POV Sam

Acabamos o mega trabalho da escola.

Freddie desceu junto com a gente, mas foi embora em seguida.

Pelo menos hoje era sábado e eu não precisaria ir para a escola amanha.

Me sentei no sofá e liguei a televisão.

Carly foi fazer um lanche e eu comecei a ficar entediada, passando canal por canal, mas não achei nada que valesse a pena assistir.

Já estava quase dormindo quando a Carly sentou ao meu lado com o lanche.

- Você notou que o Freddie estava estranho? – ela me perguntou.

Eu realmente havia notado isso.

- Não. Ate parece que eu ia prestar atenção no que aquele Nerd-sem-vida-social faz. – falei e comi um pouco do meu sanduiche.

- Sam, eu estou falando sério. Eu acho que algo aconteceu. – ela falou preocupada.

- Ele vai falar se algo realmente tiver acontecido. Agora vamos parar de falar dele. – falei fingindo está chateada, mas eu estava realmente preocupada.

Depois de alguns minutos Freddie entrou como sempre sem bater.

- Oi! – ele deu um sorriso fraco.

- Freddie está tudo bem? – perguntou Carly levantando.

- Sim. Só estou com um pouco de dor de cabeça. – ele falou com um sorriso.

- Carly eu vou lá no Meião e já volto. Toma conta da casa e não deixa a Sam acabar com minha comida. – ele falou já indo para a porta com o capacete no braço.

- Spencer eu preciso falar com você. – Freddie falou já se aproximando do Spencer.

- Tudo bem. – falou Spencer parando e encarando Freddie.

Freddie nos encarou e depois voltou seu olhar para Spencer.

- Vamos conversar lá fora. – Freddie falou sério e eles saíram.

- O que será que ele queria falar com o Spencer? – Carly me perguntou.

- E eu que vou saber. – falei dando de ombros.

Alguns minutos depois Freddie entrou novamente.

- O que você foi falar com o Spencer? – Carly perguntou.

- Nada de mais. – ele falou.

- Tem certeza? – minha amiga perguntou.

- Sim. O que vocês estão fazendo? – ele perguntou com um sorriso.

Mas havia algo errado nele.

- Nada que lhe interessa. – falei.

Ele revirou os olhos e bufou.

- Você poderia me responder direito? – ele perguntou irritado.

Eu dei um leve riso e Carly revirou os olhos.

Íamos começar a ter a briga que tínhamos todos os dias.

Eu e ele íamos discutir até a Carly para ou ele ficar com tanta raiva e sai voltando somente 20 minutos depois mais calmo.

- Eu respondo do jeito que eu quiser. – falei e lhe dei língua como uma criança de 5 anos.

Carly se sentou em uma das cadeiras da mesa e eu fiquei de frente para o Nerd.

- Se é pra você responder assim é melhor deixar a Carly falar comigo. – ele falou irritado.

- Eu falo à hora que eu quiser. – falei e começou uma discussão.

Nossa discussão demorou por um tempo.

Já estava esperando a hora que a Carly iria lá nos separar.

Eu já não fazia ideia do que eu falava e principalmente do que ele falava.

- Pelo menos eu não tenho uma mãe superprotetora. – falei gritando e ele, desta vez, me ouviu.

- Pelo menos minha mãe se importa comigo. – ele falou irritado.

Eu fiquei ainda mais irritada com aquele comentário.

- Pelo menos meu pai não me abandonou por saber que eu ia me tornar um fracassado idiota. – falei sem pensar e tampei minha boca tarde de mais.

Ele me olhava com ódio.

E quando eu digo ódio, não é aquele ódio que ele sempre me olha ou quando ele diz que me odeia.

Era um ódio de verdade.

Que me fez ter calafrios.

Eu ia me desculpar, pois sabia que dessa vez havia passado dos limites.

O pai dele era um assunto proibido e eu sabia disso.

Eu olhei para baixo só esperando o que ele iria dizer.

Eu sabia que ele iria ser mal se quisesse.

Lembrei da vez que ele e eu fizemos uma aposta.

Eu não poderia insultá-lo e ele quase tornou minha vida um inferno.

Em apenas 3 dias eu já queria mata-lo e eu teria que suportar uma semana.

