Coletando Lembranças... escrita por Luangel


Capítulo 13
Voltando para casa


Notas iniciais do capítulo

Oiê! Como vão vocês meus leitores lindos? Era para eu ter postado ontem a noite, mas ñ deu, então aki estou; adorei escrever esse capítulo, por isso ele é até grandinho, de presente para vocÊs! o/ Enfim, espero que gostem ^^



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A lua era a única testemunha daquela luta feroz, mas nem mesmo o satélite sabia há quanto tempo aquilo estava acontecendo. Natsu estava ofegante e seu corpo coberto de fuligem das paredes em que fora arremessado ou que derrubou no fervor da luta. E em sua testa, um filete de sangue escorria pelo rosto que estava marcado pela raiva incandescente. Já Rei também não estava muito diferente do rosado, o sorriso irônico e arrogante que antes era permanente em seus lábios, agora havia desaparecido, seus lábios desenhavam uma linha rígida.

                Sua boca tinha uma ferida recém-curada, mas que tinha sujado boa parte do rosto angelical da morena de sangue. Os dois estavam cansados de lutar, tremiam de exaustão, respiravam com dificuldade, os corpos estavam dormentes pelas feridas, mas nenhum dava o braço a torcer, nenhum queria perder. Ambos eram realmente parecidos, desde a determinação até a teimosia, se não tivessem se conhecido naquelas circunstancias poderiam até ser bons amigos, ou... Inimigos mesmo, afinal, eram dois cabeças duras. A garota levantou a mão, para falar algo, e foi o que fez:

                —Escute aqui Moranguinho, foi muito interessante brincar com você, mas já busquei o tive que tinha buscar então...

                —Covarde!—Interrompeu o mago passando a mão na ferida da testa, tirando o excesso de sangue que começava a comprometer a sua visão. —Vai fugir é? É fracote demais mesmo, ou fico morrendo de medo?...

                —Hmft! Idiota. —Retrucou a maga, empinando o nariz, sua áurea arrogante voltando. —Não vou corresponder a uma provocação infantil e ridícula dessas. Não vim aqui para lutar com você, já peguei o que queria pegar.

                —O que você veio pegar?—Questionou o DragonSlayer, curioso.

                —Isso aqui?—Perguntou ela quase que inocentemente, sacudindo uma mediana pasta bege que tirara da roupa. —Digamos que é um segredinho dos Heartfilia. Já tenho que ir senão vou ter que ouvir bronca!—falou já guardando a pasta em um dos bolsos da roupa.

                —Ei!—Gritou Natsu, mas foi completamente ignorando por Rei.

                —Você deveria me agradecer por deixá-lo viver, assim você aproveita esse tempo e aprende a lutar decentemente para não me decepcionar na próxima vez... —Alfinetou Rei antes de desaparecer em uma velocidade impressionante, correndo para longe dali, por um dos inúmeros buracos que a batalha deixou nas paredes.

                O Dragneel rangeu os dentes e se aproximou do buraco, pensou seriamente em segui-la, mas seu estado físico não permitia, além de estar de noite e as habilidades de fuga da morena serem perfeitas. Apesar da luta ter dado um “empate”, o rosado sentia o gosto amargo de derrota se espalhar em sua boca, ele se sentou no chão e fechou os olhos, pensando no que faria a respeito dos últimos acontecimentos. O mago queria encontrar a morena demoníaca por ela ter simplesmente se negado a continuar a luta e ter ofendido o orgulho dele, mas acima de tudo, ela sabia de informações sobre a Lucy, precisava achá-la.

                De súbito, o DragonSlayer sentiu algo macio em sua mão e quando percebeu, aquilo era a capa que a garota tirou ao começar a luta, assim, ele poderia rastreá-la! O garoto estava sorrindo por dentro, já que ele não podia fazer isso fisicamente, pois a dor não permitia. E antes que percebesse, o Dragneel acabou adormecendo ali mesmo, encostado numa parede, agarrado desesperadamente ao casaco da maga irritante, ele iria encontrá-la.

