-Onde ela está? – Théo adentrou no hospital.

A recepcionista se levantou.

-Quem o Senhor procura?

Ele teve vontade de gritar com ela e dizer que ela sabia quem ele procurava, mas ela não sabia e ela não tinha culpa.

-Camila Santos.

-Ah! – Esse “ah” não foi um bom”ah” para Théo, foi um “ah” triste.

-O que houve com ela?

-Senhor Théo...?

-Théo  Beneti

-Eu sinto muito, Sr. Beneti, mas o horário permitido de visita á Srta. Santos na UTI, já passou.

-Diga-me como eu ia saber? Eu vim da Itália!

-Eu sinto senhor, mas terá que aguardar até amanhã.

-Eu não vou aguardar até amanhã! – Berrou Théo.

Um médico que passava viu a situação e resolveu interferir.

-Desculpa meu jovem, mas vamos tentar não gritar no hospital.

-Eu vou gritar até conseguir o que quero! – Esbravejou como um garoto mimado.

-E qual é o problema? – O médico perguntou mantendo a calma.

-Minha namorada- Théo controlou a voz – Está internada na UTI, Camila Santos – O rosto do médico ficou surpreso por alguns segundos, mas ele se esforçou para não esboçar mais do que devia o sentimento. – E eu quero vê-la. E não me importa se o horário dela de visita já passou. Eu vim da Itália e preciso vê-la imediatamente!

-O senhor deve manter a calma. A hora de visita hoje já passou, mas poderá voltar amanhã...

-O senhor não entende? Eu amo aquela garota! E antes havia o maldito câncer em estado terminal que recém descobri que não existia por um erro médico, que trocou os exames! E agora que achei que finalmente teríamos uma chance ela sofre esse acidente?! Eu preciso vê-la!

O rosto do médico e da recepcionista esboçavam preocupação e compaixão.

-Teremos que chamar a equipe responsável pela moça. – Prosseguiu o doutor – Nem eu nem a Srta. Flesh podemos tomar essa providencia. – Ele se virou para a recepcionista. – Pode chamar a doutora Yang e sua equipe,  por favor.

Ela saiu e deixou os dois juntos, Théo encarava o n Ada e o Doutor olhava Théo com piedade.

-Aqui está – Falou Srta.Flesh

-Oi, sou a Dr.Yang. – Falou a mulher meio oriental. – Você viria a ser o Sr. Beneti?

-Sim. E eu quero ver Camila – Falou decidido.

Atrás da Dr. Yang havia mais dois enfermeiros. Uma loira e um loiro.

-Eu sinto muito, jovem, mas apenas amanhã. – Informou a Doutora coma r profissional.

-Escute aqui eu não vou esperar até amanhã! Eu vim da Itália! E eu vou vê-la!

-Pedimos para que o Senhor mantenha a calma. – Falou o enfermeiro loiro.

-Você manteria a calma?

-Vamos tentar não discutir – Interveio a enfermeira.

-Eu recomendo que o senhor ache um hotel ou algum lugar para se hospedar pela noite e poderá voltar amanhã e vê-la no horário correto! – Falou o Doutor.

-Não! Eu preciso vê-la! Ela está sozinha aqui! Ela é do Brasil!

-Os pais não se encontram nessa região? – Perguntou Doutora Yang

-Se eles se encontrassem aqui eu já teria telefonado e pedido para eles estarem aqui!

-Eu entendo seu desespero senhor, mas temos de manter-nos calmo. Estamos no hospital e exigimos silencio – Falou a doutora Yang.

-Eu não vou a lugar nenhuma! Se for para esperar para ver Camila eu vou esperar. Esperar aqui.

Théo se virou e caminhou até a porta onde estava dizendo UTI e se sentou nas poltronas ao lado e antes de cair em um sono ligou para os pais da moça e avisou tudo que havia acontecido.

-Meu Deus! – Exclamou a mãe da moça a prantos.

-Eu sinto muito...

-Nós estamos tentando achar passagens, mas não há nenhuma para agora. Vai demorar um pouco. Vamos assim que conseguirmos, por favor, nos mantenha informado – Disse o pai da moça que estava mais controlado.

-Farei o que eu puder.

-Obrigado.

Théo desligou e tentou dormir.

-Sr.Beneti? – Chamou a enfermeira loira de ontem.

-Sim? – Ele falou acordando.

-Já pode ver a Srta. Santos.

Théo pulou da cadeira e procurou seguir a enfermeira.

Eles chegaram a um quarto onde havia uma Camila dependente de vários aparelhos vitais e cheia de roxos, o coração de Théo doeu ao ver isso.

As lágrimas ardiam em seus olhos e ele se segurou para não demonstrar fraqueza a frente daquela enfermeira, já estava envergonhado o suficiente pela crise de raiva ontem.

-Vou lhes deixar a sós.

Théo apenas assentiu agradecendo e foi até Camila quando a enfermeira saiu.

Ele puxou uma cadeira para o lado dela.

Queria toca-la, mas cada mínimo lugar de seu corpo parecia estar machucado.

Ela parecia uma boneca de porcelana quebrada.

Théo deixou cair uma lágrima, mas respirou fundo.

Ele pegou a mão da Camila e a encaixou na dele, ela estava fria.

Mas então quando Théo pensou que esse seria o momento mais terrível de sua vida algo aconteceu.

