The Carrerist Games-74 Jogos Vorazes escrita por BrunaBarenco


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Não me matem! Eu tive uma crise muito séria de falta de inspiração (muito séria mesmo), e alguns probleminhas logo no começo das férias, nada grave, mas agora tudo está normal e vou voltar a postar normalmente.
Acabei de terminar esse capítulo, porque milagrosamente acordei super inspirada, então acho que ficou bom. ENJOY IT e até as notas finais.



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Paro instantemente, para ouvir o que eles dizem. Sabe quando as pessoas estão gritando tanto que você não consegue nem entender o que elas falam? Pelo que consigo deduzir, o Pacificador que estava de guarda aqui na frente está lá dentro agora. A coisa deve estar séria.

-Comporte-se como uma pessoa minimamente civilizada, Cashmere!- consigo ouvir Snow gritar. O corredor está vazio, ninguém ao menos sabe que eu estou aqui. Podia sair e ninguém saber de nada. Mas se me pegassem aqui, eu estava frita (N/A: eu sairia de lá, para evitar problemas para mim). Então eu fiquei, imóvel, ouvido grudado na porta.

Cashmere bufou. Deus, ela nunca faz isso, tem alguma coisa muito errada, pensei, enquanto ela tentava controlara a voz, que saiu tensa:

-Por que não faz o mesmo?- ela disse, e quase consegui ver seu sorrisinho. E Snow tremendo depois.

-Você não tem escolha.                                                                   

-Foi isso que me disseram. Eu não vou deixar você fazer com ela o que fez comigo. O que fez com Finnick. Nós somos armas contra a Capital agora, se resolvermos nos rebelar? Sim, somos. Sabemos seus segredos mais sujos? Sim, sabemos. Conhecemos seu passado de cobra? É claro. Mas o preço é alto demais. Não vou deixar Diana paga-lo, não importa o que disser para ela ou o quanto a ameaçar.

-Então é assim que me retribui, Cashmere? A ida do seu irmão para os Jogos não fez efeito? Seus pais ainda estão vivos, imagino. Mas não por muito tempo.- Snow responde, rapidamente- Vocês não podem contra mim. Nenhum de vocês. Vou liquidar Everdeen e o garoto. Diana vai voltar para o lado da Capital, e vai fazer tudo que eu quiser. Não sei o que anda acontecendo com vocês.

-Pense o que quiser, Snow.

Ele riu, também muito alto:

-Desista, Cashmere e eu vou poupar um pouco a garota.

-Não tem o que “poupar”, Snow! Não adianta discutir com você.

-Finalmente está dizendo alguma coisa que faz sentido... Que ótimo.

Ouço passos, e tento me esconder, mas dessa vez não dá certo.

-O que... O está fazendo aí?- pergunta Cashmere, ainda com a roupa vermelha com que gosta de viajar.

-Preciso falar com Snow- respondo, e completo por não achar suficiente- Acabei de chegar.

Cashmere morde os lábios:

-Bem, eu... Eu preciso falar com você, de preferência antes que fale com Snow. É importante, Diana.

Ela olha para os lados, ainda agitada:

-Você vem?

Encaro a porta. O Pacificador que estava lá dentro sai, e vejo de relance Snow  reclamar sobre dor de cabeça:

-Eu também tenho um assunto urgente. Com Snow. É rápido, eu espero- faço uma careta- Mas é muito importante. Sério mesmo, Cashmere.

-Não, eu entendo mas... Isso com certeza é pior, e mais sério.

-Não vou com você- interrompo, e ela suspira.

-Sempre detestei a sua teimosia.

-Não, você adora minha teimosia. Todos adoram. Sem ela, não teria ganhado os Jogos.

Cashmere dá um meio sorriso, mas rapidamente volta a ficar séria:

-Não deixe ele te vender. É isso que quer. É o que fez comigo. Não importa as ameaças... continue firme. Eu vou resolver tudo- ela cochicha, saindo apressada logo depois.

Eu? De certa forma, já esperava isso. Estava demorando. Todos sabiam que quando um vencedor é considerado “bonito” pela Capital, é simplesmente vendido. Sim, no sentido mais sujo da palavra. Na maioria das vezes, isso acontece com vencedores mais velhos, mas existiam exceções. Cashmere, pelo que todos sabem, é uma delas. Ganhou os Jogos com 15 anos, mas sempre foi bonita demais para o seu bem, como gostava de dizer. Finnick Odair, o famoso vencedor do 4 era outro. Depois de resistir um pouco, Snow colocou Gloss, o irmão de Cashmere, nos Jogos. Ele ganhou, mas não antes de fazer a irmã voltar atrás. E então ela foi.

Abro a porta, e nem o Pacificador tenta me impedir. Presidente Snow está sentado pressionando as têmporas, como se estivesse com uma baita dor de cabeça.

-Sente-se- ele diz, sem nem olhar quem é. Pigarreio, e Snow parece ainda menos feliz- Você.

-Euzinha. Mas não é nada do que está pensando-dessa vez eu sento, cruzando as pernas e sorrindo- Pensei melhor. Acho que ainda não desistiu de ter pelo menos uma vitoriosa do seu lado.

