Ghost Of You escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 2
O2. Dreaming Out Loud With My Sofia.


Notas iniciais do capítulo

Enjoy :)



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- A... pessoa que esfaqueou minha filha... Sua fã. Ela era uma das suas beliebers, disse que você “seria muito mais feliz se ela morresse”. – Ricardo me fuzilava com o olhar. Abri a boca, em choque. Uma belieber? Uma belieber esfaqueou minha Sofia? Uma fã minha esfaqueou a garota que eu amava e minha melhor amiga dizendo que eu seria feliz com a morte dela?

Eu sou o culpado disso tudo?


- Desgraçado! Assassino! – Ricardo gritava para mim, segurando-me pela gola da camisa. Apertei os olhos quando ele levantou o punho direito, a mão fechada, pronto para acertar um soco em meu rosto. Um soco bem dado.

- Ei, você!! Tire suas mãos do meu filho! – Eu ouvi um grito de minha mãe, mas não foi a tempo que Lenny corresse e me separasse do pai de Sofia antes dele voltar a me agredir: ele me acertou um soco na cara antes. Foi, tipo, dois segundos depois do golpe, Lenny chegou e Ricardo me soltou, fazendo-me cair no chão, com a mão no rosto, ainda em choque. Belieber?

Abri os olhos quando minha mãe me segurou pelos ombros. Ela havia acabado de chegar com Lenny e Scooter no hospital. Lenny e Scooter tentavam conter Ricardo de me atacar de novo, Scooter repetia bem alto que eu não tinha culpa, e os dois o levaram para longe de mim. Enfim, depois daquela confusão, Sr. Gomez voltou mais calmo, Mandy apareceu e ela o abraçou para acalmá-lo. Daí eu entrei no quarto que a vi saindo, e então pude ver Sofia pálida, deitada numa cama, coberta até um pouco abaixo do busto com um cobertor branco. Ela usava um pijama típico de hospital, sem mangas, e eu pude ver a quantidade de sondas que enfiaram nas veias da minha Sofia. Soros e mais um bando de coisas. Uma entrava por seu nariz, eu não sabia o por quê daquilo, alguns eletrodos estavam em sua testa e em seu peito, ligando-a a um monitor do eletrocardiograma e de um medidor de atividade cerebral. Eu pude notar que ela estava com o tórax enfaixado. Sara estava naquele quarto, segurava a mão direita de Sofia. Uma enfermeira estava mais atrás, em choque com a minha presença e a de Sara e o fato de que Sofia estava internada.

Uma belieber, minha cabeça repetiu. Uma belieber, Deus do céu. Sofia estava daquele jeito por minha causa. Sara olhou para mim com um olhar abatido, e se afastou para que eu a visse. Eu avancei e toquei a mão de Sofia de leve. Afastei a mão, levando praticamente um susto.

- E-ela está tão fria... – Gaguejei. Olhei para a enfermeira. – Ela está bem?

- Sim, sim, ela está bem por enquanto.

Olhei para a mão de Sofia de novo, e coloquei a mão no bolso traseiro da calça. Tirei um anel fino, dourado, com a letra J que ao mesmo tempo lembrava as letras f e S (J de Jason, S de Sofia e f de forever. Jason e Sofia forever. Viu? Eu sei pensar!) gravada de um jeito bem fino e gracioso. Era bonito. Eu peguei a mão de Sofia delicadamente, a mão direita, e coloquei o anel no dedo anelar dela. Sofia estava pálida e gelada, e aquilo me assustava, mas eu fiquei forte, afinal, ela ainda estava viva. Sara me olhava, prestando atenção no que eu fazia.

- Acorda logo, viu? Eu te amo, Sofy. – Eu sussurrei, me abaixando e chegando bem perto de seu ouvido. Assim que me ergui, eu baixei o olhar, olhei para Sofia desacordada. Engraçado... mesmo naquele estado, ela continuava linda. Linda, fofa, com a expressão serena... Como se ela fosse a Bela Adormecida. Em uma simples olhada e o pensamento de Sofia Bela Adormecida veio em minha mente, minha mente me pregou uma peça e uma imagem veio em minha mente de Sofia vestida de Bela Adormecida.


Sacudi a cabeça, com um sorriso fraco no rosto, mas a tristeza me invadiu novamente. Olhei para baixo.

- Você está bem? – Sara me perguntou.

- Não... Eu tenho que respirar um pouco. – Eu disse, saindo do quarto. Me sentei no chão, encostando na parede. Minha mãe veio ver o que estava acontecendo comigo. Meu olhar estava perdido no outro lado, eu estava meio em choque. Muito. Ela se ajoelhou à minha frente, e eu observei Sr. Gomez entrar no quarto de Sofia assim que eu saí.

- Jason, está tudo bem? – Minha mãe me perguntou.

- Minha culpa... Isso tudo é minha culpa. – Eu soltei.

- Claro que não! – Ela rebateu.

- Claro que sim... A garota que a esfaqueou é uma belieber... Ela fez o que fez por minha causa... E eu vi tudo... – Minha voz saiu numa expiração fraca.

