O Segredo De Avalon escrita por Camila Lacerda


Capítulo 9
Capítulo IV




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Logo que acordou, Nina estava atordoada. Tivera outro sonhoestranho, mas preferiu ignorar aqui, tentou se sentir bem, até perceber que não tinha conseguido mudar de dupla, teria de aturar Elliot e sua namoradinha insuportável. Isso era pior do que ir para Askaban, não que ela tivesse ido, o que conhecesse alguém que fosse... Mas isso não deveria ser nada perto de aguentar aqueles dois e todos os seus seguidores idiotas.

No dia anterior tinha escrito uma carta a sua avó, a qual tinha se esquecido de avisar sobre seus primeiros dias de aula, então foi correndo ao corujal, Corina a esperava ansiosamente. Então, desceu para tomar café da manhã e se sentou ao longe do pessoal, e perto Rose. Sim, seus hábitos estavam ficando cada vez mais estranhos. E juntas seguiram para a aula de Transfiguração com o pessoal da Lufa-Lufa.

A Professora Tarsila voltava com a matéria na parte de substituição, trocando animais por objetos inanimados e voltando ao normal. A classe lembrava normalmente desses feitiços, mas era exigido cada vez um objeto maior, mais pesado, mais difícil.

Rose a ajudou uma vez, a sala ficou paralisada quando Nina agradeceu. As duas sentiram os olhares estranhos, mas pouco se importaram, eram as melhores na matéria de qualquer modo.

Depois, aula de poções, a qual o Professor Prewett parecia estar mais feliz do que o comum quando exigiu o resumo das matérias aprendidas até o fim da semana que vem, quando também seria necessário a apresentação da poção do amor. Amortentia. A qual iria começar a aprender nessa aula.

A garota não estava preparada para isso, porque essa poção revelaria o cheiro da pessoa amada e ela só tinha quinze anos, como poderia pensar em tal coisa. Alguém para se viver a vida toda? Isso era ridículo... Mas será que seus pais sentiram o cheiro um do outro quando fizeram tal poção? Ela provavelmente perguntaria.

Depois de Alvo se sair melhor que todo mundo, Rose ficava muito brava quando isso acontecia, os alunos da Grifinória voltaram para aula de Transfiguração e após o almoço, Herbologia.

Essa última aula fora a pior, pois o Professor Longbottom, o seu professor favorito, a olhava como se a qualquer momento ela fosse fazer algo errado. A jovem percebera que tinha perdido a confiança do diretor de sua casa e isso a deixava muito mal.

Passou a aula calada, prestando atenção e ignorando os olhares de Alvo, que estava a sua frente insistindo em falar com ela. Já não bastava ele se exibir na aula de Poções, ainda tinha que ficar atrás dela?!

Com o resto da tarde livre, fora ao Corujal, esperava que Corina já tivesse voltado, mas estava enganada. Por isso permeneceu ali, até alguém lhe interromper.

- Fugirá de mim pra sempre?  - ela se virou devagar, sentindo o vento bater em seu rosto, era uma sensação maravilhosa.

- Impossível, já que você insiste em me seguir...

- Nina... – ele chegou mais perto dela – O que aconteceu... Com a gente?

- A gente?! – ela o encarava sem acreditar no que ele dizia.

- É! Porque um dia está tudo bem e de repente... – o garoto esperava que nessa hora ela começasse a se explicar.

- O que? Não fui eu que mudei. Você me deve explicações!

- Mas o que eu fiz?! – eles se encaravam, mas ninguém dizia nada.

Alvo estava tão cansado daquilo, porém, algo lhe dizia que sem a amizade de Nina as coisas só iriam piorar, não para ele, para ela. A jovem já tinha se metido em encrenca... Talvez se ele estivesse por perto conseguisse apartar qualquer briga.

- Olha Alvo, eu não estou a fim de conversar tá? Não agora... – ela se virou indo mais a fundo do corujal, Corina deveria estar por ali.

