Touched By Hell escrita por raquelsouza, milacavalcante


Capítulo 14
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Tem algum leitor aqui? Enfim, espero que esteja, haha
Desculpem a enorme demora por postar esse capítulo e por ele ter saído pequeno, mas é que o computador da Kamila não está pegando (sim, aqui é a Raquel) e ela não tinha como escrever. Eu fiz o possível com a mila pra esse capitulo sair, espero que entendam.
E obrigada pela recomendação, Ane Scartt!
Aproveitem o capítulo!



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A noite havia sido agoniada. Tive vários sonhos e em todos eles, Percy sofria. Não era só ele, mas todos aqueles quem eu amava.

Estava na cama com Percy abraçado a mim quando os primeiros raios de sol atingiu o meu rosto. Levantei da cama cuidadosamente sem acordar Percy e fui até a cozinha. Bebi um pouco de leite e fiquei fitando vista através da janela quando eu vi alguma coisa se movimentando atrás da porta. Olhando alarmada pra a pessoa, andei o mais silenciosamente até ficar atrás da bancada.

– Desculpa se eu te assustei, Annie. – disse Thalia sorrindo minimamente.

Ah. – suspirei – Oi Thalia.

– Noite mal dormida também? – perguntou ele tomando o copo de leite da minha mão e tomando um grande gole.

– Sim – sorri -, mas pelo visto, a sua noite foi bem... Interessante.

Thalia corou.

– Apesar dos esforços de Luke, não consegui... você sabe – ela deu os ombros.

– Por quê?

– Acho que a gente está indo rápido demais.

– Te entendo. – disse com um pequeno sorrido tímido no rosto.

Ela levantou a sobrancelha cética.

– Também acho que eu e o Percy estamos indo rápido demais. – expliquei.

– Você parece preocupara. – Thalia comentou.

– Eu estou. – confessei. – É tudo muito complicado.

– Quer falar sobre isso?

– Não. – disse simplesmente.

– Tem certeza? Quem sabe você pode me contar quem fez isso no seus rosto e porquê – ela disse levantando a sobrancelha sugestivamente.

Suspirei. Seria tão mais fácil dividir tudo com alguém. Poder compartilhar toda a dor que eu sentia, mas era muito arriscado. Não podia colocar Thalia em perigo.

– É muito arriscado. – disse olhando para o nada. – Ninguém pode saber.

– Eu assumo o risco. – disse ela.

– Isso é mais sério do que você pensa, Thalia. – disse olhando-a nos olhos.

– Somos amigas, não somos? – ela perguntou segurando a minha mão.

Amiga.

Faz tanto tempo desde que tive uma amiga. Eu não confiara em mais ninguém desde os meus 10 anos, quando a garota que eu chamara de amiga me taxou de louca.

Segurei a mão de Thalia com força e a abracei. O simples gesto me fez chorar. Antes que eu me desse conta, eu já estava contando tudo para ela.

– Eu tinha 8 anos. Estava me preparando para dormir quando ele entrou no quarto e começou a conversar comigo, disse que ia me ensinar uma coisa que só as mocinhas sabiam, e logo começou a tirar a minha roupa. – lágrimas quentes rolavam pelo o meu rosto, limpei-as com as costas das mãos. – No começo eu fiquei assustada, mas depois gritei pela minha mãe, ela não veio. Ela nunca vinha quando eu chamava, nunca. Ele disse que as mocinhas não chamavam pela mãe, então ele separou as minhas pernas. Doeu. Eu me contorcia na cama, gritava, chama pelo o meu... pai. Eu sabia que ele estava em casa. Eu tentava me desvencilhar dele, mas ele era forte.

– Foi aí que tudo começou. Aguentei tudo calada, uma parte por medo, outra por raiva porquê eu sabia que ninguém iria acreditar em mim. Mas acabamos nos mudando para Nova Iorque, graça aos deuses. – fiquei calada e deixei que as lágrimas fluíssem pelo o meu rosto, esperei até os soluços pararem. – Meu pai me vendeu por causa de um vício. Sabe o que é isso?

Thalia não disse nada.

