dionísio e por fim contei a ele o que eu achava que o meu pai queria dizer. Quando terminei de falar respirei fundo para poder recuperar o ar e olhei para o Renato que se mantinha calado, ele parecia estar pensando em tudo o que eu dissera, tentando processar as coisas e encaixar as peças desse quebra-cabeça.

– E então? - falei sem conseguir ficar calada por mais um tempo.

– O que você quer que eu diga? - disse ele. - Não sei, isso tudo é muito estranho e um pouco assustador.

– Eu sei... - suspirei. - Bem agora não é hora para ficarmos falando disso certo? Creio eu que você já esteja sabendo da festa que vai ter hoje, você vai?

– Não sei, talvez eu vá. Ah e falando sobre festa... o Victor está te procurando. - falou ele erguendo as sobrancelhas e eu apenas fingi não ver nada.

– Não sei o que isso tem a ver com o assunto "festa" mais tudo bem... - resmunguei. - Então, aonde ele está?

– Da última vez que eu o vi ele estava no lago. Vai lá Noctowl, quem sabe ele ainda esteja lá.- falou o Renato.

– Sabe você é tãão irritante. - falei enquanto respirava fundo. - Bem até mais Javali Júnior.

– Até mais Noctowl– falou ele enquanto eu me afastava e tive de resistir ao impulso de pegar um coquinho e tacar nele no ato.

Não estava com a menor pressa para chegar ao lago, queria irandando até lá bem devagar aproveitando a bela vista do acampamento,mas ainda assim cheguei lá mais rápido do que eu queria. Ao chegar nolago vi que havia alguns campistas por ali, alguns estavam sentados namargem do lago e outros estavam apenas andando por ali em duplas outrios, conversando. Olhei para os campistas que estavam ali, mas não vio Victor ali como o Renato havia falado. Se aquele Armário Ambulanteestivesse me pregando alguma peça, ele iria se arrepender e muitodepois. Como estava no lago resolvi andar um pouco por ali, ninguémiria notar mais uma pessoa andando por ali, pelo menos, foi o que eupensei antes dos campistas que estavam por ali começarem a ir em borado lago para outros lugares do acampamento. Já devia ser meio detarde, eu não sabia ao certo, uma vez que não prestava muita atençãoao tempo no acampamento. Me sentei na beira do píer do lago e fiqueiolhando o sol se refletindo nas águas do lago, queria poder estar commeu mp3 ali para poder escutar minhas músicas enquanto aproveitava abela vista, mas infelizmente ainda não havia conseguido o consertar pormim mesma. Já estava na hora de pedir para algum dos filhos de Hesfetoconsertá-lo para mim, mas o problema era que eu tinha vergonha de iraté o chalé de Hefesto e pedir a alguém que consertase o meu mp3. Obarulho de passos a poucos mestros atrás de mim, me tirando de meusdevaneios, então logo em seguia escutei alguém falar.

– O que a traz aqui? - perguntou a pessoa sesentando ao meu lado, aolhei e vi que era o Victor.

– Nada de mais, só vim aqui porque o Renato me disse que você estava me procurando. - falei fazendo uma breve careta.

– Ah sim... Isso. - falou ele e percebi que o garoto se sentia um pouco desconfortável. - Bem, você vai ao baile hoje?

– Você quer dizer a festa? Não sei talvez eu vá... - falei dando de ombros, então algo estalou em meu cérebro, um pensamento que me vinha à tona. - Ei espere um minuto, você disse "baile" em vez de "festa" e os dois são coisas completamente diferentes.

– Bem é, hoje vai ter um baile, não uma festa. - falou ele.

– Um baile que se tem de ir acompanhado?- perguntei.

– Bem, sim. - falou ele erguendo uma sobrancelha.

– Então esqueça, não vou. -falei calmamente. - E você?

– Não, não vou mais. - falou o Victor, dando de ombros.

– O que quer dizer com "Não vou mais?" - perguntei visivelmente curiosa.

– Bem, suas irmãs, Lucia, Hevelyn e Helen, me falaram por alto que você ai ao baile sozinha, e como eu ainda não tinha convidado ninguém, pensei em te convidar. - falou ele dando de ombros.

– Olha pode falar, minhas irmãs te obrigaram a isso né? - perguntei meio desconfiada.

– Não, não. Elas apenas me deram a ideia. - falou ele enquanto eu balançava negativamente a cabeça sabendo que uma hora ou outra, ima me arrepender do que eu iria fazer.

– Eu sei que vou me arrepender disso depois. - falei comigo mesma e o Victor me olhou. - Eu vou ao baile, e se você ainda quiser ir comigo...

– Está bem Malu. Eu passo no seu chalé mais tarde para irmos juntos por baile então, está bem? - perguntou ele com um pequeno sorriso.

– Claro, por mim tudo bem. - falei sem conseguir evitar de dar um sorriso também, mas no fundo estava querendo matar minhas irmãs.

– Está bem então. Até mais Maluzita. - falou ele se levantado mais antes de ir para sabe-se-lá-onde, ele me deu um beixo na testa então sei foi.

Voltei a olhar para o lago imaginando como iria ser esse baile. Agora graças as minhas "amadas" irmãs, teria de achar algum vestido para usar, e sinceramente, eu não era muito fã de vestidos. Os raios de sol refletiam nas águas do lago, criando uma paisagem muito bonita. Não estava prestando a mínima atenção ao redor, estava apenas olhando para o lago absorta demais em meus pensamentos, que não percebi minhas irmãs, Lucia, Hevelyn, Helen e a Lisa, andando sem fazer qualquer barulho atrás de mim. Só percebi que elas estavam ali quando senti mãos me empurrando do píer e eu acabei caindo no lago. Quando emergi do lago elas não estavam mais no píer, estavam paradas na margem do lago. Nadei até elas e ao chegar perto escutei suas risadas.

– Ei Lu, Heve. Me ajudem aqui! - exclamei.

Lucia e Hevelyn se aproximaram mais da margem do lago e assim que eu segurei suas mãos, em vez de ir para fora, puxei as duas para dentro do lago comigo.

– Ei! Sua sem graça - falou a Lucia enquanto eu ria.

– HA HA. É a vingança manolas. - falei rindo, então saí do lago junto com a Heve.

Fui até a Lisa enquanto a Heve ia até a Helen. Ao chegar perto da Lisa a abracei a deixando toda molhada e então a arrastei até a beira do lao e a joguei dentro do mesmo, e percebi que a Heve tinha feito o mesmo com a Helen. Lucia saiu do lago junto com a Lisa e a Helen e apenas ficamos rindo feito umas malucas. Talvez fosse porque estávamos todas molhadas. Quando por fim conseguimos parar de rir, seguimos para o chalé 6 e elas ficaram me fazendo perguntas sobre o que eu tinha conversado com o Victor. Sim, as quatro fofoqueiras estavam escondidas me obersando enquanto eu conversava com ele. Pode isso? Não falei nada para elas é claro, apenas disse que iria ao baile mais não lhes respondi se ia com o filho de Ares ou não. Ao chegarmos no chalé, fomos direto para o dormitório feminino, tirar as roupas molhadas e começamos a nos arrumar para o baile.