A mão de Camila apertou a dele.

Ele ergueu o rosto e encontrou os pequenos olhos azuis o fitando.

Ele achou que estava sonhando.

Piscou os olhos, mas era Camila e ela havia acordado.

Ele se levantou em um  pulo.

-Camila!

-Théo? Onde é que eu to?

-Camila! Você, você...

-Eu o que?! Ai Théo fala direito!

O garoto riu, ela era tão impaciente.

-Eu vou chamar o médico.

Ele apertou o botão.

-Enquanto ele não vem me fala! – Ela pediu, mas logo a Doutora Yang e sua equipe entrou.

-O que... Como isso é possível?! – Falou olhando para Camila.

-Eu não sei – Disse Theo. – Eu apenas toquei na mão dela e...

A doutora já examinava Camila.

-Está sentindo alguma coisa querida?

-Minha cabeça dói. E meu corpo, mas eu estou bem em resto. É como uma dor depois de fazer academia, fadiga. – Camila falava alemão como Théo também havia falado, a diferença é que ela parecia uma alemã legítima.

-Eu nunca vi isso. – Comentou Dr.Yang. Examinando com aquela luzinha chata os olhos da moça. – Podemos tira-la da observação. Ela nem parece ter estado em coma.

-Coma? – Repetiu Camila – Achei que eu estava dormindo.

Todos ficaram espantados.

-Vamos investigar isso. – Confirmou a Dr. Yang.

Então apareceram dois funcionários e transferiram a cama de Camila para um quarto normal onde ela estava apenas ligada ao soro.

Camila realmente não parecia ter sido internada estava alegre e falava que nem louca.

Mas já há tarde ela desanimou.

-O que foi, Mila? – Perguntou Théo percebendo a expressão da garota.

- Não sei qual o grande sentido de Ele ter me poupado a vida no acidente.

-O que? Por que diz isso Mila? Se não fosse Ele eu não teria você.

-Por mais umas semanas, eu não sei o quanto resisto ao câncer.

Théo havia esquecido de contar a garota sobre a troca dos exames.

Ele sorriu.

-Mila, você não tem câncer.

- O que? Mas o médico disse...

-Eles trocaram os exames, você apenas estava com uma virose.

Camila sorriu de canto a canto.

-Sério?

-Sim!

Mila pulou e abraçou Théo.

-Eu vou ficar viva?

-Vai!

Ela beijou o garoto apaixonadamente.

Mas o telefone de Camila no bolso de Théo interrompeu tudo.

Théo fez sinal para passar para Camila ela sorriu e pegou o celular.

-Alô – Ela falou ao atender sem ver o visor.

-Camila?! – Era sua mãe – Camila?!

-Mãe!

-Graças a Deus! Théo falou que você estava em coma! Ele não estava brincando com a gente estava? Seu pai e eu estamos preparando as coisas para viajar! E mocinha como você não me contou da ida ao médico...

-Mãe podemos conversar sobre isso depois. Théo não brincou, segundo a Dr. Yang eu estava em coma, mas agora não estou mais. Ela ficou surpresa com meu quadro de melhora assim como todos. Mas para mim foi Théo – Ela sorriu para o garoto – E sempre vai ser.

-Ainda estão na Alemanha? – Perguntou com uma voz controlada.

-Sim, mas assim que pudermos vamos embora. Se for comprar passagem compre para a Itália.

-Itália?

-É pra onde eu vou. Junto a Théo.

Ela ouviu a mãe rir.

-Então tá. Ligue-me todos os dias. Eu fico aliviada de saber que você está bem meu doce, seu pai quer falar com você. Eu te amo.

-Também te amo, mãe.

Ela passou o telefone para o pai da garota.

-Filha! – Exclamou o Sr.Santos.

-Pai!

-Como você está? Esse garoto brincou conosco? Eu quero essa história explicada! E qual o envolvimento de vocês?

-Estou bem, nem parece que estive em coma, foi como se eu estivesse apenas dormindo e esperando o Théo me acordar – Ela riu. – Ele não brincou com ninguém estava tão preocupado quanto vocês. Em breve nos veremos e tudo será explicado. Nós estamos namorando pai! – Ela falou como se isso fosse obvio para o pai.

-Tem de esclarecer muito para nós mocinha.

-Eu prometo. Veremos-nos na Itália.

-Itália?

-Eu já expliquei á mamãe.

-Tudo bem, descanse filinha. Eu te amo.

-Também te amo, beijos.

Ela desligou o telefone.

-Eles acham que eu estava brincando sobre o coma? – Perguntou Théo magoado.

Camila se ajoelhou na cama e ficou de frente á ele.

-Eu já expliquei. Não vou precisar dar mais explicações hoje, né? – Ela passou os braços envolta do pescoço de Théo – Porque eu espero beijar-lhe hoje e sempre.

Ele riu e agradecendo o carinho da moça a beijou.

-Ah! – Disse Théo – Lembrei-me de algo!

Ele saiu do quarto e de 25 minutos voltou com um buque de rosas iguais aos do sonho dela.

Camila ficou maravilhada e contou todo o sonho a Théo.

Depois quando já era noite Camila dormiu e Théo ficou brincando coma  aliança decidindo quando seria o melhor momento para entregar-lhe isso.

Na Itália na praia.

O lugar perfeito.