Fecho Os Meus Olhos E Ouço A Sua Voz escrita por MaarySantiago


Capítulo 13
Os indícios de uma impressionante reviravolta.


Notas iniciais do capítulo

Esse termina meio tenso... Mas pelo menos deixa a história mais interessante, sei que vocês devem estar entediadas.



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- Ah, Julie. – Pedrinho continua. – Não negue.

- Nem dá pra negar mesmo. – Respondo. – Fala sério.

Fico com dó de vê-los ali nos olhando comer. Desço até a cozinha e volto com mais duas bandejas. Acabou que todos nós tomamos café no meu quarto.

Após o café, tinha respingo de café e migalhas pra todos os lados. Os meninos tentaram contornar a situação, mas fiz cara feia e os obriguei a ajudar na limpeza.

Limpo o quarto, todos voltaram aos seus monótonos afazeres, que incluíam olhar para o teto e ver TV pra passar o tempo.

Eu estava na minha cama, vendo TV, no colo de Daniel. Ele alisava o meu cabelo, tudo na mais perfeita paz. Até que meu celular apita.

- Deve ser a Bia. – comento.

E ao checar, era mesmo.

Bia diz: “Julie! Kd vc? Seu pai jah viajou?”

Respondi sucintamente. “To em ksa. Meu pai foi hj cedo. Vem k”

A resposta: “To indo ai”.

- Vou lá embaixo esperar a Bia. – aviso.

- Ah não, fica aqui. – ele pede, fazendo beicinho.

Vontade não faltava de ficar ali com o Daniel, e a Bia que se lascasse. Mas não dava pra ser assim.

- Ah, não dá. Tenho que ir. – também faço beicinho e pisco excessivamente os olhos.

Ele se despede me dando um beijo na testa.

Desço as escadas e Beatriz chega ao mesmo instante. Nos cumprimentamos e ela pergunta se não vamos subir. Já no meu quarto, entramos e Daniel não está mais lá. Ela se senta na minha cama.

- Então amiga, como estão as coisas agora, sem o seu pai?

- Ah, na mesma. Só a Julie e seus EX-fantasmas. Ah, e o Pedrinho.

- Como assim, EX-fantasmas?

Dadas as explicações, ela mal consegue acreditar em minhas palavras, mas quando conto-lhe sobre o caso do quase-flagra, ela aparenta crer no que eu dissera.

- Ai. Meu. Deus. E agora, onde os fantasmas estão dormindo?

- O Félix e o Martin dormiram lá na edícula. – olhei para o lado, esperando que ela não perguntasse nada sobre o Daniel.

- Ah, mas e o Daniel?

- Ele dormiu aqui comigo.

Bia me lança um olhar malicioso.

- Ai, Julie... Só você mesmo.

Rio baixinho.

- Mas então, quero ver esses novos-vivos!

- Devem estar na edícula.

Descemos as escadas e vamos em direção à edícula. Quando abro a porta, vejo os meninos em posição.

- Até que enfim, Julie. Estávamos te esperando para ensaiar. – sorri Félix.

- Ok, mas antes a Bia queria ver os “novos-vivos”!

- Então, gente. – ele pergunta. – Como é se sentir VIVO?

- Ah. – começa Martin. – É legal, mas já bati a cara em um monte de portas, porque sempre esqueço que não dá mais pra atravessar.

Todos rimos. Como são felizes esses momentos entre amigos, não?

Do nada, começo a me sentir meio tonta. As coisas ao meu redor começam a rodar e preciso me sentar no sofá para não sair. Pisco os olhos repetidamente.

- Tá tudo bem, Julie? – pergunta Martin.

- Ai... Não sei não. – digo, enquanto sinto minha cabeça latejar. – Tô meio tonta, sabe?

- Quer um remédio? – propõe Bia.

- Quero sim, amiga.

Ela se retira e vai em busca do remédio. Daniel se senta ao meu lado. Apoio minha cabeça latejante em seu ombro e ele me abraça.

- Ai, Dan. Tô tão mal... – digo, com a voz fraca.

- Será que é virose? – diz Félix, sempre querendo entender mais sobre as doenças.

- Sei lá... Minha cabeça tá latejando.

Só então Bia retorna, com um comprimido e um copo d’água. Assim que o engulo e bebo a água, entrego o copo à Bia e saio correndo em direção ao banheiro. Vomitei loucamente, igual às meninas bulímicas que nós vemos nos documentários. Saio do banheiro já me sentindo melhor.

Ao voltar para a edícula, todos me olham.

- Estranho. – comento. – Nunca tenho enjoo de manhã.

- Deve ter sido alguma coisa que você comeu. – deduz Bia.

- É mesmo. – concordo.

- Ei Julie, vamos dar uma olhada na internet? – propõe Bia.

- Vamos lá.

Subimos até o meu quarto e ela liga meu laptop, mas peço licença para ir ao banheiro.

Depois de alguns minutos, volto, indignada.

- Porcaria de menstruação que não chega. – reclamo.

- Julie... Você e o Daniel têm usado proteção?

- Ele me disse que sim...

- Mas vai que ele esqueceu... – ela encerra a frase e gesticula em frente à sua barriga, querendo dizer que acha que estou grávida.

- Você acha que eu tô grávida?

- Sei lá, Julie. Mal estar, vômito, menstruação atrasada... Tipo, alô-ô? – ela zoa.

- Bia, não tem graça. Um filho? Logo AGORA?


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Notas finais do capítulo

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