They Belong Together escrita por Victor Stark


Capítulo 6
Capítulo 5: No Way Out


Notas iniciais do capítulo

Sorry a Demora!
Sem delongas, aí está ;)



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“De todas as coisas que eu escondi de você; Eu não posso esconder a vergonha; E eu imploro para alguém, que alguma coisa venha; Para levar a dor embora” – No Way Out, Phil Collins.

Eles voaram por um bom tempo, Thor segurava o irmão pelo braço, não deixando-o voar por conta própria. O Mjölnir os levava por cima do enorme lago que havia nos limites daquele planeta. O vento passava por eles rapidamente, e aquela velocidade toda enjoava o estômago do moreno. Então chegaram até um pequeno pedaço de terra no meio daquele emaranhado de água. Era uma pequena ilhazinha sem árvores, sem nada, apenas terra.

Os dois não tardarem em chegar até a ilhazinha, e com um baque, desceram até o solo. Aquele lugar não tinha nada, apenas a terra.

— Será que aqui mesmo? — Perguntou Thor, dando uma volta ao redor de si mesmo, analisando o local.

— Sim, tem que ser aqui. — Loki suspirou, o que viria a acontecer agora?

As asas de Loki bateram e ele voou alguns centímetros do chão, podendo ter uma visão melhor. Thor seguiu imediatamente o irmão, não o deixaria fugir, nunca mais.

— O que você viu, irmão? — Perguntou o mais velho, olhando ao pensativo Loki.

— Que teremos que ficar mais um bom tempo neste lugar.

— POR QUÊ?! — Falou o outro furioso, não queria ficar mais um segundo naquele lugar.

Ali, no chão daquela pequena ilha, apenas à altura, havia grandes e estranhas letras que apenas aos olhos mais minuciosos poderiam serem vistas como letras, para as pessoas ‘comuns’ seriam apenas rastros na terra.

— No chão, é uma linguajem antiga. Eu já as estudei. Diz “Depois da escuridão, vem o brilho, e, após o brilho, a imensidão”.

— E o que isto quer dizer?! — Perguntou sem entender o maior.

— Oras! Está tão explícito. — Loki abanou a cabeça. — Apenas ao amanhecer o portal aparece, deve aparecer apenas por alguns segundos, depois ele deve desaparecer.

— NÃO ACREDITO! — Gritou o mais velho. — MAIS TEMPO NESTE LUGAR!

— Bem, o melhor a fazer é voltar ao reino e...

— NÃO, NÃO E NÃO! — O maior forçou o menor a voltar ao solo. — Vamos esperar aqui.

— Mas, quem é que sabe quanto tempo vamos ter que ficar aqui, esperando?

— Não me importo! — Falou o maior, autoritário. — Mas vamos esperar esse portal aqui, juntos.

— TUDO BEM THOR! TUDO BEM! — Gritou o mais novo. — Você é impossível!

Loki foi até um outro lado e sentou-se de costas para o irmão, tentando fingir estar emburrado. Não sabia o quanto ficaria naquele lugar, mas tinha noção de que quanto mais ficasse ali mais tempo demoraria em ter que encarar seu pai. Talvez, se demorassem muito tempo, o Pai de Todos esqueceria o que Loki fez. Quem sabe, mas, ele bem que sabia que o Pai de Todos nunca esquecia de nada.

Passaram-se alguns minutos, o Deus do Fogo olhava as águas paradas, refletindo o sol, ele estava mais calmo, a idéia até que era boa, ficar ali esperando. Nunca precisou de nada, apesar de tudo, era um Deus, não precisava de comida, mas, o sono lhe batia, e ele gostava de conforto, pelo menos para dormir.

O Deus das Trapaças sentiu algo pesado sentar-se ao seu lado, tinha certeza de quem era. O moreno virou o rosto de maneira que não pudesse nem sequer sentir a presença do loiro, mas, aquele era Thor, era impossível não notá-lo.

— Irmãozinho... Desculpe-me. — Pediu o mais velho, cabisbaixo, tocando o braço do mais novo.

— Thor! Distância! Distância! — Respondeu nervoso Loki, se afastando do mais velho.

O loiro abraçou Loki com força, em um abraço bruto, uma súplica de desculpa. Mas, o moreno, para o desespero do loiro, foi relutante no abraço, no começo, então os braços fortes do loiro apertaram ainda mais o corpo esguio do moreno.

— Não Thor! — Gritou o Moreno. — Você está me machucando!

— Eu vou apertar mais se você não me desculpar!

