Coletando Lembranças... escrita por Luangel


Capítulo 30
Destino


Notas iniciais do capítulo

Oiê! ^^ Tudo bem c vocês meus amores? ^-^ Bem, dessa vez eu vim bem em cima né xD pelo menos o cap é grande XD



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Lucy fechou os olhos, trêmula, tentando conter as lágrimas que insistiam em cair, mas a loira sabia que se desse uma mínima brecha para uma lágrima, outras viriam, juntamente com soluços e outras condições desagradáveis que vem junto com o choro.

Então, a Heartfilia se manteve quieta, respirando profundamente, tentando fazer com que seu coração parasse de doer e começasse a bater do jeito certo.

Seus punhos estavam cerrados, e sua pele, pálida, a garota parecia mais uma estátua, uma escultura feita para refletir dor e tristeza perfeitamente.

Todos estavam quietos, Rei não soltou nenhuma gracinha para irritá-la e os gêmeos se contiveram na vontade de abraçá-la por causa da saudade, mas os três sabiam que deveriam deixá-la em paz, seu sofrimento era quase palpável e nada que fizerem ajudaria, somente a solidão a deixaria melhor.

Exceto Cacius, o loiro assoviava alto, batendo o pé no ritmo da tal musiqueta, exalando uma aura de alegria e satisfação, o que era uma completa falta de respeito e de senso para com Lucy e seu pesar.

Quando a loira abriu os olhos, eles ainda estavam marejados e vermelhos, mas a sua compostura não a deixaria chorar, não na frente daquele homem, seria preferível a morte do que demonstrar sua ridícula fragilidade para seu “mestre”.

—Seja bem-vinda novamente, Lucy!—Exclamou Cacius, com um sorriso aberto que ia de orelha a orelha.

A Heartfilia olhou ao seu redor, observando o grandioso e belo salão em que estava. Era um belo e silencioso lugar, perfeito para alguém vaidoso e apaixonado pelo luxo, como o loiro, mas depois de voltar a guilda, um lugar rústico e barulhento, a garota sentia que aquele salão era vazio e frio, assim como o coração de seu dono.

Sem dizer nada, ela caminhou solene e decididamente na direção das escadas, indo para o próprio quarto, e ninguém iria impedi-la, mas Cacius é Cacius e sua indiferença com o sentimento dos outros era visível.

—Lucy, minha querida!—Chamou o loiro, causando surpresa nos outros três que o encararam com olhos arregalados, mas foram ignorados pelo mesmo.

Lucy por sua vez parou sua caminhada nos degraus da escada, a mão que estava pousada casual e delicadamente no corrimão, ficou tensa, como se a vontade de socar a face do homem fosse muita e quase incontrolável.

A loira não se virou, nem falou nada, só ficou parada, esperando o comunicado de seu mestre, que veio a seguir:

—Saiba que se você precisar de algo ou querer alguma coisa, você não precisar ter vergo...

De súbito, a Heartfilia se virou, seus olhos vermelhos, marcados por lágrimas que agora era de cólera, fuzilavam Cacius com o olhar, fazendo até com que os outros três prendessem a respiração de medo.

Mas o loiro se manteve só fitando-a, como se esperasse que a garota falasse algo e foi o que ela fez, com a voz trêmula, rasgada pelo nó de choro e de raiva em sua garganta:

—Sabe do que eu preciso, Mestre?—Disse Lucy, falando com desdém a última palavra, mas a expressão do homem não mudou, como se ele nem tivesse notado a “falta de respeito” que a loira o tratava.— Eu preciso ficar sozinha, sem que ninguém me importune, principalmente o “senhor”... E o que eu quero é ir o mais rápido possível para a caverna onde existe esse portal, quero acabar logo com todo esse inferno.

Ele se curvou, deixando os outros três intrigados com aquela atitude, Cacius era orgulhoso e nunca faria uma coisa tão ultrajante como se curvar perante um subordinado.

—Como quiser, minha princesa.—Murmurou o loiro, mal contendo a animação que o dominava.

Sem dizer nada, e tão confusa quanto os seus companheiros, a garota continuou a subir os degraus, só que dessa vez, apertou o passo para que não dessa mais tempo de que ninguém mais a interrompesse.

Quando fechou a porta atrás de si, Lucy sentiu como se não precisasse mais bancar a forte e desabou, fazendo quase o mesmo barulho de quando a porta foi fechada.

Seu corpo estremecia contra o chão gélido e suas lágrimas quentes pingavam de seu rosto vermelho e contorcido pela dor.

Uma das mãos a loira pousou no peito, o arranhando, como se angustia em seu coração fosse demais para que pudesse agüentar.

