Fecho Os Meus Olhos E Ouço A Sua Voz escrita por MaarySantiago
Notas iniciais do capítulo
Como eu já disse no capítulo 2 (vide notas finais), agora, #Juliel começa a aparecer mais. Achei super fofo este capítulo e adorei escrevê-lo. Espero que gostem tanto quanto eu. Lá vai:
P.O.V. Julie
Fiquei impressionada com o Daniel me elogiando. Ele costumava ser tão rude. Fiquei feliz. Ele me acompanhou até a sala, visível só pra mim. Meu pai e Pedrinho me esperavam. Desci as escadas lentamente, com a mão erguida (Daniel tinha me dado a mão), para fazer meu momento super estrela de cinema ali mesmo.
Assim que Daniel solta minha mão, meu pai se levanta.
- Olha – ele diz, impressionado. Enquanto pega minha mão e me faz dar uma voltinha. – Está linda, filha.
- Tá da hora, Julie – Pedrinho também me elogia.
Agradeço aos dois fazendo uma leve reverência. Ambos riem e nós saímos pela porta dos fundos. Ao entrar no carro, a viagem até a casa do Patrick e de lá até o casamento é silenciosa. Realmente, não tenho muito que conversar com meu pai.
Ao chegar à igreja, quase lotada, vou com meu pai até uma das fileiras da frente do lado esquerdo, reservada aos entes mais queridos da noiva. Claro que, no meio tempo até o noivo entrar primeiro e todo o blá blá blá que sabemos de cor, temos que cumprimentar aqueles tios chatos que sempre comentam “Como você cresceu!” (os mesmo tios que fazem a piadinha do pavê-pacumê no Natal).
Após essa situação desagradável, começa a tocar a marcha nupcial, e logo me animo. Mesmo assim, depois de segundos, as portas se abrem e não se vê nada – a não ser uma linda noiva chorando. Coitadinha, minha prima foi abandonada no altar!
Depois de uma situação ruim dessa, fui dar meus pêsames à ela lá fora. Até o padre ficou consternado. Quando meu pai avisou que ia conversar com a minha prima, falei que iria esperar na pracinha da esquina. Ele torceu o nariz, mas deixou.
Lá fora, estava meio frio, mas eu aguentei firme. Me sentei no banco e olhei a lua. Estremeci com o frio e alisei meus braços nus. Um vestido tomara que caia curto não é exatamente o melhor traje para o frio.
De repente, senti algo me envolvendo. Me assustei. Resolvi olhar para o lado.
- Daniel? – falei. Ele me envolvia com seu casaco, agora me puxando para mais perto.
- Oi Julie. – ele diz, naturalmente.
Me encolho.
- Frio né?
- É... Julie!
- Fala.
- Você estava se entendendo com o Nicolas?
- Pra falar a verdade, não. A Bia me disse que ele voltou com a Thalita. Resolvi parar de me importar.
- Quer saber? Ele não sabe que menina linda, talentosa, atenciosa e inteligente ele tá perdendo – ele disse, prendendo uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.
Sorri.
P.O.V. Daniel
Eu media minhas palavras cuidadosamente. Eu decidira contar tudo à Julie. O quanto eu a amo. Pôr tudo à perder. Afinal, o sucesso pertence à quem se atreve.
- Eu queria ter a mesma sorte que o Nicolas.
- Como assim? – pergunta ela, confusa.
- Eu queria que uma menina linda gostasse de mim.
- Ah... – ela suspira. – Fala da Thalita?
- Não – eu digo, acariciando seu rosto. – Você.
Julie sorri lindamente, e eu me aproximo.
Me impressiono ao perceber que nossos lábios se encontram a centímetros de distância. Dou-lhe um beijo trêmulo. Após vários segundos naquela mesma posição, ela se afasta lentamente, arfando. Eu esquecera que ela é viva e que precisa respirar.
- Essa... Foi... A... Melhor... Sensação... De toda... A minha vida... – ela diz, tentando controlar sua respiração alterada.
- E essa foi a melhor sensação de toda a minha morte... – eu disse, sorrindo. – Eu te amo, Julie.
P.O.V. Julie
Mal pude crer no que ouvira. Ele me amava. E, depois daquele beijo, eu também o amava.
- Eu também te amo.
E ficamos ali, abraçados, sorrindo como dois bobos, até que avistei meu pai, ao longe, me chamando. Me desvencilhei delicadamente do abraço acolhedor de Daniel e dei-lhe um rápido beijo.
- Vai pra casa. Meu pai vai querer ir embora, e quando nós chegarmos, me espere no meu quarto.
- Tudo bem. – Ele disse, e desapareceu. Senti uma ventania forte soprar aos meus ouvidos. Lancei um último olhar ao horizonte e corri na direção de meu pai. Ao entrarmos no carro, ele comenta o quanto estava decepcionado com o noivo da minha prima, enquanto eu ouvia distraidamente.
- Julie! – ele chama minha atenção.
- O que foi? – eu pergunto assustada.
- Você estava falando sozinha naquele banco?
Quase me engasguei com a saliva ao ouvir a pergunta. Mas me lembrei do Daniel, e sorri involuntariamente. Mas então lembrei que ainda precisava responder à pergunta.
- Sim. Eu... tava falando sozinha. Só isso.
- Ah bom. – e voltou a discorrer pelo assunto da minha prima e seu quase-casamento.
Ao chegar em casa, saí do carro e avisei meu pai que iria dormir. Ele concordou e disse que faria o mesmo. Ao entrar no quarto, eu já sabia o que fazer.
- Daniel! – chamei.
Ele apareceu sentado na minha cama. Me sentei ao seu lado.
- Não sabia que você gostava de mim.
- Mas eu não gosto de você. – Ele diz, fazendo uma breve pausa, que me faz abaixar a cabeça. – Eu amo você.
O olho nos olhos, ele agarra minha cintura e me puxa para um beijo, desta vez nada trêmulo e mais intenso. O fato de estarmos na minha cama me faz estremecer, pensando em outras coisas.
- Não acha muito cedo para isso? – Ele diz.
- Como sabe no que estou pensando?
- Não foi difícil adivinhar. Você é muito apressada, mocinha. Talvez outro dia. – Ele me dá um último beijo e me deseja boa noite. Depois, desaparece.
Vou ao banheiro, tiro minha maquiagem e troco meu vestido curto pelo pijama de esquilinhos que o Daniel odiava.
Então, apaguei as luzes e fui me deitar. Eram umas 10 e meia da noite. Meio cedo, mas depois do que acabara de acontecer, eu precisava descansar.
Dormi muito bem, mas às 4:15 da manhã, acordei sobressaltada de um pesadelo horrível. Olhando para o escuro, me senti ameaçada e me encolhi na cama. Acendi o abajur e me assustei com a imagem que vi.
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~le suspense
E agora? O que a Julie viu? Descubram amanhã, quando sair o capítulo 4! Como sempre, não esqueçam de comentar e recomendar a história! Beijo :*