— Tudo bem! Eu te desculpo, eu te desculpo! — Reclamou Loki, e o mais velho soltou o mais novo do abraço de urso.

Na verdade, Loki nunca havia realmente brigado com o loiro. Mas ele queria mostrar ao outro como se sentia triste por ter que voltar. Ele queria voltar, mas não de maneira que fosse receber uma sentença. O pior é que Thor não entendia, Thor não entendia que se ele voltasse, seria no mínimo apedrejado por sentenças de seu pai. E isso era tudo o que ele não queria. Ter mais um motivo para ser olhado por maus olhos. Se sentir excluído.

Apesar do moreno não perceber, o loiro entendia muito bem pelo que o menor estava passando. Conseguia sentir a preocupação vindo de Loki, e, por tudo, convenceria seu Pai a desculpar o mais novo. Apesar de tudo, sempre levara a culpa por tudo que Loki sempre fazia, e, naquela vez, de novo, compartilharia o sofrimento do irmão. Não o abandonaria. Não na hora que mais precisava de seu apóio.

— Estou cansado. — Comentou Thor, olhando o céu, que brilhava fortemente. — Mas duvido muito que com este sol vamos conseguir dormir.

— É só fechar os olhos e dormir, Thor! — Respondeu Loki, ainda nervoso. Ele não estava cansado, mas sabia que em breve ficaria.

— Nossa! Também não precisa ficar nervoso. — Thor falou, começando a ficar chateado com a má educação do irmão.

— Não preciso? Nós poderíamos estar muito bem no castelo daqueles pequenos. Mas não, você e sua pressa. Agora eu tenho que ficar aqui, esperando algo que nem pode acontecer. — Suspirou, deitando de forma espontânea na areia da pequena ilha deserta.

O menor cobriu os olhos com as mãos, tentando tapar a luz do sol. Então, daquela maneira desconfortável, ele adormeceu.

Loki acordou com um barulho estranho, ele abriu os olhos e viu que estava tudo escuro. Nossa, será que ele havia dormido tanto assim? Mas logo percebeu o que era. Ele estava dentro de algo parecido com uma cabana. Por dentro era toda feita de folhas de árvores enormes. As folhas se fechavam com tão bela graciosidade que formavam uma escuridão total.

Thor entrou por uma portinha feita de um lado daquela estranha cabana. De onde havia vindo aquilo?! Será que tinha sido Thor quem havia feito aquilo para ele?

O moreno olhou para os olhos do mais velho, e viu que tinha olheiras grandes, o Loiro parecia cansado. E realmente, aquilo tudo parecia ter dado trabalho de se fazer.

— Irmão... O que é isso? — Perguntou Loki se levantando.

— Você disse que queria um lugar mais confortável... Bem, foi o melhor que eu consegui.

Loki sorriu, o irmão tinha feito tudo aquilo só para ele se sentir confortável. Naquele momento, a máscara de fúria que ele a tanto ostentava, se caiu. E o moreno correu e abraçou o louro.

Em um segundo, Loki percebeu o que estava fazendo, e tão antes que o loiro pudesse colocar sua forte mão nos cabelos do moreno e que ele lhe desse um daqueles abraços de se quebrar os ossos, se afastou.

— Hum, vejo que você está cansado, irmão. Deite-se e repouse um pouco. Vou ver se eu consigo algo para comermos.

— Tudo bem, estou mesmo MUITO cansado. E se for buscar algo para comer, não vá muito longe... Tudo bem?

E realmente Loki não obedeceu à Thor, foi ao reino dos pequeninos. O Rei acolheu-o normalmente, e implorou para que o Deus do Fogo ficasse ali, que receberia todo o banquete que desejasse. Mas Loki prontamente insistiu.

— Não posso, meu irmão vetou a ideia de eu ficar aqui. Preciso voltar antes que ele desperte e se zangue. Por favor, algo pequeno basta.

O Reizinho pediu para os cozinheiros fazerem algo delicioso para os dois Deuses, e em menos de uma hora já estava tudo pronto. Loki pegou a comida, e bateu as asas, voltando a toda a velocidade para a ilhazinha do portal.

Thor estava já fora da cabana, alisando sua arma. E nem sequer percebeu quando delicadamente Loki pousou ao lado do irmão.

— Eu trouxe comida. — Anunciou Loki, em sua voz monótona.

O loiro pulou, e em um milésimo de segundo o Mjölnir voou ao lado da orelha de Loki, por milímetros não acertando-lhe na cabeça.

— Loki! — Assustou-se o mais velho.

— Thor!? Você está louco?!

