Secret Love escrita por Holliday


Capítulo 1
Capítulo Único - Só dessa vez Distrito 12


Notas iniciais do capítulo

Gente me deu a louca e eu simplesmente começei a escrever uma One Short Cato & Katniss, bora inventar um novo shipper Caniss ~ignorem~ espero que gostem *O*



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Eu estava andando silenciosamente perto do rio, era uma noite fria e por algum motivo sombria, não que todos os dias naquele lugar não fossem sombrios. Mas hoje era diferente, a floresta parecia se aquietar, como se algo importante estivesse prestes á acontecer.

Quando cheguei no rio, me agachei para beber água e lavar o rosto. Quando de repente escuto o som de gravetos partindo-se, passos na escuridão. Eu me agarrei ao meu arco, mas sabia que não podia atirar, a noite estava muito escura para destinguir qualquer pessoa ou animal, e seria uma flecha perdida.

Eu tentava captar os sons mas meu pequeno pequeno problema de surdez em um dos ouvidos não ajudava em nada.

Eu forçava meus olhos a acharem o dono do som, dos passos, mas a noite estava muito escura e as grandes árvores escondiam boa parte da minha visão da floresta, e eu havia perdido o meu óculos especial de visão noturna.

Agora, só contava com a luz da lua, que eu nem sabia ser era real ou projetada.

Quando escuto um barulho atrás de mim, e me deparo com orbes azuis eletrizantes, que por algum motivo eu podia identificá-las, elas estavam presente nos meus piores  pesadelos já faziam dias.

Era Cato, o tributo carreirista do Distrito 2. Olhei para sua mão direita, nela havia uma lança - enorme e afiada - apontada para mim. Sabia que era o meu fim, eu não conseguiria lançar uma flecha agora.

Mas ele fez uma coisa que me surpreendeu. Ele largou a lança no chão e começou a vir lentamente em minha direção.

Era isso, ele me mataria com as próprias mãos, depois de tanto tempo tentando me caçar, ele iria me matar de forma lenta e dolorosa. Agora eu só queria que Peeta pudesse vencer por nosso Distrito.

Cato foi aproximando-se cada vez mais. Já estava ficando agoniada, se ele quer tanto me matar, que me mate de uma vez, mas eu sabia que ele iria querer "saborear" o momento.

Quando ele já estava tão próximo de mim que mais um passo faria com que nossos corpos colidissem, ele apenas pegou uma mecha de meu cabelo que estava solto e colocou atrás da minha orelha.

Eu arregalei os olhos, o gesto dele era absurdo, nunca esperaria isso de Cato.

Cato colocou sua mão em meu queixo e levantou-o devagar. Por um instante observou meus lábios e eu fiquei perplexa demais para poder fazer qualquer coisa.

E assim tão de repente, da mesma maneira que ele chegou, ele me beijou.

Um beijo apaixonado? Bom não sei dizer, só sei que eu perdi a razão no momento em que seus lábios tocaram nos meus. Aquele gosto adocicado que eu sabia que só Cato tinha, aqueles lábios macios, que me beijavam com uma delicadeza, como se eu fosse a pessoa mais preciosa nesse mundo.

Suas mãos desceram para minha cintura me apertando mais contra ele, como se ainda houvesse espaço para ser preenchido entre nós. Uma de minhas mãos foram acariciar seu cabelo enquanto a outra segurava firme em seu pescoço definido.

Sua língua pediu passagem e eu dei, assim o beijo foi intensificando-se, até o fôlego acabar.

O povo da Capital deveria estar adorando tudo aquilo. Cato, o tributo carreirista mais temido, beijando Katniss uma simples garota do Distrito 12 - cuja qual ele tem caçado desde o começo dos Jogos - era loucura, total loucura.

Afastei-me temerosamente de Cato, esperando pela morte, pela zombaria, ou simplesmente esperando que eu acordasse e descobrisse que tudo aquilo não passou de um sonho muito estranho.

Meu coração estava tão acelerado que eu sentia como se ele fosse sair pela boca. E o fôlego bom, ele estava em falta.

- Eu não podia esconder isso para sempre - Cato disse andando novamente em minha direção.

- Esconder o que? - perguntei-lhe tentando manter uma distância razoável.

- Katniss, eu te amo. Fiquei te observando todos os dias nos treinos, você era única, tinha alguma coisa que me atraia. - ele só podia estar brincando, iria me enganar antes de me matar.

- Mas nós nem nos conhecemos - era  verdade, não passamos um tempo "considerável" juntos para Cato dizer que me amava.

- Conheço o bastante para me apaixonar por você . - essa me pegou desprevinida, senti-me como as presas que eu mesma caçava. Tudo isso era muito romântico para a visão monstruosa que eu tinha de Cato, o carreirista.

- Isso é errado, você já deveria ter me matado, acabe logo com isso - eu disse pegando a lança que estava largada no chão e entregando-lhe. Cato apenas a jogou para longe mais uma vez.

- Não vou te matar agora, eu me sentiria culpado para sempre, até mesmo após a morte. Sei que terei que te esquecer aqui na arena, mas não vai ser agora, logo após me declarar para você, eu não conseguiria. - ele colocou a cabeça entre as mãos e vi grossas e desesperadas lágrimas escorrerem por seu rosto, naquele momento ele não parecia assim tão assustador, e sim apenas mais um garoto frágil perdido no mundo.

Eu não sabia o que fazer, nunca esperei ver essa cena, não estava preparada para isso.

Coloquei uma mão em seu ombro e murmurei "ei, não chore, não gosto de ver as pessoas chorarem".

Ele levantou os olhos - vermelhos e inchados - e me deu um demorado beijo que eu não interrompi, tentando fazer digamos que "a última vontade dele".

Esse seria nosso segredinho, e de toda Panem.

- Me promete uma coisa? - Cato perguntou olhando no interior de meus olhos, como se tentasse enxergar minha alma.

- Claro - eu susurrei retribuindo o olhar.

- Nunca vai se esquecer de mim e que eu te amo? - ele perguntou segundo meu rosto entre suas mãos macias e calorosas.

- Prometo - eu disse e lhe dei um sorriso, mas tenho a impressão que saiu mais como uma careta.

Cato beijou minha testa como num gesto de proteção, o que era completamente irônico levando em conta que eu teria que morrer na arena.

Ele pegou de volta sua lança, e eu o meu arco. Ele já estava entrando novamente no meio das árvores mas antes deu meia volta e murmurou:

- Foi só dessa vez, Distrito 12.

E assim foi-se Cato, reprimindo um amor que nunca poderia ser correspondido.


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Notas finais do capítulo

Se alguém leu, comenta por favor, como é One Short não vai ter muitos reviews então, mande já o seu nem que seja pra dizer que é uma porcaria ;) ou se não os Pacificadores vão pegar vocês
Beijinhoos ♥