Forbbiden Egoist escrita por kahcherry


Capítulo 1
Oneshot




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Foi em um de meus passeios noturnos em busca de comida que eu o vi pela primeira vez. Era lindo, tão lindo que nem sei explicar o quanto. Uma criatura tão doce, tão gentil, tão bela que, não existiam palavras para descreve-la. Emitia uma luz forte como o Sol. Uma luz linda, linda como a própria criatura. A forte luz que emitia, junto àquela beleza natural cativava todas as poucas pessoas presentes, embora eu não tivesse certeza de que as pessoas da cidade podiam ver aquela criatura tão bela. Ela ainda ficou suspensa no céu durante alguns minutos, até que abriu suas belas asas e, num piscar de olhos, desapareceu.

   Depois de mais duas aparições daquela bela criatura, já não existiam mais dúvidas sobre o que era. E eu também não tive dúvidas sobre o que eu sentia por ela. Mas junto com essas certezas, vieram as dúvidas sobre a minha posição nessa história. Como eu, criatura da noite, poderia chegar perto dela, doce criatura da luz? Como eu, tão cheio de ódio que sou, poderia me aproximar dela, criatura tão bela? Como eu, sendo o que sou, poderia chegar aos pés dela, sendo ela o que é?

   Como um vampiro poderia se apaixonar por um anjo???

 

   Meu nome? Meu nome não tem a mínima importância perto da beleza daquele anjo. Qualquer nome que se compare à beleza dele poderia ser o meu. Meus pais me “batizaram” de Gabriel. Pesquisando por esse nome, descobri que Gabriel é nome de anjo. Como sou um vampiro, mudei meu nome para Kuro, que significa Negro. Mas a paixão pelo anjo foi tanta que preferi voltar a ser Gabriel. Quem sabe, pelo nome, aquele anjo maravilhoso não me confundiria com outro...

 

   Todo o dia era a mesma coisa. Eu ficava fora a noite inteira e voltava antes do Sol nascer. Depois dormia o dia inteiro, para que pudesse sair de novo. Mas aquele dia foi diferente. Eu acordei e ainda não tinha escurecido. Levantei-me e me olhei no espelho, mas só depois me lembrei de que eu não tinha reflexo. Olhei para mim mesmo e pensei que os vampiros poderiam ser chamados de anjos negros. Eu tinha um longo cabelo negro, e grandes asas negras, iguais às belas asas do anjo.

   Então uma dúvida tomou conta de mim. O que o anjo fazia ali? Por que ele aparecia todas as noites, iluminando o céu inteiro?

   Quando anoiteceu, eu olhei além da minha janela e pulei dela, abrindo minhas asas e voando até o topo da última torre do castelo onde eu morava. Mas de lá não quis sair. Não precisava me alimentar, nem estava com vontade de sair. Eu só queria ficar ali, admirando a Lua e esperando a aparição do anjo.

   Não demorou muito. Apenas alguns minutos depois da minha chegada, o anjo apareceu. Materializou-se diante de mim em um piscar de olhos. Estava a menos de um metro de mim. Qualquer vampiro que visse uma luz tão forte, tão perto assim teria se transformado em poeira, e seria varrido para longe. Mas a paixão era tanta que não aconteceu nada comigo. Fiquei olhando aquele anjo tão belo, até que ele virou-se para mim, jogou-me um beijo e se foi.

 

   Será que sou pecador por ter me apaixonado por um anjo? Na verdade, eu já sou pecador, por ser o que sou. Fui transformado em pecador, e não tive escolha. Não escolheram para mim nem a vida, nem a morte. Fui condenado ao meio termo da imortalidade.

   Fiquei lá, em meu castelo, acordado o dia inteiro. Com o fogo da paixão correndo em minhas veias.

   Naquela noite, tive medo de sair. medo de que o anjo não aparecesse. Mas ao mesmo tempo, uma vontade enorme de vê-lo apoderou-se de mim. Eu precisava ver aquela doce criatura que de mim arrancou até a sede de sangue.

   Ao anoitecer, pulei da janela, como de costume, e voei em direção à Lua. Precisava abrir minhas asas. Fiquei ali, parado durante algum tempo, observando as luzes da cidade, até que uma luz muito forte iluminou o céu. Quando me virei, lá estava o anjo, a poucos centímetros de mim. Segurou minhas mãos e olhou no fundo dos meus olhos cinzentos e sem vida.

   Fiquei admirando demoradamente a beleza do anjo. Aqueles cabelos lindos, loiros. Aqueles olhos verdes como as folhas de uma árvore.

   Coloquei minha mão naquele belo rosto e acariciei sua pele, tão branca quanto a Lua mais linda brilhando na noite mais sombria.