Seu choro era silencioso, mas seu sofrimento era gritante e nada a deixaria melhor, as lembranças inundavam sua caótica mente de forma repetida e dolorosa, fazendo-a se lembrar de cada bendito detalhe.

Como a maciez do cobertor em que estava coberta na guilda, a voz suave do Natsu, os olhos piedosos de Makarov... Lucy lembrava-se de todos, de todos os rostos, as falas, o jeito como se sentavam ou andavam e até seus perfumes.

Mas mesmo que a cabeça da garota estivesse latejando, ela não se arrependia de nada, por mais que a dor a deixasse louca, se pudesse, faria tudo novamente, sem pestanejar.

Ver seus amigos novamente a fizera uma nova pessoa, agora, era como se Lucy enxergasse tudo de outros ângulos, levando em consideração a opinião do rosado e do grisalho, e contando as próprias experiências, tudo a fizera questionar quem Cacius realmente era.

A fazendo pensar em como aquele loiro se portava e em como começara a odiá-lo do fundo do coração.

Tudo era culpa dele, se aquele homem não tivesse entrado em seu caminho, nada desse inferno estaria acontecendo.

Claro, Lucy sabia que o homem não era o único culpado de sua situação atual... A guilda também havia mentido e até a própria loira fora idiota de aceitar as palavras de Cacius tão cegamente.

A loira, agora mais controlada, tentava organizar os fatos em sua mente. Querendo ou não, a garota precisava do loiro por que ele era o único que sabia onde suas antepassadas estavam enclausuradas.

Lucy sabia que o fardo do desconhecido começara a pesar em suas costas, afinal, a loira não sabia o que encontraria quando fosse até lá, e um mau pressentimento a fazia estremecer.

A loira tentava não criar esperanças, tentava não traçar nenhum plano nem criar possíveis finais felizes depois de libertar suas antepassadas.

Afinal, seria doloroso e frustrante criar expectativas tão sólidas quanto um castelo de cartas.

A noite havia se passado em uma velocidade impressionante, e a Heartfilia se deu conta disso quando alguém bateu sonora e urgentemente na porta de seu quarto.

A garota soltou um som semelhante a um rugido, em um misto de raiva e preguiça, não queria ver ninguém, não queria falar com ninguém!

Ela resolveu permanecer em silêncio, imóvel no chão frio, na esperança que aquele visitante irritante fosse embora, mas para a frustração e cólera dela, a bendita pessoa tornou a bater, dessa vez, fazendo um som mais alto que parecia ressoar dentro da cabeça de Lucy. Vendo que não conseguiria escapar do inoportuno ser, a loira se levantou e então a luz do sol que entrara pela janela, a cegou, deixando-a surpresa pelo fato de ter passado a noite toda se remoendo e definhando em seu próprio e patético drama.

Lentamente, a Heartfilia se levantou e abriu a porta bruscamente, chegando a assustar Rei, que fitava aquela fantasmagoria figura a sua frente.

Um silêncio desconfortável pairou no ar, e até a morena, que não se abatia por nada, estava se sentindo ruim sendo olhada (lê-se fuzilada) por aqueles olhos castanhos opacos e impiedosos.

Vendo que a maga não falaria nada, a garota resolveu falar logo o que deveria, não vendo a hora de se afastar da garota:

—Cacius me mandou te avisar que nós já vamos sair “para lá”.

Lucy assentiu, entendendo sobre o que a outra falava e murmurou em resposta:

—Eu já estou indo.

Vendo ali uma deixa para ir embora, Rei assentiu e saiu dali a passos largos, sentindo um frio percorrer a sua espinha enquanto andava, sendo seguida pelo olhar tenebroso da loira, que para a morena, fedia.

A garota passou a mão pelo nariz, como se fosse espirrar, mas era por causa do mau cheiro que a Heartfilia emanava.

O cheiro não era real, ou alguma questão de higiene e sim algo que só a própria morena era capaz de sentir.

Como um animal, ela sentia o cheiro que as pessoas sentiam de acordo com os seus sentimentos.

E antes o cheiro da garota, tão determinado e envolvente, até mesmo atraente, agora se tornaram fétido como mofo ou ferrugem como nunca antes Rei havia sentido.

Aquele era um sentimento ruim, uma mistura de raiva e luto. A morena resolveu respirar profundamente, procurando ver se não estava errada, e foi então que sentiu outra fragrância, era o cheiro envolvente e forte, de determinação, o que a deixou intrigada sobre o que se passava na mente da garota.

Lucy pegou um prendedor de cabelos e separou o cabelo em duas partes, os prendendo em Maria-chiquinha.

Antes de sair do quarto, a loira se virou para a penteadeira, olhando para o fantasmagórico e pálido reflexo, encarando aqueles misteriosos e nebulosos olhos castanhos, enxergando dentro de si, uma força que nunca sentira antes, como se uma onda a impulsionasse para diante.