- Nina! – ele pegou no pulso dela e a virou, seus corpos estavam unidos novamente, como no campo quando eles cabularam aula. Ele podia sentir a tensão dos dois novamente, toda aquela mistura de sensações - Eu não vou deixar você ir embora...

- Você já deixou! - ela o interrompeu e saiu marchando para longe.

O garoto a viu seguir seu caminho com vontade de ir atrás dela e pedir perdão e mostrar que ele estava mesmo errado, independente do que tenha feito. Só que sabia que ela não ouviria, estava muito brava para isso.

Foi até Farel, a coruja branca que tinha ganhado do pai quando veio a Hogwarts e enviou sua carta a sua mãe e a Vovó Molly. Três páginas para cada uma, talvez assim elas se acalmassem um pouco e parassem de dizer que quando vinham estudar esqueciam que tinham família.

Olhou na direção de Nina uma última vez. Apesar daquele local nojento, velho e fedido, o contraste da garota na paisagem a tornava mais bonita, principalmente os olhos violetas que o encaravam com raiva. Ele adorava os olhos dela.

Virou-se e a deixou. Entretanto, esbarrou com uma figura seguindo em direção a onde estava. Era um garoto desconhecido, sonserino, pelas vestes... Então para o Potter pouco importava. O que ele precisava fazer agora era encontrar Rose, precisava falar com ela. Saiu correndo.

Assim que chegou a Sala Comunal a encontrou escrevendo em um pergaminho antigo.

- Posso atrapalha-lá?

- Já tá atrapalhando Alvo, mas fale... O que aconteceu? Silá finalmente o liberou? – Rose tinha um tom irônico que sempre usava quando estava brava.

- Então é por isso?! – de repente algo se iluminará em sua mente.

- Isso o que? – Rose perderá totalmente o interesse pelo o que estava fazendo e olhou para o primo.

- A razão pela qual Nina está brava comigo! – ele chegou a sorrir quando disse tal coisa

- Ah... Tenha dó Alvo! – ela rolou os olhos, garotos eram tão devagares!– Sério que você não sabia? Ela queria que você fosse a dupla dela naquele trabalho. Também queria que...

- Ela disse isso?- Potter a interrompeu.

- Hum... Não lembro exatamente se ela chegou a dizer, mas disse algo parecido...

- Rose! – ele chegou mais perto da prima – Eu preciso de respostas reais!

- Eu também! Quero saber como eu vou tirar essa dúvida sobre...

- Rose!- ele quase gritou – É sério! Eu estou perdendo a garota que eu gosto.

- Ah, não seja tão dramático! Pelas barbas de Merlim, viu.

- Rose, você tem que me ajudar. – ele a pegou pelos braços e fico tentando a sacodi-la.

- O quê? – ela o encarava incrédula, seu primo nunca agia de tal maneira. – O que está fazendo Alvo?! - então ele a soltou.

- Por favor! – a menina não tinha noção de seu desespero.

- Olha, você já está abusando...

- Tudo bem. Tudo bem. Deixe-me pensar... - ele se levantou e ficou andando de um lado para o outro enquanto dizia - Devo falar com Silá...

- Já passou da hora. – Rose concordava.

- Dizer que somos apenas amigos. Parceiros de trabalho.

- Explique melhor. – a prima se intrometia.

- Como? Digo que gosto da Nina? – ele se sentou na frente da prima, no chão mesmo.

- Não! No máximo diga que gosta de outra garota, ou de ninguém...

- Mas isso não dará a ela a possibilidade de tentar me conquistar?

- Alvo. Por favor! Pare de dar uma de James. Só diga a ela que gosta dela como amiga. Só isso. Assim ela perceberá o quão boba está sendo e como não tem chances com você.

- Tudo bem... – ele se levantou.

- E diga com jeitinho. – ela sorriu.

- Eu sempre digo com jeitinho... – ele disse ao ajuda-la a levantar.

- Ainda bem... – quando estavam partindo, Hugo e Ethan apareceram chamando os dois para descerem e irem jantar.

