Dia 13 de janeiro (Théo)

Meia noite Camila e minha família estão dormindo.

Cara, to muito bolado com o câncer da Camila. Sei lá eu estava mesmo afim dela e do nada, ela me diz que vai morrer em um mês!

É demais!

Eu estou levando-a em todos os lugares legais que eu conheço, ela parece gostar. Mas às vezes ficou um pouco abatida. Deve ficar triste. Saber que vai morrer é uma coisa que não anima uma pessoa e saber que a pessoa que parece ser sua vida vai morrer não anima nem um pouco também, acredite!

Hoje ele vai embora, vou levá-la ao aeroporto às 8h para ela pegar o vôo, até a próxima cidade onde vai passar uma semana. Ela me contou que na sua última semana de vida vai ficar no Brasil com sua família, queria ficar junto.

Théo.

Dia 13 de janeiro (A caminho de Paris)

A despedida foi difícil, ou melhor, sempre é. Fiz ótimos amigos, mas nunca voltarei a vê-los.

Théo me levou até o aeroporto, mas só depois de uma última caminhada na praia.

Esperamos sentados no aeroporto por 1h30min, o vôo atrasou, isso sempre acontece comigo, mas desta vez foi bom porque fiquei mais tempo com o Théo. Ficamos abraçados, por um bom tempo trocando doces beijos.

Quando meu avião chegou Théo me beijou, uma lágrima escorreu no meu rosto, ele a enxugou e beijou minha testa com muito carinho. Em seguida sussurrou no meu ouvido.

–Tu ser la minha vita, I’amore

“Você é minha vida, te amo” em italiano chorei com isso, era uma pena ter que deixá-lo.

O voo foi tranquilo, na medida do possível, sentia falta de Théo e do modo como me fazia rir.

Vou descansar a cabeça um pouco.