– Foi quando eu me tornei outra pessoa, revoltada com tudo o que acontecia. Eu pensava que me tornando outra pessoa poderia esquecer esta parte da minha história. – disse eu sem esperar a resposta de Thalia. – Mas não adiantou, todas as noites eu tenho pesadelos com isso.

Thalia continuou em silêncio por alguns instantes. Senti um grande peso se esvair do meu peito e um calor súbito subir por meu pescoço e se espalhar pelo o meu resto.

O que Thalia pensaria? Sentiria apenas pena, é claro.

Voltei a fita-la, Thalia tinha as sobrancelhas franzidas, um misto de emoções parecia se passar pelo o seu rosto, havia incredulidade, raiva... mas eu não via pena. Isso era bom.

– Annabeth, eu... – Ela não parecia saber o que dizer, então ela abriu os braços e me puxou de novo para um abraço, e era aquele tipo de abraço que te fazia sentir segura e amada, um abraço de amiga. – Você é a pessoa mais forte que eu conheço. – ela sussurrou no meu ouvido. – Se esse tipo de merda tivesse acontecido comigo, acho que eu já teria me matado a muito tempo.

Sorri em meio as lágrimas.

Fiquei ali, abraçada com Thalia pelo o que se passaram horas.

– Annabeth. – chamou-me ela.

– Diga. – me afastei e limpei o rosto.

– Quem fez isso com você?

Olhei nos olhos dela e pronunciei o nome do meu agressor.: - Gabe.

Thalia arregalou os olhos.

– Gale. – repetiu ela solenemente. – Porque não pensei nisso antes?

– O que você quer dizer com isso? – perguntei estupefata.

Thalia mexeu no cabelo e deu de ombros.

– Ele sempre parecia estar dando em cima de mim, sabe? Ele é assustador. – ela disse enquanto caminhávamos para o sofá.

– Ele é doente. – disse encarando-me e encarando o chão.

Era bom poder contar para alguém o que me acontecia, parecia que havia uma esperança e que no final tudo ficaria bem. Claro que era só uma esperança boba mas tentei me agarrar a ela mesmo assim.

– Você tem que entrega-lo. – Thalia disse após um momento.

– Não posso. – suspirei. Já tinha pensado nisso vezes demais e sabia que entregar Gabe a polícia só pioraria as coisas

– Porque não? –perguntou ela estupefata. – Ele é um estuprador pedófilo e você não pode deixar que ele faça essas coisas com você, Annabeth! Faça alguma coisa! – ela gritou.

– Você não entende... – disse colocando a mão na testa. – Entregar ele não adiantaria nada, ele mesmo já disse isso milhares de vezes, ele é rico e influente, ninguém acreditaria em mim, nem mesmo a minha mãe acreditou. – gritei e pisquei forte tentando conter as novas lágrimas. – Eu já tentei fugir dezenas de vezes, ele sempre me encontra e faz com que eu me arrependa do que fiz, não tem nada que eu possa fazer. – disse e respirei fundo.

Thalia sentou ao meu lado e passou o braço ao redor os meus ombros sem dizer mais nada. Ela tinha entendido que era inútil tentar alguma coisa.

Depois de algum tempo, levantei do sofá.

– Acho melhor eu acordar o Percy, precisamos ir pra casa. – disse olhando para o nada.

Fiquei ali sem saber o que dizer.

– Por favor, não conte a ninguém. – disse.

– Não vou. – respondeu ela solene. – Palavra de escoteira.

– E é pelo simples fato de você não ter sido escoteira que eu me preocupo. – consegui dá uma pequena risada.

– Eu prometo. – disse ela sorrindo.

– Eu te coloquei em perigo agora, me desculpa. – disse eu séria. – Você precisa agir como se não soubesse de nada, pelo o seu próprio bem.

– Nada vai me acontecer, relaxa. – ela disse dando um sorriso amarelado. Acenei e fui até o seu quarto onde Percy continuava dormindo com um sorriso bobo.

Respirei fundo e o sacudi. Ele acordou com certa dificuldade.

– O que aconteceu? – ele balbuciou sonolento.