O ruivinho e o moreno contavam das aventuras que tiveram naquele dia, como se divertiram e como adoravam aquele lugar. Sim, Hogwarts era maravilhosa e parecia ainda mais encatandora aos olhos dos dois meninos...

E quando se sentaram Alvo ouvira uma voz ao longe gritar seu nome.

- Alvo! – a garota loira veio correndo.

- Oi Silá. – ele forçou um sorriso quando ela chegou.

- Você não reservou um lugar para mim? – Rose estava de um lado e Keiran do outro, ela mal deu tempo para ele responder quando indagou – E onde você esteve a tarde toda? Era o seu horário de cuidar do Joey...

- Joey? – Alvo e Rose perguntaram ao mesmo tempo e depois se olharam sem entender

- Eu comecei a chamar o nosso filho assim: Joey. – ela respondia aparatentemente aborrecida.

- Mas... Por quê? Ele nem nasceu. Você não sabe se é macho ou fêmea... Nem ao menos pediu minha opinião sobre isso!

- Se você tivesse deixado lugar ao lado poderíamos conversar sobre isso. – ela saiu batendo o pé.

- Minha dupla pelo menos não briga porque eu não deixei lugar ao meu lado para ele se sentar... – Alvo podia ouvir os risos de Rose, apesar dela não soltar nenhum.

- Pelo menos o meu pai não odeia a minha dupla. – ele contra atacou.

Os dois se olharam prestes a se matarem, mas não o fizeram. Alvo olhou na direção de Sila tentando entender o que tinha acontecido ali, mas acabou vendo outra coisa.

Nina vinha acompanhada de um garoto bem mais alto que ela, loiro, dos cabelos cacheados e o pior de tudo: Sonserino. Os dois vinham sorrindo, um ao lado do outro, distantes o suficiente apenas para suas mãos não se tocarem.

 Os dois pararam na frente do Salão, disseram duas palavras e se afastaram. A garota continha um sorriso enorme nos lábios e arrumava o cabelo, colocando atrás da orelha, enquanto encarava o chão. Ela estava um pouco vermelha, quase envergonhada.

Potter olhou para o sonserino, quase gravando seu rosto na mente, pois sentia que tinha um adversário. Bem agora que ele tinha se livrado de Scorpius! Parecia que Nina tinha uma atração pelos garotos dessa casa, ou pelo fato deles serem loiros. Será que ela preferia loiros que fossem maiores que ela? Apesar de que Alvo era um pouco mais alto que ela...

- Cuidado pra não babar. – Rose murmurou.

Sua prima o desconcentrou e voltou para a mesa, Hugo contava sobre a última partida que ele fora assistir os Chudley Cannons com o pai e Rose.

Assim o Professor Prewett, seguido pelo Professor Longbottom foram os últimos a entrarem no Salão e os dois tinham expressões seríssimas. Algo muito errado tinha acabado de acontecer.

- Boa noite a todos. – o Subdiretor Prewett disse quando chegou a cadeira que pertencia a Diretora Minerva – Tenho alguns avisos para passar a todos antes que o jantar seja servido...

- Você sabe de alguma coisa? – Keiran virou-se para Alvo.

- Não... – ele murmurou.

- Deve ser algo em relação a Diretora... – Rose respondeu rapidamente.

- Com o afastamento da Diretora McGonagall... – ele começou a dizer, mas foi interrompido pelos comentários dos alunos, a maiora deles continham um tom de surpresa – Posso imaginar o quão estranho isso soe para a maioria de vocês, mas a Diretora pediu um afastamento de seu cargo por motivos particulares... – enquanto ele dizia, Rose observava a cara de desconforto do Professor Hagrid e do Professor Longbottom, era visível que havia algo errado nessa história.

- Silêncio, por favor. – Professor Neville pediu e foi automaticamento obedecido.

- Infelizmente alguns pais e alunos discordaram de alguns aspectos estudantis em relação a ex- Diretora e se retiraram do colégio. Digo a vocês e mandei uma carta a família de cada um dos alunos explicando os acontecimentos e como o colégio não deve parar com a ausência da direção... Houve uma decisão a ser tomada. – ele encarou alguns rostos na multidão antes de dizer – A partir de agora eu sou o Diretor de Hogwarts.

