Uma História De Terror. escrita por Giulia M


Capítulo 1
Capítulo Único




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            Amanda acorda. Parecia que ela não abria os olhos há anos! Tudo muito escuro. Um cheiro de flores e terra molhada por perto. Um movimento para o lado e... BUM! Ela estava presa, presa numa caixa.

            O que estaria fazendo ali? Flashes de memória vêm em sua mente. Noite, voltando da locadora, bem tarde. Poucas pessoas na rua. Um homem perseguindo-a. Corre. Vira a esquina. Um assaltante pegando a bolsa de uma senhora. Tenta voltar, mas já é tarde demais. Um tiro. O som das ambulâncias chegando. O som do choro da sua mãe quando soube da terrível notícia... Ah! Que tristeza! Sim, ela estava morta. Ou melhor, morta-viva, pois o que estava fazendo desperta dentro de um caixão? Teria virado um fantasma? Bobagem! Fantasmas não existem.

            Ela ainda estava respirando. Será que o médico havia dado o diagnóstico errado? Será que ainda estava viva? Se estava, teria que dar um jeito de sair dali. Não tinha oxigênio suficiente para passar mais do que uma hora presa.

            Um barulho próximo faz com que ela interrompa os seus pensamentos. Passam-se alguns minutos em silêncio, mas, logo, o barulho retorna. Alguém estava cavando um buraco. Um buraco bem em sua direção. Era alguém que sabia que ela estava viva. Será que os médicos haviam percebido o erro e vieram salvá-la? Amanda espera por mais alguns minutos. O barulho vai ficando cada vez mais alto. Cada vez mais alto até que BUM! Acertam a tampa.

            Era a hora da verdade. Alguém quebra a tranca e abre a caixa. Luz! Mas não era do sol. Uma lanterna. Era noite.

            Uma mão aparece para ajudá-la a se levantar. Ela a segura, firmemente, enquanto é puxada para cima. Que alegria! Iria sair correndo, contar para sua mãe que estava viva. No começo, ela ficaria assustada, mas depois tudo voltaria a ser como era antes. Pelo menos, era assim que ela pensava, antes de ver a pessoa que a salvara. Antes de reconhecer aquele rosto pálido visto em fotos, apenas. Era ele: seu pai.

            O pai que desaparecera quando ela ainda era criança. Era ele. O que estaria fazendo ali, depois de tantos anos?! Mal tinha se colocado de pé e já bombardeou-o com perguntas. Ele disse que era melhor conversarem em um lugar mais reservado. Assim, Amanda aguardou até que ele fechasse o buraco com terra, para seguirem até uma lanchonete no centro da cidade.

            Quando os dois chegaram, não havia muita gente no local. De acordo com o relógio na parede, eram duas horas da manhã. Eles se sentaram em uma mesa ao fundo e após pedirem dois refrigerantes, o pai pediu que Amanda escutasse-o, atentamente. E foi isso o que ela fez

            Enquanto escutava as palavras que saíam feito flechas da boca de seu pai, Amanda foi ficando cada vez mais agitada. Não era possível, aquilo não era verdade! Ela queria sair dali e voltar para falar com sua mãe, dizer que estava viva e receber seu caloroso abraço, mas as palavras de seu pai as atingiam fortemente. Mesmo ele ainda não tendo atingido o ponto principal, usado o termo mestre, Amanda já sabia aonde aquela conversa ia chegar. E quando ele ia dizer aquelas palavras, as palavras-chaves, tudo começou a girar. Amanda gritou, enquanto tudo parecia desabar a sua volta.

            Um barulho irritante, mas costumeiro, acorda Amanda. Ainda assustada, ela se levanta e desliga o seu despertador. Depois que o barulho cessa, tudo começa a fazer sentido para ela. Eram seis horas da manhã de segunda-feira. Horário de levantar e se arrumar para o colégio, seguindo a mesma rotina de sempre. Ver seus amigos e dar bom dia aos seus pais. Nada de extraordinário.  Ainda insegura, Amanda se dirige até a porta de seu quarto e dá uma espiada para fora. Ali tudo estava normal também. Sim, tudo não havia passado de um pesadelo, um péssimo pesadelo. Voltando ao seu quarto, ela vê o livro de terror que havia lido até tarde na noite anterior. Provavelmente, foi por causa dele que Amanda teve o pesadelo. Pensando assim, ela o pega em suas mãos e o joga dentro do armário. Fecha a porta e desce para a cozinha, tomar café com a sua família. A única coisa que devia deixar Amanda preocupada era o título do livro: “Amanda, a Imortal”, que estava escrito em letras grandes e vermelhas, na frente de uma foto de uma garotinha, muito parecida com ela, com um olhar perdido e assustado.


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