- Filho... eu sinto muito, querido... – Minha mãe suspirou, abraçando meu corpo e fazendo-me encostar o rosto em seu peito e fechar os olhos. Mas eu não consegui fechar os olhos, em um simples segundo de escuridão, aquela cena da belieber invadindo o palco, o grito de Sofia e o barulho alto do microfone caindo do chão, e Sofia desabando. Abri os olhos de novo. Não queria ficar de olhos fechados.

Minha mãe se sentou ao meu lado, e apoiou minha cabeça em seu ombro.

- Sabe, eu aprendi uma coisa. Sabe, pensar em coisas engraçadas quando se está triste. Quando você pensa que está feliz, seu cérebro assimila isso como se você estivesse numa situação boa e faz seu corpo se sentir bem. Entende?

Assenti. Eu já tinha ouvido aquilo antes. Mas eu não queria tentar. Seria cretino demais da minha parte.

- Olha, vamos ver. – Ela se ergueu um pouco. – Lembra de quando você e Sofia se conheceram? Você ficou de joelhos na frente do Scooter, implorando para ele te levar pra conhecê-la. E se lembra como você agiu na frente dela?

Eu ri.

- Eu desmaiei. – Sorri. – Fiquei tão Omg, Omg, que desmaiei na frente dela. Ela não ficou com uma primeira imagem boa de mim. Ela pensou que eu fosse um fã louco. – Ri. – Se bem que eu era.

Eu e minha mãe conversamos sobre os momentos alegres de Sofia, tanto comigo, quanto na TV, com Sara, no geral. E, os momentos alegres dela não eram poucos. Waverly Place, Programa de Proteção para Princesas, momentos com os amigos, o dia que ela se vestiu de aluna de Hogwarts numa festa de Halloween em que fui eu, ela, Sara (que ainda namorava John Jonas, eles foram de Troy e Gabriella) e mais muita gente desse meio, ela se vestiu de um cosplay de Harry Potter só pra implicar comigo, que não gosto muito... Eu me vi em pouco tempo rindo naturalmente com a minha mãe, os olhos já com olheiras fracas.

Algumas horas depois, deviam ser, tipo, meia noite e meia, eu quase não via mais os pais de Sofia, quando minha mãe já estava quase me convencendo e ir pra casa e dormir, comer, fazer tudo o que não fazia direito havia uns dias, os pais de Sofia apareceram assustados, e eu vi Sofia ser carregada ás pressas numa maca para outro setor da emergência. Me ergui de imediato.

- O que aconteceu?! – Perguntei. Sara saiu do quarto de Sofia, e me segurou pelos ombros. – Sara, o que aconteceu com ela?!

- Uma parada cardíaca! O coração dela parou de repente, eu estava lá, e de repente aquela máquina começou a Pi-pi-pi-pi-pi-pi-pi, bem rápido! – Ela estava apavorada, falava muito rápido e embolado, chorava ao mesmo tempo, eu quase não entendi. Eu arregalei os olhos.

- O que fizeram com ela?!

- Vão reanimá-la antes que seja tarde, eu acho...

Ok, toda as tentativas de minha mãe de me levar pra nossa casa em LA foram por terra naquela hora. Eu passei, literalmente, um dia inteiro sem dormir nem comer na UTI do hospital. Convenci minha mãe de que ela podia ir para casa e eu ficaria bem (nem sei como consegui fazer com que ela fosse). Taylor e Carly, as duas estavam lá pelo Texas e Tenessee fazendo shows, vieram assim que puderam para Los Angeles, e, ás cinco e meia da manhã chegaram no hospital, e encontraram eu e Sara mais os pais de Sofia, Scooter e a The Scene no corredor. Sofia teve um problema na cicatrização da cirurgia, o que resultou em parada cardíaca.

Daquela vez eu não pude ver como a minha garota estava. Não sei como a localização dela não foi descoberta pelos paparazzi tão cedo, enfim, foi bom não ter um bilhão de fotógrafos num corredor de UTI de um hospital particular em Los Angeles. A noite inteira eu passei consolando Taylor, que estava mais incrédula que eu. Quando eram seis e meia da manhã, minha mãe me ligou e disse que iria voltar. Eu me sentei numa cadeira no corredor e encostei a cabeça na parede. Comecei a viajar, imaginar Sofia boa, me beijando, eu chamando-a de shawty, brincando com ela sobre meu swag.

Fechei os olhos, cedendo aos sonhos com Sofia. Os sonhos em que ela estava comigo, nós ríamos juntos como dois idiotas que nem na vida real, a diferença era que no final de cada risada ela me puxava para perto e me beijava de leve, dizendo em sussurros que me amava. Ela me chamava de ma’boy, meu garoto, e eu a chamava de shawty. Eu estava tendo sonhos com ela, a minha deusa, minha melhor amiga.

Eu sonhava com a minha Sofia Marie Gomez.


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Notas finais do capítulo

Final fofo? Sim, não?
Comentem, viu?
>>>>PARA OS LEITORES ANTIGOS
Antes eu estava com uma crise de inferioridade e tals, queria deixar a história assim mesmo pra ser deletada, mas aí eu postei um capítulo novo depois de muito tempo e vocês continuaram comigo, e eu amei isso e quis continuar, por isso tive de mudar os nomes da Sel, Jus & cia para esses nomes! Amo vocês :)