Clary POV's

Medo ? Dor ? Não tem palavra que poderia dizer, para significar o que se passava dentre de mim, Lágrimas escorriam de meu rosto freneticmanete, o medo de perde-lo me invadia , me dominava, e eu não conseguia controlar meu coração. Meu coração era dele, e se por um acaso o coração dele parasse de bater, eu faria com o meu tambem parasse. Parece Cliche demais, ou até "Romeu e Julieta". Mas a idéia de ficar sem Harry me fazia sentir algo que nem eu mesmo sabia como eu aguentava. A dor preenchia meu peito. Enquanto caminhavamos até o carro para ir até o hospital, minhas pernas andavam com muita dificuldade. Eleanor me ajudou a andar , eu não conseguia, eu não tinha forças. Mas eu prometi para mim mesma que ia permanecer forte ao lado de Harry.

– Clary, tomou seu remédio - Leticia disse dentro do carro

– Sim - menti

Ela não falou mais nada, ela parecia mais calma do que eu, Niall estava no hospital, mas estava no quarto somente em observação, nada de mais tinha acontecido com ele, mas com o Harry... Harry . E meu choro se intensificava, e tudo começou a ficar preta, por um momento achei que eu iria desmaiar, mas aquilo era somente uma lembrança.

*flash back*

Eu sentia como se a lembrança fosse real, que eu estava mesmo ali naquele momento, mas não era. Era somente algo da minha cabeça. Eu estava no carro, minha mãe estava no mercado, eu tinha ido com ela no mercado as forças, eu queria ter saido com meus amigos, ter ido no boliche, mas ela disse

"Clary querida, me ajude nas compras" E eu fui grossa

" Eu quero sair com meus amigos"

"Voce pode sair com eles depois, mas comigo, talvez não tenhamos muito tempo". Ela sempre fazia isso , dizer "Um dia não vou mais estar aqui". Eu repulsava essa idéia, mas fui no mercado com ela. Lembro de minha amiga ter aparecido para me dar carona e eu falar que não podia ir, e eu fiquei tão braba com ela, que deixei ela fazendo compras sozinha, fiquei dentro do carro. A hora que ela voltou, qualquer mãe do mundo ficaria super braba com o comportamento ( que hoje eu vejo que foi ridiculo ) de uma filha, mas para minha surpresa, ela sorria.

Eu não entendia como ela sorria, acabamos de descobrir que meu pai traiu ela e tem outro filho fora do casamento, que por acaso é meu melhor amigo . E ela continua com seu sorriso, sempre parecendo forte. Como moravamos em cidade pequena, todos ficaram sabendo da traição e as pessoas tiravam sarro da minha mãe o tempo todo

" Será que filha de Corna também tem chifre ?"

Eu ignorava, mas eu era uma pessoa revoltada, vamos dizer que eu batia em alguns de vez enquando. Andrew já era meu irmão de coração, mas se tornou meu irmão de sangue. Algo que eu não fiquei tão triste, sempre quis ter um irmão mais velho. Mas eu tinha uma irmã mais nova, que só chorava e fazia coco, eu odiava cuidar daquela criança.

Minha mãe ligou o carro e saimos do estacionamento, ela foi em um super mercado grande,e supermercados grandes ficavam na rodovia. E era um dia movimentado, sexta feira, pessoas sempre com pressa.Como eu. Eu queria pedir para ela me deixar no boliche, mas ela ia falar "Se voce tivesse ido comigo NO MERCADO eu te levaria". Minha mãe não era o tipo de pessoa que falaria isso, mas era isso que eu esperava que ela dissesse. Mas minha mãe não era comum, ela era amável, era responsável e forte. E então eu percebi o quanto eu a admirava e o quanto eu me sentia arrependida de ser uma filha tão mal educada

" Me desculpa mãe"

" Porque ?" Então lembrei de um fato, assim como eu, minha mãe adorava respostas completas

" Por ser infantil e não ter acompanhado voce"

" Filha, sabe que eu não queria que voce fosse no boliche"

"Porque?"

" Eu queria que voce... não saisse com aquele Andrew"

" Mãe, ele é meu irm... é meu melhor amigo, ele não tem culpa se o pai fez uma besteira" Ela se sentia incomodava por meu pai ter a traido, e eu tambem sentia, mas ela não queria que Izzy crescesse sem pai, então decidiu """""""""""esquecer""""""""""""

" Valentim errou, eu sei, mas estamos concertando isso unidos , né? Seremos sempre uma familia"