Lembrei quando eu fiz algumas “pegadinhas” com ele para ele achar que estava com uma maldição.

Em troca ele me enviou uma mensagem se fazendo passar pelo garoto mais gato da escola.

E é claro não posso esquecer da maior mentira que ele já falou.

Ele ‘contratou’ uma estagiaria ‘burra’ somente para nós despedirmos o nosso estagiário super gato e burro.

Ele era legal, mas para conseguir algo que queria não mediria esforços, principalmente se fosse para me deixar na pior.

Eu sabia que o que ele falasse agora ia me machucar profundamente.

Ele não saberia me machucar fisicamente, mas emocionalmente sim.

 Vi que suas mãos que estavam fechadas em punhos relaxaram.

Olhei para seus olhos e o que eu vi foi só tristeza.

- Carly eu já estou indo? – ele falou com uma voz pesada.

- Freddie espera. – ela tentou, mas ele não ligou.

Ele saiu e eu ainda estava sem reação.

- Sam, dessa vez você passou de todos os limites. Você sabe como ele é em relação ao pai dele e você ainda fala isso. – ela falou com raiva me encarando.

- Eu sei. – falei tão baixo que nem eu mesma me ouvi.

- Eu acho melhor você arrumar um jeito de consertar isso. Eu não quero um clima estranho entre vocês só porque você passou de todos os limites. – ela falou.

- Carly já basta! Eu já me sinto muito culpada, não precisa me falar mais nada, pois eu sei de tudo. – falei irritada.

- Desculpa. – ela falou sem jeito.

- Eu já volto. – falei e já ia abrindo a porta.

- Aonde você vai? – ela me perguntou, mas parecia já saber a resposta.

- Preciso resolver algo. – falei e sai.

Como já era de se esperar, ele estava sentado nas escadas da saída de emergência.

- Oi!- falei ainda sem graça.

- Oi! – ele falou e fez uma menção para eu entrar.

Entrei e me sentei onde eu havia me sentado há alguns anos antes.

- Desculpa. – falei.

- Tudo bem. Isso não importa, não mais. – ele falou triste.

- Por que não? – perguntei.

- O idiota que me largou me ligou e me pediu para ir para a Alemanha morar com ele. – ele falou calmo.

Eu senti como se meu coração desse um nó.

- E você vai? – perguntei.

- Sim. – ele respondeu. – por isso eu fui na casa da Carly a pouco. Para nós termos la ultima pelea.

- Você poderia falar em um idioma que eu entenda. – falei parecendo chateada.

- A nossa última briga. – ele falou e eu fiquei ainda mais triste.

- Quem mais sabe que você vai viajar? – perguntei.

- Minha mãe, o Spencer e agora você. – ele respondeu e virou de costas para mim.

- E quanto tempo nós temos para fazer você desistir da viagem? – perguntei.

- Se contar a partir de agora, umas 4 horas. – ele falou olhando no relógio.

- Você vai viajar hoje e não falou nada para nós? – perguntei irritada.

- Eu não gosto de despedidas. – ele falou e se virou para mim.

- E como fica a sua mãe, o Gibby, o Spencer, o iCarly? – eu ia perguntar como ficaria eu, mas não tive coragem o suficiente.

- A minha mãe já está preparada já que em breve eu iria pra faculdade de qualquer forma, o Spencer e o Gibby tem um ao outro. Bem, o iCarly, você e a Carly dão um jeito nisso, eu sempre fui só o produtor técnico mesmo. – ele falou triste.

Eu estava em total estado de choque.

Não sabia o que fazer ou o que falar.

- Freddie, eu..- finalmente consegui dizer algo.

O celular dele tocou e era uma mensagem.

- Eu vou indo. Como eu disse odeio despedidas. – ele falou.

- Eu te odeio. – falei e ele deu um passo se aproximando de mim.

- Pois, eu, não. – ele falou e me deu um beijo na testa.

Ele saiu e eu senti como se não conseguisse respirar.

Ele não podia ir embora.

Ele não podia largar tudo só por causa do pai idiota dele.

- Eu não quero que você vá. – falei baixo.

- Você realmente gosta dele, não é verdade? – uma voz atrás de mim me perguntou me fazendo dá um pulo.

- Ah, é você. – falei tentando acalmar meus batimentos cardíacos.