— Desculpe, Desculpe! — Disse Thor se aproximando rapidamente do irmão, e agradecendo à Odin por aquele golpe não ter acertado no irmão. — Me Desculpe!

— Você é incrível! — Anunciou Loki, via que aquela era uma boa chance de se vingar do irmão por tudo que estava fazendo. — Primeiro quer me forçar a ir a lugares aonde eu não quero ir. E, agora, quer me matar?! Não sei o que é pior. Acho que vou te deixar você me matar.

— Não, Não... Me Desculpa! — Falou Thor, sentindo-se horrível por quase ter machucado o irmão, que com tanto zelo tentava cuidar. Ele disse quase chorando.

— Você é Mal Thor, você me culpa por tudo que eu fiz. Mesmo fazendo tudo aquilo pelo bem de nosso reino... E eu pensei que você queria aquela vingança...

— E eu queria...

— É claro que queria... Só porquê...

— Porque o quê?

— Eu Sou um Deles. — Daquele modo, Loki não queria chegar aquele ponto, mas mesmo depois de se convencer que ele não era um Deles, percebeu que saíra de sua própria boca, ele era um Deles.

— Loki! — Thor rapidamente foi até o irmão, assim que viu em suas esmeraldas lágrimas. — Você é um de Nós! Você não é um deles!

— Eu sou... Um deles. — Loki tinha um rosto triste que partia o coração grande do Loiro.

Thor abraçou o outro, e, apesar da relutância de Loki, ele continuou abraçando até que o moreno cedeu. E apesar de tudo, o Deus do Fogo amou ser abraçado daquela maneira, ele achou tão reconfortante. E o fez repensar em sua idéia de quem era.

Como o grande Odin sempre falava, não se importa quem você é, desde que seu coração saiba quem você é. Desse modo ele poderia se conformar um pouco. Mas, sempre sentiria o olhar arrogante que os outros lhe lançavam. Quando havia ficado no poder percebeu muitas coisas, entre elas, que eles só o obedeciam porque tinham muito respeito a Odin, mas nunca a ele.

— Oh, o que é aquilo? — Perguntou Thor, tendo sua atenção tomada por algo repentino.

E realmente acontecia algo, ao longe a luz daquele grande sol era tapada por uma pequena ponta. Parecia que estava anoitecendo... Mas, fazia tão pouco tempo que eles estavam ali...

— O que está acontecendo Loki?! — Thor ficou apreensivo, ele odiava quando as coisas aconteciam como não deveria ser.

— Parece que está anoitecendo. — Comentou Loki, indo até a margem daquele rio.

Ele olhou a água que estava parada como um espelho, e viu que ela estava cada vez mais escura. O Sol cada vez mais era encoberto.

— Não está cedo demais para isto? — Perguntou com medo Thor, aquilo não parecia nada bom.

— Bem, talvez sim, talvez não. As vezes passamos mais tempo do que pensávamos aqui. — Loki pensou alto com o irmão. — Como quando eu fui para aquele lugar com o Reizinho, lá o tempo passou de forma bem diferente daqui... Este mundo é realmente estranho.

— Talvez tenhamos que estar preparados. — Comentou Thor, tocando no Mjölnir. — Talvez aqueles monstros apareçam novamente.

— Mesmo se eles aparecerem, você não poderá fazer nada, lembra-se do que aconteceu da última vez?

— É mesmo. — Refletiu Thor.

O lugar estava quase totalmente obscuro, nada era mais visto. Loki fez uma grande fogueira, pois se não, não conseguiriam ver nada. Em um momento repentino, na total escuridão, Loki sentiu algo invisível o abraçar, como se a esperança estivesse sendo puxado de si, e ele estivesse ficando sem fôlego.

Ao mesmo tempo, uma névoa fria encobria o corpo de Loki, e ele sentia algo sussurrando coisas vãs em sua mente. Sentia vontade de chorar, de correr ao rio, se afogar.

Seus pés se mexeram sozinhos, seu corpo estremecia a cada passo. E em poucos segundos conseguiu chegar até a borda do rio, os pés tocando a margem, o toque da água era cálido e confortador. Tudo o que ele mais precisava.

— Loki! — Gritou o irmão mais velho, que até então não compreendia o que acontecia com o outro, e tão pouco sentia qualquer coisa. Será que Loki estava ficando louco de entrar naquele água maluca?

O mais novo olhou para o loiro, e o feitiço que havia em seus olhos se quebraram, e ele viu o que estava prestes a fazer. Viu que iria caminhar até a água, e provavelmente se afogar. A mão de Thor o puxou, para garantir que o irmão realmente não iria adentrar a água, para garantir que ele realmente estaria a salvo.