   O anjo colocou a mão no meu rosto e me perguntou:

   - Quem fez isso com você?

   - Um vampiro me atacou, sem compaixão, me prendendo eternamente em meus dezessete anos, e me condenando a viver naquele castelo, como um vampiro.

   - Vou te proteger. Vou cuidar de você.

   O anjo piscou para mim e desapareceu.

 

   Não dormi naquele dia. Queria apenas lembrar-me da aparição do anjo. Quando escureceu, voei para a última torre de meu castelo, e esperei. Mas o anjo não apareceu. Será que não queria mais me ver? Depois de tudo que tinha acontecido?

   Eu estava enganado, mas ainda não sabia disso.

   Durante dois dias, fiquei confinado em meu quarto, com a paixão e a tristeza só aumentando. Estava com fome, e precisava me alimentar. Estava ficando cada vez mais fraco. Até que olhei pela janela e vi uma jovem na rua. Voei até ela, e a segurei pelo pescoço. Tentei morde-la, mas uma força muito estranha tomou conta do meu corpo. Eu não podia fazer aquilo. Larguei a garota e voei de volta para a torre. Estava muito fraco. Até que me deu uma forte tontura e comecei a cair. Me estatelei no chão, mas não sofri nenhum arranhão. Sentei-me, e me apoiei em uma árvore, até que vi um rato. Peguei-o pelo rabo e suguei todo o seu sangue. Fiz isso com mais dois ratos, e senti minhas forças voltando.

   Eu precisava de sangue humano, mas consegui forças o suficiente para voltar para o topo da torre. Olhei para a Lua e gritei:

   - Eu sei que você está aí. Sinto sua presença.

   O anjo apareceu, na minha frente, e disse:

   - Você não é mais um vampiro.

   - Como pode dizer isso?

   - Você não conseguiu matar aquela jovem. Por quê?

   - Não sei. Acho que é porque você não gosta disso, meu anjo.

   - Mas sem sangue humano você não sobrevive.

   - Prefiro morrer de fraqueza a te ver triste.

   - E por que prefere tal coisa?

   Olhei demoradamente para o anjo e puxei-o pelo braço:

   - Por que eu te amo.

   O anjo se assustou com a minha revelação e desapareceu.

 

   Durante uma semana, fiquei escondido em meu quarto, me alimentando do sangue de ratos. O anjo não apareceu mais pra mim. Mas eu sabia que ele estava lá. Eu sentia a presença dele.

   Quando escureceu, eu abri a janela e voei para longe. Voei duas horas sem parar. Voei até não agüentar mais. Até que cheguei em um lago. Sentei perto dele e passei minhas mãos pela água. Olhei para os lados, mas não vi nada. Percebi que o dia estava se preparando para nascer, então me embrenhei em uma floresta escura. Fiquei lá, me alimentando de qualquer criatura que cruzasse o meu caminho, até escurecer novamente.

   Abri minhas asas e voei de volta para o meu castelo. Até que o anjo apareceu na minha frente:

   - Por que você não para de me perseguir?

   - Eu vivo apenas para te proteger.

   - Eu não preciso da sua proteção!

   - Você precisa de mim mais do que imagina.

   O anjo me olhou mais uma vez e desapareceu.

 

   Mais um dia se passa e lá estou eu, sentado no topo da torre, admirando a Lua. Mas o anjo não apareceu. Nem nos outros três dias que se seguiram.

   Certa noite, eu estava admirando a Lua, lá da janela do meu quarto, até que gritei:

   - Por que não aparece mais pra mim, meu anjo da guarda?

   Então o anjo se materializou na minha frente e disse:

   - Eu sempre estou com você. Mesmo que eu não apareça.

   O anjo me segurou pelas mãos e me levou até o topo da torre, até que disse:

   - Eu sei onde seus pais estão enterrados.

   - Você o quê? Você sabe? Você...

   - Se quiser, eu posso te levar até lá, quer?

   - Claro que quero!

   Então, o anjo me levou até um cemitério, muito longe do meu castelo. O cemitério parecia estar abandonado há anos. Eu e o anjo fomos andando até dois túmulos, onde estavam escritos os nomes de meus pais. Tinha uma rosa vermelha em cada um. O anjo virou-se para mim e disse:

   - Eu trouxe estas rosas ontem.

   Olhei bem para a rosa do túmulo de minha mãe e peguei. No instante em que meus dedos tocaram o talo da rosa, ela ficou negra. Senti uma lágrima escorrer de meus olhos. A enxuguei rapidamente e larguei a rosa negra. Abri minhas asas e voltei para o meu castelo. Chegando lá, sentei no topo da torre e senti outras lágrimas escorrendo de meus olhos.