                —Natsu!Natsu!—Dizia uma voz feminina, tentando acordar Natsu e quando Natsume já estava entrando em desespero, o rosado abriu, mesmo me minimamente, os olhos.

                O mago olhou ao redor, como se não se lembrasse de ter adormecido ali, em meio aos escombros. A luminosidade irritava os olhos do DragonSlayer, mas agora com a luz da manhã, ele conseguia ver o estrago que fizera na noite passada e ficou surpreso, absorvendo os fatos do ocorrido. Demorou um tempinho até que o garoto finalmente notasse a presença da preocupada criada ali.

                —Na-Natsume!

                —Está tudo bem, Natsu?!—Exclamou a jovem se aproximando perigosa e inocentemente do rosto do rapaz, observando atentamente a ferida na testa dele.

                —Estou bem, não precisa e preocupar. —Disse se levantando do chão e deu a mão para que a moça pudesse se levantar também, fazendo com que a empregada corasse.

                —Como sabia que eu estava aqui?—Perguntou o Dragneel tentando limpar as roupas, em vão.

                —Eu e o barão Hiro chegamos a ver você caminhando para cá, e hoje de manhã eu ia levar o seu café da manhã e o de Happy, mas então percebi que você não tinha passado a noite na casa e vim direto para cá.

                —Ah... O Happy acordou?—Perguntou o rosado, pensando no desespero de Happy.

                —Não, mas receio que não vai demorar muito para isso. —Respondeu Natsume caminhando ao lado de Natsu.

                Natsume viu a capa negra nas mãos do rosado e resolveu perguntar:

                —Er... Eu não quero parecer intrometida, mas... O que é essa capa em suas mãos, Natsu?

Na hora, o mago parou de andar e encarou seriamente a peça de roupa em suas mãos, e a criada se arrependeu de ter tocado no assunto.

                —É de uma pessoa, preciso “devolver” para ela. —Respondeu o DragonSlayer, sua fala estava carregada de acidez e a jovem resolveu não tocar mais no assunto.

                Natsu entrou na casa rapidamente, e subiu a escada de dois em dois degraus, fazendo com que Natsume quase corresse para acompanhá-lo. A porta do quarto foi aberta com força, e o barulho acabou por acordar Happy.

                —Natsu... —Reclamou preguiçosamente o gato enquanto esfregava os olhos. —Você não devia fazer tanto barulho, e-

                —Nada de reclamações Happy. —Interrompeu o rosado, seu tom de voz estava sério o que não passou despercebido pelo exceed. —Temos que voltar “agora”.

                O azulado encarou o Dragneel, confuso pela súbita mudança de humor do sempre tão otimista mago e então viu a situação em que o DragonSlayer se encontrava.

                —Natsu, o que aconteceu com você?!—Gritou o gatinho, com as patinhas sobre as bochechas, preocupado com o garoto que por sua vez fez um movimento despreocupado com a cabeça.

                —Não se preocupe, eu estou bem, vamos arrumar as malas e voltar para Fairy Tail. —Mandou.

                —Mas você está machucado!—Insistiu Happy voando para perto do amigo.

                —Isso é um arranhão! —Retrucou depois de bufar.

                —Mas está sangrando!—Disparou o gato, deixando Natsu sem contra argumentos.

                Até então, a criada se manteve quieta, observando a discussão, se sentindo intrometida em vê-la, mas não sabia se podia ir embora ou se ficava.

                —Happy está certo Natsu, você não quer passar pelo menos a noite aqui e amanhã quando se sentir mais disposto... —Falou a criada suavemente.

                —Não. —Cortou o rosado de cabeça baixa. —Eu preciso voltar o mais rápido possível, Natsume, é uma questão de vida ou morte.

Após aquela fala, um silêncio fúnebre se estendeu entre os três.

                Happy ficou ainda mais preocupado e curioso após ouvir aquilo, o gato estava ponto de ter um ataque cardíaco. A jovem estava imersa em seus pensamentos, enquanto seus olhos encararam a capa suja de fuligem nas mãos do mago, sabia que havia muito mais coisa além daquilo, mas sabia que aquilo não era da sua conta.

