"Porque esse é o meu final feliz" as palavras de Cora ecoaram na mente de Regina. Dessa vez aquela mulher usou as palavras corretas. Era o final feliz dela.

- O que você quer? – perguntou Regina. Ela estava desesperada. Faria qualquer coisa para ter a filha de volta.

- O que eu quero é bem simples – respondeu Cora. – Ver você sofrer.

E sem dar tempo para Regina pensar em como ela faria isso, Cora virou-se para Morgana e levantou um braço, apontando-o para a garota, mantendo seus olhos fixos. No mesmo instante Morgana começou a se contorcer de dor no chão, gritando, suplicando que aquela mulher parasse, mas ela parecia estar satisfeita com aquela cena.

Regina parecia estar sentindo a mesma dor de Morgana. Ela gritou e correu em direção a filha novamente, mas a barreira a impediu de chegar mais perto, aumentando ainda mais a sua dor.

- Deixe a minha filha fora disso! – gritou Regina. – Seu problema é comigo, não com ela!

Mas Cora pareceu não ouvir. Morgana se contorcia menos e ao invés de gritos de dor ela chorava. Não tinha mais forças para gritar. Não tinha mais forças para continuar.

Regina olhou novamente para a filha, que ao ver a mãe sussurrou um "me desculpe" novamente e fechou os olhos.

- Morgana! – gritou. A garota não respondeu. Cora abaixou sua mão e deu um sorriso. – Não! – então Regina caiu no chão, desejando mais que tudo poder salvar a filha, poder tentar ao menos, mas não podia sequer chegar perto. Regina não conseguiu conter suas lágrimas e deixou-as caírem.

"Você vai pagar por isso" disse ela, levantando-se novamente e reunindo as forças que ainda lhe restavam. Regina foi até Cora e segurou-a firmemente pelo pescoço. "E por tudo que fez."

- Só pode existir uma rainha – disse Cora. – E sou eu. E é melhor que saiba: quem manda nesse lugar sou eu. Você não vai me vencer.

- Não sozinha – disse uma voz vinda de trás. Era Jefferson. Agora estava com o seu chapéu de volta.

Cora largou-se das mãos de Regina e se afastou.

- Guardas!

Então começaram a surgir cavaleiros vermelhos por todos os lados. Regina não sabia o que realmente fazer. Estavam em desvantagem. Jefferson colocou o chapéu no chão e o rodou. Enquanto isso, Regina tentou reunir sua magia para derrotar os cavaleiros à sua frente. Mas parecia que estavam aumentando a quantidade. Então Jefferson conseguiu tirar uma espada de entro do chapéu e segurou-a firmemente nas mãos. Porém não chegou a usá-la porque Regina lembrou-se das armadilhas do labirinto da Rainha de Copas e lançou um feitiço para empurrá-los até as paredes do labirinto e serem puxados por elas.

Cora agora estava desarmada.

- Isso é entre nós duas – disse Regina. Manter sua voz firme parecia ser a coisa mais difícil do mundo naquele momento.

- Que seja – disse Cora. No mesmo instante das paredes do labirinto saíram ramos que chegaram até Regina e a prenderam pela cintura. Era forte demais para poder se soltar. Cora estava cada vez mais próxima. – Acho que posso pegar mais um coração para a minha coleção, não é?

Regina olhou para Jefferson e viu a espada nas mãos dele. Ele fez um sinal para ela esperar a hora certa. Cora vinha em sua direção louca para arrancar o coração que ali batia. Até que, quando chegou a menos de três metros dela, Jefferson cortou os ramos com a espada e Regina libertou-se a tempo de deixar Cora desarmada e arrancar seu coração. Regina nunca se sentira tão satisfeita com uma vingança. Estava agora vingando o amor da sua vida e o fruto dele.

O coração de cora veio em sua mão, batendo, assim como se lembrou de quando Cora fizera o mesmo com Daniel. Regina o olhava com uma imensa vontade de transformá-lo em pó.

- Por favor – disse Cora – não faça isso. Sou sua mãe.

- Uma mãe não faria o mesmo que você fez – respondeu Regina, começando a apertar o coração de Cora nas mãos. A mulher começou a sentir a dor e pedir para que Regina parasse, mas ela apertava cada vez mais forte.

Então ela parou. Cora estava no chão, com a mão no peito, a respiração pesada.

- Acho que não é o suficiente. Seu final deve ser digno.

Regina olhou para Jefferson, que entendeu rapidamente o que ela queria dizer e estendeu a espada. Regina jogou o coração no chão e segurou a espada com as duas mãos.

- Corto-lhe a cabeça – então passou a espada no pescoço da mulher, fazendo sua cabeça voar para longe do corpo. Cora estava morta. Regina, então, abaixou-se para pegar o coração novamente.

- Acho que isso foi o fim da Rainha de Copas – disse Jefferson. – Você conseguiu, Regina.

Ela agora apertou o coração até virar pó.

- Obrigada – disse ela. Então avistou Morgana ainda deitada no chão. Seus olhos encheram-se de lágrimas novamente. Ela caminhou até a filha e dessa vez conseguiu chegar até ela. Regina, então, abaixou-se e passou a mão no rosto da garota, afastando os cabelos.

"Eu te amo, Morgana" sussurrou. Então depositou um beijo no rosto da menina, que ao receber este, abriu os olhos devagar. E quando viu Regina, sorriu. Enquanto algo estranho percorreu todo o País das Maravilhas.

- Você me salvou – sussurrou Morgana. Regina deixou suas lágrimas caírem ainda mais e abraçou sua filha, desejando nunca mais largá-la. – Eu te amo, mãe.

Regina paralisou. Seu estômago virou de cabeça para baixo.

- Do que você me chamou? – perguntou. Lágrimas e mais lágrimas caíam pelo seu rosto. Agora ela trazia um imenso sorriso nos lábios.

- Mãe – repetiu Morgana. – É o que você é, minha mãe.

Regina quase não acreditou no que ouvira. Abraçou novamente sua filha.

- Um beijo de amor verdadeiro quebra qualquer maldição – disse Jefferson.

Regina voltou-se para Jefferson, intrigada.

- Havia alguma maldição aqui? – perguntou Regina.

- A Maldição da Rainha de Copas. Agora você pode recuperar algo que ela tirou de você.

- Minha filha?

- Morgana está viva, aí com você. Essa quebra poderá trazer alguém que realmente foi tirado de você.

Regina não pensou duas vezes. Sabia muito bem de quem ele poderia estar falando.