   Vi, na minha frente, surgir uma luz muito forte. O anjo reapareceu e sentou do meu lado. Enxugou minhas lágrimas e perguntou-me se eu estava bem:

   - Sabe, meu anjo, eu nunca voltei para casa, para mostrar aos meus pais no que eu fui transformado. Mas, agora... eles já não estão mais comigo...

   - Quem disse que eles não estão mais com você? eles sempre andam ao seu lado. Eles estão aqui.

   O anjo apontou para o meu coração, e disse:

   - É melhor você entrar. Já vai amanhecer.

 

Naquela noite, o anjo abriu meus olhos para algo que eu havia esquecido há muito tempo. Todas as pessoas que perdi, quando fui condenado à imortalidade ainda estavam comigo, porque elas me amavam.

   Durante outros dois dias, o anjo se ausentou. Fiquei muito triste, pois ainda o amava, mas sabia que ele estava lá, olhando por mim. Eu sentia a sua presença.

   Passei vários dias sem me alimentar. Acho que tinha afugentado todos os ratos do meu castelo. Eu estava tão fraco, que desmaiei. Acordei, horas depois, e percebi que estava deitado no meu quarto. Olhei para o lado, e lá estava o meu amado anjo cuidando de mim. Havia muitos ratos correndo pelo quarto.

   - Meu anjo, você... você me trouxe esses ratos?

   - Não quero te ver assim, tão fraco. Jurei que iria te proteger, e vou fazer isso até o fim.

   - Pode ir embora, se quiser.

   - Não quero. Vou ficar aqui, cuidando de você.

   Suguei o sangue de alguns ratos, enquanto o anjo acariciava meu longo cabelo.

   - Por que você continua aqui, já disse que não preciso da sua proteção.

   - Se você não precisasse, estaria aí, caído nesse chão até agora.

   - E por que resolveu proteger logo a mim?

   - Porque eu... isso não vem ao caso. Acho que agora você vai ficar bem. Eu tenho que ir. Não abra a janela. Já é dia.

   - Por que se preocupa tanto comigo?

   - Descanse, para sarar logo. Até, Gabriel.

   - Como sabe que meu nome é Gabriel?

   Mas já era tarde, meu anjo já tinha desaparecido.

 

   Eu estava enganado sobre o anjo. Se não fosse por ele, eu estaria morto agora.

   Naquela noite, eu já estava bem melhor. Voei para o topo da torre e olhei para a Lua, e vi que era noite de Lua Cheia. Era a noite do lobisomem que morava na cidade. Estava observando a beleza da Lua, quando ouvi um uivo. Logo em seguida, vi um lobisomem que corria pelas ruas da cidade. Fiquei de pé na torre e pensei em ir até lá e sugar o sangue do lobo. Abri minhas asas e me preparei para voar, mas naquele exato momento, o anjo apareceu, na minha frente.

   - Saia da frente, meu anjo, tenho sangue pra beber.

   - Você não pode ir até lá. Não sabe que a única fera que pode matar um vampiro é um lobisomem?

   - Eu terei cuidado.

   Abri minhas asas e voei até a cidade. Tentei encurralar o lobisomem, mas ele me atacou primeiro. Caí no chão, muito ferido. Olhei para o lobisomem, que se preparou para me atacar novamente, mas vi apenas uma luz muito forte surgir, antes de perder a consciência.

   Acordei, no meu quarto, e o anjo estava cuidando de mim.

   - Eu falei para você não ir até lá. Você seria morto.

   - Eu tenho a sorte de ter um anjo para me proteger.

   - E se eu não estivesse lá? Você iria morrer...

   - Nunca te disseram que o amor é mais forte do que a morte, meu anjo?

   - Tenho que ir. Voltarei ao anoitecer.

   O anjo me deu um beijo no rosto e se foi.

 

   Quando anoiteceu, eu continuei deitado, pois estava muito fraco ainda. O anjo me trouxe alguns ratos, e ficou acariciando meus cabelos e cuidando de meus ferimentos.

   Demorou três dias para eu me recuperar. Se não fosse pelo anjo, eu estaria morto.

   Na quarta noite eu já consegui voar até o topo da torre. O anjo estava do meu lado, cuidando de mim. Eu estava admirando a Lua, tão linda... linda como o anjo sentado do meu lado.

   Passei o braço pelo ombro do anjo, que encostou a cabeça na minha.

   Olhei nos olhos do anjo, e quis beija-lo. Fui chegando, bem perto de meu amado anjo, mas ele me afastou com o dedo. Coloquei a mão no belo rosto do anjo, e o abracei.

   Desejei que aquela noite durasse para sempre, mas logo percebi que iria amanhecer. Então me despedi do anjo e entrei no castelo.

