Recomeçando A Viver - Hiatus escrita por lorien, Ketlen Evans


Capítulo 3
Capítulo 3 - Velórios


Notas iniciais do capítulo

Segue mais um cap.



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O salão principal estava organizado na medida do possível. A maioria dos entulhos havia sido retirada por magia e as mesas tinham sido postas no lugar novamente, porém o teto era apenas um teto comum. Sem um céu refletido, sem velas flutuando.

Os Weasleys estavam todos sentados juntos na mesa da Grifinória. Assim que Molly viu Rony e Hermione se aproximando levantou-se.

– Cadê o Harry e a Gina? – Perguntou docemente.

– Não sei mãe, eles estavam logo atrás de nós. – Rony respondeu tentando conter um bocejo.

– Onde esses dois se meteram? – Ela perguntou mais para si mesma começando a ficar impaciente.

Passados uns poucos minutos, os dois aparecem juntamente com Neville.

– Onde vocês estavam? Já estava ficando preocupada. – Disse tentando arrumar os cabelos de Harry com as mãos, mas acabando por bagunça-los mais ainda.

– Desculpe Sra. Weasley, a gente só tava olhando onde... olhando o aviso que a McGonagall colocou na parede. – Harry respondeu meio sem jeito.

– Que aviso?

– De onde vai ser cada um dos..., você sabe mamãe. – Disse Gina

– Ah, é claro. – Disse tentando parecer calma, mas todos viram o modo como a voz dela falhou.

– Mamãe... – Gina correu ao encontro da mãe a abraçando, tentando de alguma forma acalmá-la um pouco.

Gui percebendo a situação resolve tomar a iniciativa.

– Vamos pessoal, vamos acabar logo com isso. – Ele disse levantando-se da mesa. - Aqui, arranjei uma chave de portal pra gente ir.





O velório de Fred ocorreu em um silencio tão grande que chegava a doer a alma. No rosto de cada um dos Weasleys e também de Harry estava a mesma expressão de profunda tristeza. Parecia que o mundo nunca mais seria um lugar alegra sem Fred ajudando Jorge em suas diversas brincadeiras. Lágrimas escorriam pela face de Gina sem que ela nem ao menos precisasse piscar. Uma torrente que lavava a alma e tentava expulsar do corpo toda a sensação de perca.

Porém no momento em que o tumulo foi fechado, uma grande quantidade de fogos de artifício surgiu ao redor. Todos olhavam assustados para Jorge que não parava de soltar fogos.

– Jorge!? Isso é hora para brincadeiras? – Disse Molly em meio as lágrimas.

– É, é claro que é. – Respondeu sem parar de prestar atenção no que fazia. - Eu e Fred nunca perdemos a chance de brincar um pouco. Tenho certeza que ele prefere assim. Que ele não estava gostando nem um pouco do clima que tava isso aqui. Que ele ia querer animar um pouco isso. – Respondeu com um meio sorriso.

Os fogos pareciam que haviam criado vida própria, pois mesmo depois de horas, continuavam por todos os lados ao redor do tumulo de Fred. Como se a própria alma alegre a travessa de Fred desse vida e combustível para que eles nunca parassem de queimar.






Os Weasleys foram para a casa, mas Harry e Hermione ainda tinham mais uma coisa para fazer naquele dia tão triste.

Assim que Harry e Hermione chegaram ao cemitério onde Remo e Tonks seriam enterrados eles viram uma Andrômeda completamente abatida, segurando o neto no colo como alguém que teme perder ao seu bem mais precioso. Como se a qualquer momento fosse aparecer alguém para tirar-lo dela também. Assim que percebeu isso Harry se adiantou em direção a Sra. Tonks.

– Sra. Tonks?

– Potter! – Falou segurando ainda mais firme o neto nos braços, o que não passou despercebido por Harry.

– A Sra. pode ficar tranqüila, apesar de ter sido escolhido para ser padrinho do Ted, não pretendo tira-lo da senhora. – Disse percebendo o medo de Andrômeda. - Não seria justo, nem com ele, e muito menos com a senhora. Só te peço que me permita ser um padrinho presente para ele.

– Você não vai tirá-lo de mim? – Perguntou para confirmar o que havia acabado de ouvir, já um pouco mais aliviada.

– É claro que não. Mas pode contar comigo para qualquer coisa, principalmente se envolver ele. – Harry se surpreendeu com sigo mesmo ao ver o quanto ele soava como um adulto.

– Obrigada.

– Posso segura-lo? Assim a Sra. fica mais a vontade para se despedir de sua filha. – Pediu, morrendo de vontade de segurar o afilhado nos braços pela primeira vez.

Após pensar um pouco ela acabou resolvendo aceitar, e lhe entregou o menino que no momento exibia cabelos cacheados e um belo tom azul.

– Ok. Mas cuidado, ele ainda é muito pequenininho. – Andrômeda disse enquanto passava o menino para os braços de Harry.

– Pode deixar. – Disse pegando Ted dos braços da Sra. Tonks com muito cuidado, com medo de machucar o menino.