– Acorda, Cabeça de Alga, precisamos ir pra casa. – disse dando uns tapinhas no seu rosto.

– Precisamos mesmo? – ele perguntou sentando na cama e coçando o olho.

– Sim, Atena vai embora hoje. – disse lembrando-o que tínhamos que deixa-lo no aeroporto.

– Tá bom. – ele disse pondo as mãos na minha cintura. – Mas antes...

– Percy. – comecei a dizer.

– Deixa de ser chata. – ele disse me jogando em cima da cama. Eu ri da agressividade e procurei seus lábios.

Abracei-o sentindo o calor de seu corpo contra o meu. A sensação de ter alguém tão próximo de mim não tentando me machucar trazia de volta aquela pontinha de esperança. Encaixei a minha cabeça no seu pescoço e ele afagou o meu cabelo com os dedos.


***


A viagem até o aeroporto durou duas horas mas pareceu durar minutos. Apesar do que aconteceu, eu não queria que Atena fosse embora.

Chegamos quase no horário do voo de Atena, ela já estava se despedindo de Sally com lágrimas nos olhos e promessas de que se veriam com mais frequência. Não tinha falado com minha mãe desde a nossa briga e agora estava um pouco arrependida disso.

Ela veio se despedir de mim um pouco hesitante.

– Vou sentir sua falta. – ela disse um pouco fria. Senti minha garganta fechar e meus olhos arderem em lágrimas.

– Aposto que não. – sussurrei olhando para os meus pés. – Mas eu vou sentir a sua falta. Desculpa por não ter ficado com você.

– Não por isso. – respondeu ela um pouco ríspida e me abraçou. – Eu vou sentir a sua falta sim, Annabeth, e não é comigo que você tem que se desculpar.

Soltei-a e olhei para Gabe que estava a alguns metros de nós, me encarando.

– Você contou pra ele? – perguntei. Meu coração batia forte em meu peito. Estou morta.

– Claro que não, isso seria uma grande ofensa. – ela disse e eu soltei um suspiro de alívio. – Mas você está errada fazendo isso.

– Eu sempre estou errada, eu sei. – disse cansada disso. – Eu só quero ir pra casa.

– Quem sabe aqui pode voltar a ser a nossa cara, erámos tão felizes aqui. – Atena tinha um ar sonhador.

– Você era. – cortei-a. – Não quero ficar aqui.

– Mas você vai. – Atena retrucou com firmeza.

– Ou morrerei.

O alto-falante soou indicando a última chamada para o voo.

– Não fale um absurdo desse, Annabeth! – Atena voltou a me abraçar. – Eu amo você, ok? Se comporte.

– Eu também. – respondi cabisbaixa.

Observei-a indo até o avião e sumir no meio de milhares de pessoas, assim como a minha esperança.

Voltei para o carro pronta para começar essa nova semana. Seria mais 5 dias longe de Gabe. 5 dias até que minha insanidade fosse embora mais uma vez.


***

A sexta feira havia chegado no piscar de olhos. Eu havia aproveitado a semana inteira o máximo que eu pude. O meu namoro com o Percy não ficou nem um dia em segredo, já que Luke fez o favor de contar a todos na hora do almoço que havia dois novos casais na escola.

Em favor disso, os monitores da escola ficaram de olho em nós.

Obrigada, Luke.

– Chamando Annabeth. Alô? – Percy estalava os dedos na minha frente.

– Hum? – perguntei voltando a realidade.

– Onde você estava?

– Em algum lugar longe de você.

Olhei para Percy e ele tinha um sorriso afetado no rosto.

– Vamos, Annabeth. Está na hora do almoço.

– Claro.

Me levantei para ir embora com Percy quando de repente, Rachel vem rebolando em nossa direção.

– Posso falar com você um momentinho, Percy? – perguntou ela com aquela voz estridente.

– Pode ser depois?

– Não. – respondeu ela imediatamente.

Percy franziu a testa e hesitante, respondeu.

– Tudo bem. – Rachel o segurou pelo braço e o puxou. Antes de ir, ele se virou e disse: - Me espera aqui, já volto.

– Tá. – respondi com um certo nojo.

