- Como assim ela falou que ia ficar aqui?! Se ela fugiu com aquele infeliz, eu juro que mato ele!!
- Nós perdemos o voo e decidimos vir aqui para ver como ela estava e tentar convencê-la à ir conosco – disse a mãe da Poof aos prantos.
- Quer saber vou ligar para o Jow – disse enquanto discava os nº do telefone dele.
- Hey Mom! – disse o Jow animado
- Cadê ela? Me deixa falar com ela! – berrei no ouvido dele
- Eita tá loca Moms?!Ela quem? – ele falou confuso
- A SUA NAMORADA PORRA!! A POOF! - gritei mais alto ainda
- O que tem ela?! – ele disse mais confuso ainda.
- Como assim o que tem ela, você sabe muito bem do que estou falando, ela tá ai com você não tá!?
- Eu não vejo a Poof há uma semana, a gente brigou e ela não fala mais comigo...
- Até parece que eu vou acreditar nisso, mas é muita cara de pau! Me deixa falar com ela logo!
- MOMY EU NÃO TO COM ELA, ELA ME MANDOU UM SMS TERMINANDO COMIGO! – ele disse aos prantos...tá, agora eu acho que ele está falando a verdade, eu nunca o vi chorar...ou ouvir neste caso...
- Ah...desculpa Jow... – eu disse enquanto checava os sms que a Poof tinha mandado, eu havia colocado o celular dela para carregar na noite anterior.
- Momy...o que a Poof fez?
- Ela sumiu Jow... do nada, a gente não sabe porque, eu te liguei pois está todo mundo preocupado... – eu disse fungando.
- Ela falou que ia ficar na sua casa, que não queria ir para a Alemanha.
- Isso eu já to sabendo...obrigado Jow...tchau. – disse desligando o celular.

Meus olhos se encheram de lágrimas e comecei a chorar, a mãe da Poof me abraçou e secou minhas lágrimas.Senti suas lágrimas caindo por entre minha testa e escorrendo por entre minha face, ela segurou meu rosto, apertando minhas bochechas com força e resmungou um sei lá o que em alemão.Eu entreguei o celular da Poof a ela e na mesma hora começou a tocar.
- A ...alou? – disse a mãe da Poof atendendo
- Boa tarde, isso é uma mensagem gravada para... – a Sra. Orcaneli desligou o celular e começou a rir como uma criança, depois chorar como um bebê e depois desmaiou, meu pai e o Sr Orcaneli a carregaram para o sofá. Fui correndo até meu quarto, chegando lá comecei a criar um novo rio. Deitei em minha cama e fiquei olhando para o teto, peguei meu celular e vi meu papel de parede, era uma foto minha com a Poof, tínhamos tirado essa foto há 4 dias na casa do Puck. Lembrei de um dia  em que a Poof me disse que para relaxar se masturbava eu achei muito estranho, ela disse que qualquer dia poderia tentar...não...não faria isso.Ouvi um barulho vindo da porta...era minha mãe entrando
- MILENA MORFÉIA BATISTA, O QUE VOCÊ TEM NA CABEÇA PRA SAIR DE MANHÃ SEM AVISAR?
- Primeiro, não me chame pelo nome, a senhora sabe que eu odeio esse nome maldito que você pôs em mim!Segundo, você e seu marido saíram e não deixaram aviso, então eu fui para casa do Puck! E pelo que eu saiba já sou bem crescida para poder sair sozinha. Terceiro, a senhora não tem consideração nenhuma não é?! Que porra! Ninguém nessa merda me entende, quisera eu ter sumido como a Poof! – quando falei isso minha mãe bateu em meu rosto, me puxou pelo pulso e começou a segurar forte.
- Quem você pensa que é pra falar assim comigo? Se enxerga garota, você é só um verme, uma minhoca a vagar neste mundo. O seu nome foi sua avó quem escolheu, ela disse que você iria gostar. Se não gosta, torça para sobreviver até os 18 para mudar. E outra coisa, o que você estava fazendo na casa do Puck!? Você sabe que eu não gosto dele, nem sua avó e nem a Poof. Você está sofrendo!? Imagina os pais dela! Milena, você é crescida mas não é adulta. E enquanto viver sobre meu teto não quero que você levante a voz para mim! Ah...e outra coisa, eu não sou uma “senhora” qualquer eu sou sua MÃE, e o meu marido é seu PAI. Então mais respeito!...Você está de castigo pelo resto do mês. – ela falou enquanto chorava, eu nunca vi minha mãe tão alterada, era normal ela ficar brava comigo, mas não daquele jeito...

