Luna e Neville andavam por Hogsmeade um ao lado do outro. Tanto um quanto o outro carregavam o semblante sério. Da boca de ambos não saía sequer uma palavra.

— Você tem certeza disso? – o rapaz perguntou quebrando o silêncio, fitando o chão, com a voz carregada de melancolia.

— Neville, nós dois sabemos que isso é o mais correto a fazer no momento.

— Mas, Luna, tudo o que nós vivemos até agora... Mais de um ano e meio juntos e

— Pense bem, Neville. – a loira o interrompeu, parando de andar e olhando-o firmemente nos olhos – Isso não é um ponto final.

— Como assim não é um ponto final?! – o moreno riu desgostoso – Lá vem você com todas essas suas esquisitices, Luna!

— Está vendo, Neville? Está tudo tão claro... – Luna meneou a cabeça – Agora você está reclamando das minhas “esquisitices”... – a loira sorriu tristemente.

— Não era a minha intenção, amor. Me desculpa. – ele engoliu em seco – Mas como acabar nosso namoro pode não ser um ponto final?

— Seria um ponto final se a nossa história estivesse acabando. E quando digo “nossa história” estou me referindo a tudo o que vivemos juntos. Não apenas como namorados, mas sempre... Nossa amizade. – ela concluiu séria, voltando a andar, pensativa.

— Luna! – Neville a acompanhou depressa, com um semblante desesperado – Por favor, nos dê uma chance.

— Eu estou nos dando uma chance. É como se o fim do nosso namoro fosse um ponto-e-vírgula.

— Ponto-e-vírgula...? – ele franziu o cenho.

— Podemos continuar nossa história a partir de agora. Sei que teremos um período de afastamento. Vamos sentir falta de estar um com o outro. Mas um dia isso passará e voltaremos a ser amigos. Algum dia você vai concordar que fizemos o certo...

— Mas, Luna... eu... eu amo você... – o rapaz deixou escapar uma lágrima de seu olho.

— Não Neville. Nós gostamos muito um do outro. Mas um dia você perceberá que não é o amor que você pensa que é. O que você sente por mim é carinho, é afeição... afinal eu fui sua primeira namorada... O espírito sem limites

— É o maior tesouro de um homem. Eu sei, Luna. – ele sorriu tristemente – Tudo tem um fim, não é?

A loira assentiu, antes de prosseguir:

— Se cuide, Neville. Eu sei que vai superar isso. E vai perceber que era o que tinha que ser. Quando se sentir preparado para recomeçar, estarei aqui... – ela terminou a frase mordendo o lábio inferior e fechando os olhos, a fim de tentar segurar as teimosas lágrimas que saltavam de seus olhos.

Antes que Neville cedesse ao impulso de abraçá-la e implorar que ela não fizesse aquilo, a loira aparatou. Aparatou com a certeza de ter tomado a decisão certa e torcendo para que suas palavras se tornassem realidade... torcendo para que houvesse um recomeço.