Fecho Os Meus Olhos E Ouço A Sua Voz escrita por MaarySantiago


Capítulo 3
Quando o destino conspira a favor do amor.


Notas iniciais do capítulo

Como eu já disse no capítulo 2 (vide notas finais), agora, #Juliel começa a aparecer mais. Achei super fofo este capítulo e adorei escrevê-lo. Espero que gostem tanto quanto eu. Lá vai:



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P.O.V. Julie

Fiquei impressionada com o Daniel me elogiando. Ele costumava ser tão rude. Fiquei feliz. Ele me acompanhou até a sala, visível só pra mim. Meu pai e Pedrinho me esperavam. Desci as escadas lentamente, com a mão erguida (Daniel tinha me dado a mão), para fazer meu momento super estrela de cinema ali mesmo.

Assim que Daniel solta minha mão, meu pai se levanta.

- Olha – ele diz, impressionado. Enquanto pega minha mão e me faz dar uma voltinha. – Está linda, filha.

- Tá da hora, Julie – Pedrinho também me elogia.

Agradeço aos dois fazendo uma leve reverência. Ambos riem e nós saímos pela porta dos fundos. Ao entrar no carro, a viagem até a casa do Patrick e de lá até o casamento é silenciosa. Realmente, não tenho muito que conversar com meu pai.

Ao chegar à igreja, quase lotada, vou com meu pai até uma das fileiras da frente do lado esquerdo, reservada aos entes mais queridos da noiva. Claro que, no meio tempo até o noivo entrar primeiro e todo o blá blá blá que sabemos de cor, temos que cumprimentar aqueles tios chatos que sempre comentam “Como você cresceu!” (os mesmo tios que fazem a piadinha do pavê-pacumê no Natal).

Após essa situação desagradável, começa a tocar a marcha nupcial, e logo me animo. Mesmo assim, depois de segundos, as portas se abrem e não se vê nada – a não ser uma linda noiva chorando. Coitadinha, minha prima foi abandonada no altar!

Depois de uma situação ruim dessa, fui dar meus pêsames à ela lá fora. Até o padre ficou consternado. Quando meu pai avisou que ia conversar com a minha prima, falei que iria esperar na pracinha da esquina. Ele torceu o nariz, mas deixou.

Lá fora, estava meio frio, mas eu aguentei firme. Me sentei no banco e olhei a lua. Estremeci com o frio e alisei meus braços nus. Um vestido tomara que caia curto não é exatamente o melhor traje para o frio.

De repente, senti algo me envolvendo. Me assustei. Resolvi olhar para o lado.

- Daniel? – falei. Ele me envolvia com seu casaco, agora me puxando para mais perto.

- Oi Julie. – ele diz, naturalmente.

Me encolho.

- Frio né?

- É... Julie!

- Fala.

- Você estava se entendendo com o Nicolas?

- Pra falar a verdade, não. A Bia me disse que ele voltou com a Thalita. Resolvi parar de me importar.

- Quer saber? Ele não sabe que menina linda, talentosa, atenciosa e inteligente ele tá perdendo – ele disse, prendendo uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

Sorri.

P.O.V. Daniel

Eu media minhas palavras cuidadosamente. Eu decidira contar tudo à Julie. O quanto eu a amo. Pôr tudo à perder. Afinal, o sucesso pertence à quem se atreve.

- Eu queria ter a mesma sorte que o Nicolas.

- Como assim? – pergunta ela, confusa.

- Eu queria que uma menina linda gostasse de mim.

- Ah... – ela suspira. – Fala da Thalita?

- Não – eu digo, acariciando seu rosto. – Você.

Julie sorri lindamente, e eu me aproximo.

Me impressiono ao perceber que nossos lábios se encontram a centímetros de distância. Dou-lhe um beijo trêmulo. Após vários segundos naquela mesma posição, ela se afasta lentamente, arfando. Eu esquecera que ela é viva e que precisa respirar.

- Essa... Foi... A... Melhor... Sensação... De toda... A minha vida... – ela diz, tentando controlar sua respiração alterada.

- E essa foi a melhor sensação de toda a minha morte... – eu disse, sorrindo. – Eu te amo, Julie.

P.O.V. Julie

Mal pude crer no que ouvira. Ele me amava. E, depois daquele beijo, eu também o amava.

- Eu também te amo.

E ficamos ali, abraçados, sorrindo como dois bobos, até que avistei meu pai, ao longe, me chamando. Me desvencilhei delicadamente do abraço acolhedor de Daniel e dei-lhe um rápido beijo.

- Vai pra casa. Meu pai vai querer ir embora, e quando nós chegarmos, me espere no meu quarto.

- Tudo bem. – Ele disse, e desapareceu. Senti uma ventania forte soprar aos meus ouvidos. Lancei um último olhar ao horizonte e corri na direção de meu pai. Ao entrarmos no carro, ele comenta o quanto estava decepcionado com o noivo da minha prima, enquanto eu ouvia distraidamente.

- Julie! – ele chama minha atenção.

- O que foi? – eu pergunto assustada.

- Você estava falando sozinha naquele banco?

Quase me engasguei com a saliva ao ouvir a pergunta. Mas me lembrei do Daniel, e sorri involuntariamente. Mas então lembrei que ainda precisava responder à pergunta.

- Sim. Eu... tava falando sozinha. Só isso.

- Ah bom. – e voltou a discorrer pelo assunto da minha prima e seu quase-casamento.

Ao chegar em casa, saí do carro e avisei meu pai que iria dormir. Ele concordou e disse que faria o mesmo. Ao entrar no quarto, eu já sabia o que fazer.

- Daniel! – chamei.

Ele apareceu sentado na minha cama. Me sentei ao seu lado.

- Não sabia que você gostava de mim.

- Mas eu não gosto de você. – Ele diz, fazendo uma breve pausa, que me faz abaixar a cabeça. – Eu amo você.

O olho nos olhos, ele agarra minha cintura e me puxa para um beijo, desta vez nada trêmulo e mais intenso. O fato de estarmos na minha cama me faz estremecer, pensando em outras coisas.

- Não acha muito cedo para isso? – Ele diz.

- Como sabe no que estou pensando?

- Não foi difícil adivinhar. Você é muito apressada, mocinha. Talvez outro dia. – Ele me dá um último beijo e me deseja boa noite. Depois, desaparece.

Vou ao banheiro, tiro minha maquiagem e troco meu vestido curto pelo pijama de esquilinhos que o Daniel odiava.

Então, apaguei as luzes e fui me deitar. Eram umas 10 e meia da noite. Meio cedo, mas depois do que acabara de acontecer, eu precisava descansar.

Dormi muito bem, mas às 4:15 da manhã, acordei sobressaltada de um pesadelo horrível. Olhando para o escuro, me senti ameaçada e me encolhi na cama. Acendi o abajur e me assustei com a imagem que vi.


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Notas finais do capítulo

~le suspense
E agora? O que a Julie viu? Descubram amanhã, quando sair o capítulo 4! Como sempre, não esqueçam de comentar e recomendar a história! Beijo :*