-E o que fez a senhorita mudar de ideia?- mais uma vez, ele soa perigoso como sempre. Voltou ao normal, por pior que isso seja.

Continuo sorrindo. Boa mentirosa.

-Sou muito nova para morrer.

-Você me pareceu decidida demais para mudar de ideia assim, Diana...- retruca Snow, ainda desconfiado.

Pense rápido.

-Eu sou louca. Mas, falando sério, não tem opção. Ou confia que eu realmente via a besteira que estava fazendo, ou posso garantir que Everdeen não consiga acalmar os Distritos. E isso seria ruim.

-Não vou matar você- Snow responde depois de vários minutos- Mas também não confio em você, Diana. Nunca confiei. E nem vou confiar. Deixarei viver sua vidinha medíocre em paz, contanto que saia do meu caminho.

-Me parece um bom acordo- é o que digo, mas penso que isso já é um começo. Se tratando de Snow e da Capital, até mesmo os vitoriosos do 1, 2 e 4 tem tratamento diferenciado. Nossos erros, ou deslizes, são mais facilmente perdoáveis. Somos irritados por natureza, e a Capital nos criou assim. Como seus queridos carreiristas. Cruéis, dissimulados, mentirosos, astutos, nervosos, implusivos. Não temos como negar.

Saio sem dizer mais nada. É o melhor que posso fazer. Se ao menos tivesse pensado antes de me “rebelar” contra a Capital... Como se eu pensasse muito antes de agir. Mas agora preciso ver Cashmere. Sinto que ela ainda tem mais algumas coisas para me contar.

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Cashmere está sentada logo na sala do andar do Distrito 1, com a mala também vermelha ainda atrás dela.

-Finalmente- resmungou, e ficou ainda mais confusa quando viu que eu não estava irritada ou nervosa, mas apenas normal- Olha, nem devia precisar  perguntar mais... O que queria com Snow?

-Longa história. E o que você queria?

Ela sorriu:

-Longa história.

Reviro os olhos:

-Então porque não faz as honras da casa... E conte a sua primeiro.

-Se eu não fosse a sua mentora, e estivéssemos na arena, eu te matava, Diana. Mas, se quer assim... Tenho conseguido enrolar Snow por um tempo. E acho que já sabe do que se trata.- ela começa, sem sorrir.

Meu sorriso desaparece também:

-É, sei bem do que se trata.

-O que está disposta a fazer? – ela pergunta, como se fosse a coisa mais normal.

-Como assim, Cashmere?

Cashmere começa a falar com aquele tom “professoral”:

-O que está disposta a fazer. Vai cair na conversa de Snow? Ou não? Eu preciso te avisar, talvez consiga mais uma para você. Tem 15, não é?- assinto, e ela pensa algum tempo- É, consigo mais um ano. Com um pouco de chantagem, é claro. Com o tempo fui ficando boa nisso. Afinal, não aceito mais dinheiro como pagamento. E sim segredos. Tem algumas coisas bem horríveis e...

Estalo os dedos na frente dela, interrompendo o falatório:

-Foco, por favor. E sim, eu tenho 15. Fiz aniversário um pouco antes da colheita, lembra?

Ela suspira:

-Consigo mais um ano para você. Só mais um ano. E depois... 16 anos é a idade legal aqui na Capital. Depois não posso fazer mais nada.

-Eu resolvo depois.- interrompo, de novo.- De que segredos está falando... especificamente?

Cashmere ri:

-Ah, sim, ficou interessada. Bom saber. De como o Presidente chegou ao poder, mais especificamente. Sobre o sangue, as rosas e tudo mais.

Enquanto Cashmere conta, não posso fingir surpresa. Esse cara sempre me pareceu perigoso e maligno (N/A: só eu não gosto de usar “malvado”? Parece tão infantil...), até mesmo quando eu era uma criança que nem sonhava em entrar numa arena, muito menos ser mentora. Argh.

-E agora é a sua vez. O que estava fazendo no gabinete do Presidente Snow?

Sim, minha vez de contar a história. De contar desde o início. Ela parece bem interessada, apesar de frisar que eu fui uma louca.

-Tudo deu, hum, certo.

Para minha surpresa ela ri:

-Claro que deu certo, Diana. Agora levante daí, não arranje mais nenhuma confusão por enquanto. Algo me diz que quem tem que se preocupar com problemas agora são os imprudentes do 12.


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Notas finais do capítulo

Leitores lindos, maravilhosos, divos e fantasticamente fantásticos, me desculpem pela demora, mas não é esse o assunto importante. Eu tenho 11 leitores e no máximo três reviews por capítulo. Como isso é possível? Tenho duas leitoras fiéis, CloveGraceDelacour e MrsPotter (elas sempre deixam review). Cadê os outros 9 leitores?
Enfim, DEIXEM REVIEWS, povo. Faz bem para mim, para vocês e para todo mundo. Por favor, por favor, por favor faça uma autora feliz e deixe um review. Criticando, elogiando, etc, mas deixe um review.
Bruna