Logo após, procurou uma cadeira para se sentar. Assim se sentiria mais seguro com o bebê no colo

– Oi Ted. – Disse encarando os pequenos olhinhos cor de mel. - Eu sinto muito pelos seus pais. Sinto por você não poder conhecê-los, mas te garanto uma coisa, no que depender de mim você vai ter uma vida feliz. – Afirmou, como se aquele pequeno ser em seus braços fosse capaz de entender cada palavra do que ele dizia. - Uma vida tranqüila, num mundo de paz que seus pais deram a vida para ajudar a construir. E conseguiram. Eles se arriscaram para que você pudesse crescer num mundo melhor. Seus pais são heróis. Trate de ter muito orgulho deles. – Harry chorava enquanto ‘conversava’ com Ted, sendo abraçado por Hermione, enquanto se lembrava de sua própria infância sem os pais. Mas com uma certeza. Apesar de Ted ter perdido os pais cedo também, ele ia ser criado por quem o ama, ia ter uma infância feliz. E ia crescer ouvindo falar dos pais. De como eles haviam sido grandes heróis.






Após o velório eles se dirigiram a Sra. Tonks para lhe entregar Ted, que estava com eles desde que chegaram.

– Com licença! Sra. Tonks.

– Ha... Harry! Oi pequenino, vem com a vovó vem. – Disse pegando o neto. – Harry, nós precisamos conversar.

– Concordo, mas se a Sra. quiser pode ser outro dia. – Falou pensando no estado da Sra. Tonks, que visivelmente não era muito bom. Ter perdido a filha, pouco tempo depois de ter perdido o marido, com certeza não havia feito nada bem a ela.

– Não, quanto antes melhor.

– Como queira. Então vamos nos sentar. – Disse apontando umas cadeiras mais afastadas das outras pessoas. Seguiram em direção as cadeiras deixando para traz Hermione.

– O que você pretende fazer com relação ao Ted? – A Sra. Tonks resolveu ir direto ao assunto que mais lhe preocupava o coração no momento.

– A Sra. o ama, e com certeza irá criá-lo muito bem. Além disso, eu definitivamente não sei cuidar de um bebê. Sem contar que eu tenho muita coisa para acertar na minha vida. A Sra. é a avó dele, é a única parente que resta ao pequeno Ted, assim como infelizmente ele é o único parente que lhe resta. A meu ver não só o mais justo é ele ficar com a Sra., como também é o mais certo. Mas como eu disse, eu pretendo ser um padrinho presente para ele. Gostaria de poder visitá-lo, além pega-lo para passear de vez em quando.

– Claro. Acho que ele vai gostar disso. – Disse realmente aliviada de saber que não teria problemas para ficar com o neto. E com a certeza de que a filha havia feito uma boa escolha para padrinho do menino.

Após um tempo em silêncio, sem saberem o que dizer Harry se lembrou de algo.

– Sra. Tonks!... É... os Weasley mandaram seus pêsames, mas pediram desculpas por não vir. Mas eles não estão nada bem com o que aconteceu com o Fred.

– Infelizmente eu entendo perfeitamente bem o que eles estão passando. E peço que mande meus pêsames a eles também.

– É claro. A Sra. vai me desculpar mas eu preciso ir.

– Compreendo. Até mais então.

– Até. – Disse se afastando.






Ele aparatou nos jardins da Toca juntamente com Hermione. A casa estava silenciosa, todos deviam estar dormindo, descansando da batalha e do longo dia emocional.

Os dois subiram para o quarto de Rony e o encontraram deitado na cama, encarando seu teto laranja. Harry achou que era um bom momento para contar uma idéia que tinha tido durante a manhã.

– Rony... Mione... eu queria falar com vocês. – Disse apreensivo.

– O que foi Harry? – Perguntou Hermione.

– Eu tava pensando Mione, acho que devemos uma explicação e um pedido de desculpas aos duendes de Gringotes. – Disse de uma vez.

– Mas Harry, nós tínhamos que fazer aquilo. – Rony se manifestou depois de alguns segundos de silêncio.

– Eu sei Rony, mas eles não. Além do mais, nós não só invadimos como também destruímos uma parte do bando. Creio que devemos ao menos tentar nos explicar.

– Mas... – Rony começou a discordar novamente.

– O Harry tem razão Rony. Pedir desculpas e nos explicar é o mínimo que devemos fazer. – Intercedeu Hermione.

– Ok. Mas quando vocês pretendem fazer isso? – Rony perguntou.

– O quanto antes melhor. Acho que seria bom se fôssemos amanhã mesmo. – Disse Harry, feliz pelos amigo terem aceitado.

– Mas precisa ser tão logo Harry? – Reclamou Rony.

– Rony, pensa um pouco, os duendes sempre foram tratados como inferiores pelos bruxos. Quanto antes nós formos, melhor, pois nós estaremos mostrando para eles que apesar de que fizemos nós os consideramos como iguais. Quanto mais demorarmos, pior será. – Explicou.

– Ok. Então vamos amanhã. Mas é que eu estava pensando se a Mione não gostaria de ir amanhã mesmo atrás dos pais dela.

– É claro que sim. – Disse emocionada por Rony se lembrar dos pais dela, mesmo com tudo o que havia acontecido naquelas ultimas horas. – Mas eu posso ir depois de falarmos com os duendes não?

– Nós Mione! Você não acha que depois de tudo vamos deixar você sozinha nessa, acha? – Perguntou Harry bagunçando os cabelos da amiga.

– Valeu Harry. – Disse ainda mais emocionada, abraçando os dois. – Eu adoro vocês dois sabiam. Não sei o que seria de mim sem vocês.

– Eu com certeza estaria morto sem você Mione. – Harry declarou o obvio.

– E eu não consigo me imaginar mais sem você, minha sabe-tudo. – Acrescentou Rony.

–Só vocês dois para me fazer chorar desse jeito.



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Notas finais do capítulo

Capitulo um pouco triste.
Gostei tanto de escrever a conversa sobre o pequeno Ted. Espero que tenham gostado tanto quanto eu.