Ela falou pegando na minha mão, sua mão era quente e macia e passava segurança. E então em um feche de luz, algo que não lembro bem como aconteceu, estavamos capotando. Um caminhão bateu com tudo no nosso carro. E sabe aquela história de quando voce está perto da morte voce ve a sua vida passando pela sua cabeça ? Eu via isso. Eu me vi nas aulas de ballet e minha mãe na primeira fileira nas apresentações sorrindo e tirando fotos, lembrei da minha mãe elogiando a minha voz dizendo que eu era talentosa e que sentia orgulho de mim. Lembrei do dia que eu conheci o Andrew e como ficamos amigos tão rápido, do dia em que fui pescar com o meu avó. Mas aparentemento eu não estava morta, eu enxergava tudo. Eu sentia o sangue escorrendo na minha testa, e eu chamava a minha mãe. E ela não atendia. Ela abriu seus olhos com dificuldade , o desespero tomava conta de mim, ela estava tão palida, e tão cheia de sangue, e sua respiração estava tão fraca. Nossas mãos ficaram juntas durante o acidente. Ela apertou com força, ou a força que ainda a restava e olhou nos meus olhos

"Eu te amo Clary, seja sempre essa menina linda e persiga seus sonhos, vá atrás deles, eu te amo "

E então ela sorriu. E fechou seus olhos, sua mão ficou gélida, e eu tentava gritar seu nome, eu ouvia a ambulancia perto da-li, mas era tarde de mais, minha mãe havia morrido. Eu tentava balançar ela mesmo presa durante as ferragens, eu gritava, eu implorava para que ela voltasse, ela era a coisa mais preciosa no mundo para mim, e eu me sentia a filha mais inutil do mundo. Os bombeiros chegaram e me tiraram primeiro, me colocaram na ambulancia a força . Eu queria ficar ao lado dela. Ela não podia estar morta, não podia
Eles me colocaram na ambulancia, e tanto gritar, eu apaguei.

*flash back off*

Meus olhos estavam encharcados, e eu consegui suportar a morte repentina de minha mãe, mas perder o Harry, NÃO.
Uma vez me perguntaram se eu tivesse a oportunidade de trazer minha mãe de volta, se eu a traria. Não, eu não a traria, por mais que eu a amasse, a morte dela me fez ser a pessoa que eu sou hoje, fez com que eu me tornasse forte como ela, e fosse responsável. Aprendi a amar a minha irmã e vi que cuidar dela nem era terrivel. Eu amadureci muito com a morte dela, e com o meu pai ter fugido, Era esse um dos motivos de eu não querer ele de volta.

Se minha mãe não tivesse falado "persiga seus sonhos" eu nunca teria entrado no The X Factor, eu nunca teria tanta garra para seguir em frente. Mas se eu perdesse o Harry, eu perderia toda minha força que eu tinha conquistado, perderia toda minha garra, ele era o motivo do meu sorriso.
Chegamos no hospital e Leticia foi correndo pro quarto do Niall, e Eleanor foi junto com ela. Louis foi comigo até a UTI, ver o Harry, e meu corpo clamava para que ele tivesse acordado. Eu queria ver seus olhos abertos , eu queria poder ouvir sua voz. Eu queria poder senti-lo
Mas infelizmente , não foi assim, Entramos na UTI, e eu que já estava chorando, tive minhas lágrimas intensificadas. Por mais que ele tivesse cortes pela bochecha e pela testa, continuava lindo. Suas covinhas estavam marcadas e parecia que ele estava apenas dormindo. Seu braço direito estava enfaixado. E Louis foi do seu lado e colocou a mão no busto para sentir o coração. Eu cheguei do outro lado da maca e com minha mão apertei a sua com força, e eu parecia estar delirando, mas ele tambem apertava minha mão. O Aliança dele estava na escrivaninha ao lado. E com minha outra mão acareciava gentilmente seus cachos, depositei um beijo na sua testa e algumas lágrimas. Levei meu rosto para seu ouvido e disse

– Eu te amo
Nessa hora os batimentos cardiacos dele estavam mais acelerados, e ele realmente apertou a minha mão. Louis começou a sorrir, e então eu imaginei que ele estivesse abrindo os olhos. E ele estava realmente abrindo- os.
Quando os abriu ,seus olhos foram ao encontro dos meus. E eu sorri, e ele tambem. Ele com dificuldade abriu a boca e disse com sua voz rouca e lenta

– Eu ..... sabia... que era voce

– Eu vou estar sempre ao seu lado - falei

– Eu tambem te amo - ele disse . E então olhou para o Louis

– Hey man, voce está com uma aparencia ótima - Louis falou do seu jeito brincalhão de ser

– É bom ver voce cara - Harry disse tentando se sentar, eu e Louis ajudamos ele. - É bom ver os dois.

– To decepcionado - Louis disse triste - geralmente, acordam com beijos, voce acordou com a voz dela

– Mas eu ainda aceito o beijo - Harry disse rindo de leve e eu ri tambem, era definitivamente o meu Harry ali . Fui até ele e depositei um beijo de leve em seus lábios , olhei em seus olhos e ele sorria - Eu me sinto muito mais vivo .
E Louis riu alto, as enfermeiras chegaram, que precisava fazer silencio, E logo o médico chegou falando que iria analisar os sinais do Harry, e eu e Louis tivemos que nos retirar, mas eu estava bem, meu coração estava aliviado. Definitivamente, NADA ia tirar Harry de mim.