Rose não conseguiu impedir sua mão de agarrar o pulso de Alvo. Ela não gostava daquilo, não mesmo.

- o Professor e Diretor da Grifinória, Neville Longbottom, será o Sub-Diretor.

Os murmúrios voltaram, mas foram impedidos novamente quando o Diretor usou sua varinha para aumentar o volume de sua voz ao dizer:

- E gostaria de lhe avisar sobre a saída para Hogsmeade no fim da próxima semana...

Mas nenhum aluno prestava mais tanta atenção, era muitos comentários e inúmeras hipóteses do que realmente acontecera com a ex-diretora.  E um silêncio estranho surgiu no decorrer do jantar que deixava tudo ainda pior.

Depois de ingerir as novidades e o jantar, os alunos foram levados a seus quartos.

Já no quarto, Rose e Julie chegaram comentando sobre isso. Julie acreditava que a Professor provavelmente deveria estar tirando umas férias depois dos diversos acontecimentos do ano passado, ou procurando ajuda para aquilo não se repetir. A ruiva acreditava mais na segunda opção, algo lhe dizia que ela corria perigo.

- E ela ainda é sua madrinha não é? – Kunnis disse ao se sentar na cama.

- Sim, ela é.  E não disse nada  a minha família... – Rose se jogou na cama.

As duas nem ligaram para a figura embaixo das cobertas ao lado, estava tão quieta que parecia morta, ou parecia que estava tentando se matar. As garotas ao se depararam com aquilo se foram cuidadosamente até a cama dela.

- Silá? – Julie olhava preocupada.

- Silá... O que você tem? – Rose poderia imaginar, porém, iria deixar a garota demonstrar que queria ou não que as duas se metessem na história.

- Eu tô bem. – sua voz saiu abafada pelo travesseiro.

- Sério Silá, o que houve? – Julie se sentou ao lado da menina chorosa.

- Nada. – ela respondeu.

- Foi pelo o que o Alvo te falou? – a ruivinha estava cansada daquele drama, queria mostrar logo à loirinha que ela estava sendo ridícula ao correr atrás de seu primo dessa maneira. Era a pior maneira de se conseguir um menino.

Silá Anderson começou a chorar e falar, mas tudo saia abafado e nenhuma das duas entendia nada.

- Levanta amiga, vamos ajudá-la. Converse com a gente. – Julie tocou o braço dela, mas a garota começou a chorar mais.

- Ah! Já chega. – Rose sacou a varinha da sua cintura e disse - Ennervate!

A loirinha levantou na hora, de uma forma bem brusca, mas pelo menos dava para ver o quanto ela estava mal. E assim, talvez, as duas a ajudassem agora.

- Rose! – Julie a criticou.

- Ah, pra mim já deu esse drama. – Sila abraçou Julie e chorava ainda mais em seus braços – Se você não contar o que aconteceu, conto eu.

A loirinha tirou os cabelos do rosto. Estava com os olhos enchados, uma expressão ainda mais pálida para seu corpo anoréxico. Bem, Alvo realmente não tinha sido cuidadoso com suas palavras.

- Alvo... Acho que ele terminou comigo. – e voltou a chorar

- Como ele?... – Rose tinha se cansado daquela brincadeira.

- Calma querida. Calma... – Julie fez com que ela deitasse na cama e a cobriu – Garotos são assim mesmo...

- Pare de mimá-la. Nós sabemos que ela está errada. – a Weasey disse enquanto se trocava.

- Rose, pelas barbas de Dumbleodore, você não pode ser nem um pouco sensível?! Não está vendo que ela está com o coração destruindo.

- Meu primo não destruiu o coração dela, ela fez isso sozinha. – isso, deu mais um motivo para a coitadinha chorar mais – Ah Silá, sério. Ele te pediu em namoro? Ele te beijou? Disse que gostava de você? Ele demonstrou alguma coisa?! Não. Então vocês não estavam namorando... – A ruiva vestiu seu roupão e saiu do quarto. Estava se estressando com tudo aquilo.