                —Er... Então me deixe pelo menos limpar a sua ferida. — Pediu a empregada, quebrando aquele silêncio desconfortável.

O Dragneel pensou durante uns cinco segundo e assentiu com a cabeça, mesmo querendo partir o mais rápido possível, aquela ferida na cabeça ainda incomodava o DragonSlayer e a limpeza da mesma não custaria tanto tempo.

                A albina assentiu e saiu a passos apressados, a procura de primeiros socorros. Logo depois da saída da moça, o garoto se jogou na cama que parecia ser a coisa mais macia do mundo aos olhos de uma pessoa que passou a noite sobre escombros.

                —Natsu... —Chamou o exceed, se sentando na barriga do melhor amigo, que o fitou. —O que aconteceu para você ficar desse jeito?

Ele não queria contar, na verdade Natsu nem sabia por onde começar, estava ainda tentando colocar as coisas em ordem em sua cabeça, mas... Também não poderia enganar aquele par de olhinhos cor de ônix, afinal eram melhores amigos.

                —Lucy. —Respondeu resumindo tudo em uma palavra só.

                Ao ouvir o nome o azulado prendeu a respiração, fazia muito tempo de que não ouvia o nome da loira ser pronunciado pelo rosado, na verdade, fazia muito tempo em que o nome da Heartfilia havia virado um tabu na guilda. O cérebro de Happy começou a raciocinar, e as especulações na mente do gato não eram nada boas. Afinal, juntando a Lucy somado ao fato do Natsu machucado e querendo voltar desesperadamente para Fairy Tail, o que realmente é estranho mais uma capa feminina, resultava em....

                —Oh meu Deus!—Exclamou o gato, perplexo. —Você e a Lucy... Vocês... Ela... —O exceed gesticulava com as patinhas, tentando formar uma frase.

                —Não, eu nem vi a Lucy, muito menos lutei contra ela. —O rosado respondeu, e um alivio indescritível invadiu o azulado.

                —Mas... Então o que aconteceu? —Indagou Happy e o DragonSlayer abriu a boca pra responder mas por ironia do destino, foi nessa hora em que uma Natsume sorridente apareceu no quarto carregando consigo uma caixa de primeiros socorros, e o mago encarou Happy como quem dizia “ Depois a gente conversa...” e o gato se manteve quieto, tentando entender o que Lucy teria a ver com tudo aquilo.

                A criada se sentou na beirada da cama e pegava alguns frascos de dentro da caixa enquanto falava como uma médica:

                —Natsu, sente-se para que eu possa limpar a sua ferida.

O garoto se sentou na cama, mesmo que lentamente e a jovem começou a limpar a ferida. Os medicamentos ardiam de vez em quando, mas o mesmo já havia suportado dores bem piores do que essa.

                —Já acabei, só falta enfaixar. —Disse a empregada um pouco tristonha, pois sabia que ele iria embora e que bem provavelmente, nunca mias se veriam. —Pronto. —Falou após enfaixar a testa de Natsu.

                —O barão está em casa?—Indagou Natsu se levantando da cama.

                —Sim, o barão Hiro está no escritório. —Respondeu Natsume guardando os primeiros socorros de volta na caixa. —Natsu, se você quiser, eu posso arrumar as suas malas... —Sugeriu a criada, ainda um pouco entristecida.       

                —Seria muito bom. —Concordou o rosado dando um leve sorriso, o primeiro desde que acordara e a jovem não pode deixar de retribuir o sorriso. —Acho que estou te explorando não é?—Brincou e a moça negou rapidamente com a cabeça.

                —Não diga bobagens, Natsu. Eu... Eu gosto de ser útil a você. —Falou a empregada, ligeiramente corada.

                O mago deu meia-volta se aproximou da albina que engoliu a seco ao vê-lo se aproximar perigosamente de seu rosto e antes que pudesse fazer algo, o DragonSlayer deu um beijo breve e sem malícia na testa da garota que permaneceu estática enquanto ele se afastava.