Joguei-me na cama e novamente fiquei olhando o teto, dessa vez não estava chorando, mas estava me sentindo muito solitária. A Poof era minha melhor amiga desde que me entendo por gente, eu posso dizer que nunca estive sozinha, pois ela sempre esteve ao meu lado, depois apareceu o Puck, mas falar com ele não é a mesma coisa...

Não acredito que estou de castigo, e pior até o fim do mês, eu só vou poder sair quando acabar as férias, isso é absurdamente injusto...Estou irritada com o mundo, estou irritada com tudo, estou irritada até com o ar que respiro! Mas na moral, quero que se fodam, que se explodam meus pais, o Puck, o mundo! Só não o Michel, porque o tadinho é novo e não sabe de nada que está acontecendo...

A minha sorte é que faltam 3 semanas para acabar o mês, até que não é tanta coisa assim...pelo menos eu vou fingir que não é.Eu continuei deitada em minha cama pensando e acabei dormindo, acordei com meu telefone tocando.
- Momy!? –Era o Puck...que ódio...
- Que foi coisa? Que deu em você para me ligar de madrugada?! – disse enquanto acordava
- Moms já são 14h, não é mais de madrugada a muito tempo...
- Como assim 14h!?
-Mom posso falar logo!?
- Fala porra da minha vida.
- Ah...obrigada pelo elogio capeta do meu... – a transmissão está sendo impedida, verifique o sinal...(poupei vocês de uma série de palavrões) –Enfim, tem como o Michel ficar na sua casa hoje?
- Tá...tá...ele pode ficar sim, mas olha porrazinha não fica com ciúmes não, e outra coisa, vai tomar no cu vai...
- Tá então daqui uns cinco minutos eu to ai.
- Cinco minutos!? Não tem como você vir aqui daqui dez ou quinze minutos?
 - No máximo dez.
- Ok então! Até daqui a pouco. – desliguei o celular e o coloquei no meu criado mudo, dei um salto da cama e corri para tomar um banho rápido, vesti qualquer roupa e subi as escadas correndo, para minha “surpresa” o Puck já estava na varanda juntamente com o Michel.
- Sorry...I’m late...
- Aleluia Momy! Tchau, tchau que eu já to atrasado. – disse o Puck correndo para o carro do pai dele.
- Quem é ela?... – disse Michel olhando abobado para a casa ao lado.
- Ela?! Ela é o demônio que torna todos os dias um tormento, seu nome é Baal Millena, e ela é só a putinha mais desprezível que conheço.
- Ela não é o demônio, ela é um anjo de cabelos castanhos e olhos verdes, um anjo com a pele tão límpida e pura quanto o céu...ela é a santa virgem Maria imaculada... – quando ele terminou de falar isso eu dei uma risada irônica
- Tadinha da santa, assim você ofende... – falei em tom de sarcasmo – de virgem e de santa ela não tem nada, eu te aconselho a ficar bem longe dela okay!?
- Tá... – ele disse triste.
- Quem avisa amigo é... – fiz uma pausa e vi o carro com a puta-mor e suas putinhas clone cor de rosa atrás, depois me voltei para o Michel – está com fome?
- Não muita, você quer que eu prepare alguma coisa para você?
- Eu adoraria...mas toma cuidado por que assim eu me acostumo... – disse sorrindo. Nós dois entramos e ele preparou um verdadeiro banquete para mim. Meus pais haviam saído (como sempre), então ficaria sozinha com o senhor do passado o dia todo...