Lá em baixo, encontrou Nina em uma rodinha com Adam, Fred e James. Eles tavam jogando  e conversando. A morena parecia estar bem ali, ao meio dos garotos mais velhos, entre risadas e palavras inúteis e vazias. O único que tinha algum conteúdo estava a encarando. Adam e Nina? Será?

Seus pensamentos foram interrompidos quando viu Alvo entrar na Sala Comunal, ela correu para falar com ele.

- Alvo... – duas garotas dos segundo ano passaram sorrindo, para seu primo, claro – Silá esta chorando no quarto, dizendo que você terminou com ela.

- Eu o quê? Ah, era o que me faltava... – ele parecia exausto colocando algo no bolso da calça, um pano azul, meio prateado.

- Onde estava? –ele parecia ter corrido muito.

- Fui a Sala do Professor Longbottom... – ela continuou a encara-lo com uma expressão de curiosidade – Mamãe mandou entregar uma carta e ele.

- Sua mãe? – ela ficava cada vez mais desconfiada.

- É.  Era um documento que ela enviou para mim, para poupar Farel. Eu a respondi hoje de manhã... – ele olhou para além do ombro da prima e algo o desanimou mais ainda Bem, se não se importa quero dormir.

- Boa noite. – ela deu passagem a ele.

E em seguida subiu, abrindo a porta do quarto viu que Julie estava em sua cama comendo, Silá tinha adormecido.

- Não precisava ser tão rude com ela.

- Mas ela estava insuportável! – Rose revirou os olhos ao fechar a porta.

- Você está com ciúmes?

- Ciúmes? – a ruivinha riu.

- Sim, você está com ciúmes dos dois? – a morena tinha até parado de comer.

- Não. Eu não estou com ciúmes. Só acho que ela fantasiou coisas demais... – ela disse isso enquanto se deitava.

- Rose Weasley... Não me esconda nada. – Julie pulou para a cama da amiga.

- E não estou sua louca. – ela riu.

Então a porta do quarto foi aberta pela quarta integrante.

- Há! Estava mesmo querendo ver a Senhorita. – a morena foi logo intimada.

- O que foi? – ela tinha um sorriso bobo nos lábios.

- Quero saber desde quando é amiga de Douglas Lars. – Julie se levantou e seguiu a amiga, ela não desistiria tão rápido.

- Do Doug? – Nina disse na maior intimidade.

- Nossa, temos um apelido! Então a coisa ta progredindo... – ela bateu palmas enquanto Rose se revirou na cama, precisava ouvir aquela conversa.

- Não. Ele se apresentou como Doug e somos só amigos. Trocamos algumas palavras e isso é só. – Nina pegou seu pijama e começou a se despir.

- Mas ele é gatinho.

- Ah, por favor, não diga isso. – Nina rolava os olhos.

- Mas ele é! Muito gatinho.

- Doug é encantador.

- O quê?! – ela deu uma gargalhada - Encantador?!

- Sim, ele é. Gosta de coisas simples e assim como eu, aprecia a vida dos trouxas, disse que é uma vida muito mais pacata que a nossa, apesar de alguns detalhes ruins, adora os trouxas.

- Pronto. Podem ter um filho abortado já. – Julie comia seu último chocolate.

- Julie! Que horror. Não, nós apreciamos a vida que eles levam... Como conseguem sobreviver sem magia...

- É um jeito muito estranho de se viver. – ela se levantou reunindo toda a sujeira que tinha feito.

- Pois eles conseguem. – Nina se enfiou de baixo das cobertas

- Ok, amante dos  trouxas. – ela gargalhou alto. Rose se conteu na cama e pensou em seu avô, Arthur, que também achava incrível como os trouxas sobreviviam.

- Julie! Por favor, apague a luz e vamos dormir...

- Ui, a amante dos trouxas ficou bravinha.