                —Obrigada por tudo Natsume, você é uma boa pessoa. Adeus. —Disse antes de sair do quarto, a procura do barão, deixando no quarto uma criada surpresa e corada, com o coração batendo a mil, martelando violentamente contra as costelas.

                Estava conformada de que não tinha chances de ficar com o Dragneel para si, principalmente depois de ouvir um nome feminino ter saído da boca do garoto. “Lucy”. Sem querer havia ouvido esse nome enquanto procurava os primeiros socorros para cuidar do rapaz. Dava para perceber, pelo modo em que o Dragneel falara, que nutria um sentimento profundo e único pela garota, era... Amor, o que de certa forma feria o peito da empregada. Quem quer que fosse, essa tal de Lucy era extremamente sortuda em ter o coração de Natsu, pensou a jovem enquanto começava a arrumar as malas do rosado, contando com a ajuda de Happy.

                A tarde tediosa do barão se interrompeu quando a porta de seu escritório se abriu com violência, dando um grande susto no nobre.

                —N-Natsu?!—Perguntou o homem, abandonando os papéis de negócios a sua frente, encarando o Dragneel sujo e ferido a sua frente.

                —Desculpe entrar desse jeito, mas o assunto é de extrema importância. —Disparou o mago, sério e o barão assentiu.

                —O que é tão urgente, rapaz?—Perguntou Hiro.

                —Preciso voltar para Magnólia ainda hoje. —Respondeu o DragonSlayer, causando ainda mais espanto no mais velho.

                —Mas hoje? E o trabalho? O que aconteceu com você? —Questionou saindo detrás da mesa de mogno, indo ao encontro do garoto.

                —Reconhece isso?—Indagou o rapaz estendendo a capa negra para o homem que depois de perceber o que era arregalou os pequenos olhos e emudeceu por tamanha surpresa.

                —Isso... Isso... É a roupa que aqueles viajantes estranhos usam. —Respondeu Hiro, lutando para não gaguejar e Natsu estreitou os olhos, pensativo e assim poucos segundos se passaram, mas que pareceram anos ali dentro daquele escritório. —No que está pensando Natsu?—Sussurrou.

                —Acho que esses viajantes suspeitos são só uma parte de uma coisa maior ainda.

                —Tipo?... —Incentivou o homem, tirando um pano do bolso do paletó, secando o suor que começava a escorrer pela testa.

                —Ainda não sei, mas eu tive um desencontro com uma pessoa que usava essa capa ontem à noite, e ela vasculhava a mansão dos Heartfilia a procura de um documento e depois fugiu.

                —Ela?—Repetiu o nobre, arqueando uma das quase invisíveis sobrancelhas.

                —É uma longa história. —Murmurou o rosado não querendo se prolongar em fatos que não faziam muita diferença na história. —O senhor sabe de algo que poderia ser cobiçado por pessoas más na casa dos Heartfilia?

                O mais velho se encostou na mesa e pegou um charuto que estava em cima dos papéis que antes observava e o colocou na boca o acendendo em seguida, enquanto pensava. Os minutos se prolongavam e aquela fumaça irritante somada ao fato da impaciência do mago, mais o silencio por parte do homem estavam tirando o DragonSlayer do sério, mas quase como mágica, nessa hora o barão resolveu falar:

                —Sinto muito garoto, mas não sei de nada que possa ser útil.

                —É uma pena, mas obrigado pela ajuda. —Respondeu. —Então vou voltar ainda hoje para Magnólia, preciso avisar a minha guilda disso.

                —Natsu, não me leve a mau, mas... Você não acha que está exagerando um pouquinho sobre voltar ainda hoje nesse estado em que está, e ter que preocupar toda a sua guilda com melros ladrões?

                —Desculpe-me senhor, mas acredito que esses ladrões saibam de uma coisa minha muito importante que desapareceu. —Respondeu o Dragneel, de costas para o barão que logo se viu confuso em seu escritório vazio.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Mereço reviews? Recomendações? ^-^, e então o q vcs acham q vai a contecer? e... O q era aquilo q a Rei pegou na casa dos Heartfilia? Até o prox cap! o/



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