Algo estranho aconteceu, nada havia aparecido, nenhuma criatura. Mas mesmo assim, o Sol voltava a renascer, mostrar sua face delicada e brilhosa. E assim que a luz tocou o rosto de Thor e Loki, eles puderam ver aquilo que buscavam.

Era um grande espelho, esculpido em uma grande rocha, que ao redor pegava fogo. Mas não era um tipo comum de fogo, era algo selvagem, que protegia o grande espelho. O loiro estava fascinado, seus olhos brilhavam ao ver o que lhe levaria de volta à sua Terra, para Asgard.

Ele deu um passo adiante, e uma das labaredas subiu, e diante dos dois, um homem de fogo se formou. Possuía armadura e uma lança retorcida, tudo de fogo. O homem de fogo se posicionou diante do espelho.

— Vocês, não podem, passar. — Ditou o monstro, ele tinha uma voz estranha, composta de várias outras vozes, que juntas resultava na dele.

— Nós vamos passar. — Anunciou o Asgardiano Loiro, tocando em sua arma.

— Não, não vão.

Loki, astuto como sempre, pensou, o irmão não desistiria da idéia de ir para Asgard, então, se fossem, que fossem da maneira mais fácil. O moreno tomou a frente do irmão, e olhou diretamente a criatura de fogo, com um sorriso.

— Olá, grande criatura de fogo.

— Olá, estranho. — Anunciou a criatura, ainda mantendo a posição de defesa.

— Você sabe quem eu sou? — Perguntou Loki.

— Um Covarde? — Leu a criatura. — O Filho de um Gigante de Gelo... — Continuou, falando toda a verdade. — Aquele quem busca a Paz por meio a Guerra... In...

Loki perdeu as estribeiras, e fez com que o fogo da criatura aumentasse, tirando a atenção das verdades que o ser contava. Thor não entendeu o que aquele ser queria dizer sobre o irmão. Mas, de uma forma ou de outra, teria que ajudá-lo a passar por aquilo.

— O que você quer? — Perguntou Loki, encarando a criatura, agora ainda mais crescida.

— Nada. Apenas a verdade. — A criatura encarou o Deus do Fogo. — Eu sou o guardião do Portal, e, apenas aqueles quem dizem a verdade são dignos de passar.

— Então, te direi a verdade. O que quer saber? — Loki encarou a criatura, tentando se convencer o máximo possível.

— Diga-me Loki, Deus-do-Fogo. Qual o seu maior desejo?

Loki pensou, claro que seu maior desejo era que os Gigantes de Gelo jamais existissem, ou se tornar Rei de Asgard. Mas, eram desejos impossíveis, tal como seu mais profundo desejo... Mas, NÃO! Ele não, NUNCA, poderia falar algo como aquilo, não perto do irmão.

— Eu... — O Deus-Do-Fogo suou. — Amo alguém impossível.

O Ser de fogo sorriu, e um caminho se abriu. Loki avançou sem olhar ao redor, ou para trás, sem encarar Thor, ele sentia uma grande vergonha de si mesmo. Obviamente ele perceberia o desejo mais-do-que fraternal que ele tinha, e o faria mudar do modo Thoriano de sempre.

— Loki, me esp... — Começou o maior, chamando pelo irmão, mas os ouvidos de Loki foram tampados pelo som de algo sendo mudado, ele já sentia que não estava no mundo daqueles pequeninos, não apenas sentia, como via também.

O Loiro não entendeu porque o irmão o havia ido tão rápido, mas era sua vez. Ele encarou a criatura firmemente nos olhos e fez sua melhor postura.

— Vamos, me pergunte! — Clamou o Deus do Trovão.

— Ah, Thor! — Riu-se a criatura. — És tão cego, mas tão puritano. Eu não tenho que te perguntar nada, pois tudo sei sobre seu coração. Passe, não eres mentiroso. Agora passe rápido, pois um fenômeno como esse é muito raro.

Thor sem entender passou pela criatura, e sentiu a mesma coisa que Loki havia sentido ao passar pelo espelho. Ou talvez, algo mais, sentiu conforto, pois sentia que estava mais perto de casa, a cada momento estava mais próximo de casa.


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Notas finais do capítulo

Bem, desculpem a demora! De novo xD
Finalmente os Shippers acabaram xD, agora irá começar a acontecer as coisas xD
Well, os Chaps novos serão postados de Domingo. Ok? =D
Kisses e até os reviews
;)
By Aiko Uchiha~Vii.



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