Percy e Rachel se afastaram, mas não muito, pois eu ainda podia vê-los. Rachel com certeza havia dito algo que deixou Percy um pouco exaltado. Ele falava rapidamente e gesticulava muito os braços. Ele começou a mudar de posição depois que Rachel chegou mais perto e começou a passar a mãos seus braços.

Aquela cena me dava náuseas e um certo desconforto. Percy olhou pra mim por um instante depois voltou a conversar com a Rachel, que por sua vez ficou séria e disse algo que deixou Percy mais exaltado.

Não aguentando mais, comecei a andar até onde eles estavam. Tinha certeza de que eles estavam falando sobre mim.

Percy me viu chegando e disse uma frase, encerrado o assunto, ele andou até mim e beijou o alto da minha cabeça.

– O que foi? – perguntei.

– Nada que você precise de preocupar.

– Vocês estavam falando sobre mim, não estavam? – perguntei olhando-o nos olhos.

– Não. – respondeu ele hesitante.

Antes que eu pudesse fazer qualquer protesto, Thalia chegou e saiu me arrastando ao lado de Luke até o refeitório.

Thalia e Luke estavam abraçados a minha frente, enquanto Nico revirava os olhos com mal humor.

Percy chegou atrás de mim a me abraçou, mas eu me desvencilhei de seus braços.

– Quê? – perguntou ele momentaneamente confuso.

Limitei-me a dar um pequeno sorriso.

De repente, um barulho ensurdecedor atravessou o pavilhão e todos ficaram quietos.

– Desculpe. – disse Rachel ao microfone. Ela pigarreou e voltou a falar. – Bom dia estudantes. – disse ela com um sorriso triunfante. – Quero dar um aviso a todos vocês. Como a maioria sabe, o baile de inverno está chegando. Daqui a 2 semanas, a escola toda estará em preparativos para receber este glorioso momento.

Todas as pessoas que ali começaram a aplaudir e a assoviar. Rachel esperou pacientemente até que todos estivessem calados para continuar.

– Agora eu tenho uma coisa triste a contar para vocês. – disse ela com uma falsa tristeza na voz. – Eu estava ajudando os monitores hoje a entregar os pertences perdidos dos alunos quando encontrei uma filmadora caída perto da cadeira do aluno Nico Di Angelo. Sabendo que era dele, andei pelos arredores da escola a sua procura.

Ela fez uma pausa dramática.

– E o que isso tem a ver? – perguntou alguém

– Eu admito que sou uma pessoa muito curiosa, e não podendo me conter, comecei a ver os vídeos que ali continha. – disse ela sem se abalar. – E tinha um vídeo em especial que me chamou a atenção. Eu, com o meu enorme coração, fiquei abalada com o que vi, e decidir compartilhar com vocês.

Olhei para Nico confusa, mas ele parecia em estado igual ao meu.

– Percy e Luke, venham aqui me ajudar, por favor. – Percy foi andando até Rachel com uma expressão confusa no rosto.

– Desculpe. – ouvi Luke sussurrar no ouvido de Thalia.

– Pelo o que? – ela perguntou.

Ele só deu os ombros e de dirigiu até onde Rachel estava.

– Percy, meu querido, você pode desligar as luzes, por favor?

E conforme pedido, Percy desligou as luzes e o vídeo começou.



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Notas finais do capítulo

Eu sei que o capítulo saiu mt apressado e wow! (fora os erros de digitação) mas foi meio que feito sem muita inspiração e em um caderno. Bem, no caderno saiu umas 10 paginas, mas quando eu passei por world saiu assim. Sei que faltou aquela emoção e a kamila não queria postar agora, mas já ia fazer 2 meses que a gente não postava. 2 BENDITOS MESES! E nem uma de nós sabia o que colocar pra melhorar a história.
Espero que vocês nos perdoem pelo tempo que se passou, sei que vocês reclamam disso nos comentários, mas o ultimo ano escolar não está fácil. Prometo escrever pelo menos 2 capítulos nessas férias que estão vindo, ok?
Bjs e amo vocês! (não esqueçam de comentar bastante, como no cap passado, haha)