Talvez fosse vingança, mas não havia nenhum alvo para tal sentimento. Mas enfim, agora, a Heartfilia estava determinada a fazer tudo que fosse necessário para acabar com sua maldição, mesmo que tivesse que se destruir para isso.

—Mamãe, espere por mim.—Disse a garota, saindo do quarto com passos firmes, indo ao encontro de seus companheiros que a esperavam ansiosa e temerosamente no salão.

Enquanto Lucy seguia a viagem que mudaria seu destino, a Fairy Tail estava silenciosa como quase nunca estivera.

Ninguém bebia ou cantava, nenhum grito se era ouvido, assim como nenhuma gargalhada.

Gajeel não treinava com seu exeed, Makarov não dava broncas, Gray não estava tirando a roupa, Happy não estava feliz como sempre, Jet e Droy não se exibiam para Levy, Bickslow não gargalhava, Evergreen não alfinetava a Erza, Elfman não soltava nenhuma das suas pérolas sobre ser homem, Mirajane não sorria, Laxus não soltava nenhuma frase arrogante ou presunçosa, Cana não bebia e Natsu, bem, o rosado parecia ter deixado de existir.

Nesse momento, Natsu dormia profundamente, seu corpo apoiado em uma das mesas, roncando suavemente, sua expressão estava tranqüila, como a de uma criança.

O rosado havia passado a noite ali, naquele estado entre a desolação e o choque de tudo que acontecera.

Lentamente ele acordou, e todos os magos o olharam, prendendo a respiração em apreensão, Gajeel se levantou, com o olhar, Makarov acompanhou cada movimento que o Dragneel fazia, e Gray já estava preparado para ter que segurar o amigo.

Todo esse zelo era por que na noite passada, o mesmo havia dado o maior trabalho, se descontrolando totalmente, tão transtornado que parecia realmente um dragão, uma fera, um demônio incontrolável e amedrontador.

Foi preciso que todos os segurassem, desde Freed até a Lissana, e incrivelmente, só foi contido depois que Droy o “envenenou” com flores soníferas.

O DragonSlayer se levantou um pouco cambaleante, com o cabelo bagunçado e olhos sonolentos, parecia estar bêbado, o que, segundo Droy, era um efeito colateral das plantas que usara.

O garoto olhou ao redor e então caminhou na direção do Dreyar mais velho, sendo seguido pelo olhar cuidadoso de todos os presentes, mas o grisalho não parecia tão preocupado assim.

—O que ela te disse?—Sussurrou Natsu e o Mestre o encarou, como se não tivesse entendido a fala arrastada dele, mas o rosado não estava tão paciente e revirou os olhos antes de continuar.—Vocês ficaram muito tempo lá em cima, eu só quero saber o que vocês conversaram, a Lucy parecia diferente...

O homem suspirou, e disse:

—É, ela mudou, mas não acho que eu seja o responsável por isso...—Assumiu Makarov, se levantando da cadeira onde ele estava.—Você também ajudou muito.

—Eu não fiz nada além de gritar com ela!—Exclamou o rosado, confuso e irritado.

—Pois então gritou muito bem, falou só verdades, e o bom é que conseguiu acordá-la, um pouco, eu acho.

O Dragneel ficou em silencio, tentando entender o que Makarov havia dito e o grisalho, vendo que Natsu não entenderia tão cedo, o mais velho suspirou e começou a subir as escadas, indo na direção de seu escritório, sendo seguido pelo rosado, deixando para trás, magos curiosos e até um pouco aliviados.

Logo que entrou, o Dragneell fechou a porta atrás de si com força maior que a necessária, e se sentou de um jeito desleixado na cadeira a sua frente.

Depois, o DragonSlayer fez um gesto casual e um pouco impaciente com a mão direita, querendo que o homem prosseguisse e foi o que ele fez.

—Eu e Lucy conversamos bem pouco na verdade.—Disse o Mestre, olhando para os seus dedos entrelaçados, como se estivesse tentando escolher as palavras certas para explicar aquilo.— Ela, disse que nos perdoou, ela não sente mais raiva.—Disse ele de uma vez, como se aquela frase estivesse engasgada em sua garganta.

O garoto fechou os olhos, absorvendo a informação que acabara de receber, e em parte, ele também estava tentando conter as lágrimas, o que durou alguns longos e demorados segundos.


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Notas finais do capítulo

E aí o/? Mereço reviews :-)? Recomendações :-D? Ou Tomates T.T? Bem, eu queria ter escrito +, mas o cap ia ficar grande d+ e demoraria +... O q vcs acham q vai rolar? A Lucy ficou loucona? A Fairy tail vai atrás da loirinha? O que tem atrás desse tal portal?...