- Julie... – Nina a censurou – Eu vou destruir seus esconderijos de comida!

- Luz sendo apagadas. Boa noite meninas.

E o primeiro fim de semana chegou com serenidade e alegria a Hogwarts, uma noite tranquila e um dia glorioso começavam para todos. Não, não a todos. Rose havia sonhado com Scorpius. Novamente se encontravam na Floresta Proibida, bem, pelo menos agora ela descobriu o que o capuz negro escondia: o rosto do garoto.

Depois daquele pesadelo, foi descer para tomar café com as meninas e recebeu uma carta de Lysander avisando sobre sua volta e contando algumas coisas sobre a maravilhosa viagem que fez com sua família para o Sul do Continente Americano e como estava com saudade da melhor amiga. Ela também sentia muito a falta dele.

Já Alvo, se sentia aliviado de não era o garoto por perto. Ele vivia grudado em Rose!

- Sabe o que a gente podia fazer?

-  O quê? – ela respondeu dobrando a carta com cuidado

- Poderíamos juntar ele e Silá. Formariam um casal maravilhoso! – Alvo sorriu.

- Você está falando como James. – a ruiva o encarou brava.

- Ah, não me venha com essas... Eu só queria fazer uma boa ação.

- Silencio! – ela fez seu primo se calar ao sair.

Depois do café da manhã, foi encontrar Scorpius no horário combinado na biblioteca para continuarem o trabalho. Logo que chegou, ela o viu sentado distante de todos os outros alunos que utilizavam o local... Bem, ela sabia que o garoto não era o mais concorrido da escola, bem, no início e foi brutalmente marginalizado pelos alunos que diziam que sua família era traidora e que ele também era.

Rose ficou assustada com aquilo e foi James quem explicou o que se passava ali. Ela sabia da história de sua família, como seus pais, os pais de Alvo, o Professor Longbottom e muitos outros defenderam fortemente a escola do Lorde das Trevas na batalha de Hogwarts, que ficou sendo uma marco na história do colégio e teve um fim trágico, com a morte de seu Tio Fred, irmão gêmeo do Tio George.

 Porém, nessa batalha os Malfoy não eram os moçinhos, estavam do outro lado, sendo comensais da morte que após perderem a batalha foram todos presos e acusados fortemente pelo Ministério da Magia.

Só que Scorpius não tinha absolutamente nada a ver com aquilo, o pai dele tinha sido perdoado, sua mãe não tinha absolutamente nada a ver com toda aquela história. As pessoas deveriam seguir em frente e deixa-lo em paz, porém, conhecendo muito bem o passado para que os erros não fossem repetidos no futuro, Scorpius acabou sofrendo as consequencias.

 Scorpius teve de mostrar que era uma boa pessoa, teve que provar a todos que era diferente do que diziam.  Ele era sim inteligente, ótimo em Defesa Contra Artes das Trevas e mesmo assim tinha poucos amigos. Muitos evitavam ter contato visual com ele, apesar de ter sido um herói no ano passado...

- Rose! – ele acenou ao longe, tirando a garota de seus pensamentos.

Ela sorriu inconscientemente e foi até ele, pensando em como as pessoas eram tolas em jugarem uma pessoa pelos erros de seus ancestrais, porque Scorpius era muito melhor que eles.

Logo que começaram a conversar sobre o que eles iriam fazer, Nina ao longe viu os dois. Ela imaginou que sentira ciúmes por ver a garota com ele, só que foi justamente ao contrário. Pensou em como seria se eles dois estivessem juntos.

A morena procurou uma mesa vazia, porém a única que estava apta era ao lado de Doug. Inicialmente ela se sentu desconfortável, o garoto estava lendo profundamente com fones de ouvido, mal notara a presença dela, só que pelo simples fato dele estar ali, a menina enrubecia.

Respirou profundamente e esperou sua dupla batendo o pé. Tinha avisado ao indívuo que era para se encontrarem logo depois do café da manhã na biblioteca para resolverem o que fariam. Ele não respondeu nada quando ela saiu batendo o pé.