 

   Pela primeira vez o anjo não sumiu de repente. Entrei no meu quarto e me deitei. E percebi que depois de mais de duzentos anos eu pude colocar minha cabeça no travesseiro e ter com quem sonhar.

   Quando abri meus olhos, vi uma forte luz vinda da janela, e gritei:

   - Ainda é dia, vou morrer.

   Mas logo depois ouvi uma gostosa gargalhada do anjo.

   - Por que fez isso?

   - Só pra te alegrar, Gabriel.

   Eu abri um sorriso, e fui até a janela. Voamos até a torre e ficamos lá, abraçados. Então eu disse:

   - Vamos dar um passeio?

   - Pra onde?

   - Não sei, vamos andar pela cidade.

   Eu e o anjo fomos andando pela cidade, abraçados, como eu e uma garota, há mais de duzentos anos atrás.

   Quando amanheceu, eu e o anjo estávamos dentro do meu castelo, conversando. O anjo se despediu de mim e desapareceu.

 

   Naquela noite, o anjo não apareceu, e novamente eu tive dúvidas sobre a minha posição. Afinal, eu era um vampiro. Um vampiro apaixonado por um anjo.

   Fiquei muito triste com a ausência do meu amado anjo. Mas a tristeza só aumentou, porque por mais três noites o anjo ficou sumido.

   Eu sentia a presença dele, mas ele não aparecia mais pra falar comigo.

   Certa noite, eu estava no topo da torre e uma lágrima escorreu de meus olhos. Fiquei lá, apenas eu e minhas lágrimas, quando o anjo apareceu.

   - O que está acontecendo, meu anjo? Não quer mais me proteger?

   - Eu jurei que iria te proteger, e vou continuar a te proteger até a minha morte. E até além dela.

   - E por que escolheu proteger logo a mim? Um vampiro?

   - Porque eu te amo!

   Assustei-me com a revelação do anjo, e não soube o que fazer. Mas o anjo fez por mim. Colocou a mão no meu rosto e veio se aproximando. Eu sorri para o anjo, que retribuiu o sorriso, e nada mais precisou ser dito...

 

   Eu e o anjo nos abraçamos demoradamente. Tentei beija-lo novamente, mas o anjo me afastou e me disse, tristemente:

   - Não Gabriel. Eu tenho que ir embora. Para sempre.

   - Como assim, meu lindo anjo? Agora que nós descobrimos esse amor juntos?

   - Eu te amo, Gabriel. Um amor proibido. Fui amaldiçoado pelo meu próprio amor. Eu te amei em silêncio. Mas agora é tarde. Revelei o que deveria ter mantido em segredo, e agora a maldição se cumprirá.

   - Mas... o que acontecerá agora, meu amor?

   - Eu disse que te protegeria até minha morte, e até além dela. E um dia você me disse que o amor é mais forte do que a morte.

   O anjo olhava bem fundo em meus olhos.

   - Seus olhos... a vida voltou aos seus olhos.

   - Como ass...

   - Seus olhos são azuis.

   A última coisa que vi foram as lágrimas que escorriam dos olhos do anjo, quando, na minha frente, ele se desfez em poeira e foi levado pelo vento.

   Gritei. Gritei mais do que achei ser capaz de gritar. Uma forte dor tomou conta de mim, como se um pedaço de meu corpo tivesse sido levado com meu anjo.

   Entrei em meu quarto e chorei. Chorei um, dois, três dias seguidos. Fiquei trancado em meu quarto, sem sair, sem dormir e sem me alimentar. Durante duas semanas inteiras eu fiquei trancado em meu castelo. Eu já não sentia mais a presença do anjo. Até que decidi o que fazer. Eu me mataria.

   Esperei a noite certa. Decidi que seria uma noite de Lua Cheia, como em meu nascimento quando mortal. Quando chegou a noite esperada, eu fui até a janela e posicionei o punhal em meu coração. Fui dizer adeus a tudo, então olhei para a Lua.

   Foi quando eu vi. Próxima à Lua, uma estrela brilhante, linda. A mais brilhante de todo o céu. Depois de alguns segundos, descobri o que era. Era o meu anjo. Larguei o punhal, que caiu no chão, com um estrondo.

 

   Muito tempo depois disso, aqui estou eu, escrevendo o que aconteceu comigo, pois agora eu entendi o que o anjo quis dizer, quando disse que me protegeria até além da sua morte.

   Se algum dia alguém encontrar essas folhas, em que escrevi a história de minha não-vida, aqui fica o meu recado. O amor é mais forte que a morte, o amor sempre vai prevalecer.

   Hoje eu respondo uma pergunta que fiz há muito tempo:

   Como um vampiro poderia se apaixonar por um anjo?

   O amor não escolhe nem o bem, nem o mal. Ele é apenas o amor.

   Adeus.

 


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Notas finais do capítulo

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