Olhou na direção de Rose e viu que enquanto el escrevia incessantemente, o garoto brincava com o ovo em suas mãos, até a ruiva o encará-lo e ele pedir desculpas colocando o “brinquedinho” no lugar, todavia, um sorriso singelo brotou nos lábios da garota.

Nina ficou surpresa, mas acabou ficando mais surpresa quando lhe chamaram.

- Ei. Ei, Nina.

- Ah. Oi. – ela sorriu para Doug, percebeu que era o mesmo tipo de sorriso que Rose tinha dado a poucos minutos.

- Você sentou ai e nem ao menos me diz um “oi”? Não sabia que era tão péssima companhia assim. – ele se posicinou de uma maneira mais despojada na cadeira.

- Não, é que você tava lendo, então não ousei atrapalhar. – droga, o sorriso de novo.

- Você nunca me atrapalha... E, aliás, eu nunca tinha esbarrado com você com tanta frequência. Está me seguindo? – ele tinha um olhar desafiador.

- Inferno, você descobriu que eu coloquei uma equipe de garotas atrás de você para me comunicarem todos os seus passos? É... Definitivamente elas não conseguiram manter descrissão.

Doug a encarou pasmo, depois riu. Uma gargalhada gostosa que fez todos olharem para eles, e a bibliotecária brava, mandou os dois se calarem. E eles fizeram  sem discutir, mas segurando o riso.

Foi quando Elliot chegou ao local e pela expressão dele as coisas não estão muito bem.

- Eu conversei com o Professor Longbottom e ele disse que podemos fazer o trablho separadamente, pois não desejo ficar perto da garota que atacou a minha namorada. – ele se virou e saiu.

- Ma... – a garota mal conseguiu formar uma frase, estava em choque.

- Quem é aquele idiota? – Doug tinha se levantado e agora pousava sua mão no ombro dela – Hein Nina? – ele se ajoelhou e pode enfim ver a expressão da garota.

- Eu... Eu vou dar uma volta. – a morena se levantou e viu Rose e Scopius, os dois a encarava sem entender o que tinha acontecido, assim como Alvo e Silá. Desde quando aqueles dois estavam ali?

- Eu vou com você. – o sonserino passou a mão nos livros dos dois e a seguiu.

Alvo continuou a observá-la. Nina parecia estranha, não estava feliz, nem triste, parecia assustada. Muito assustada. E aquele garoto idiota a seguiu. O que ele tinha a ver com isso?

- Bem, voltando ao cronograma. Você começa a ficar com o Joey na semana que vem. Uma semana cada um então... Alvo. Alvo! Você não está prestando atenção em mim.

- Sim, eu tô sim. Tudo bem. Segunda então. Eu preciso ir – ele largou suas coisas ali mesmo e foi atrás dela, não iria deixar que um estranho qualquer a ajudasse.

- Alvo! Alvo! Volte aqui! – ele pode ouvir Silá gritá-lo, mas ele não se importava.

Assim que começou a correr embusca da garota, encontrou os dois no fim do corredor. Nina conversava com ele, se explicando enquanto ele parecia prestar atenção em cada uma das palavras dela.

 Então ele segurou um pouco mais acima do pulso da garota. Alvo pode sentir algo dentro de si se remexer algo começou a doer dentro de si. Por isso ele se virou e saiu dali.

Correu escadas a cima, desejando estar em seu quarto, desejando não ter visto aquilo. Ele corria o mais rápido que conseguia, até encontrar em um dos andares Filch, ele estava dando uma bronca em James e Fred, claro, quem mais aprontava no colégio do que esses dois?

Mas, desde quando Filch tinha voltado? E parecia muito bem...

Adam surgiu atrás do garoto e foi conversar com Filch, estranho, mas ele conseguiu apaziguar os três, os alunos que riam de homem e os levou dali. Alvo achou aquilo incrível, nunca tinha visto alguém conseguir contornar o carrasco com apenas algumas palavras.

Enfim, seguiu para seu quarto. Onde passou o resto do fim de semana.


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